Cientistas rebatem argumentos sobre custos de publicação e dificuldades de infraestrutura; entre pontos para tornar a ciência mais aberta estão mudanças na política de avaliação e estímulo ao compartilhamento de dados
Brasil
Áreas de mangue no Sudeste e Sul estão mais vulneráveis às consequências das mudanças climáticas em comparação a manguezais de outras regiões do Brasil. É o que indica estudo publicado na última quarta (29) em capítulo de livro da editora científica “Springer Nature” por pesquisadores do Instituto Tecnológico Vale (ITV), da Universidade Federal do Pará (UFPA), da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da Universidade de São Paulo (USP). Segundo o trabalho, as características geomorfológicas dos ecossistemas de mangue do Brasil influenciam na sua capacidade de adaptação ao aumento do nível do mar.
“A ideia do trabalho era entender como os mangues se comportam frente a essa tendência e quais serão as diferentes reações em cada setor da costa brasileira, que são bem distintos um dos outros”, comenta Pedro Walfir Souza Filho, geólogo, professor da UFPA e do ITV e autor principal do trabalho. Para tal, a pesquisa usou características geológicas, geomorfológicas, oceanográficas e climáticas e identificou quatro grandes setores costeiros em que vegetação de mangue ocorre no Brasil: Norte, Nordeste, Leste e Sudeste. O trabalho constatou que o nível de vulnerabilidade à subida do mar é maior nos ecossistemas do setor Sudeste.
“O principal fator que controla essa vulnerabilidade é a morfologia costeira”, explica Souza Filho. Na região Norte, cujas áreas de costa são formadas por extensas planícies, os manguezais podem se expandir e colonizar novos habitats rio acima, em direção ao continente a partir do aumento do nível do mar e, consequentemente, da salinidade do solo. Já no Sudeste, cujo litoral tem proximidade com regiões de até mil metros de altitude, com destaque para as Serras do Mar e da Mantiqueira, há menos perspectiva para expansão do ecossistema. O pesquisador menciona rodovias, estradas e barragens construídas por ação humana como outros fatores capazes de ameaçar a sobrevivência dos mangues à medida que o nível do mar sobe.
Além da geomorfologia costeira, Souza Filho também destaca a variação da maré como outro fator que influencia na capacidade de adaptação dos mangues. “A maré na região Norte chega a variar até seis metros, o que gera extensas planícies alagáveis propícias para o desenvolvimento de mangues, cujas franjas litorâneas chegam a ter 30 quilômetros de largura”, relata o pesquisador. Em comparação, as marés na região Sudeste variam alguns centímetros apenas, o que também limita a capacidade de ocupação de habitat, e qualquer variação no nível do mar coloca em risco a sobrevivência futura dos manguezais.
Segundo o pesquisador, já é possível notar como os manguezais estão respondendo às mudanças climáticas e como isso está afetando as pessoas que dependem do ecossistema para o sustento. Por exemplo, consequências do aumento do nível do mar ou de ações humanas, como assoreamento de rios, salinização de estuários ou soterramento de manguezais afetam a disponibilidade de várias espécies que servem de sustento às comunidades próximas. “Do mangue, os locais tiram o caranguejo e a ostra, por exemplo”, diz Souza Filho.
A pesquisa, no entanto, alerta que a variabilidade biogeográfica dos manguezais e condições ambientais ao longo da costa brasileira fazem com que prever com exatidão o efeito da elevação do nível do mar nos mangues ainda seja um desafio. “Se depender apenas do nível do mar, estamos falando de alterações progressivas, que não são um alarme para a próxima década, mas sim de uma escala de tempo histórica de dezenas de anos à geológica de centenas a milhares de anos para frente”, afirma o autor. Por isso, o trabalho indica que mais pesquisas são necessárias para distinguir fatores multidimensionais que podem afetar os manguezais.
(Fonte: Agência Bori)
Na manhã da última quinta-feira (30), a Prefeitura de Indaiatuba oficializou, por meio do Fundo Social de Solidariedade (Funssol), a entrega de ovos de páscoa e caixas de chocolate para 34 projetos sociais municipais. Ao todo, 3.200 ovos foram repassados e, por meio de arrecadação da campanha Páscoa Solidária, 1.430 caixas de bombom.
Os projetos assistidos com esta ação foram APAE, Bolha de Sabão, CAPS Infantil, Casa da Fraternidade, Casa da Previdência, Cecal, Ciaspe, Cirva, Vicentinos, Educandário Deus e a Natureza, Espaço Avançar, Gente Eficiente, IAPC, ABID, Lar de Velhos Emanuel, Manaem, Paasi, Residência Inclusiva, Sisni, Volacc, Projeto Vida Feliz, Amor Solidário, Casa da Esperança, Gruvec, Mãos Ajudadoras, Pastoral São Francisco de Assis, Restaurar, Rever a Cidadania, Sóbrasil, Turma do Tuty, Um ato de Amor, Soldadinhos de Cristo, Lar São Francisco, Recuperando Vidas com Amor e Reciclagem.
