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Bete Coelho apresenta espetáculo “Molly-Bloom” no Teatro Unimed

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: Matheus Jose Maria.

O Teatro Unimed apresenta, a partir da sexta-feira, 27 de janeiro, o espetáculo “Molly-Bloom”, estrelado pela atriz Bete Coelho, que também assina a direção, ao lado de Daniela Thomas, e divide a cena com o ator Roberto Audio. Em nova montagem da Cia. BR116, o texto é formado pelas partes finais da obra “Ulysses”, de James Joyce, cuja primeira publicação fez 100 anos em 2022 – uma espécie de post-scriptum de toda ação do clássico do autor irlandês.

“Molly-Bloom”, com tradução de Caetano W. Galindo e codireção de Gabriel Fernandes, é o fluxo ininterrupto e fascinante do pensamento da personagem, que nunca deixou de ser um desafio e uma tentação para leitores, críticos e, talvez acima de todos, para as atrizes. Os escritos de James Joyce, assim como de outros autores concretos da literatura e dramaturgia mundial, foram apresentados a Bete Coelho por Haroldo de Campos em saraus e eventos culturais. