Cientistas rebatem argumentos sobre custos de publicação e dificuldades de infraestrutura; entre pontos para tornar a ciência mais aberta estão mudanças na política de avaliação e estímulo ao compartilhamento de dados
Brasil
A FIEC (Fundação Indaiatubana de Educação e Cultura) será unificada no prédio da unidade I, localizado no Jardim Regina. A nova FIEC também passará por uma obra de ampliação. O prédio da unidade II, localizado no bairro Cidade Nova, será incorporado à Rede Municipal de Ensino e abrigará uma EMEB (Escola Municipal de Ensino Básico) de período integral, com capacidade para 512 alunos. O prefeito Nilson Gaspar, o secretário de Educação, Heleno da Silva Luiz Jr., e o superintendente da Fundação, Geraldo Garcia, reuniram a imprensa na manhã de 7 de fevereiro para anunciar as novidades. A entrevista coletiva foi realizada no Gabinete do Prefeito.
De acordo com o prefeito, a FIEC está passando por um momento de evolução. “Hoje, a FIEC está presente em várias cidades de nossa região e tem uma parceria forte com os governos estadual e federal, mas já estamos pensando para os próximos 10 anos, colocando em prática o projeto FIEC 4.0”, ressaltou. “Só no ano passado, entre comércios, empresas e prestadores de serviços, chegamos a quase 3.000 novas empresas em Indaiatuba e a FIEC é um fator determinante para a formação de mão de obra qualificada para atender a demanda. Sabemos da importância da FIEC para o município e estamos sempre buscando formas de melhorá-la ainda mais. Vamos fundir a FIEC I e II e evoluir para uma única e nova FIEC, que possibilitará a otimização do quadro de custeio e melhorar a proximidade dos funcionários, professores e alunos”, explicou o prefeito.
Gaspar explicou que, além da redução de custos de manutenção, a proposta de reunir os cursos em um único prédio também foi motivada pelas restrições do imóvel com suas estruturas antigas e características históricas, o que dificulta a implantação de inovações e laboratórios necessários aos cursos sem recorrer a grandes reformas. Com sede única, a direção da FIEC reduzirá os cursos com a duplicidade de serviços contratados para atender a portaria, serviços gerais, manutenção e cantina. A unificação das unidades ainda facilitará a gestão administrativa da fundação.
A mudança dos cursos para o jardim Regina já foi iniciada neste semestre e o prédio ganhará um anexo com um projeto moderno e funcional para atender a demanda dos cursos. Já foi aberto o edital para a licitação da obra do novo prédio, que ocupará a área do atual estacionamento. O anexo terá 2.432m² e construção receberá um investimento no valor de R$11,6 milhões. A previsão é de que a ampliação esteja concluída em maio de 2024.
Com o novo prédio, a FIEC terá capacidade para atender simultaneamente até 1.640 alunos por período, com 19 cursos em diversas áreas de formações técnica, tecnóloga, pré-vestibular, especializações e cursos rápidos.
Fundada em outubro de 1985, a FIEC iniciou as atividades no Ginásio Municipal de Esportes, onde permaneceu até 1988, quando mudou-se para o prédio da Cidade Nova. Em 2021, inaugurou a sede atual no Jardim Regina e manteve as duas unidades até 2022.
Para o superintende da FIEC, há uma revolução acontecendo rumo aos 40 anos da FIEC. “Além do desafio de atender mais 15 cidades através do Novotec e o interesse das empresas nos treinamentos sob medida, a unidade já está com cara nova, com laboratórios mais modernos do que os que existiam na antiga unidade. Um novo acesso será criado, inclusive valorizando o novo prédio, que quando entregue, também vai apresentar o memorial nesse novo momento. Isso é só o começo”, avisou.
O prédio da unidade I, no Jardim Regina, conta atualmente com 5.163,77m², com auditório; biblioteca; 26 salas de aula, sendo 16 laboratórios; sala Coworking; sala Google for Education e polo de inclusão digital. São disponibilizados os cursos técnicos em Administração, Análises clínicas, Design de interiores, Edificações, Enfermagem, Farmácia, Gastronomia, Informática, Informática para web, Logística, Mecatrônica e Química e tecnólogo em processos químicos, além de cursinho pré-vestibular e cursos de Informática básica e extracurriculares.
Incluindo o Programa Novotec, a FIEC tem previsão de atender mais 3.354 estudantes. O Polo Novotec conta com 2.566 alunos distribuídos em Indaiatuba, Americana, Cabreúva, Campinas, Cosmópolis, Hortolândia, Itatiba, Itu, Itupeva, Jundiaí, Mogi-Guaçu, Monte Mor, Sorocaba, Sumaré e Votorantim.
(Fonte: Prefeitura de Indaiatuba)
O Museu de Arte Moderna de São Paulo estreia em 2 de março, na Sala Paulo Figueiredo, a exposição “Diálogos com cor e luz”. Com curadoria de Cauê Alves e Fábio Magalhães, a mostra traz um recorte da arte abstrata na coleção do MAM, com foco nas relações entre cor e luz na pintura brasileira da segunda metade do século 20.
O corpo da exposição é formado por pinturas dos artistas Abraham Palatnik, Alfredo Volpi, Almir Mavignier, Amelia Toledo, Arthur Luiz Piza, Cássio Michalany, Hermelindo Fiaminghi, Lothar Charoux, Luiz Aquila, Lygia Clark, Manabu Mabe, Marco Giannotti, Maria Leontina, Maurício Nogueira Lima, Mira Schendel, Paulo Pasta, Rubem Valentim, Sérgio Sister, Takashi Fukushima, Thomaz Ianelli, Tomie Ohtake, Wega Nery e Yolanda Mohalyi.