“Este ano encerramos a campanha com muita gratidão. Conseguimos atender quatro entidades a mais que no ano passado. Superamos nossas expectativas e, muito mais que isso, conseguimos levar a essência da Páscoa que é a fé para as pessoas que estavam esperando por um chocolate. Gostaria de agradecer toda a colaboração das empresas e da população para que tornasse possível esse montante que estamos repassando hoje para as entidades distribuírem as pessoas que estão em vulnerabilidade social”, relata a presidente do Fundo Social de Solidariedade, Maria das Graças Araújo Mássimo.
(Fonte: Secretaria de Relações Institucionais e Comunicação)
Atentos ao comportamento dos clientes, restaurantes da região de Campinas estão incrementando seus cardápios com pratos à base de vegetais para atender os consumidores que se declaram vegetarianos e veganos. Nos próximos anos, esse setor, também conhecido como “plant-based”, deverá movimentar US$162 bilhões no mundo. No Brasil, cerca de 30 milhões de pessoas se declaram vegetarianas e veganas, segundo a última pesquisa Ibope, um crescimento de 75% em oito anos.
Na América Latina, o Brasil é o país com maior número de consumidores adeptos das comidas vegetarianas, com cerca de 20% da população. Para 36% das pessoas, a opção por este tipo de alimentação decorre por motivos relacionados à saúde e por uma busca por hábitos mais saudáveis, com o objetivo de controlar o colesterol alto, melhorar a digestão e sobrepeso, além de melhorar a vida.
O Bellini Ristorante, em Campinas, criou dois pratos, disponíveis no cardápio executivo, para atender este segmento de consumidores. Rodrigo Porto, diretor de Alimentos & Bebidas da Rede Vitória Hotéis, do qual o restaurante faz parte, conta que a inclusão de comidas veganas é hoje uma questão de necessidade para atender a demanda do mercado.
“Hoje, os clientes encontram como opções uma Moqueca de Banana da Terra, com arroz integral e farofinha de mandioca, se glúten, e o Escondidinho de Cogumelos”, conta. “Mas estamos sempre atentos a demanda do nosso público para ampliar nosso cardápio para este segmento, de acordo com o aumento da demanda”, explica Porto.
Ele conta que o Kindai, de comida japonesa, também está criando um combinado vegetariano para atender a demanda dos clientes. Outra operação do Grupo, o Casa Bellini, voltado para eventos, já conta com opções veganas e vegetarianas, desde coffee breaks até festas de casamento.
Quem também oferece pratos veganos e vegetarianos em seu cardápio de almoço e jantar é o Banana Café Campinas. “Temos uma grande variedade de opções, sendo 11 vegetarianos e dois veganos”, conta Camila Coratti, gerente da casa. Entre as opções vegetarianas, ela destaca o prato “Quem dera ser um peixe”, porção de peixinho da horta (planta alimentícia não convencional) crocante com molho tártaro e batatas fritas e o Strogonoff de banana da terra com cogumelos, arroz e chips (prato com derivados de origem animal).
Para os veganos, são duas opções: o Yes, Nós temos Bananas (Curry feito de casca de banana, pimentões e especiarias). Acompanha arroz de coco e molho de laranja e a Moqueca (feita com banana da terra, trio de cogumelos, arroz e farofa da casa, um prato totalmente livre de derivados de origem animal).
Com uma pegada mais esportiva, as unidades da Padoca do Vila em Joaquim Egídio e na Lagoa do Taquaral também contam com opções voltadas para os veganos e vegetarianos. Uma delas e a sobremesa Raw Cake de mirtilo, que tem como base tâmaras e granola da Padoca, creme de leite de amêndoas, creme de mirtilo, mirtilos frescos e manjericão. “Estamos sempre criando opções para esse público, pois a demanda é alta”, conta o chef Ricardo Barreira, responsável por desenvolver as receitas.
