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Como ensinar as crianças a lerem mais

Campinas, por Kleber Patricio

A Biblioteca Lumiar Campinas. Foto: divulgação.

Está procurando diversão em família? Que tal curtir um bom livro com as crianças? Uma viagem pelas páginas de uma bela história tem o poder de estimular o hábito da leitura desde cedo e cria conexão entre pais e filhos. A leitura ainda permite que os pequenos explorem a imaginação, se familiarizem com as letras e adotem a prática para o resto da vida.

“A leitura possibilita o desenvolvimento de uma série de habilidades muito importantes, por exemplo, o raciocínio lógico, a criatividade, o pensamento crítico. Possibilita a aquisição de novas referências, então amplia o vocabulário. Possibilita ainda uma melhoria da escrita. Quem lê mais, escreve melhor”, explica a pedagoga e diretora geral da Escola Lumiar, Graziela Lopes.

Com tantos pontos positivos, estimular a leitura é tarefa fundamental, principalmente em um país no qual os dados não são favoráveis aos livros. Para se ter uma ideia, segundo o último levantamento feito pela Retratos da Leitura no Brasil, o brasileiro não chega a ler cinco livros por ano. Em nações como França e Suécia, este número quase triplica. “É importante que a família possibilite, às crianças, o acesso a livros que sejam interessantes para ela. Ter momentos de leitura em conjunto, frequentar bibliotecas ou livrarias, também servem como incentivo”, diz Graziela.

Não adianta apenas falar, os exemplos são mais eficazes. Por isso, é importante apresentar o mundo dos livros às crianças cedo para que tenham referência de que ler é gostoso. “O contato com livros ou alguém contar uma história e mostrar que vem de um livro, faz a diferença no interesse. Também é preciso deixar a criança ler do jeito dela, interpretando as figuras, tendo contato com as letras. Assim ela percebe que esses símbolos que estão no papel representam algo e vai entendendo e aumentando a possibilidade de criar hipóteses de escrita desenvolvendo habilidades fundamentais para a alfabetização e letramento”.

A escola também tem papel primordial nessa trajetória. Incentivá-los no ambiente escolar pode ajudar a transformar o Brasil em um país com mais leitores. Além de trabalhos em sala de aula, apresentá-los a um universo de obras literárias em uma biblioteca pode abrir portas para reforçar o novo hábito. Mas esse ambiente precisa ser pensado para atrair a atenção e ser convidativo.

Criando conceito

Na Escola Lumiar, a estrutura da biblioteca foi planejada para transformar o espaço em um local que desperte o interesse dos alunos. Há ambientes para interação, iluminação especial e uma arquitetura que possibilita a utilização inovadora da área. O corpo docente também se dedica à escolha de um acervo com gêneros literários e temas que sejam indicados para cada faixa etária e perfil dos estudantes. “Cabe à escola entender quais são os conteúdos adequados para cada faixa etária e trazer temas que sejam atuais e relevantes para cada etapa. Entender as preferências de cada turma e de cada criança e sugerir opções interessantes, principalmente quando os estudantes estão começando a ler, é fundamental para gerar prazer na leitura”.

Compreender o interesse dos alunos e auxiliá-los a também fazerem as próprias escolhas é outro método utilizado para incentivar as turmas. “Apresentar uma diversidade de possibilidades e gêneros para ampliar repertório, mas deixá-los escolher aquela temática que vai ser mais envolvente para eles, é uma possibilidade muito bacana de engajamento”, diz a especialista.

Outro ponto importante  para a Escola Lumiar é respeitar o momento e o ritmo de cada criança. O caminho tem sido equilibrar o tipo de leitura para atender as necessidades dos alunos, assim eles ganham confiança para prosseguir sua jornada.

“Temos crianças menores que, às vezes, dão conta de ler livros mais densos. Há outras que demoram um pouco mais para desenvolver esse tipo de habilidade. Então, diversificar o tipo de leitura numa mesma turma é uma possibilidade muito interessante para deixar o nível adequado para cada um. Nem muito fácil, nem muito difícil. Assim garantimos melhores oportunidades para que aprendam mais vocabulário e desenvolvam fluência”.