“A exposição trata da sensibilidade cromática, dos campos de vibração de luz e da temporalidade, assim como da construção de espaços e atmosferas a partir da cor”, explica Cauê Alves, curador-chefe do MAM. “Agrupamos no espaço várias gerações de artistas, sem privilegiar tendências nem estabelecer ordem cronológica. Misturamos tempos e linguagens, para incentivar nosso olhar à percepção de semelhanças e diferenças entre as várias poéticas visuais nos diversos tratamentos da luz e da cor”, completa Fábio Magalhães, membro do conselho do MAM São Paulo.
A expografia realizada pelo arquiteto Haron Cohen dividiu a Sala Paulo Figueiredo com painéis radiais, em referência ao disco de cores, um experimento óptico de Isaac Newton (1643-1727) publicado em 1707 em seu livro Opticks. Na publicação, o matemático e físico inglês demonstra, por meio de um disco de sete cores (vermelho, violeta, azul índigo, azul ciano, verde, amarelo e laranja), sua teoria de que a luz branca do Sol é formada pelos matizes do arco-íris.
A curadoria busca trazer ao público a cor e a luz como expressões autônomas, como valores em si mesmas, e não como algo que busca representar ou estabelecer relações de similitude com o mundo real – o azul do céu, por exemplo.
“Na pintura abstrata, há múltiplas abordagens de cor e luz como linguagem pictórica: de harmonia, ruptura, contraste, continuidade, complementaridade, variação tonal e vibração, entre tantas outras formas de expressão. A luz estabelece as tonalidades e atua nas relações cromáticas e na construção do espaço”, explica Magalhães.
Abraham Palatnik, em seu “Aparelho Cinecromático” (1969/86), apresenta cores-luzes em movimentos construídos a partir de máquinas e lâmpadas, enquanto outros artistas mais próximos da tradição construtiva e da op art, como Hermelindo Fiaminghi, Lothar Charoux e Maurício Nogueira Lima, se valem de formas geométricas e cores mais estáveis para estruturar suas composições. Com certa recorrência, Charoux explora fundos escuros e sombras de onde surgem raios luminosos. Seja de modo mais gráfico, como nos cartazes de Almir Mavignier, seja na simbologia de matriz africana de Rubem Valentim, a cor estrutura a composição.
Mira Schendel utiliza elementos gráficos em sua composição, mas, como explica Alves em seu texto curatorial, não renuncia ao ecoline nem à luz da folha de ouro para tratar de questões metafísicas. Já a tela “Branco” (1995), de Amélia Toledo, traz uma luz que emana do encontro da tinta com a textura da tela. Arthur Luiz Piza obtém a luz em suas gravuras por meio de incisões geométricas em placas de metal; algumas se assemelham a mosaicos e transbordam para o espaço tridimensional. Alfredo Volpi, o mestre da cor, principalmente com seus mastros e quadriculados, insinua movimentos e veladuras sobre a tela, fazendo com que quadrados ou retângulos se deformem. O verde luminoso de “Composição” (1953), de Lygia Clark – do momento inicial de sua trajetória, quando ela se dedicou à pintura –, contrasta com as linhas e as formas claras e escuras que flutuam na tela.
Ainda segundo o curador, Maria Leontina e Tomie Ohtake também se aproximam de modo sensorial da geometria, e a cor é um dos fundamentos de suas pinturas. Leontina se vale de planos de cor e movimentos para imprimir uma dimensão temporal a seu trabalho. Já Ohtake, em especial na grande tela de 1989, usa contornos irregulares para dar forma a um círculo iluminado que pulsa de um fundo azul profundo, indicando um movimento de expansão de um possível corpo celeste. Manabu Mabe, Takashi Fukushima, Luiz Aquila e Thomaz Ianelli se aproximam do informe, de um universo da caligrafia, numa abstração ora mais espontânea, ora mais controlada. Os movimentos e gestos evidentes em seus trabalhos guardam a cor e a luz como alicerces que sustentam o conjunto. Wega Nery e Yolanda Mohalyi se aproximam de uma abstração expressionista, lírica e gestual, mesmo que possa existir uma dimensão projetual em suas telas, com manchas mais retangulares.
Cássio Michalany, em vez de pintar formas, faz com que o chassi de sua pintura indique o formato da tela. Com poucos elementos, uma única cor homogênea assume o protagonismo de seu trabalho. Sérgio Sister chama atenção para o plano e sua pintura explora texturas, brilhos e luminosidades que guiam o olhar do observador. Paulo Pasta trabalha as relações entre tons, cores e luzes a partir de formas recorrentes em sua obra, uma espécie de colunas. Por meio de composições equilibradas, é como se o tempo fosse momentaneamente suspenso até que a espessura das cores e das luzes seja efetivamente percebida. As pinturas de Marco Giannotti, um estudioso da cor, ficam entre a figuração e a abstração e exploram imagens de janelas, grades e estruturas das quais emanam luzes que parecem vir do interior da tela.
“Em uma época em que os discursos e as narrativas estão entranhados no interior da produção artística, em que inclusive as cores parecem ser dominadas por sentidos objetivos que a determinam tanto política quanto simbolicamente, reafirmar sua autonomia pode parecer algo retrógrado. Entretanto, os diálogos com a cor e a luz, assim como com os vínculos da cor com o espaço, a estrutura e o tempo, podem ampliar as possibilidades de compreensão da arte além do aqui e agora e recolocar a ambiguidade e a abertura de sentidos da arte”, reflete Cauê Alves.