Em Indaiatuba, o Le Triskell Bistrô oferece Torradas com queijo de cabra gratinado nos petiscos, Trouxinha de shiitake com pupunha sobre chutney de berinjela nas entradas, e as saladas du Jardinier (salada verde com flores, vagem, abobrinha e gomos de laranja), salada de Roquefort com nozes e croutons e salada verde com queijo de cabra gratinado. Nos pratos principais, as opções são o Tagliatelle ao molho branco com funghi porcini, os Raviólis de queijo Camembert com macadâmia ao molho de laranja com mel, Raviólis de mascarpone, espinafre e fungui porcini no molho branco com funghi porcini ao perfume de trufas brancas, Risoto de funghi porcini, Hambúrguer de berinjela, couscous marroquino e tagine de legumes com frutas secas e Gateau de quinoa, shiitake salteado, queijo de cabra fresco e, na sobremesa, Picadinho de abacaxi com raspas de limão.
De olho neste mercado em crescimento, a Rede Lanchão Brasil fechou recentemente parceria para distribuir a marca Seo Brócolis, que é produzida pela Origem Vegana, de Valinhos (SP). Além da inclusão da linha no cardápio da rede, com mais de 100 unidades espalhas pelo Brasil, as embalagens congeladas também serão distribuídas em pontos de vendas e supermercados. A linha é composta de hambúrgueres de Quinoa, Grão de Bico, Lentilha Vermelha, Soja Defumada e Brócolis, além de coxinhas e quibes a base de proteínas vegetais. A escolha pela linha vegana, explica Roger Antônio Domingues, diretor Comercial e fundador da Rede, vai ao encontro da tendência de consumo no Brasil e no mundo.
(Fonte: Comunicação Estratégica Campinas)
A 12ª Semana Municipal de Incentivo e Orientação ao Estudo e à Leitura de São Paulo deste ano acontece de 10 a 14 de abril, com abertura no Theatro Municipal, no dia 10, às 13h. O tema central é “Igualdade e respeito às diferenças”. O evento gratuito, que já é tradicional na cidade paulistana, terá atrações nos formatos presencial e online. A pré-abertura, o “Esquenta!”, será no dia 8 de abril, em Pirituba, na região Noroeste, no Parque Gran Reserva, das 14h às 18h, com apresentações musicais, contação de histórias, teatro, poemas musicais, palhaço Zig Zag, pintura de rosto, pipoca e algodão doce.
As atividades incluem ações de entidades, organizações sociais, empresas e qualquer instituição interessada em realizar programações independentes integrando o projeto. A Semana tem a proposta de despertar, desenvolver e estimular a prática do estudo e da leitura em crianças, jovens e adultos. E vão acontecer em escolas, bibliotecas, parques, unidades do SESC, Unibes, Museu da Língua Portuguesa, Centro Cultural São Paulo, aldeia indígena, orfanato e asilo, entre outros locais, de 10 a 14 de abril. A programação terá contação de histórias, visitas monitoradas, apresentação de filmes, saraus, distribuição de livros. Também haverá a programação online, como lives com escritores, musicais, filmes, contação de histórias e muito mais.
Entre as atrações já estão confirmadas a participação de A Turma da Mônica e uma breve saudação do Maurício de Sousa em vídeo, apresentação de balé e musical de escolas municipais, do Coral Banda de Garagem (professores da rede pública de Campo Limpo), Quarteto de Cordas do Instituto Bacarelli, Coral de Indígenas, palestra musical “Africanidade” e apresentação do Grupo Crianceiras.
Na abertura do evento, no Theatro Municipal, o público esperado é de 1,4 mil pessoas, 1,2 mil alunos da rede pública de ensino, além de professores e bibliotecários. Foram convidados para a abertura o prefeito Ricardo Nunes, os secretários municipais Fernando Padula (Educação), Aline Torres (Cultura) e Silvia Grecco (Pessoa com Deficiência).
A Semana, que é lei municipal, foi criada a partir da Lei nº 14.999/09, de autoria do vereador Professor Eliseu Gabriel (PSB). O evento faz parte do Calendário Oficial de Eventos da Cidade de São Paulo, realizado pelo gabinete do vereador em parceria com as secretarias municipais de Educação, de Cultura e da Pessoa com Deficiência.
“A ideia é justamente difundir a lei da Semana de Leitura para que ela possa ser replicada cada vez mais. O maior mérito desse projeto é que ele é inclusivo e oferece aos moradores oportunidades e experiências de estudo, de cultura e de leitura, muitas vezes subtraídos em razão das dificuldades econômicas e sociais”, afirma o vereador. Ele lembra que, segundo o Instituto Pró-Livro, o brasileiro lê, em média, 2,4 livros por ano, enquanto pesquisas internacionais apontam que os franceses leem 21 livros por ano e os canadenses leem 12.
PROGRAMAÇÃO
12° Semana Municipal de Incentivo e Orientação ao Estudo e à Leitura
Lei nº 14.999/09 de autoria do vereador Professor Eliseu Gabriel (PSB)
De 10 a 14 de abril de 2023
Esquenta!
