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Brasil
A Galeria Base, de Daniel Maranhão, abre sua agenda de 2023 com a mostra “Chico da Silva: A Boca do Mundo”, em comemoração ao centenário do artista, com cerca de 20 pinturas a guache sobre papel, da década de 1960, período considerado como um dos mais representativos em sua trajetória. Pássaros, dragões, peixes, criaturas nada passivas, mas de colorido vibrante, com posturas proativas, são grande parte da criação espontânea do universo de Chico da Silva desde seus primeiros traços em tijolo ou carvão nas paredes das casas da Praia do Pirambu, Fortaleza, para onde a família se mudou quando o artista ainda era muito jovem.
Nas palavras do pesquisador Bitu Cassundé, que assina o texto crítico da exposição, “Chico constrói através da sua visualidade uma importante caligrafia, que abarca uma natureza e uma animalidade fabular inserida numa cosmologia na qual a figura humana pouco aparece e seres de diferentes espécies, reais ou não, habitam um território de disputas e conflitos”.
O título da exposição faz alusão às figuras pintadas pelo artista, geralmente com bocas abertas, em posição de ataque ou defesa. Ainda segundo Cassundé, “As relações que se estabelecem indicam a defesa do território, as brigas pelo alimento, a proteção e o acolhimento das crias, assim como a boca que rege e orquestra diferentes coreografias e performatividades”.
A Galeria Base tem como um dos pilares de sua pesquisa a (re)descoberta de importantes artistas que, por motivos diversos, caem no esquecimento. “No sentir de Cassundé, ‘a história da arte brasileira é constituída por inúmeras lacunas e invisibilidades que compõem violentas narrativas de apagamentos’ e Chico é um bom exemplo”, explica Daniel Maranhão. A exposição ressalta a importância deste artista indígena, cujas obras das décadas de 1950 e 1960 percorreram o mundo, tendo como ápice sua participação na Bienal de Veneza (ITA), oportunidade na qual foi criado um prêmio inédito para condecorá-lo. Como consequência dessas ações, “…nota-se atualmente um forte movimento de reposicionamento da obra de Chico da Silva, não só no Brasil como no exterior”, diz Maranhão. No início deste ano, a Tate Gallery (Londres, ING) adquiriu um painel do artista para seu acervo e a Pinacoteca de São Paulo (SP), alinhada a esse movimento, exibe uma mostra individual do artista, onde a Galeria Base colabora com a cessão de obras.
O momento de exibir “Chico da Silva: A Boca do Mundo” é mais que oportuno, pois se trata de um “instigante conjunto que evidencia o signo da boca na obra de Chico da Silva; a boca como estratégia de sobrevivência e de vida”, conclui Cassundé.
“A minha pintura é a minha própria linguagem. Sobre o sentido da alegria que sinto, ela é grande e, sobre a beleza que vejo no matizado das cores, ela é rica. O que sai do meu coração é rico e bonito; eu é que sou feio e pobre” – Chico da Silva.
Exposição “Chico da Silva: A Boca do Mundo “
Artista: Chico da Silva
Texto Crítico: Bitu Cassundé
Coordenação Artística: Daniel Maranhão
Montagem: Harpia Design e Produções
Abertura: 18 de março – sábado- das 12 às 15h
Período: de 21 de março a 15 de abril de 2023
Horário: de terça a sexta-feira, das 11hs às 19h; sábado, das 11h às 15h.
Local: Galeria BASE – Al. Franca 1030, Jardim Paulista | São Paulo, SP
Telefone: (11) 3062-6230 | WhatsApp (11) 98327-9775.
(Fonte: Balady Comunicação)
Anualmente, a Semana Mazzaropi celebra o nascimento do ator, humorista e cineasta Amácio Mazzaropi, em homenagem ao seu legado. Agora, em 2023, quando ele completaria 111 anos, o evento chega à 28ª edição e está programado para o período de 2 a 9 de abril com uma série de atrações culturais gratuitas no Museu Mazzaropi, em Taubaté (SP).
O auge das festividades será no sábado 8/4 e no domingo 9/4. A programação promete agradar toda a família com peças de teatro, shows musicais, recreadores para todas as idades, oficina de argila com Décio e apresentações de dança da Monica Bona Academia de Dança com temática Mazzaropi. Os visitantes também poderão assistir a trechos divertidos das obras de Mazzaropi e a palestras com um especialista da Cachaça Mazzaropi. Além disso, haverá contação de histórias para crianças.
No sábado (8/4), será possível assistir ainda a um show ao vivo da dupla de viola caipira Rafael & Dinelson, que se apresentará no auditório, às 18h.
