Cientistas rebatem argumentos sobre custos de publicação e dificuldades de infraestrutura; entre pontos para tornar a ciência mais aberta estão mudanças na política de avaliação e estímulo ao compartilhamento de dados
Brasil
No começo do novo mandato, o Governo Federal deixou clara a sua intenção de retomar importantes discussões ambientais, publicando nove decretos que revogam medidas do antigo governo e iniciam ou retomam políticas ambientais. Seguindo sua intenção de alavancar políticas socioambientais, o atual Governo Federal publicou, no último dia 13 de fevereiro, dois novos decretos (Decreto nº 11.413/2023 e Decreto nº 11.414/2023) que contém disposições relevantes acerca da necessidade de implementação de políticas institucionais voltadas às práticas socioeconômicas ambientais.
O novo modelo de certificação, instituído pelo Decreto nº 11.413/2023, guarda grande semelhança com o certificado antigo (Recicla+) no que tange à forma de comprovação do atendimento às metas, mas difere no enfoque que concede ao fomento às práticas de Governança Socioambiental. O Certificado Recicla+, instituído por meio do Decreto nº 11.044/2022, estabelecia que as empresas sujeitas à implementação de logística reversa deveriam apresentar à entidade gestora as notas fiscais eletrônicas oriundas das operações de comercialização de produtos e de embalagens recicláveis para a comprovação do retorno dos materiais recicláveis ao ciclo produtivo. Uma vez verificada a veracidade e autenticidade por meio da figura do verificador independente, contratado pela entidade gestora, emitia-se o certificado Recicla+ como forma de atestar a conformidade das empresas com as metas de logística reversa do setor.
Com o Decreto nº 11.413/2023, responsável por revogar o Decreto nº 11.044/2022, foram apresentadas três novas certificações como forma de comprovação do cumprimento das metas de logística reversa. O primeiro é o Crédito de Reciclagem de Logística Reversa (CCRLR), que vem para substituir o Recicla+ e destina-se à comprovação da restituição ao ciclo produtivo da massa equivalente dos produtos ou embalagens sujeitas à logística reversa.
Assim, apesar do Decreto do Recicla+ ter sido revogado, o novo CCRLR não passa de uma nova nomenclatura ao certificado, vez que ambos (i) são documentos emitidos pela entidade gestora para os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes para fins de comprovação do cumprimento das metas de logística reversa e (ii) são fundamentados no certificado de destinação final e nas notas fiscais eletrônicas das operações de comercialização de produtos ou de embalagens comprovadamente retornados ao fabricante ou à empresa responsável pela sua reciclagem.
O segundo é o Certificado de Estruturação e Reciclagem de Embalagens em Geral (CERE), destinado aos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de produtos ou embalagens sujeitos à logística reversa que invistam em projetos estruturantes de recuperação de materiais recicláveis e que comprovem a restituição ao ciclo produtivo da massa equivalente dos produtos ou embalagens.
O terceiro é o Certificado de Crédito de Massa Futura, que permite às empresas sujeitas à logística reversa auferir antecipadamente o cumprimento de sua meta de logística reversa relativa à massa de materiais que serão reintroduzidos na cadeia produtiva em anos subsequentes, fruto de investimentos financeiros antecipados para implementar sistemas que permitam que a fração seca reciclável contida nos resíduos sólidos urbanos seja desviada de aterros e lixões. Para ser elegível a esse crédito, é necessário que, além de possuir CERE, atenda e implemente, concomitante, uma séria de ações e premissas de impacto socioambiental, como geração de renda e inclusão socioeconômica de catadores e outros requisitos estabelecidos no Decreto.
Nota-se que tanto o CERE quanto o Certificado de Crédito de Massa Futura não possuem o condão de, por si só, comprovar a implementação do sistema de logística reversa. Na realidade, têm por finalidade incentivar a prática de políticas de governança socioambiental ao estipular requisitos obrigatórios para elegibilidade à certificação pelos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes dos produtos e embalagens sujeitos à logística reversa.
Assim, por meio desses dois certificados, não basta que as empresas comprovem a restituição ao ciclo produtivo da massa equivalente dos produtos ou embalagens que coloquem no mercado, sendo essencial, para sua emissão, que implementem projetos estruturantes ou invistam financeiramente em projetos com a intenção de evitar o despejo de resíduos em aterros ou lixões para fins de comprovação de atendimento às metas.