8 de abril – das 14h às 18h
Parque Gran Reserva – Avenida Aparecida do Rio Negro, s/nº
Abertura
10 de abril – 13h
Theatro Municipal de São Paulo (encerramento previsto para 17h) – Somente para alunos e professores da rede pública e convidados
Encerramento
14 de abril – 13h
Salão Nobre da Câmara Municipal de São Paulo
A programação completa da Semana está no link https://estudoeleitura.com.br/agenda-sel/
Confira e acompanhe:
www.instagram.com/estudo_leitura
www.facebook.com/estudoeleitura
www.youtube.com/estudoeleitura.
(Fonte: Betini Comunicação)
A Pinacoteca de São Paulo inaugura a exposição “Pagã”, da artista Regina Parra, no 2º andar da Pinacoteca Estação. Em diálogo com diferentes campos criativos, a artista transforma o museu em espaço cênico para contar a história de uma mulher que abdica de uma vida socialmente confortável e inicia um ritual de descoberta e transformação de si e do seu corpo. Com curadoria de Ana Maria Maia, a mostra será aberta para o público no dia 1º de abril com apresentações performáticas.
Regina Parra (São Paulo, 1984) tem uma produção em pintura, audiovisual, instalações e performances. Nos últimos anos, sua pesquisa se deteve sobre questões ligadas às representações de mulheres como corpos dissidentes em sociedades patriarcais e falocêntricas. Em ‘Pagã’, projeto experimental desenvolvido para a Pinacoteca, a artista fala sobre o corpo feminino, seu prazer, liberdade e insubordinação. Em uma espécie de peça teatral dividida em nove cenas, Parra convida o público a percorrer uma travessia de referências em pinturas, performance, escultura, vídeos e neons para acompanhar a saga de Pagã.
“Esse trabalho confirma e potencializa o que Regina vem construindo nos últimos anos – uma pesquisa de cunho experimental que demarca uma reaproximação da artista com o teatro, sua formação de origem. Para refletir sobre o lugar da mulher em sociedades patriarcais, Regina constrói uma dramaturgia em que, como nas criações cênicas, diferentes experiências e saberes se cruzam e alcançam uma dimensão coletiva. Essa dimensão coletiva perpassa desde a produção até a recepção das obras”, conta Ana Maria Maia.
Pagã
Uma personagem que é o arquétipo de uma mulher, ou um espelho, de identidade individual, mas às vezes coletiva, ‘Pagã’ atende ao chamado e inicia um ritual de descoberta. Na primeira cena da mostra, sua história se cruza a da jovem retratada nos afrescos da Vila dos Mistérios, na cidade italiana de Pompéia, no século 2 a.C. No culto greco-romano, essa personagem ultrapassa o portal dos sátiros e entrega seu corpo a Dionísio, sendo então submetida a um ritual em que desce ao nível animal, deseducando-se do repertório adquirido. Assim como no mito, a mulher se entrega ao ritual, rompendo com o que lhe foi imposto, em uma experiência representada pelo quadro ‘Pagã’ (2023).
O percurso da Pagã se entrelaça então com outras sagas e tempos, em uma tentativa que para a artista perpassa o desejo de encontrar o tempo mítico no cotidiano. Na mostra, a jovem de Pompéia se confunde com G.H., personagem de Clarice Lispector do romance “A paixão segundo G.H.” (1964), que acessa um fluxo de consciência revelador sobre sua condição de gênero e classe social após se deparar com uma barata em seu apartamento. O estado agudo de crise da personagem dessa obra paradigmática da literatura brasileira do século XX reverbera em oralidades, danças e lamentos, igualmente afeitas a propagar emoções sem fazê-las caberem em palavras. Assim, algumas interpretações da mitologia grega também compõem a personagem, como Electra, Minotaura e a Cabra, citadas em performances e instalações audiovisuais.
Transitando por diferentes linguagens e referências em cada ato, a artista revela o desejo de que as mulheres se reconheçam no arquétipo de Pagã, que em nove cenas ocupa todo o espaço expositivo do 2º andar da Pinacoteca, em uma experiência de reconhecimento do seu corpo e de si. Os trabalhos de Parra se transformam em um vocabulário poético e político, em uma jornada que termina na reapropriação do próprio gozo, com a pintura O gosto do vivo (2023).
Serviço:
Regina Parra: Pagã – 1/4 a 13/8/2023
Pinacoteca Estação
Funcionamento: de quarta a segunda, das 10h às 18h – Gratuito
Performances: 1º de abril, às 12h e às 15h. Segunda data a ser definida.
Catálogo disponível em lojas físicas e no site.
(Fonte: Pinacoteca de São Paulo)