Já no domingo (9/4), dia que marca o nascimento do artista, a agenda inclui shows do Trio Sambaú (que apresentará músicas de Mazzaropi) e da Orquestra de Violões e Viola de Taubaté, comandada pelo Mestre Lica. Às 19h30, as pessoas se reunirão para cantar parabéns a Amácio Mazzaropi, com direito a um grande bolo de aniversário.
Em ambos os dias, quem passar pelo local poderá ver as mostras do museu, contemplar a exposição de artesanato das figureiras, participar de atividades temáticas com o personagem Jeca Tatu e curtir a praça de alimentação, que terá opções como pastel, caldo de cana, bolinho caipira e da cerveja artesanal Jeca Bier.
A expectativa é de que a Semana Mazzaropi 2023 ultrapasse o número de participantes do ano anterior, que reuniu mais de mil pessoas. O evento conta com a parceria da Secretaria de Cultura de Taubaté, do hotel Ibis Styles Taubaté, da Cachaça Mazzaropi e da Monica Bona Academia de Dança.
A Associação de Bares e Restaurantes de Taubaté (Abrat) também apoia a iniciativa. Assim como em 2022, vários estabelecimentos gastronômicos da cidade irão servir pratos temáticos inspirados no universo Mazzaropi.
(Fonte: AD Comunicação)
O espetáculo de dança solo “Olhos nas costas e um riso irônico no canto da boca” é uma síntese criativa de alguns assuntos-chave abordados na tese de doutorado em artes da cena, defendida por Luciane Ramos-Silva na Unicamp. Trata-se de abordar o corpo como espaço da diferença e de enunciação, de interrogar as ideias pré-concebidas, os estigmas e as ficções construídas sobre os corpos que são entendidos como “outros”.
O filósofo congolês Valentin-Yves Mudimbe cria os termos ‘a ordem do outro’ e ‘a ordem do mesmo’, em que o pensamento hegemônico define quem são, como são, o que fazem e como se comportam os chamados ‘outros’. Falar de outro não é apenas discutir ‘alteridade’, mas refletir sobre como padrões de estereótipos e perfis identitários são ‘criados’ como realidades ontológicas, ou seja, para todo o sempre. Não existe identidade fixa. As identidades estão constantemente em fluxo.
Na concepção do espetáculo, apresenta-se o gesto dançado a ideia da ancestralidade e memória como recriação do vivido. E o nome também faz alusão à necessidade do jogo para a reexistência, com sutileza e sagacidade, dos ensinamentos profundos da presença negra na diáspora.
Luciane, que é também antropóloga, diz que a antropologia agrega à dança especialmente na reflexão sobre corpo e cultura: “como nossa experiência como ‘corpos que sabem’ é atravessada pelas culturas que nos cercam? E como essas experiências são cheias de cortes e contradições, sobretudo porque o Brasil como sociedade não se olha no espelho e não analisa com profundidade as culturas que o fomentam e as hierarquias que impõem barreiras para nos reconhecermos. O corpo-pensamento brasileiro ainda é colonizado. Então como criamos coreografias sociais para reexistir?” . A dramaturgia da obra é entrecortada por palavras, sons, música e texto, com a proposta de trazer uma espécie de memória histórica por meio da discussão no corpo.
O corpo anuncia formas de existência que acolhem a contradição, os dilemas e as ambiguidades da vida social. Quando verte dança, torna-se experiência contestadora interrogadora. A coreografia, os movimentos, a dramaturgia conectam o público, transformando seu estado. A dança não está apenas produzindo imagens e representações, mas convocando o espectador.
Ficha técnica
Concepção, coreografia e interpretação: Luciane Ramos-Silva
Trilha sonora: Noisestudio
Figurino: Julia Martins
Luz: Dedé Ferreira
Produção: Corpo Rastreado
Agradecimentos: Siba, Metá Metá , Son of Baldwin, Vinicios Chagas, Alysson Bruno.
Olhos nas costas e um sorriso irônico no canto da boca
De 17 a 19 de março de 2023. Sexta e sábado, 21h30. Domingo, 18h30.
Local: Sala de Espetáculos II
Valores: R$30 (inteira); R$15 (Meia entrada), R$9 (Credencial SESC)
Ingressos à venda no portal Sesc e nas bilheterias das unidades SESC
Classificação: Livre
Duração: 40 minutos
SESC Belenzinho
Endereço: Rua Padre Adelino, 1000 – Belenzinho – São Paulo (SP)
Telefone: (11) 2076-9700
Estacionamento
De terça a sábado, das 9h às 21h. Domingos e feriados, das 9h às 18h.
Valores: Credenciados plenos do SESC: R$5,50 a primeira hora e R$2,00 por hora adicional. Não credenciados no SESC: R$12,00 a primeira hora e R$3,00 por hora adicional.