Verifica-se, assim, que o Decreto nº 11.413/2023 confere posição privilegiada à figura dos catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis, uma vez que, para fins de emissão dos três certificados, as notas fiscais eletrônicas, autenticadas pela entidade gestora, deverão ser oriundas, preferencialmente, das operações de comercialização dos materiais recicláveis a partir de catadores e catadoras individuais, cooperativas e associações de catadoras e catadores que realizem a coleta ou a triagem e encaminhem esse material para a cadeia da reciclagem, devendo esgotar os resultados oriundos das organizações de catadores antes de usar os créditos de reciclagem oriundos de outros operadores logísticos.
Outro exemplo da relevância conferida a essas figuras é que, para emissão do CERE, é necessário que a empresa tenha mais de 50% de sua meta de recuperação de embalagens em geral cumprida por meio de parceria com catadores individuais, cooperativas e associações de catadores ou entidades cuja origem dos resíduos seja comprovadamente de catadores.
Como reflexo dessa movimentação política, não está mais prevista como uma das formas de comprovação do sistema de logística reversa a destinação de resíduos sólidos para o aproveitamento energético, por meio dos combustíveis oriundos de resíduos sólidos urbanos. Acredita-se que essa exclusão se dê em decorrência das críticas apresentadas pelo Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis – MNCR ao Recicla+, que apresentava, como um de seus objetivos, o estímulo à destinação dos resíduos sólidos a programas de recuperação energética.
Para o MNCR, tal objetivo estaria em aparente desacordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), vez que, em seu entendimento, deixaria de priorizar a atuação dos catadores, colocando-os apenas como uma dentre as várias outras formas de atendimento às metas de logística reversa. Contudo, a leitura do decreto que regulamentava o Recicla+ deveria ser realizada em consonância com a PNRS, que possui justamente como um dos seus objetivos primordiais a inclusão socioeconômica dos catadores, assim como a sua expressa priorização para fins de operação do sistema.
Cumpre pontuar que Decreto entra em vigor apenas em 14 de abril de 2023 e determina que as empresas possuam 12 meses e os catadores, organizações, associações e cooperativas possuem 24 meses para se adequar à implementação e a operacionalização da ferramenta de emissão dos Manifestos de Transporte de Resíduos do Sinir. Há ainda a previsão de que as entidades gestoras e os responsáveis por modelos individuais disponibilizem ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima relatório de resultados até o dia 30 de julho de cada ano, com as informações e os dados consolidados no período de 1º de janeiro a 31 de dezembro do ano anterior, para fins de verificação do cumprimento das ações e das metas de logística reversa, respeitado o sigilo das informações quando solicitado e devidamente justificado.
Por fim, conjuntamente com o novo sistema de certificação, foi publicado também o Decreto nº 11.414/2023, dando continuidade à política de promover a integração socioeconômica dos catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis de baixa renda por meio da reinstituição do Programa Pró-Catador através do Programa Diogo de Sant’Ana Pró-Catadoras e do Pró-Catadores para a Reciclagem Popular, voltados à promoção e à defesa dos direitos humanos das catadoras e dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis.
O novo Decreto define que o sistema será implementado por meio da articulação da União com os Estados, Distrito Federal e Municípios que optarem a aderir ao Programa, que será custeado pelas dotações orçamentárias próprias de cada um dos entes. O Programa segue pendente de maiores regulamentações e, por ora, possui apenas o potencial de trazer benefícios aos catadores, tendo em vista que somente será colocado em prática a partir da adesão voluntária dos demais entes federados.
Isabela Bueno Ojima é advogada associada, Maurício Pellegrino é sócio e Carolina de Toledo Nascimento é estagiária do Cescon Barrieu Advogados na área ambiental.
(Fonte: Tree Comunicação)
A Secretaria de Governo da Prefeitura de Indaiatuba realiza a 13ª edição do Catálogo das Indústrias. Os interessados em se inscrever na versão impressa podem realizar o cadastro neste link até o dia 28 de fevereiro. Já para quem optar por aderir à versão digital pode se cadastrar durante todo o ano no site. O projeto é realizado em parceria com as unidades locais do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) e da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
O catálogo tem como finalidade fomentar negócios para as indústrias do município por meio da conexão entre empresários e clientes, facilitando assim a comunicação entre as duas partes. O anuário está disponível nas versões para Android, iOS e pela web. Para fazer o download basta pesquisar “Indústrias Indaiatuba”. Para o acesso via web, é só clicar neste link.
