Cientistas rebatem argumentos sobre custos de publicação e dificuldades de infraestrutura; entre pontos para tornar a ciência mais aberta estão mudanças na política de avaliação e estímulo ao compartilhamento de dados
Brasil
Quem viaja em família tem sempre o desafio de encontrar atrações e atividades para idades diferentes. No Litoral Norte de São Paulo, as cinco cidades que integram o consórcio turístico Circuito Litoral Norte já são destino certo quando o assunto é sol e praia. Porém, Bertioga, Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba possuem, ainda, uma infinidade de atrativos naturais, culturais, históricos, de aventura, e muito mais que atraem não só adultos, como também crianças e adolescentes.
Conheça a seguir 15 atrações para curtir o melhor que a região tem a oferecer em família:
BERTIOGA
Forte São João
Construído em 1547, o Forte São João é considerado o mais antigo do Brasil. Tombado como Patrimônio Histórico-Cultural pelo Iphan e candidato a Patrimônio Histórico Mundial pela Unesco, é aberto à visitação e conta com antigas armaduras e armas da esquadra portuguesa, fragmentos do livro de Hans Staden e salas temáticas com o acervo indígena como lanças, arcos e flechas, entre outros.
Passeio de Escuna
As escunas já são tradicionais em Bertioga e oferecem passeios por diversas praias e atrativos da cidade. Em um roteiro histórico, é possível visitar, por exemplo, o Forte São João. O percurso ainda passa pelo Canal de Bertioga, rios e oceano e, por fim, inclui banho de mar próximo às ilhas Guará, Ilha Rasa e Praia do Iporanga. As crianças, além de aproveitarem o roteiro, se divertem na própria embarcação, que é estilizada como um navio pirata.
Rio Jaguareguava
Com percurso calmo e paisagem que integra Mata Atlântica, mangue e restinga, o rio Jaguareguava é destino para a prática de canoagem em família. Seja a bordo de canoas canadenses ou caiaques, a atividade encanta os amantes de ecoturismo. Com águas cristalinas e pequenos bolsões de areia para parada, a paisagem do lugar permite total integração à natureza.
“Bertioga oferece inúmeras experiências turísticas para toda a família, em todas as idades. Quando a cidade dá opções para toda a família e todas as idades, aumenta o tempo de permanência dos turistas e seu consumo, aquecendo o comércio e gerando mais empregos”, comenta o secretário de Turismo de Bertioga, Ney Carlos Rocha.
CARAGUATATUBA
Praia da Mococa/Cocanha
Situadas na parte norte da cidade, as praias da Mococa e Cocanha são duas boas pedidas para quem está com criança. A primeira, além da boa estrutura de serviços, conta com atividades como ski-banana, aluguel de jet-ski e caiaque, além de ter, bem em frente, o Ilhote da Cocanha, com mar calmo e águas transparentes.
Já a segunda conta com estrutura de quiosques em um quilômetro de extensão, além de areia monazítica e mar calmo, sendo ideal para banho e passeio de caiaque.
Espaço Aventura
Localizado no centro da cidade, o Espaço Aventura é um ponto de lazer que oferece tirolesa, arvorismo em três níveis e parede de escalada. O atrativo é indicado para o público de diversas idades, inclusive pessoas com deficiência (PcD) e idosos. Os equipamentos são seguros e as atividades são realizadas sempre com acompanhamento de monitores.
Parque Estadual da Serra do Mar
O Parque Estadual da Serra do Mar é ideal para se integrar à natureza em Caraguatatuba. Ali, é possível fazer trilhas de até 3,5 km, avistando animais silvestres como cotias, tamanduás, tucanos e esquilos. O atrativo também abriga a Cachoeira da Pedra Redonda, uma boa alternativa para se refrescar durante os dias de calor.
“A maior parte do nosso público é de famílias com crianças. É um público de importância econômica expressiva, já que consome em diferentes tipos de comércios e diferentes tipos de serviços, além de ser um público mais adequado ao perfil proposto em estudos de planejamento do desenvolvimento turístico local”, explica a secretária de Turismo de Caraguatatuba, Maria Fernanda Galter Reis.