Foco também na adolescência

Projetos diferenciados para garantir a atenção dos adolescentes são desenvolvidos. Na Lumiar, as bibliotecas são olhadas como um espaço também de troca de ideias. A escola apresenta uma diversidade de estilos, de escritas e de gêneros textuais. “Se a gente não toma cuidado com o engajamento, fica mais complicado na adolescência. A biblioteca pode ser utilizada para diferentes tipos de atividade. Pode ser um local onde se contam histórias, onde se fala sobre literatura, onde descobrimos gêneros novos ou mesmo assuntos que nem sabíamos que existiam e que passam a fazer parte da lista de coisas que queremos conhecer mais”.

Outra maneira de envolvê-los ocorre com as comissões. A atividade acontece com alunos dos dois aos 17 anos. O interesse de alguns estudantes pela biblioteca é tão grande que decidem montar e fazer parte de comissões relacionadas com o cuidado da biblioteca ou que utilizem esse espaço para realizar suas ações. Um dos objetivos dos estudantes é aprimorar o espaço. Refletindo sobre uma melhor maneira de organizá-lo, se aprofundam na descoberta dos gêneros literários e têm ainda a oportunidade de desenvolver uma série de habilidades relacionadas à gestão. “Temos até comissões de estudantes do Ensino Médio e do Fundamental 2, criadas para ler histórias para estudantes do Infantil e Fundamental 1. As comissões são, na prática, uma oportunidade fantástica para engajá-los e envolvê-los na gestão participativa, um pilar importante da metodologia Lumiar”, conta a diretora geral.

Seguindo a sistemática da escola, que trabalha com as metodologias ativas, os estudantes estão constantemente criando e desenvolvendo projetos. Escrever um livro é um produto final bastante popular entre as turmas. Muitas obras já foram redigidas pelos alunos e elas também podem ser encontradas nas bibliotecas Lumiar. Esse espaço também é palco para autores de livros infantis, infanto-juvenis e ilustradores, mestres de projetos na Lumiar, conduzirem atividades com os estudantes, conectando suas paixões. Existem ainda os bookclubs, que são clubes formados pelos alunos para leituras, discussão e reflexão de obras literárias específicas.

Os educadores também estão preparados e atentos para propor atividades que visem promover a leitura de forma prazerosa para que o aluno fique entusiasmado com o processo e crie aptidões e gosto pelo universo dos livros. Esta é a dica de ouro que vale, inclusive, para outras instituições de ensino. “É importante que o professor compreenda o momento em que os estudantes estão, seus interesses e necessidades de aprendizagem. A partir daí, pode propor um momento de leitura mais independente, no qual cada um possa escolher o seu livro, auxiliando o aluno a garantir que aquela obra é adequada para idade e etapa de desenvolvimento dele. Ou pode trazer uma leitura com uma linguagem um pouco mais difícil para ampliar o repertório e propor que seja feita em grupo, em voz alta, parando em momentos estratégicos para ajudar a turma na compreensão, por exemplo”.

Além de incentivar a imaginação e outras habilidades, a leitura tem também outro poder, avalia Graziela. “Quando lemos narrativas com boas tramas, isso traz a possibilidade de se viver histórias que não são as nossas. Também estimula o desenvolvimento da empatia e do pensamento crítico. Traz ainda bagagem para a pessoa perceber melhor a si mesmo e o mundo. Eu diria que a leitura tem um papel bastante central no desenvolvimento de cidadãos responsáveis, conscientes e autorais”, finaliza.

Dicas para criar o hábito da leitura

– Apresente o mundo da leitura para seu filho. Conte uma história e mostre de onde ela vem. Mostre as figuras, deixe que ele manuseie as páginas e até conte a história do jeito dele.