Para indústrias já cadastradas, não é necessário fazer nova inscrição. Caso precise atualizar alguma informação, a Prefeitura pede que seja feito contato pelo e-mail governo.empresa@indaiatuba.sp.gov.br ou pelo telefone (19) 3834-9278.
(Fonte: Prefeitura de Indaiatuba)
Duas décadas depois de sua primeira individual no Instituto Tomie Ohtake, realizada no primeiro ano de funcionamento do espaço paulistano, Fernando Lindote retorna para apresentar sua produção recente na mostra “Quanto pior, pior”. Com curadoria de Paulo Miyada e Julia Cavazzini, do Núcleo do Pesquisa e Curadoria do Instituto Tomie Ohtake, a exposição está centrada na apresentação densa e imersiva de 26 pinturas, realizadas entre 2010 e 2023, que evidenciam o interesse do artista pela imagem da selva tropical, às quais se agregam algumas obras anteriores, de mídias variadas.
“Há algo em Lindote que remete à figura mitológica de Sísifo, que todos os dias empurra uma pesada pedra montanha acima, fadado a vê-la rolar em seguida e ter de recomeçar sua lida. As ideias de repetição, labor e fracasso permeiam toda a trajetória de Lindote; seja no modo como cada obra se faz no enfrentamento obstinado dos materiais e processos, seja na sua percepção do contexto histórico e social”, destaca a dupla de curadores.
Segundo Miyada e Cavazzini, na série de pinturas as coisas viram ruínas, formando uma selva úmida e voraz, aceleradora da entropia que consome o futuro conjugado nos projetos de país. “Não faz sol; pintar não é uma forma de alcançar beleza. O Brasil retratado pela máquina colonial falhou, faliu. Quanto pior, pior. Não há nada na capacidade de habitar o caos que relativize essa certeza. Quanto pior, pior – e isso não é motivo para indiferença. É motivo para a obstinação de fazer da repetição o motor da persistência”, completam.
No dia 28 de março, às 19h, os curadores Paulo Herkenhoff, Paulo Miyada e Julia Cavazzini participam de um bate-papo com o artista no Instituto Tomie Ohtake. O evento marca também o lançamento do livro “Fernando Lindote: não desespere por um estilo”, concebido, organizado e escrito por Paulo Herkenhoff. Com prefácio assinado por Raúl Antelo, o livro é dividido em 27 capítulos com ensaios que abordam distintas séries, momentos ou conjuntos da carreira do artista Fernando Lindote. Os textos trazem descrições instigantes sobre a obra do artista, bem como uma visão crítica sobre os trabalhos, inserindo-os no panorama da arte contemporânea, conjugando imagens de trabalhos de Lindote (pinturas, esculturas, vídeos, performances, instalações, impressos) com imagens de referência da História da Arte.
Fernando Lindote (RS, 1960 – vive e trabalha em Florianópolis) – Nascido em Sant’Ana do Livramento na fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai, Fernando Lindote começou sua trajetória no final dos anos 1970. Iniciou-se como cartunista e chargista nos jornais gaúchos e adentrou as artes visuais como uma figura inquieta, mergulhada em uma prática inesgotável com performance, fotografia, instalação, pintura e escultura, sem nunca interromper sua relação com o desenho. A maior parte de sua produção fez-se em Florianópolis, ilha em que se estabeleceu desde 1983.
O artista, indicado ao Prêmio Pipa em 2015, reúne entre suas individuais: “DCI – Dispositivo de Circulação de Imagem”, Galeria Flávio de Carvalho, Funarte, São Paulo, SP, 2014; “O Soberano Discreto”, São Paulo, SP, 2013, “1971 – a cisão da superfície”, no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro, RJ, 2012, “Cosmorelief”, na Fundação Cultural Badesc, Florianópolis, SC, em 2011,”Todas as Imagens do Mundo”, na Fundação Hassis, Florianópolis, SC, em 2010, “Desenhos Antelo” na Galeria Nara Roesler, São Paulo, SP, em 2008, “3D3M”, no Centro Universitário Mariantonia, São Paulo, SP, 2008, “Experiências com o Corpo”, no Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, SP, 2002, “Muito Perto”, Museu Victor Meirelles, Florianópolis, SC 2002, “EDAX, XII Mostra da Gravura Museu da Gravura”, Curitiba, PR, 2000, “Teatro Privado”, no MAM-Rio, Rio de Janeiro, RJ, em 1999, “Olho de Mosca”, MASC, Santa Catarina, SC, em 1999.