ILHABELA
Praia da Armação/Pedras Miúdas
Apesar de ser famosa por sua estrutura para esportes náuticos, a Praia da Armação, ao norte da cidade, também é bastante indicada para famílias. Sua pequena faixa de areia de 350 metros abriga, inclusive, uma charmosa capela. Já no lado sul da ilha, a Praia das Pedras Miúdas tem vista privilegiada para a Ilha das Cabras, além de areias brancas e águas claras onde é possível observar garoupas, robalos, corais, estrelas do mar e até tartarugas.
Fazenda Engenho d’Água
Importante patrimônio histórico e cultural de Ilhabela, tendo sua construção datada do fim do século XVIII, a Fazenda Engenho d’Água é tombada pelo Iphan. O lugar apresenta mais de 43,5 mil m² de área, com uma casa sede, feita de alvenaria de pedra e cal e de pau-a-pique e a casa maior, que segue a tradição das ilhas atlânticas, em um sobrado avarandado.
Museu Náutico
Localizado no prédio da antiga Cadeia e Fórum, na Vila, Centro Histórico da cidade, o local conta com uma coleção de peças vindas de naufrágios, principalmente do Príncipe de Astúrias, além de painéis com informações e imagens, com destaque para o painel de seis metros com a linha do tempo indicando naufrágios desde 1825 até 1990.
“As viagens em família são uma fonte importante de receita para a indústria regional do turismo porque envolvem uma ampla gama de serviços, como transporte, hospedagem, alimentação, entretenimento, passeios e outras atividades. Além disso, o turista que viaja em família geralmente fica na região por períodos mais longos; ele se programa para que sua família possa curtir a maior quantidade de experiências possíveis, tornando aqueles dias inesquecíveis e, consequentemente, gera mais emprego e renda, fomentando ainda mais a economia”, reforça o secretário de Turismo e Desenvolvimento Econômico de Ilhabela, Harry Finger.
SÃO SEBASTIÃO
Complexo Turístico da Rua da Praia
O lugar, situado no Centro Histórico de São Sebastião, possui uma grande área de lazer, com parquinho para as crianças, pista de skate, deck de madeira – onde é possível observar tartarugas marinhas por toda a orla da região central – e ciclovia para passeios de bicicleta.
Praia da Baleia
Localizada na costa sul do município, a charmosa e tranquila Praia da Baleia possui águas claras e calmas e é uma ótima alternativa para quem gosta de praticar esportes como caminhada, corrida, futevôlei e frescobol.
Praia de Barequeçaba/Praia do Arrastão
Ambas as praias são ideais para famílias com crianças, pois possuem mar calmo e estrutura como quiosques e barracas comercializando comidas e bebidas.
“São Sebastião é uma cidade muito segura e preparada para receber diversos públicos, principalmente as famílias com crianças, que representam mais de 60% dos turistas. A cidade é extensa, mas mesmo assim temos estrutura na Costa Sul e na região Central/Norte, oferecendo aos visitantes e moradores diversos locais com playgrounds e área de lazer, além das lindas praias e belezas naturais”, afirma a secretária de Turismo de São Sebastião, Adriana Augusto Balbo.
UBATUBA
Praia do Lázaro/Domingas Dias
Em Ubatuba, duas das praias que se destacam para a família são a do Lázaro, que é tranquila, apesar de urbanizada e tem areias claras e águas límpidas, e a Domingas Dias, com apenas 400 metros de faixa de areia arborizada, com costeiras rochosas e águas calmas.
Quilombo da Fazenda
O Quilombo da Fazenda tem mais de 200 anos de história e abriga cerca de 40 famílias em uma das áreas de Mata Atlântica mais preservadas do Estado de São Paulo. Na costa norte da cidade, as famílias que vivem no sertão da Praia da Fazenda preservam sua cultura e memória quilombola por meio de rodas de conversas, trilhas agendadas e gastronomia típica.