Transporte Público: Metro Belém (550m) | Estação Tatuapé (1400m).
(Fonte: Assessoria de Imprensa SESC Belenzinho)
O show Dentro de Casa é uma síntese da obra do jovem compositor Breno Ruiz. Introspectivo, intimista e denso, junta à força do seu canto brasileiro e seu piano de autor as canções produzidas com seus diversos parceiros ao longo dos últimos vinte anos. A apresentação acontece no dia 15 de março, quarta-feira, no Auditório (3º andar) do SESC Pinheiros.
Desde o lançamento do álbum “Cantilenas Brasileiras”, em 2017, Breno Ruiz vem traçando um caminho como compositor brasileiro. Tornou-se conhecido por sua parceria com Paulo César Pinheiro, por suas canções ligadas aos fundamentos ancestrais da música popular urbana e também por integrar o repertório de intérpretes exponenciais.
Outros parceiros, além de Paulo César Pinheiro, também têm encontrado em suas melodias um veículo para suas poesias – Sérgio Natureza, Cristina Saraiva, Socorro Lira, Celso Viáfora e mais recentemente Roberto Didio são alguns do letristas que têm emprestado suas palavras às canções do compositor.
Repertório:
Dentro de Casa (c/Paulo César Pinheiro)
Um Sonho Emprestado (c/Celso Viafora)
Acalanto pra Quem Tem Filha (c/Paulo César Pinheiro)
As Cigarras (c/Socorro Lira)
Estrangeiro (c/Cristina Saraiva)
Amazônia (c/ Cristina Saraiva)
Marajoara (c/Paulo César Pinheiro)
Lembranças (c/Cristina Saraiva)
Liturgia (c/Paulo César Pinheiro)
Sinais (Rita Alterio)
Diana (c/Roberto Didio)
Desacalanta (c/ Roberto Didio)
Paus de Arara (c/ Roberto Didio)
Milagres
Calundú
Viola de Bem Querer.
Serviço
Breno Ruiz
Dia 15 de março de 2023. Quarta, às 20h.
Duração: 90 minutos
Local: Auditório (3º andar) | 12 anos
Ingressos: R$30 (inteira); R$15 (meia) e R$10 (credencial plena). Venda no Portal SESC, a partir das 12h. Venda nas bilheterias, a partir das 17h.
(Fonte: SESC SP)
A Casa Nordestesse inaugurou no último sábado, 11 de março, uma exposição de fotos do soteropolitano Kiko Silva retratando paisagens e o cotidiano das populações que vivem em torno da Baía de Todos os Santos, a segunda maior baía do mundo. A exposição é parte das comemorações pelo lançamento do livro “Baía de Todos os Santos – 521 anos”. São 200 páginas que retratam lugares, pessoas e rotinas peculiares da região.
“Visitei cada canto dessa Baía, com suas 56 ilhas, vivendo a rotina desses lugares, conhecendo pessoas e admirando as mais lindas paisagens. Vi famílias em frente a suas casas limpando mariscos, crianças brincando em barcos, rodas de pescadores contando suas histórias e senhoras debruçadas nas janelas conversando com vizinhos”, conta Kiko Silva.
Na ocasião, Kiko também autografou seu primeiro livro, “Litoral da Bahia – Mucuri a Mangue Seco”, fruto de uma série de viagens pelos mais de mil quilômetros da costa baiana. São cerca de 100 fotos de cenários como Canavieiras, Corumbau e Moreré, na ilha de Boipeba. As duas publicações são registros visuais que contam a história de um povo, de um Estado e de um país rico e diverso.
A exposição faz parte do calendário de eventos ligados à arte e design que acontecerão na Casa Nordestesse em São Paulo durante todo o mês de março, em paralelo à Design Week 2023 e à SP-Arte.
Serviço:
Exposição e lançamento dos livros “Baía de Todos os Santos – 521 anos” e “Litoral da Bahia – Mucuri a Mangue Seco”, de Kiko Silva – (R$380,00 cada)
Casa Nordestesse: Alameda Lorena, 1.601, Jardins (mezanino) – São Paulo (SP).
Sobre a Nordestesse:
É uma plataforma colaborativa que tem como missão fomentar o talento de criativos dos nove estados do Nordeste, que se destacam pelo resgate de tradições e matérias-primas da região e pelo impacto social e ambiental que geram em suas comunidades.
A plataforma possui quatro pilares: moda, design, artes visuais e gastronomia, sempre com produtos e serviços que preservam saberes ancestrais, sem jamais cair no caricato. Peças de designers e estilistas podem ser encontradas na Casa Nordestesse, sua primeira loja física, que fica na Alameda Lorena, 1.601, nos Jardins, em São Paulo.
(Fonte: Index Conectada)