Serviço:
Exposição “Fernando Lindote – Quanto pior, pior”
Abertura: 2 de março de 2023, às 19h – até 23 de abril de 2023
De terça a domingo, das 11h às 20h – entrada franca
Aconselha-se o uso de máscara
Instituto Tomie Ohtake
Av. Faria Lima 201 (Entrada pela Rua Coropés 88) – Pinheiros – São Paulo (SP)
Metrô mais próximo – Estação Faria Lima/Linha 4 – amarela
Fone: (11) 2245 1900.
(Fonte: Pool de Comunicação)
A Paixão de Cristo de Nova Jerusalém é uma atração imperdível para turistas durante a Semana Santa. Realizado a mais de meio século, o espetáculo é uma mega encenação teatral ao ar livre que conta momentos marcantes da vida de Jesus, começando pelo Sermão da Montanha e terminando com a sua crucificação e ascensão ao céu em uma cena final cheia de efeitos especiais que impressionam e emocionam a todos.
Este ano, a temporada da Paixão de Cristo acontecerá no período de 1º a 8 de abril. A peça é realizada em Nova Jerusalém, o maior teatro ao ar livre do mundo, localizado no município de Brejo da Madre de Deus, a 180 km do Recife. A cidade-teatro é uma estrutura grandiosa construída em uma área de 100 mil metros quadrados, cercada por muralhas de pedra de quatro metros e 70 torres de sete metros. Dentro, nove palcos plateia reproduzem a Jerusalém do século I.
Aclamado por milhões de espectadores do Brasil e de vários países, o espetáculo conta com um elenco de mais de 50 atores, além de centenas de figurantes e técnicos, que trabalham para criar uma experiência emocionante e inesquecível para o público. Este ano, entre os artistas convidados estão Klebber Toledo, no papel de Jesus; Luiza Tomé, como será Maria; Eriberto Leão interpretando o governador romano Pilatos; Nelson Freitas vivendo o personagem Rei Herodes e a atriz e influenciadora digital Duda Reis como a rainha Herodíades.
A cada ano, o espetáculo se reinventa, trazendo novidades e muitos efeitos especiais para encantar os espectadores. Segundo pesquisas realizadas a cada temporada, cerca de 98% dos entrevistados consideram o espetáculo ótimo ou bom. Além disso, cerca de 50% do público retorna para assistir ao espetáculo da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém pelo menos mais uma vez.
“Nós nos esmeramos na riqueza dos detalhes e no realismo das cenas de modo a proporcionar ao nosso público uma viagem no tempo, na qual as pessoas possam viver emoções como se estivessem presenciando os fatos que aconteceram há mais de dois mil anos”, afirma Robinson Pacheco, coordenador geral do espetáculo.
Como chegar a Nova Jerusalém
Quem deseja assistir ao espetáculo deve planejar com antecedência a ida a Nova Jerusalém. Para a maior parte do público, a forma mais cômoda de chegar a Brejo da Madre de Deus é por meio de ônibus de turismo e vans. Esses serviços de traslados têm preços variados e podem ser encontrados facilmente na internet.
Existem também iniciativas independentes de grupos de amigos, igrejas, clubes e associações que formam caravanas para assistir ao espetáculo. Muitas pessoas também preferem ir de automóvel. A estrada que liga a cidade-teatro à capital pernambucana, Recife, é duplicada na maior parte do trajeto, oferecendo conforto e segurança para os viajantes.
Além disso, os turistas de qualquer parte do Brasil, que optarem por pacotes de hospedagem no Recife/PE, em Caruaru/PE ou na paradisíaca praia de Porto de Galinhas/PE, podem adquirir o passeio para assistir ao espetáculo oferecido pela Luck Viagens (81 3366-6222 / www.luckviagens.com.br), pelas lojas da CVC em todo Brasil e várias outras agências de viagens.
O pacote inclui transporte de ida e volta em ônibus especial para turismo, guia turístico e parada na famosa feira de Caruaru para conhecer o artesanato regional e saborear uma deliciosa comida regional. No Recife/PE, o ônibus sai do aeroporto e, em Porto de Galinhas/PE, o turista tem acesso ao transporte nos hotéis e pousadas.