Museu da Vida Marinha
Localizado na praia Perequê-Açu, o museu conta com um acervo com esqueletos reais de animais da atualidade, além de taxidermia em tempo real que pode ser acompanhada pelos visitantes, um espaço temático de impactos, que conta com uma exposição sobre os impactos da atividade humana no ambiente marinho e uma parede de ossos de animais mortos, um espaço temático com informações dos trabalhos que são realizados pelo Instituto Argonauta em prol dos ambientes costeiros e marinhos, e uma casa sustentável com exemplos de energias renováveis que podem ser replicadas por qualquer um para otimizar os recursos naturais.
“Ubatuba é um destino privilegiado em atrativos para todos os públicos; porém, consideramos o turismo familiar repleto de atividades. Principalmente para o lazer com crianças, podemos citar também o passeio de Escuna para Ilha Anchieta. Já para as crianças, que gostam de mais aventura, podem aprender a surfar na Praia de Itamambuca e, para fechar, conhecer o Aquário e o Tamar, que são excelentes atrativos de educação e lazer”, complementa a secretária de Turismo de Ubatuba, Thaila Brito.
Conheça essas e outras experiências para desfrutar o melhor do Litoral Norte de São Paulo durante o ano inteiro em: https://circuitolitoralnorte.tur.br/experiencias.
Para descobrir estes e outros passeios paradisíacos no Litoral Norte de São Paulo, acesse o guia de fornecedores: https://circuitolitoralnorte.tur.br/guiageral.
(Fonte: Assimptur)
O Conservatório de Tatuí abre inscrições para o 2º Processo Seletivo de Novos(as) Estudantes para o Ano Letivo 2023 (vagas remanescentes). A instituição disponibiliza 195 vagas para cursos gratuitos nas áreas de Artes Cênicas, Música Erudita, Música Popular e Educação Musical. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pela internet, de 14 a 16 de fevereiro.
A Área de Artes Cênicas disponibiliza 85 vagas nos cursos Ateliês de Iniciação às Artes da Cena para Crianças I (8 e 9 anos de idade), Ateliês de Iniciação às Artes da Cena para Crianças II (10 e 11 anos de idade), Ateliês em Artes da Cena para Adolescentes I (12 e 13 anos de idade), Ateliês em Artes da Cena para Adolescentes II (14 e 15 anos), Artes Cênicas (a partir de 18 anos de idade) e Cenografia (a partir de 16 anos de idade), além de vagas para o Grupo Pedagógico de Artes da Cena para Adolescentes (16 e 17 anos de idade).
A Área de Música Erudita oferece 57 vagas para estudar na cidade de Tatuí e mais 10 vagas para estudar no Polo São José do Rio Pardo. Em Tatuí, os cursos disponíveis no momento são Contrabaixo Acústico, Percussão Sinfônica, Canto Barroco, Cordas Dedilhadas Históricas, Cravo, Viola da Gamba, Clarinete, Fagote, Oboé, Trompa, Tuba e Iniciação à Regência. Também será realizado cadastro de reserva (lista de espera) para turmas de Flauta Doce, Violino/Viola Barrocos, Violoncelo Barroco, Saxofone e Eufônio. No Polo São José do Rio Pardo, os cursos com vagas abertas são Piano Colaborativo, Saxofone, Trombone/Eufônio/Tuba, Trompa e Violoncelo. Além de cadastro de reserva para Clarinete, Flauta Transversal, Viola Clássica e Violino.
Na área de Música Popular (apenas em Tatuí), as vagas remanescentes são para os cursos de Percussão MPB/Jazz, Trompete MPB/Jazz, Flauta de Choro e Percussão de Choro. Interessados também podem inscrever-se para cadastro de reserva em Contrabaixo Acústico MPB/Jazz, Clarinete MPB/Jazz, Bandolim de Choro e Violão 7 Cordas de Choro.