– Deixe a criança ler do jeitinho dela, interpretando as figuras, tendo contato com as letras e descubra que esses símbolos que estão no papel representam algo. Assim, vão aumentando a possibilidade de criar hipóteses de escritas para depois serem alfabetizadas.

– Crie um momento de leitura em família. Ver que os pais e irmãos se divertem em meio a livros vai criar mais estímulos. Afinal, os pequenos também aprendem pelo exemplo.

– Respeite o momento da criança. Quando ela está começando a fase da alfabetização, ainda tem dificuldade de ler num ritmo rápido. Então, nada de críticas. Ao contrário, a estimule a seguir no próprio ritmo e valorize cada conquista.

– Apresente uma variedade de materiais para ler e que trazem informações interessantes, revistas, jornais, placas na rua, avisos. Assim ela embarca no mundo da leitura e percebe a importância das palavras escritas de uma forma diferenciadas. Isso gera engajamento e estimula positivamente a alfabetização.

Fonte: Graziela Lopes, pedagoga e diretora-geral da Escola Lumiar

Sugestão de livros:

A casa da árvores

Autora: Marije Tolman

Indicação: 3 a 7 anos

O Cabelo de Lelê

Autora: Valéria Belém

Indicação: 3 a 8 anos

Como vai o Planeta?

Autor: Quino

Indicação: 6 a 8 anos

Flicts

Autor: Ziraldo

Indicação: 8 a 10 anos

Contos africanos

Autor: Ernesto Rodriguês Abad

Indicação: acima de 10 anos

A menina que roubava livros

Autor: Markus Zusak

Indicação: acima de 13 anos

O outro pé da sereia

Autora: Mia Couto

Indicação: acima de 15 anos

Quarto de despejo

Autora: Maria Carolina de Jesus

Indicação: acima de 16 anos.

(Fonte: Rosangela Jacob, diretora-pedagógica da Escola Lumiar Vila Olímpia e Betini Comunicação)

Palco Carioca recebe Laso Cia. de Dança, de Carlos Laerte

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Foto: divulgação.

O Festival Dança em Trânsito está realizando o Palco Carioca e, desde fevereiro, vem contando com apresentações de relevantes companhias e grupos cariocas de dança, sempre aos sábados e domingos, às 20h, na Sala de Espetáculos Maria Thereza Tápias, situada no Espaço Tápias, na Barra da Tijuca. Nos dias 15 e 16 de abril, será a vez da Laso Cia. de Dança, de Carlos Laerte, mostrar “Dança que Atravessa Pele”.

Em “Dança que Atravessa Pele”, a Laso Cia. de Dança apresenta o espetáculo em que desenvolve uma narrativa sobre a busca da bailarina, interpretada por Isabel Mamede, por seu pertencimento e história em uma anatomia variante – aliada à perspectiva do coreógrafo Carlos Laerte, que propõe um jogo de cena colocando em evidência a força de uma geração que reproduz uma nova dança de maneira potente, neste novo lugar de poder.

“Nos corpos em diásporas, há uma urgência em resgatar uma identidade/liberdade que fomenta uma conversa livre conectada à natureza e sua ancestralidade”, diz Laerte.

Ficha Técnica

Fotografia: Daniel Calvet

Direção de movimento: Carlos Laerte

Bailarina: Isabel Mamede

Figurino: Wanderley Gomes

Cenografia: Renata Abreu

Fotografia: Daniel Calvet

Sobre Carlos Laerte | É diretor e coreógrafo, natural do Rio de janeiro. Bacharel em Cinema com especialização em documentário, concluiu sua formação artística em Nova York. Contemplado como diretor e roteirista no festival de cinema no Templo Glauber – RJ. Criou a Laso Cia de Dança Contemporânea, onde desenvolve um trabalho próprio de pesquisa corporal e dramatúrgica trazendo o cinema em suas pesquisas coreográficas ao criar uma intercessão entre os dois universos. Com mais de 14 obras em seu repertório, a cia vem recebendo premiações e críticas importantes no segmento de dança/teatro. Coreografou para algumas cias como a Curitiba Cia de Dança com estreia no Teatro Guaíra e Teatro Municipal do Rio de Janeiro -TMRJ. Leciona, coreografa e ministra oficinas por todo território nacional e internacional, como o Center Nacional de La Danse de Paris, Festival Move Berlim, Alemanha e Festival de dança de Joinville, onde também atua como jurado.