As entradas para o espetáculo já estão à venda pelo site oficial https://www.novajerusalem.com.br/. Os valores são de R$90,00, meia-entrada, e R$180,00 inteira para as apresentações na segunda (3), terça (4) e quarta-feira (5). Nos demais dias, R$100,00 meia e R$ 200,00 inteira. As compras podem ser feitas em até 12 X nos cartões.
Encenação teve início nas ruas de uma pequena vila
O espetáculo da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém teve sua origem nas encenações do Drama do Calvário, realizadas nas ruas da pequena vila de Fazenda Nova, que é distrito do município do Brejo da Madre de Deus, Pernambuco, no período de 1951 a 1962. A iniciativa foi do patriarca da família Mendonça, o comerciante e líder político local Epaminondas Mendonça.
Depois de ter lido em uma revista de variedades como os habitantes da cidade de Oberammergau, na Baviera alemã, encenavam a Paixão de Cristo, Mendonça teve a ideia de realizar um evento semelhante, durante a Semana Santa, a fim de atrair turistas e, assim, movimentar o comércio do lugar.
Os primeiros espetáculos da pequena vila contavam com a participação apenas de familiares e amigos dos Mendonça. Com o passar dos anos, as encenações começaram a atrair atores e técnicos de teatro do Recife/PE e a Paixão começou a ganhar fama e notoriedade em todo o Estado. A vila de Fazenda Nova, onde aconteceram essas primeiras encenações, fica a 1 km do local onde hoje se situa a cidade-teatro de Nova Jerusalém.
A ideia de construir um teatro que fosse uma réplica da cidade de Jerusalé, para que nela ocorressem as encenações da Paixão de Cristo, foi de Plínio Pacheco, jornalista gaúcho que chegou à vila Fazenda Nova em 1956. Mas o plano só veio a se concretizar em 1968, quando foi realizado o primeiro espetáculo na cidade-teatro de Nova Jerusalém. Desde então, já são 54 anos de apresentações ininterruptas dentro das muralhas, atraindo espectadores de todo o Brasil e do mundo.
Nova Jerusalém, maior teatro ao ar livre do mundo, é uma cidade-teatro com 100 mil metros quadrados, o que equivale a um terço da área murada da Jerusalém original, onde Jesus viveu seus últimos dias. Toda sua área é cercada por uma muralha de pedras de quatro metros de altura e com 70 torres de sete metros cada uma. No seu interior, nove palcos-plateias reproduzem cenários naturais, arruados, lagos, jardins e palácios, além do Templo de Jerusalém, constituindo um conjunto de obras monumentais concebidas por vários arquitetos e cenógrafos nordestinos e pelo seu fundador Plínio Pacheco.
(Fonte: Mauro Gomes Assessoria de Imprensa)
Estão abertas desde 24 de fevereiro as inscrições para concorrer às treze novas vagas criadas na Opesp (Orquestra Parassinfônica de São Paulo), a primeira orquestra do mundo protagonizada por músicos com deficiência. Parte do processo de crescimento e amadurecimento do projeto, iniciado em 2022, o novo edital busca pessoas com ou sem deficiência, desde que com experiência musical em cordas, madeiras, metais e percussão.
“O sucesso do primeiro ano do projeto foi garantido pela paixão e empenho de um grupo excepcional de pessoas dedicadas em contribuir para a causa da inclusão e educação musical das pessoas com deficiência”, explica Igor Cayres, mestre em atividades culturais e artísticas, idealizador e produtor da Opesp. “Esta nova etapa se inicia com ares de conquista e novo fôlego para cumprir uma agenda de pelo menos cinco concertos no Brasil”, celebra.
Superação | A paulistana Miriã Vitória dos Santos iniciou seus estudos musicais aos seis anos na Escola de Música do Estado de São Paulo. Em decorrência de uma cirurgia, sua trajetória musical foi interrompida por três anos. De volta à ativa, Miriã integrou a Opesp ao longo do ano de 2022 e comemora. “A experiência na Opesp foi muito além do que eu imaginava. Graças às aulas e aos ensaios, conheci e evoluí consideravelmente na parte técnica do violoncelo. Além disso, foi uma oportunidade de estreitar laços e fazer amizades. Neste ano, espero evoluir ainda mais no instrumento e que mais pessoas saibam que nós existimos e apoiem a causa”, detalha.