Magalhães relembra ainda que, no século passado, o MAM São Paulo desempenhou um papel significativo na introdução e na difusão das tendências abstracionistas no Brasil. “Dois exemplos merecem ser citados: a mostra inaugural do museu, ‘Do Figurativismo ao Abstracionismo’, realizada em março de 1949 por Léon Degand (1907-1958) – que contrariou o próprio título ao reunir apenas obras abstratas, entre elas cinco telas de W. Kandinsky –, e a exposição Ruptura, em dezembro de 1952, que deu início ao movimento concretista na arte brasileira, com a publicação de seu manifesto”, ele conta.
Na ocasião da abertura (2/3), o MAM lança o catálogo bilíngue da exposição, com textos em português e inglês, e a reprodução integral de imagens das 73 obras. A publicação reúne textos assinados por Elizabeth Machado, presidente do MAM, Cauê Alves, curador-chefe do museu, e Fábio Magalhães, conselheiro do museu e curador da exposição. Além das imagens e textos, o catálogo também apresenta a reprodução de um desenho do arquiteto Haron Cohen, referente ao projeto expográfico que desenvolveu para a exposição.
“Diálogos com cor e luz” integra uma programação de comemorações do MAM, com os 75 anos do museu e os 30 anos de seu Jardim de Esculturas.
Sobre o MAM São Paulo
Fundado em 1948, o Museu de Arte Moderna de São Paulo é uma sociedade civil de interesse público, sem fins lucrativos. Sua coleção conta com mais de cinco mil obras produzidas pelos mais representativos nomes da arte moderna e contemporânea, principalmente brasileira. Tanto o acervo quanto as exposições privilegiam o experimentalismo, abrindo-se para a pluralidade da produção artística mundial e a diversidade de interesses das sociedades contemporâneas.
O Museu mantém uma ampla grade de atividades que inclui cursos, seminários, palestras, performances, espetáculos musicais, sessões de vídeo e práticas artísticas. O conteúdo das exposições e das atividades é acessível a todos os públicos por meio de visitas mediadas em libras, audiodescrição das obras e videoguias em Libras. O acervo de livros, periódicos, documentos e material audiovisual é formado por 65 mil títulos. O intercâmbio com bibliotecas de museus de vários países mantém o acervo vivo.
Localizado no Parque Ibirapuera, a mais importante área verde de São Paulo, o edifício do MAM foi adaptado por Lina Bo Bardi e conta, além das salas de exposição, com ateliê, biblioteca, auditório, restaurante e uma loja onde os visitantes encontram produtos de design, livros de arte e uma linha de objetos com a marca MAM. Os espaços do Museu se integram visualmente ao Jardim de Esculturas, projetado por Roberto Burle Marx e Haruyoshi Ono para abrigar obras da coleção. Todas as dependências são acessíveis a visitantes com necessidades especiais.
Serviço:
Diálogos com cor e luz [coletiva com Abraham Palatnik, Alfredo Volpi, Almir Mavignier, Amelia Toledo, Arthur Luiz Piza, Cássio Michalany, Hermelindo Fiaminghi, Lothar Charoux, Luiz Aquila, Lygia Clark, Manabu Mabe, Marco Giannotti, Maria Leontina, Maurício Nogueira Lima, Mira Schendel, Paulo Pasta, Rubem Valentim, Sérgio Sister, Takashi Fukushima, Thomaz Ianelli, Tomie Ohtake, Wega Nery e Yolanda Mohalyi]
Abertura: 2 de março, quinta-feira, às 19h
Período expositivo: 2 de março a 28 de maio de 2023
Curadoria: Cauê Alves e Fábio Magalhães
Local: Museu de Arte Moderna de São Paulo, Sala Paulo Figueiredo
Endereço: Parque Ibirapuera (Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº – Portões 1 e 3)
Horários: terça a domingo, das 10h às 18h (com a última entrada às 17h30)
Ingressos: R$25,00 inteira e R$12,50 meia-entrada. Aos domingos, a entrada é gratuita e o visitante pode contribuir com o valor que quiser.
*Meia-entrada para estudantes, com identificação; jovens de baixa renda e idosos (+60). Gratuidade para crianças menores de 10 anos; pessoas com deficiência e acompanhante; professores e diretores da rede pública estadual e municipal de São Paulo, com identificação; sócios e alunos do MAM; funcionários das empresas parceiras e museus; membros do ICOM, AICA e ABCA, com identificação; funcionários da SPTuris e funcionários da Secretaria Municipal de Cultura.
Telefone: (11) 5085-1300
Acesso para pessoas com deficiência
Restaurante/café
Ar-condicionado
(Fonte: a4&holofote comunicação)
Desde fevereiro de 2023, o Palco Carioca, primeiro circuito do Festival Dança em Trânsito, vem contando com apresentações de importantes companhias e grupos cariocas de dança, sempre aos sábados e domingos, na Sala de Espetáculos Maria Thereza Tápias, situada no Espaço Tápias, na Barra da Tijuca. O projeto segue até abril, sempre com diferentes atrações.
Para iniciar o mês de março, a Cia. Híbrida irá mostrar “Dança Frágil”, trabalho que recebeu o Prêmio Funarj de Dança, concedido pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro e Funarj. São apenas duas únicas apresentações, no Espaço Tápias, dias 4 e 5 de março, às 20h. A concepção e direção geral são de Renato Cruz.
Sobre “Dança Frágil” – Sinopse
O papa era pop. O papa morreu, a rainha também. E o rock? Dancinha é pop, coreô é top. Só dá trend no tik tok. A dança, manifestação humana efêmera por sua natureza, se atualiza no passar das eras. A noção de dança social se redimensiona no tempo das redes virtuais. Novos modos de produzir trazem consigo velhas e novas questões. Quanto tempo dura uma dança? Qual a validade de um passo? Como se transmite? O que viraliza? E o quê que muda no corpo de quem dança? Muda para que corpo? Quais corpos são permitidos de se dançar, quais corpos perduram nas amarras das violências de tantos tipos?