Na Área de Educação Musical, a instituição disponibiliza vagas remanescentes nas turmas de Musicalização Infantil 1, 3 e 4 (crianças de 4, 6 e 7 anos de idade respectivamente) e para o curso de Formação em Educação Musical (para educadores). Os cursos, pré-requisitos, critérios de seleção e demais orientações sobre a inscrição e o processo seletivo estão detalhados nos editais de cada área, disponíveis no site do Conservatório de Tatuí.
Serviço:
2º Processo Seletivo de Novos(as) Estudantes do Conservatório de Tatuí (vagas remanescentes)
Prazo de inscrição: 14 a 16 de fevereiro (18h) de 2023
Confira os editais.
(Fonte: Máquina Cohn & Wolfe)
A Secretaria de Cultura de Indaiatuba abre inscrições para audição do Grupo de Referência em Teatro. Os interessados devem ter mais de 12 anos e as aulas acontecerão duas vezes por semana no Centro Cultural Wanderley Peres. As inscrições seguem até o dia 27 deste mês pelo portal Cultura Online e as audições acontecem dias 1º e 3 de março, das 18h às 21h, para todos os candidatos.
O objetivo do projeto é trabalhar o teatro de maneira imersiva e em nível avançado, dando origem a um grupo que representará o município em festivais, concursos, premiações e apresentações. Por isso, é preciso que o interessado comprove experiência de, ao menos, um ano na área teatral.
Os interessados devem residir em Indaiatuba e ter disponibilidade para frequentar as aulas, que acontecerão às quartas e sextas, das 18h às 21h. Os alunos já matriculados na Oficina de Teatro Juvenil ou Adulto da Secretaria Municipal de Cultura, caso sejam classificados, serão transferidos automaticamente para o Grupo de Referência em Teatro.
As inscrições seguem até o dia 27 de fevereiro pelo portal Cultura Online (www.indaiatuba.sp.gov.br/cultura-online/), na opção Audição – Grupo de Referência em Teatro. O Centro Cultural Wanderley Peres fica na Praça Dom Pedro II, s/nº, Centro e é importante chegar com 15 minutos de antecedência, portando RG e CPF. Mais informações pelo telefone (19) 3835-6200.
(Fonte: Prefeitura de Indaiatuba)
No sábado (11/2) o prefeito de Indaiatuba, Nilson Gaspar, e o secretário de Educação, Heleno da Silva Luiz Junior, participaram da aula inaugural de Robótica Educacional que será implantado na Rede Municipal neste ano. O projeto contempla os 13.943 alunos do fundamental I (1º ao 5º ano) e será iniciado no primeiro semestre para as oito unidades escolares de período integral, com 3.039 alunos. Progressivamente as outras 19 unidades, com 10.904 alunos, também serão atendidas até o segundo semestre.
“A educação municipal de Indaiatuba está entre umas das melhores do país e, para seguir com a qualidade que nossas crianças merecem ,estamos implantando uma série de novidades. Ano passado, adquirimos o Sistema SESI de Ensino, projetores digitais, climatizadores, tablets, caixa maker e agora avançamos mais um degrau. A robótica chega para inovar com tecnologia o aprendizado dos alunos”, anunciou Gaspar.
O secretário de Educação explicou que, neste primeiro momento, o projeto integrará as oficinas das escolas de período integral, mas até o meio do ano todos os alunos do 1º ao 5º ano terão as aulas de robótica. “Essa é uma ação muito importante na área de inovação e tecnologia da Rede Municipal de Ensino. Com este trabalho, vamos agregar conhecimento ao conteúdo que já é ministrado às nossas crianças dentro do contexto do currículo escolar, para que eles possam cada vez mais aprender aquilo que tem de melhor”.
A Robótica Educacional será desenvolvida nas escolas e os professores da Rede estão sendo capacitados para trabalhar o conteúdo com os alunos. O programa contempla 36 atividades anuais que serão realizadas semanalmente com duração de aproximadamente 2h30. A empresa vencedora do processo licitatório foi a Sim Inova Tecnologia Comércio e Serviços, com investimento municipal de mais R$10 milhões.