Palco Carioca em abril | O Palco Carioca segue até o fim do mês com a Esther Weitzman Cia. de dança (22 e 23/4) e encerra com Regina Miranda, Atores&Bailarinos (29 e 30/4).

Dança em Trânsito

Em 2023, o Dança em Trânsito circulará, durante o ano inteiro, por aproximadamente 33 cidades brasileiras e uma cidade estrangeira. Vai selecionar artistas e companhias brasileiras de norte a sul do Brasil para compor a programação das cidades, e receber artistas e companhias internacionais.

Há 20 anos, o projeto Dança em Trânsito reúne apresentações artísticas, formação, capacitação, reflexão e intercâmbio entre grupos de dança de diversas cidades do Brasil e do mundo. O festival, realizado em circuitos, possibilita trocas de experiências entre artistas nacionais e internacionais convidados, e incentiva o desenvolvimento das linguagens da dança.

Em Tempo: O projeto de aulas de manutenção para profissionais de dança, que acontecem todas as sextas-feiras no Espaço Tápias, das 13h às 14h30, de forma gratuita para participação de profissionais de dança e artes cênicas, também conta com artistas cariocas em parceria com o Dança em Trânsito.

Programação Palco Carioca – primeiro circuito do projeto Dança em Trânsito

ABRIL:

15 e 16/4 – Laso Cia. de Dança – Carlos Laerte com “Dança que Atravessa Pele”

22 e 23/4 – Esther Weitzman Companhia de Dança com “O que imagino sobre a morte”

29 e 30/4 – Regina Miranda e Atores Bailarinos com “Naitsu- Noites Com Murakami”.

Serviço:

Palco Carioca

Temporada: 11 de fevereiro a 30 de abril

15 e 16 de abril – “Dança que Atravessa Pele” com a Laso Cia. de Dança, de Carlos Laerte

Local: Espaço Tápias – Sala de espetáculos Maria Thereza Tápias

Dias: sábados e domingos – às 20h

80 lugares

Ingressos: Inteira $30,00 / Meia $15,00 – *pela plataforma Sympla

Endereço: Av. Armando Lombardi, 175 – 2º andar – Barra da Tijuca – Rio de Janeiro (RJ).

(Fonte: Claudia Tisato Assessoria de Imprensa)

SESC Belenzinho recebe Ivan Vilela no domingo (16/4)

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Shinji Nagabe/Paulo Liebert/Leonil Junior.

O SESC Belenzinho recebe em abril o violeiro Ivan Vilela. O show acontece no domingo, dia 16, no Teatro, com ingressos de R$12 (Credencial SESC) a R$40 (inteira).

O show de Ivan Vilela apresenta um panorama de sua obra para a viola caipira, trazendo composições de vários momentos de sua carreira misturadas a músicas inéditas. Estão presentes composições de seus álbuns de viola solo, “Paisagens” (1998) e “Dez Cordas” (2007), entre outras de sua vasta discografia. Nesta proposta, Ivan Vilela explora todo o potencial de sua técnica para a viola caipira, que inclui pinçar com os dedos da mão direita as suas dez cordas de modo independente e não apenas os pares de cordas – como é a técnica corriqueira do instrumento. Além das músicas, Ivan sempre situa a viola e a cultura caipira dentro do espetáculo, aproximando o público também da história do instrumento.