“Dança Frágil”, a mais nova obra da Companhia Híbrida, propõe pensar sobre temas como moda e “descartabilidade”. Questiona os caminhos de criação e transmissão de dança no mundo como ele é hoje: veloz e hiperconectado.
Ficha Técnica “Dança Frágil”
Concepção e direção geral: Renato Cruz
Coreografia: Aline Teixeira, Renato Cruz
Direção de produção: Steffi Vigio
Intérpretes criadores: Jefte Francisco, Luciana Monnerat, Mariah de Castro (Margot), Fábio de Andrade e Yuri Braga.
Design Gráfico: Isabela Schubert
Assessoria de Iluminação: Gil Santos
Apoio: GEFEP
Teaser aqui.
Sobre a Cia. Híbrida | Criada em 2007 e dirigida por Renato Cruz, a Híbrida é hoje uma das mais atuantes companhias de dança do Brasil. Recebeu diversos prêmios, como Funarte de Dança Klauss Vianna, Fundo de Apoio à Dança, Fomento à Cultura Carioca e O Boticário na Dança, entre outros. A Cia. já dançou em inúmeros festivais, mostras e temporadas por todo o Brasil e apresentou suas obras em vários países. Em 2017 e 2018, a Híbrida foi Cia. residente em Le CentQuatre, Centro Cultural situado em Paris. Em 2018, a Híbrida estreou “Ininterrupto”, por meio do Prêmio Iberescena, e recebeu o prêmio Cesgranrio de Melhor Espetáculo em 2019. Ainda em 2019, realizou importante residência de criação em Parc de La Villette (Paris) para criação de seu novo trabalho: “Contenção”, considerado um dos melhores do ano pelo Jornal O Globo. Por seis anos consecutivos, a Cia. Híbrida teve suas obras figurando entre os Melhores da Dança do Jornal O Globo (2014 – “Olho Nu”, 2015 – “Non Stop”, 2016 – “Espaço Tempo Movimento’, 2017 – “Toque, 2018” – “Ininterrupto”, 2019 – “Contenção”).
Sobre o diretor Renato Cruz | Graduado em Dança com especialização em Artes Cênicas, Renato Cruz é mestre em Artes Cênicas pela Unirio e Doutorando pela mesma instituição. É diretor artístico da Companhia Híbrida, que dançou em mostras e festivais por todo o Brasil, além de temporadas em diversos países. Com a Cia., o coreógrafo recebeu diversos prêmios e esteve entre os 10 melhores espetáculos de Dança pelo jornal O Globo nos anos de 2014 a 2019. Artista residente de Le Cent Quatre em 2017 e 2018 e, também, artista residente de Parc de La Villette, ambos centros coreográficos situados na França. É diretor artístico da Arena Híbrida, Festival de Hip Hop com 13 edições realizadas, e fundador e diretor do projeto social “Arte é o Melhor Remédio”.
Dança em Trânsito
Em 2023, o Dança em Trânsito circulará, durante o ano inteiro, por aproximadamente 33 cidades brasileiras e uma cidade estrangeira. Vai selecionar artistas e companhias brasileiras de norte a sul do Brasil para compor a programação das cidades e receber artistas e companhias internacionais.
Há 20 anos, o projeto reúne apresentações artísticas, formação, capacitação, reflexão e intercâmbio entre grupos de dança de diversas cidades do Brasil e do mundo. O festival, realizado em circuitos, possibilita trocas de experiências entre artistas nacionais e internacionais convidados, e incentiva o desenvolvimento das linguagens da dança.
Em tempo: O projeto de aulas de manutenção para profissionais de dança, que acontecem todas as sextas-feiras no Espaço Tápias, das 13h às 14h30, de forma gratuita para participação de profissionais de dança e artes cênicas, também conta com artistas cariocas em parceria com o Dança em Trânsito.
Sobre o Espaço Tápias
O novo Espaço Tápias, inaugurado em 30/4/2022 na Barra da Tijuca, bairro da zona oeste do Rio de Janeiro, nasce com o propósito de transformar vidas, dar oportunidades e realizar sonhos. O Espaço Tápias disponibiliza salas para aulas e uma sala para espetáculos e outros encontros envolvendo arte – a Sala Maria Thereza Tápias. É uma organização que visa favorecer, divulgar e oportunizar a dança, com foco na dança contemporânea e em seus segmentos.
A disposição para incentivar a criação, promover performances, estimular talentos e fomentar pesquisas são posturas e projetos valiosos para quem se dedica à dança e permeiam todas as suas ações. Com a nova sede, contribui para o desenvolvimento e a expansão da dança, com ênfase na dança contemporânea, no Brasil e no mundo.
A nova sede inaugurou nova etapa da jornada do Espaço Tápias, abarcando o que já é realizado até agora e lançando-o em novas empreitadas para que, juntos, o espaço e todos os amantes de dança e outras artes, possam trilhar novos caminhos e oferecer mais espaço à arte.
Programação Palco Carioca – primeiro circuito do projeto Dança em Trânsito
MARÇO:
4 e 5/3 – Cia Híbrida – Renato Cruz com “Dança Frágil”
11 e 12/3 – Renata Costa e Samuel Frare com “Balão de oxigênio para mergulhos amorosos”
18 e 19/3 – Paula Águas, Toni Rodrigues e Betina Guelmann
“Seis Propostas para o Silêncio”
25 e 26/3 – Bruno Cezario com “Triz”
ABRIL:
1 e 2/4 – Marcia Milhazes Companhia de Dança com “Paz e Amor”
8 e 9/4 – Cia Étnica de Dança – Carmen Luz com “Sankofa”
15 e 16/4 – Laso Cia de Dança – Carlos Laerte
22 e 23/4 – Esther Weitzman Companhia de Dança com “ O que imagino sobre a morte”
29 e 30/4 – Regina Miranda e Atores Bailarinos com “Naitsu- Noites com Murakami”.