O programa de robótica educacional da SIM Inova® é alinhado às diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e utiliza blocos de montagem da LEGO® Education. Conta ainda com a metodologia STEAM (sigla para Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática) e a Cultura Maker (aprender fazendo).
Os alunos serão divididos em turmas com quatro crianças para desenvolver a atividade proposta com o conteúdo pedagógico para a idade. As equipes trabalharão com o kit tecnológico de inovação, plataforma digital integrada e material paradidático para desenvolver o projeto. Cada aluno fica responsável por uma parte da atividade, sendo elas Líder, Administrador, Construtor e Programador.
A metodologia ativa conta com atividades que estimulam o desenvolvimento de habilidades comportamentais, organizacionais, socioemocionais, cognitivas e de comunicação que são essenciais para enriquecer o aprendizado da nova geração para os desafios do século XXI.
A implantação do aprendizado da robótica na infância tem se mostrado uma excelente ferramenta de educação em um mundo cada vez mais tecnológico. A prática ajuda a desenvolver o lado intelectual e cognitivo, raciocínio lógico, senso criativo, resolução de problemas e trabalho em equipe.
(Fonte: Prefeitura de Indaiatuba)
Para os povos originários da Amazônia, existe uma relação indissociável entre a criação do mundo e da humanidade. Tal relação fundamenta toda explicação dos Povos Indígenas sobre a terra, a floresta, os recursos da natureza, linguagem, crenças, espíritos, criador e criaturas terrestres. Esta relação é ressaltada na visão de mundo de muitos dos Povos Indígenas da Amazônia. Por exemplo, o povo Baniwa, pertencente à família linguística Aruak, se autodeclara “Somos Amazônia”. Os Paiter Suruí de Rondônia se autodenominam gente de verdade ou povo verdadeiro. Os indígenas da Kichwa Amazônica (Amazônia Equatoriana) tratam a floresta como “Madre Selva”, “Madre Terra” ou “Madre Natureza”, sendo uma fonte de conhecimento e ensinamento para a vida. Os Mundurukus, da região do Alto Tapajós, afirmam que tudo na floresta é sagrado e tem espírito. A cultura Indígena é, portanto, intimamente ligada com a floresta e rios.
Por esta intrínseca interação com a floresta, quando há destruição, a floresta sente dor e os indígenas também. Há múltiplas estratégias de ocupação desordenada da floresta e dos territórios Indígenas (TI). O garimpo de ouro tornou-se uma ameaça aos indígenas e outras populações vulneráveis, contaminando a floresta, os rios e peixes e reduzindo a caça. Como efeito, o povo tem ficado doente. As hidrelétricas deslocam suas populações e alteram as condições básicas de seu sustento, como disponibilidade de peixes. Para muitos, a ocupação desordenada da floresta e das TI resultaram em vidas perdidas. Assassinato, escravidão e genocídios estão no modelo atual de desenvolvimento capitalista, o qual tem resultado em processos violentos contra os Indígenas. De fato, estudos do Conselho Indigenista Missionário mostraram que a cada dois dias um indígena morre por proteger a floresta.
Os Indígenas brasileiros viveram entre 2019 e 2022 um período de desrespeito, tempo ápice de destruição física e espiritual desde 1988. Atividades tais como desmatamento, incêndios florestais, extrativismo insustentável de recursos minerais e biológicos, monocultura, extração de madeira estão desconectando os Indígenas da floresta. O desrespeito aos Povos Indígenas ultrapassou o limite territorial da Amazônia em 8 de janeiro de 2023. O ataque violento aos prédios públicos em Brasília representou uma séria ameaça aos direitos Indígenas e à democracia de modo geral.
A destruição ou ‘fim do mundo-florestas’, segundo a profecia Baniwa, ameaça acabar com os Povos Indígenas e o mundo inteiro. O aquecimento global e a crise climática são provas de que os caminhos de desenvolvimento para a Amazônia têm sido injustos e destrutivos. Isto tem gerado fuga das comunidades Indígenas, desaparecimento de línguas e perda de territórios. O resultado tem sido uma perda de conhecimento inestimável, conduzindo a humanidade para um vazio de soluções para problemas que atingem a todos.