Processo de inscrição
As novas vagas são direcionadas para musicistas dos seguintes instrumentos: violino (4 vagas), viola (3 vagas), violoncelo (1 vaga), contrabaixo (1 vaga), flauta/piccolo (1 vaga), trombone (3 vagas) e percussão (1 vaga). Os interessados devem acessar o site da Opesp, preencher a ficha de inscrição, enviar um vídeo cumprindo os requisitos de formato descritos e enviá-los até o dia 7 de março. Tudo de forma online, a equipe pedagógica da Opesp fará uma análise dos inscritos e os selecionados serão anunciados no dia 10 de março.
Pessoas que não moram em São Paulo estão aptas a se inscreverem, mas não terão ajuda de custo extra, além da bolsa já prevista a todos os integrantes da orquestra.
Jornada de sucesso
O levantamento mais recente do IBGE aponta que 8,4% da população brasileira acima de dois anos, o que representa 17,3 milhões de pessoas, tem algum tipo de deficiência. A pesquisa detalha que 7,8 milhões, ou 3,8% da população acima de dois anos, apresenta deficiência física nos membros inferiores, enquanto 2,7% das pessoas têm nos membros superiores. Além disso, 3,4% dos brasileiros possuem deficiência visual e, 1,1%, deficiência auditiva.
Foi contrapondo esses números com a representatividade dessa população na música brasileira que Igor Cayres construiu o projeto da Opesp – para criação, desenvolvimento e promoção da primeira orquestra do Brasil protagonizada por músicos com deficiência.
Ao todo, 33 pessoas foram selecionadas, dentre PCDs e não-PCDs, e passaram por um semestre intenso de aulas e ensaios e, então, estrearem em grande estilo na Sala São Paulo, uma das dez melhores salas de concerto do mundo, em dezembro de 2022. Por fim, Igor Cayres foi vencedor do Prêmio Governo do Estado de São Paulo para as Artes 2022 no quesito Inclusão, Diversidade e Acesso à Cultura, pela idealização da Opesp.
“Na Shell, temos o compromisso de contribuir para o desenvolvimento social do país, onde operamos há 110 anos. A Orquestra Parassinfônica de São Paulo, da qual temos o orgulho de sermos apresentadores, é um belo exemplo de iniciativa que reúne elementos fundamentais para a nossa companhia, com a valorização da cultura nacional e o empoderamento de grupos minorizados. Acreditamos que apoiar o projeto é uma maneira de avançar na construção de uma sociedade mais inclusiva, impactando positivamente milhares de vidas”, destaca Glauco Paiva, gerente executivo de Comunicação e Responsabilidade Social da Shell Brasil.
Educativo
“A grande maioria dos músicos da Opesp vivenciou pela primeira vez na vida a experiência da rotina de uma orquestra sinfônica. Vistas todas as dificuldades impostas sobre as pessoas com deficiência, para eles chegava a ser difícil até mesmo encontrar escolas de música para estudar. Hoje serem protagonistas da Opesp e terem contato com um corpo técnico deste nível, é extremamente recompensador”, detalha Igor.
Sob coordenação pedagógica de Aída Machado, Mestre em Música pelo Departamento de Música da Universidade de São Paulo, a orquestra terá regência do maestro Marcos Arakaki, renomado por dirigir importantes orquestras nacionais e internacionais, como a Orquestra Sinfônica Brasileira, Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, Orquestra Sinfônica do Paraná, Orquestra Filarmônica de Buenos Aires, Orquestra Sinfônica de Xalapa, Orquestra Filarmônica de Universidade Autônoma do México, Kharkiv Philharmonic, na Ucrânia, e Bohuslava Martinů Philharmonic Orchestra, na República Tcheca.
Sobre a Opesp | A Orquestra Parassinfônica de São Paulo é uma realização da Associação Orquestra Parassinfônica do Estado de São Paulo – Opesp, apresentada pela Shell, Instituto Cultural Vale e Ministério da Cultura, com apoio do Governo do Estado de São Paulo por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, e patrocínio da Astrazeneca, Syngenta, Raia Drogasil, Unigel, Banco Bradesco SA.
Serviço:
Processo seletivo para a Opesp
Período de inscrições: 24 de fevereiro a 7 de março de 2023
Por meio do site
Divulgação de resultados: 10 de março de 2023, pelo mesmo site.
(Fonte: Agência Prioriza)