Ivan Vilela é um virtuose da viola de dez cordas (viola caipira) e transita com naturalidade entre os contextos erudito e popular, sendo tanto um exímio instrumentista e compositor de complexas obras, como um reconhecido pesquisador e professor da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo. Sua produção musical bebe de inúmeras fontes, indo de variados gêneros musicais das culturas populares – como o cururu – à música erudita, do Clube da Esquina aos Beatles, da canção popular à composição clássica.

Mel Moraes, natural de Socorro, interior de São Paulo, é integrante do projeto “Viola com Elas”, que, ao lado de outras violeiras, vem circulando pelo interior de São Paulo. Foi selecionada pelo Festival Viola da Terra em 2021, com sua composição “Primavera dos Pássaros”, participando da websérie do festival, e pelo Festival de Viola do Revelando São Paulo. Em 2022, novamente foi selecionada para participar do Festival Viola da Terra e no mesmo ano ganhou em 1° lugar no Concurso de Viola (categoria Contemporânea) e prêmio de Violeira Revelação (contemporânea) realizado pelo Revelando São Paulo.

Tainara Takua é uma jovem artista da Etnia Mbya Guarani, nascida e criada na aldeia Yyn Morõtin Wherá Mbiguaçu, de Santa Catarina, e atualmente moradora de Serra Grande, sul da Bahia. Desde criança, Tainara canta na sua aldeia tendo como referência os cantos étnicos que aprendeu com sua mãe Djatchuká, líder do coral guarani da aldeia, e com seus avós, seu Alcindo Wherá Tupã e dona Rosa Potydjá, líderes espirituais que hoje estão na aldeia Mymbá Roká – Sorocaba Biguaçu. Tainara é cantora, intérprete e compositora e tem se destacado como uma das principais representantes da nova geração de artistas indígenas brasileiros. Em seus trabalhos, ela busca unir a tradição da música guarani com elementos da música popular brasileira, criando um som único e autêntico.

IVAN VILELA

Dia 16 de abril de 2023 – domingo, 18h

Local: Teatro (374 lugares)

Valores: R$40 (inteira); R$20 (Meia entrada), R$12 (Credencial SESC)

Ingressos à venda no portal SESC e nas bilheterias das unidades SESC

Classificação: 12 anos

Duração: 90 minutos

SESC Belenzinho

Endereço: Rua Padre Adelino, 1000, Belenzinho – São Paulo (SP)

Telefone: (11) 2076-9700

Estacionamento

De terça a sábado, das 9h às 21h; domingos e feriados, das 9h às 18h

Valores: Credenciados plenos do SESC: R$5,50 a primeira hora e R$2,00 por hora adicional. Não credenciados no SESC: R$12,00 a primeira hora e R$3,00 por hora adicional.

Transporte Público: Metro Belém (550m) | Estação Tatuapé (1400m)

SESC Belenzinho nas redes: Facebook | Instagram | YouTube: SESCbelenzinho.

(Fonte: SESC SP)

Ribeirão Preto apresenta exposição “Andanças por Terras Estranhas” de Genivaldo Amorim

Ribeirão Preto, por Kleber Patricio

Foto: divulgação.

O Coletivo Ocupe.Arte anunciou a segunda exposição “Andanças por Terras Estranhas”, do artista Genivaldo Amorim. A mostra, que vai ocorrer entre os dias 14 de abril a 6 de maio, na cidade de Ribeirão Preto, faz parte da segunda edição do Projeto Trajetórias, que nasceu para ser uma enciclopédia das artes e artistas valinhenses.

A segunda edição do projeto registra, por meio de exposições e um livro, a obra do artista paranaense radicado em Valinhos Genivaldo Amorim. Com obras produzidas nos últimos 30 anos, desde as primeiras pinturas em 1993 até sua mais recente produção, incluindo instalações, pinturas e projetos feitos em colaboração com outros artistas, o projeto traça um panorama sobre essa trajetória.