A demarcação e homologação das Terras Indígenas (TI) têm sido fundamental para evitar a destruição dos lugares sagrados. Para os Paiter Suruí, as ameaças a seu povo e a seu território surgiram a partir de 1969, após o primeiro contato com o não indígena. Foi necessário integrar e aprender a cultura ocidental para evitar uma extinção causada pelos colonizadores. Eles conseguiram a demarcação do TI Sete de Setembro em 1976, com o reconhecimento de posse chegado sete anos mais tarde, em 1983. Este TI de 248 mil hectares, embora represente um reconhecimento dos direitos Indígenas, não foi necessariamente suficiente para garantir todos os meios de subsistência do povo Paiter Suruí. Por exemplo, a taboca (Bambusa spp.) é uma planta essencial para a produção de arco e flecha. As áreas onde a taboca ocorre naturalmente hoje estão dentro de propriedades privadas, em fazendas, sendo necessário aos Indígenas solicitar autorização de fazendeiros para extrair a taboca. Isto mostra como os povos Indígenas estão perdendo acesso a lugares sagrados onde espécies de plantas essenciais aos seus meios de vida ocorrem de forma natural.
Há grandes desafios na superação destes problemas; entre eles, a elaboração de planos de manejo para os territórios Indígenas e estratégias para proteção de tudo que descrevemos anteriormente. Os Povos Indígenas buscam alternativas para manter sua cultura. Por exemplo, o diagnóstico etnoambiental participativo da TI Sete de Setembro, realizado no ano de 2000, registrou características históricas, ritualísticas e medicinais dos Indígenas ligadas com a floresta. Atividades como reflorestamento, turismo, artesanato, música, história e pintura corporal foram inseridas nesse planejamento. Embora existam pensamentos divergentes na TI, a gestão destas atividades para fins de conservação da floresta e da cultura é valorizada por estes grupos.
Considerando o contexto do planeta-terra, da humanidade, do Brasil e da Amazônia, descrevemos aqui alguns desejos para Amazônia Indígena fundamentais para reconstrução do bem-viver e viver dos Povos Indígenas e para proteção das florestas, da biodiversidade, do conhecimento tradicional e combate às mudanças do clima.
A educação escolar Indígena é uma ferramenta fundamental para as lutas e diálogos interculturais. A necessidade de aprender o idioma português foi estimulada por gerações passadas na TI Alto Rio Negro, Aldeia Tucumã-Rupitã do rio Içana, em São Gabriel da Cachoeira, estado do Amazonas, Brasil. A construção da escola indígena Baniwa no ano de 2000, em resposta às articulações institucionais ao longo da década de 1990, foi uma vitória do seu povo. Cursos de magistério Indígena foram iniciados. Professores das comunidades receberam capacitação para a educação Indígena e as escolas foram adaptadas. Mais de 100 professores Baniwa foram formados. Alguns Indígenas fizeram mestrado e agora querem fazer o doutorado. O ensino superior Indígena intercultural deve focar em processos de construção da vivência Indígena. Por exemplo, viabilizando o desenvolvimento de cestaria, pimenta, canoa, rede, roça, remo, segurança alimentar, gerando novos conhecimentos e parcerias. Jovens Indígenas têm um papel chave na propagação do conhecimento ancestral e dão voz aos desejos e necessidades de seus povos. A timidez dos Indígenas, no entanto, em especial durante a juventude, é reconhecida por eles como um desafio intergeracional pela continuidade da luta por direitos, pela manutenção dos lugares sagrados junto com as lideranças.
A Amazônia protegida é uma obrigação moral e política. Queremos sustentar a harmonia com a floresta, Amazônia respeitada, venerada, que seja esperança da humanidade, coração biológico do planeta. É preciso diálogos concretos às questões urgentes, a fim de reconstruir princípios de Estado e sociedade. É preciso compromissos internacionais como o Acordo de Paris, Convenção da Biodiversidade e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável 2020-2030, que devem ser do tamanho do sonho de conservar a Amazônia.