Serviço:
Palco Carioca
Temporada: 11 de fevereiro a 30 de abril
4 e 5/3 – Cia Híbrida – Renato Cruz com “Dança Frágil”
Local: Espaço Tápias – Sala de espetáculos Maria Thereza Tápias
Dias: sábados e domingos – às 20h (espetáculos adultos) e 16h (espetáculos infantis)
80 lugares
Ingressos: Inteira $30,00 / Meia $15,00 – pela plataforma Sympla
Endereço: Av. Armando Lombardi, 175 – 2º andar – Barra da Tijuca – Rio de Janeiro (RJ).
(Fonte: Claudia Tisato Assessoria de Imprensa)
Algumas situações míticas envolvendo figuras femininas em pleno Rio de Janeiro? Clarice Lispector trouxe esse universo ao escrever o controverso “Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres”, publicado em 1969. Uma atualização cênica desse romance ganhará os palcos entre os dias 3 de março e 5 de abril em vários teatros da cidade de São Paulo (confira a programação completa abaixo). É o espetáculo “Águas do Mundo” – a partir da obra de Clarice Lispector, do VULCÃO [criação e pesquisa cênica] com direção de Vanessa Bruno. Haverá sessões em libras.
As apresentações são gratuitas – basta retirar o ingresso com uma hora de antecedência. A ideia do trabalho é ampliar o debate sobre os estereótipos de gênero e promover reflexões a respeito dos projetos de representatividade, reconhecimento, validação e espaço social da mulher.
No romance, Clarice Lispector transporta narrativas clássicas para o ambiente doméstico, como o mito de Eros e Psiqué (que trata da superação de obstáculos ao amor) e a história da Odisseia, de Homero. A questão central é que os papéis estão invertidos. Por exemplo, no livro, não é Ulisses, um homem, quem parte em busca de autoconhecimento e sim, uma mulher, Lori, que faz sua travessia, enquanto ele a espera.
O capítulo central do romance clariceano foi publicado no Jornal do Brasil com o título “Águas do Mundo”, que dá nome à peça. A montagem mantém a poética narração em terceira pessoa e, também, os fluxos de pensamento dessa protagonista, que ora conversa com um interlocutor ao telefone, ora se dirige diretamente ao público.
Atualização cênica
No espetáculo, durante uma ocorrência trivial (banhar-se no mar) uma mulher se vê revelada em uma realidade mais profunda: é quando ela descobre o prazer de viver e de amar.
O trabalho também reverte o mito bíblico do pecado original. Ao comer a maçã, a mulher garante a sua entrada no paraíso. Por isso, a Lori de Vanessa Bruno vê no mar seu encontro com a liberdade. Sua grande luta é desaprender a vergonha e a proibição do prazer.
“Esse texto fala sobre aprender a existir sem a necessidade de um outro. Ninguém nos ensina a estar sozinhos. Se você é mulher, parece que deve estar sempre em busca de alguém que te complete, normalmente um homem”, comenta Vanessa Bruno.
O cenário e os figurinos de Anne Cerrutti apostam na mistura de elementos clássicos e modernos para marcar essa atualização do romance. Portanto, há palavras em vídeo, imagens renascentistas da Gênesis e objetos como maçãs, colar de pérolas, sapatos tipicamente femininos, microfone, guitarra e smartphone.
Levando grandes escritoras para o palco
O VULCÃO [criação e pesquisa cênica] tem a proposta de encenar grandes autoras e aproximá-las do público. “Águas do Mundo” encerra a trilogia de solos, pensada para discutir as construções sociais das mulheres do nosso tempo.
A propositora, atriz e diretora do projeto, Vanessa Bruno, entende o deslocamento da literatura para o palco como uma espécie de tradução intersemiótica e sua pesquisa tem como motor central e determinante o trabalho do intérprete. Sua investigação alia os procedimentos aprendidos na sua experiência pregressa de 16 anos junto ao CPT com o diretor Antunes Filho a obras de grandes autoras em um trabalho que tem como princípio ser processual, no qual interpretação e dramaturgismo estão intrinsecamente relacionados e são elaborados na sala de ensaio. A atuação é entendida como catalizadora do discurso que tem como responsabilidade criativa uma resposta íntima e social. Desse modo, a narrativa do espetáculo se compõe pelo menos por duas camadas: uma que busca dar corporalidade para o enredo dos trechos escolhidos de Lispector e outra, que opera como depoimento da artista-cidadã contemporânea alinhada a questões urgentes de seu tempo. Assim, cria-se um tempo-espaço de ficção como emanação de um testemunho da atriz-cidadã de hoje por meio de fragmentos textuais de Clarice.
A peça constrói um espaço de encontro entre uma poética literária e uma poética teatral, ambas com a intenção de possibilitar uma verticalização feminista. Para ampliar esse diálogo, ao final de todas as apresentações está prevista uma conversa com pensadoras e professores capazes de aprofundar os temas tratados pelo texto.
O projeto foi contemplado pela 15ª edição do Prêmio Zé Renato, que inclui a circulação também da temporada gratuita da peça infanto-juvenil “Brincar de Pensar – contos de Clarice Lispector no palco para pessoas grandes ou pequenas” nos teatros municipais de SP entre os dias 4 de março e 5 de abril.