A segunda exposição do projeto será realizada no Ateliê da Praça, espaço cultural da cidade de Ribeirão Preto, e será formada por cinco conjuntos de obras:

Duas séries de pinturas sobre lona, “Fatos” e “E com meus pés caminharás sobre essa terra dura”, que compreendem projetos com desdobramentos futuros; cinco obras da série “Carne Viva”, de 2003, feitas em polietileno e que serão expostas pela primeira vez; duas esculturas de cerâmica feitas em 2010; e cinco caixas de madeira pintadas e seladas da série “Da violência que traz luz ao juízo e destrói coisas belas”, feitas em 2020, durante a pandemia. A exposição terá a curadoria do cubano Andrés I. M. Hernández.

O segundo volume do livro bilíngue “Trajetórias”, que conta com 160 páginas, imagens e textos dos curadores Andrés I. M. Hernández, Heldilene Reale e Allan Yzumizawa, será vendido durante a exposição de Ribeirão e custará R$50. A venda também será feita pelo e-mail contato@ocupearte.com.br.

Este é um projeto realizado com o apoio do ProAC ICMS e patrocinado por Cartonificio Valinho, Brose e Supermercados Caetano. O ProAC ICMS é a modalidade do programa de fomento à cultura no estado de São Paulo que funciona por meio de patrocínios incentivados e renúncia fiscal.

Ateliê da Praça  

Exposição “Andanças por Terras Estranhas” em Ribeirão Preto

Abertura: 13/4, das 18h00 às 22h00

Visitação: de 14/4 a 6/5, de segunda à sexta das 9:00 às 12h00 e das 14h00 às 18h00

Endereço: Rua Garibaldi, 1780 – Ribeirão Preto (SP).

(Fonte: Onix-Press)

Brasil produz 170 mil toneladas de resíduos têxteis por ano e recicla apenas 20%

São Paulo, por Kleber Patricio

Na contramão do modelo fast fashion, a moda circular vem ganhando cada vez mais adeptos. Fotos: divulgação.

A indústria têxtil cresce a passos largos. A previsão para este ano é de que 6 bilhões de peças de roupas sejam vendidas no Brasil, segundo o Instituto IEMI – Inteligência de Mercado. Os números acompanham a velocidade da chamada fast fashion, em que as roupas são consumidas e descartadas com rapidez. Esse padrão de consumo, porém, tem um grande impacto ao meio ambiente. O Brasil produz por ano 170 mil toneladas de resíduos têxteis e apenas 20% desse material é reciclado, segundo o Sebrae. O restante, 136 mil toneladas de roupas, acaba em lixões e aterros sanitários.

No maior polo têxtil do Brasil, o Brás, em São Paulo, 16 caminhões de lixo têxtil são descartados diariamente, principalmente com sobras de produção. Ainda segundo uma pesquisa do Sebrae, no mundo, o número chega a 50 milhões de toneladas de roupas que são jogadas fora a cada ano, parte delas levadas para países da África, como Gana, e da América do Sul, como o Chile. A maioria não é biodegradável.

Pesquisas indicam que tecidos sintéticos levam de 100 a 300 anos para se decompor e o poliéster leva até 400 anos. As roupas de algodão demoram entre 10 e 20 anos para se decompor. Todo esse material pode ter um destino mais nobre que os aterros e os lixões. O relatório “A New Textiles Economy: Redesigning fashion’s future” da Fundação MacArthur estima que mais de US$500 bilhões são perdidos ao ano por falta de reciclagem do vestuário. De acordo com o estudo, o setor têxtil produz 1,2 bilhão de toneladas anuais de gases do efeito estufa – mais do que todos os voos internacionais e de transporte marítimo juntos. Ainda segundo o documento, quando lavadas, algumas peças de roupa libertam microfibras de plástico que somam meio milhão de toneladas todos os anos lançadas em cursos de água.

Na contramão do modelo fast fashion, a moda circular vem ganhando cada vez mais adeptos mundo afora, nas fábricas, passarelas, nas vitrines das lojas e no comportamento dos consumidores. A proposta, que já vem sendo adotada por designers, estilistas e algumas redes varejistas, é valorizar produtos com um ciclo de vida mais duradouro e sustentável, e reduzir os impactos negativos à sociedade e ambiente.