A participação do Indígena na política é um anseio dos povos originários. A criação do Ministério dos Povos Indígenas no Brasil, como foi descrito pela ministra Sonia Guajajara, sinaliza para o mundo o compromisso do Estado brasileiro com a emergência e justiça climática. Tal ministério é inédito na história do Brasil, assim como uma Indígena na função de ministra de Estado. Não há dúvida que a política é essencial para reconhecer e valorizar o papel dos Povos Indígenas na conservação do clima e da biodiversidade, garantindo seu acesso à educação, saúde integral, demarcação e gestão de território, proteção ambiental e articulações interinstitucionais.
Os direitos Indígenas devem ser igualmente assumidos e respeitados internacionalmente. Os Povos Indígenas não vão salvar a Amazônia sozinhos. A união entre os povos Indígenas da Amazônia deve ser estimulada. O conhecimento Indígena pode sustentar o conhecimento científico. Esta combinação pode oferecer respostas concretas a problemas críticos da Amazônia, criando um esforço intergeracional: Indígenas e não Indígenas caminhando juntos no conhecimento.
A Amazônia preservada é garantia de proteção de vidas. Queremos que os rios e a florestas sejam protegidos para as futuras gerações. Uma Amazônia livre de assassinato Indígena. Uma Amazônia sem destruição e roubo de recursos naturais. Uma Amazônia cujo povo Indígena não seja extinto por proteger seu território. Queremos a sustentabilidade a partir de plantios de espécies nativas (por exemplo, castanha e copaíba) e apoio para organizar cadeias de produtos da floresta com valor agregado que gerem renda e bem-estar social às comunidades.
O sagrado-floresta deve ser cuidado com mais elevado conhecimento que o capitalismo. Pois, manter a floresta em pé e os rios fluindo é importante para a humanidade. Além disso, é preciso mais mensagem ambiental nos meios de comunicação como jornais, livros e teleconferência. A sociedade precisa ouvir Indígenas sobre o que estão dizendo ao mundo. A natureza tem avisado que a degradação ambiental não pode continuar. Que a natureza precisa de alegria. Neste sentido, o desenvolvimento sustentável deve ser com diálogo, respeitando vidas e construindo um futuro melhor para todos.
Sobre os autores:
André Baniwa é Indígena, amazonense, empreendedor social, formado em Gestão Ambiental e vice-presidente da Organização Indígena da Bacia do Içana. Teve papel fundamental na criação da escola intercultural Baniwa e Koripako. É autor do livro “Bem Viver e Viver Bem: Segundo o Povo Baniwa no Noroeste Amazônico Brasileiro”. André é autor do capítulo 32 do Relatório de Avaliação da Amazônia 2021, produzido pelo Painel Científico para a Amazônia (PCA).
Gasodá Paiter Suruí é indígena do povo Paiter, pertencente ao grupo Gãmeb (maribondo preto). Nasceu na Terra Indígena Sete de Setembro, em Cacoal – Rondônia. Graduado em Turismo com mestrado em Geografia e doutorando em Geografia. Fundador e coordenador do Centro Cultural Indígena Paiter Wagôh Pakob. Gasodá é autor do capítulo 10 do Relatório do PCA.
Beka Munduruku é Indígena do Povo Munduruku. Mora na Terra Indígena Sawré Muybu, na região do rio Tapajós, próximo dos municípios de Itaituba e Trairão, Pará Brasil. É uma das mais novas vozes da juventude Indígena. Beka é membro do comitê estratégico do PCA.
Nadino Calapucha é Indígena natural de Arajuno, Pastaza, Equador, é da etnia Indígena Kichwas Amazônia e coordenador das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica (COICA). Nadino é autor do capítulo 34 do Relatório do PCA.
(Fonte: originalmente publicado na Agência Bori e no Nexo Políticas Públicas)