Sinopse | “Águas do Mundo” – a partir da obra de Clarice Lispector – conta a trajetória de uma mulher que descobre o prazer de viver e de amar. A protagonista busca desaprender a vergonha e a proibição do prazer. Durante uma ocorrência trivial (banhar-se no mar) ela se vê revelada em uma realidade mais profunda.
Atuação, direção e dramaturgismo
Propositora do VULCÃO [criação e pesquisa cênica], atriz e diretora teatral, Vanessa Bruno é bacharel em Cinema pela FAAP e Mestre em Artes Cênicas pela Universidade São Paulo (ECA-USP). Recentemente dirigiu “Gesto” no Centro de Pesquisa Teatral (CPT), espaço que era coordenado por Antunes Filho e onde desde 2004 estava envolvida. Sob direção de Antunes, atuou em (2008) “Prét-à-Porter 9” (Projeto ganhador do Prêmio Shell – categoria especial) e (2006) “A Pedra do Reino” (melhor espetáculo nos prêmios Bravo!Prime, APCA e Contigo!), participou ativamente das reuniões teóricas e filosóficas e ministrou, desde 2010, aulas de retórica, teoria para atores no curso Introdução ao Método do Ator (CPTzinho).
Como atriz, podemos destacar: (2004) “Memórias do Mar Aberto – Medéia Conta sua História”, de Consuelo de Castro com Leona Cavalli e direção Regina Galdino; (2003) “Orgia”, de Pier Paolo Pasolini, com Cássio Scapin e Inês Aranha e direção de Roberto Lage. E, em teatro infantil, “Enjoy!”, com o Teatro da Gioconda – Prêmio Cultural Inglesa – melhor espetáculo de 2009.
Dirigiu em teatro adulto (2010) “O Ovo e A Galinha”, de Clarice Lispector, e o infanto-juvenil (2014) “Brincar de Pensar – contos de Clarice Lispector no palco para pessoas grandes ou pequenas”. A partir dos espetáculos com literatura de Lispector desenvolveu na ECA/USP pesquisa prática e acadêmica descrevendo procedimentos para o intérprete trabalhar com literatura no palco. Com esta investigação, realizou vários workshops; entre eles, “Experimento Literatura na Cena” na Universidade da Costa Ricca.
Com o VULCÃO [criação e pesquisa cênica] também fez a direção dos solos (2016) “Pulso”, a partir da vida e da obra de Sylvia Plath, (2016) “A Dor a partir de La Douleur de Marguerite Duras” e “Rosa Choque” (2021), poema cênico musical virtual da dramaturga Dione Carlos.
Realizou “As Cartas de Agnès”, cine-ensaio a partir da obra da cineasta Agnès Varda apresentado no Festival CASA, em Londres (2019), e, no último mês, estava em cartaz com o espetáculo “Humilhação”, com direção de Lucas Mayor e Marcos Gomes.
Sobre o VULCÃO [criação e pesquisa cênica]
Com o objetivo de colocar para fora o que lhes ferve por dentro, o VULCÃO [criação e pesquisa cênica] deseja aproximar diferentes linguagens, unindo dança ao teatro, literatura e vídeo e vê como motor catalisador – principal e determinante – o trabalho da/o intérprete. O VULCÃO tem desenvolvido projetos de investigação teatral a partir do deslocamento da literatura para a cena e da dramaturgia contemporânea de mulheres. Debruçando sobre o tema do espaço social da mulher, realizou obras a partir da obra de grandes autoras do século XX, como Clarice Lispector, Sylvia Plath, Marguerite Duras e Virginia Woolf. Esteve como residente artístico do Programa “Obras em Construção”, da Casa das Caldeiras, promoveu treinamento para artistas e desenvolveu ações reflexivas como o jantar-pensamento “R U M I N A R”. Os espetáculos criados fizeram diversas temporadas na cidade de São Paulo e em São Caetano do Sul, Porto Alegre, Recife e Rio de Janeiro. Festivais presenciais e on-line permitiram extrapolar fronteiras mais distantes. Desde 2018, o VULCÃO [criação e pesquisa cênica] tem parceria com a produtora Corpo Rastreado.