Professor Edson Grandisoli, coordenador do Movimento Circular.

“A democratização da moda e a criação do modelo fast fashion, na década de 1990, mudaram o comportamento das pessoas, que passaram a consumir roupas com maior velocidade. Hoje vivemos uma nova realidade, de rever hábitos e repensar o consumo para que possamos conter as mudanças do clima e dar mais fôlego ao nosso planeta. A economia circular é um dos principais caminhos para atingirmos esses objetivos”, afirma Edson Grandisoli, coordenador pedagógico do Movimento Circular, mestre em Ecologia, doutor em Educação e Sustentabilidade pela Universidade de São Paulo (USP) e Pós-Doutor pelo Programa Cidades Globais (IEA-USP) do Movimento Circular.

Na economia circular o lixo não existe. Os resíduos se transformam em matéria-prima para as empresas praticarem o upcycling, processo que reaproveita os materiais sem perda de valor ou qualidade. “A circularidade se inspira na natureza e seus ciclos. Nela, nada se perde, tudo se transforma”, explica Edson.

A economia circular é uma alternativa à economia linear, baseada em extrair, produzir, usar e descartar, modelo que já se mostrou insustentável. Na circularidade, os materiais são mais duráveis e reaproveitados, até que nada vire lixo. “Para que esse modelo se torne realidade, todos nós temos um papel a desempenhar. É um círculo colaborativo, que alimenta a si mesmo, e ajuda a regenerar o planeta e nossas relações”, comenta o professor Edson. Várias empresas já abraçaram o desafio de tornar a indústria da moda mais saudável para o meio ambiente.

Roupa Descolada, parceiro do Movimento Circular

Projeto de um adolescente que cresceu rapidamente e perdeu muitas roupas, a ONG Roupa Descolada nasceu em São José dos Campos. Com o apoio da mãe, Alinye Amorim, e engajamento da comunidade, a iniciativa de Pedro já conta com três unidades. “Em um ano, Pedro cresceu 20 centímetros e perdeu todas as roupas e calçados. Ele imaginou como seria se pudesse trocar essas peças com outras pessoas”, conta Alinye.

Com ajuda dos professores e da Pastoral da Educação da cidade, a primeira sede da Roupa Descolada ganhou espaço na Escola Franciscana em agosto de 2020. A proposta conquistou adeptos, cresceu e, no final do ano passado, outras duas unidades foram abertas, na escola de Pedro e na paróquia da cidade. Nas escolas, o projeto conta ainda com palestras para os alunos repensarem hábitos de consumo e o respeito ao meio ambiente.

As peças encalhadas são customizadas. “A camiseta não precisa virar lixo. Ela pode virar matéria-prima para uma ecobag, que vai durar mais um tempão, e depois ainda pode virar um pano de chão”, explica Alinye. A Roupa Descolada contabiliza 4 mil peças trocadas, entre roupas e calçados, envolvendo mais de 700 pessoas, o que equivale a 14 mil quilos de gases do efeito estufa que deixaram de ser lançados ao meio ambiente e economia de 20 milhões de litros de água. A ONG busca apoiadores para levar o projeto para mais escolas.

Sobre o Movimento Circular

Criado em 2020, o Movimento Circular é um ecossistema colaborativo que se empenha em incentivar a transição da economia linear para a circular. A ideia de que todo recurso pode ser reaproveitado e transformado é o mote da Economia Circular, conceito-base do movimento. O Movimento Circular é uma iniciativa aberta que promove espaços colaborativos com o objetivo de informar as pessoas e instituições de que um futuro sem lixo é possível a partir da educação e cultura, da adoção de novos comportamentos, da inclusão e do desenvolvimento de novos processos, produtos e atitudes.

Site: https://movimentocircular.io/

Instagram: @_movimentocircular

Saiba mais: Circular Academy.

(Fonte: Betini Comunicação)