Ficha Técnica – “Águas do Mundo”
Proposição, dramaturgismo, interpretação e direção: Vanessa Bruno
Assistente de direção: Luiz Felipe Bianchini
Preparação vocal: Paula Mihran
Preparação musical: Zeca Loureiro
Cenário, adereços e figurinos: Anne Cerrutti
Cenotécnica: Diego Dac
Trilha sonora: Edson Secco
Iluminação: Fernanda Guedella
Vídeos: Gabriela Rocha
Voz gravada: Fabrício Licursi
Produção: Corpo Rastreado | Lud Picosque e Anderson Vieira
Apoio: Casa das Caldeiras e Jarro
Realização: VULCÃO [criação e pesquisa cênica]
Assessoria de Imprensa: Canal Aberto Comunicação | Márcia Marques
Serviço:
“Águas do Mundo” – a partir da obra de Clarice Lispector
Duração: 50 minutos
Classificação etária indicativa: 12 anos
Teatro Alfredo Mesquita
3 a 5 de março, sexta e sábado, às 21h, e domingo, às 19h
* 4 de março haverá tradução em libras
Endereço: Av. Santos Dumont, 1770 – Santana
Ingresso: gratuito – retirar na bilheteria uma hora antes do espetáculo
*Logo após as apresentações, estão programados debates com a mediadora e professora Gisa Picosque (3 de março), e dramaturgue e performe Cy Andrade (4 de março) e a escritora Aline Bei (5 de março)
Teatro Paulo Eiró
10 a 12 de março, sexta e sábado, às 21h, e domingo, às 19h
* 12 de março haverá tradução em libras
Endereço: Av. Adolfo Pinheiro, 765, Santo Amaro
Ingresso: gratuito – retirar na bilheteria uma hora antes do espetáculo
*Logo após as apresentações, estão programados debates com a professora e encenadora Verônica Veloso (10 de março), a atriz, diretora, roteirista e dramaturga Michelle Ferreira (11 de março) e a atriz e encenadora Mariana Nunes (12 de março)
Centro Cultural da Diversidade
17 a 19 de março, sexta e sábado, às 20h, e domingo, às 19h
* 18 de março haverá tradução em libras
Endereço: R. Lopes Neto, 206, Itaim Bibi
Ingresso: gratuito – retirar na bilheteria uma hora antes do espetáculo
*Logo após as apresentações, estão programados debates com a jornalista e dramaturga Silvia Gomez (17 de março), a jornalista e escritora especializada na cobertura de violência contra a mulher Cris Fibe (18 de março) e a mestre e doutora em Letras Eliane Fittipaldi (19 de março)
Centro Cultural São Paulo – Espaço Cênico Ademar Guerra
23 a 26 de março, sexta e sábado, às 20h, e domingo, às 19h
* 25 de março haverá tradução em libras
Endereço: Rua Vergueiro, 1000, Paraíso
Ingresso: gratuito – retirar na bilheteria uma hora antes do espetáculo
*Logo após as apresentações, estão programados debates com o bibliotecário e Dramaurgo Uelitom Santos (24 de março) e a artista e desenhista Vitória Lopes (25 de março)
Teatro Flávio Império
29 de março e 05 de abril, quartas, às 19h
* 29 de março haverá tradução em libras
Endereço: R. Prof. Alves Pedroso, 600, Cangaíba
Ingresso: gratuito – retirar na bilheteria uma hora antes do espetáculo
*Logo após as apresentações, estão programados debates com a atriz e influencer Tarcila Tanhãs (29 de março) e com um convidado a confirmar no dia 5 de abril.
(Fonte: Canal Aberto Assessoria de Imprensa)
Quando lançada em 1790, “Così Fan Tutte (Assim Fazem Todas): A Escola dos Amantes”, obra em dois atos de Wolfgang Amadeus Mozart com libreto de Lorenzo da Ponte, causou certa relutância em parte do público por trazer temas como sexualidade, fidelidade e amor. Na época, os críticos mais equivocados ligados ao romantismo a descreveram como “ultrajante, improvável, imoral e indigna para um músico como Mozart”. A história e sucesso crescente ao passar dos anos os provaram errados.
Sendo uma daquelas obras que provocam incessantemente uma nuvem de discursos críticos sobre si a cada nova montagem, a ópera italiana foi o clássico escolhido como abertura da temporada 2023 do Theatro Municipal de São Paulo, com participação da Orquestra Sinfônica Municipal e Coro Lírico Municipal. Ela será apresentada entre os dias 24/3 e 1/4, tem duração de 170 minutos com intervalo e ingressos de R$12 a R$158 (inteira).
Apaixonados por suas respectivas noivas, as irmãs Fiordiligi e Dorabella, damas de Ferrara, os jovens oficiais Guglielmo e Ferrando confiam nelas incondicionalmente. Mas, provocados pelo velho filósofo Don Alfonso, decidem testar a fidelidade delas. A trama se desenvolve em um jogo de desentendimentos, inseguranças e dúvidas dos personagens, principalmente por parte dos homens. A obra trata dos temas da infidelidade, questionando a instituição do amor romântico, o que fez com que só fosse reconhecida como uma obra-prima tardiamente, no século XX. A música de Mozart dá ao libreto de Lorenzo da Ponte uma dimensão de forte realismo e um olhar cuidadoso de investigação da natureza humana.
A nova montagem de “Così Fan Tutte” terá Roberto Minczuk com direção musical, Julianna Santos na direção cênica, André Cortez na cenografia e Olintho Malaquias no figurino. Nos dias 24, 26, 29 e 1, o elenco será composto por: Laura Pisani (Fiordiligi), Josy Santos (Dorabella), Anibal Mancini (Ferrando), Michel De Souza (Guglielmo), Saulo Javan (Don Alfonso) e Chiara Santoro (Despina). Já nos dias 25, 28 e 31, a obra será encenada pelo elenco 2, com Gabriella Pace (Fiordiligi), Juliana Taino (Dorabella), Luciano Botelho (Ferrando), Fellipe Oliveira (Guglielmo), Daniel Germano (Don Alfonso) e Carla Domingues (Despina).
Em seu processo de pesquisa, a diretora cênica Julianna Santos conta que partiu do estudo do libreto para construção da nova montagem da ópera. O libreto de Da Ponte de “Così Fan Tutte”, diferente de outras obras, não tem um ponto de partida originário claro. Segunda a diretora, algumas teorias dos anos 1950 dizem que ela é baseada no mito de Céfalo e Prócris. Fez parte do processo de elaboração dessa montagem um mergulho nas interpretações ao longo dos séculos sobre sua origem misteriosa. “Geralmente começamos a trabalhar em uma ópera muito antes. Mas meu primeiro contato foi diretamente com o libreto, deixando a música como um fundo de estudos, pensando como ela pulsa junto do texto”, explica.
Segundo a diretora, a ideia da nova montagem é misturar o realismo e ambiguidade do texto original ao sonho e o delírio do olhar individual e das incertezas das personagens. “Ela é uma obra que Mozart não deixa ficar banal. Então a música vem para dar uma profundidade quase que filosófica sobre o que são as relações e a pulsão humana, sem colocar no lugar do vulgar, dando até um lugar da beleza. Na ópera, tentamos criar um espaço que não fosse necessariamente realista, mas que se alargasse como uma pulsão, em jogo de espelhos entre os personagens e uma simetria do texto e do espaço, que existe na música também. No segundo ato, focamos em individualidade e como os temperamentos das personagens divergem”, pontua Julianna.
A apresentação trará um Mozart de sonoridade alegre, cômica e satírica, com uma certa leveza para abrir a temporada. Para Roberto Minczuk, regente da Orquestra Sinfônica Municipal e quem assina a direção musical do espetáculo, a escolha por essa obra envolveu longa concepção e processo criativo construído por anos. “Essa ópera seria encenada em 2015; então, é um desejo do público de São Paulo há muitos anos. O processo de construção dessa ópera passou por muitas audições para cantores, além de um debate de como seria a cara dada a ela”, explica. “A cidade de São Paulo tem um público enorme e ávido por óperas e pelas produções do Theatro Municipal. A expectativa é grande. Vamos abrir com uma ópera leve e bem humorada, que os solistas adoram tocar e o público adora ouvir”, continua o regente.
A obra estreou pela primeira vez no Municipal de São Paulo em 23 de setembro de 1957, com Orquestra Sinfônica Municipal, Coro Lírico Municipal, com regência do maestro Roberto Kinsky e direção cênica de Martin Eisler. Na temporada, além de “Così fan Tutte”, o público de São Paulo viu pela primeira vez “Der Fliegende Holländer” (O Navio Fantasma). Curiosamente, em 2023, sessenta e seis anos depois, assim como em 1957, “Cosi fan Tutte” volta ao palco do Theatro Municipal na mesma temporada lírica que “O Navio Fantasma”, de Richard Wagner, prevista para novembro.
Seu reconhecimento chegou apenas no século XX, por conta de suas personagens repletas de mulheres volúveis e seus homens postos em um lugar de insegurança. Seu humor foi melhor compreendido anos depois, justamente por tratar-se de um ópera considerada por alguns como buffa, mas de final melancólico, cheia de vividez e, consequentemente, de ironia.
Esses elementos são frutos dessa fusão com Da Ponte, que permitiu a Mozart produzir uma obra mais cômica, gênero que vinha em alta desde a década de 1760. A parceria que se iniciou nas óperas “Le Nozze di Fígaro” e “Don Giovanni”, o que leva certa especulação de que esse não seria o último trabalho dos dois se não fosse a morte do compositor dois anos após a estreia. “’Cosí Fan Tutte’ faz parte de uma trilogia de Mozart com o libretista Da Ponte, ao lado de ‘Le Nozze di Figaro’ e ‘Don Giovanni’. Entre as três, ‘Così Fan Tutte’ de fato não tem os trechos musicais mais famosos dessa parceria, mas é extraordinária e genial e isso foi reconhecido através do tempo”, pontua Minczuk.
A parceria dá a obra uma multiplicidade de sentidos, que vai desde emaranhado desejos, desentendimentos e inseguranças da personagem, até uma verdadeira crítica de costumes e a própria natureza humana, marcada por melodias leves e divertidas.
Em concordância com a direção musical, pensando na questão de como ler o texto para os dias de hoje, Julianna Santos afirma que a montagem vai lançar olhar para questões anacrônicas. “O que tem de mais contemporâneo no texto é seu olhar para as pulsões humanas, da impulsividade, ciúme, fidelidade e amor”, explica. “O nome dela (Così Fan Tutte ou Assim Fazem Todas) é uma questão que se discute muito. Mas o que mais me interessa nessa montagem é o subtítulo que é ‘A Escola dos Amantes’. Não quero que seja entendida como uma guerra dos sexos”, finaliza.
Justamente por trazer reflexão profunda sobre a sexualidade humana, algo que em muito conversa com o debate contemporâneo sobre não monogamia e amor livre, sem esquecer da dicotomia base da filosofia humana entre razão e emoção, que “Così Fan Tutte” teve sua trajetória marcada por críticas e ressalvas da sociedade europeia na época, até chegar mais potente que nunca nos dias de hoje. Algo que só um clássico seria capaz.
Serviço:
Così Fan Tutte (Assim Fazem Todas): A Escola dos Amantes
Ópera em 2 atos de Wolfgang Amadeus Mozart com libreto de Lorenzo da Ponte
ORQUESTRA SINFÔNICA MUNICIPAL
CORO LÍRICO MUNICIPAL
Roberto Minczuk, direção musical
Julianna Santos, direção cênica
André Cortez, cenografia
Olintho Malaquias, figurino
Dias 24, 26, 29 e 1
Laura Pisani, Fiordiligi
Josy Santos, Dorabella
Anibal Mancini, Ferrando
Michel De Souza, Guglielmo
Saulo Javan, Don Alfonso
Chiara Santoro, Despina
Dias 25, 28 e 31
Gabriella Pace, Fiordiligi
Juliana Taino, Dorabella
Luciano Botelho, Ferrando
Fellipe Oliveira, Guglielmo
Murilo Neves, Don Alfonso
Carla Domingues, Despina
Duração: aproximadamente 170 minutos com intervalo
Classificação indicativa: não recomendado para menores de 12 anos. Pode conter histórias com agressão física, insinuação de consumo de drogas e insinuação leve de sexo.
Ingresso de R$12 a R$158 (inteira)
Para assistir a este espetáculo recomendamos seguir os protocolos estipulados em nosso Manual do Espectador (acesse aqui)
Programa sujeito a alteração.
(Fonte: Theatro Municipal de São Paulo)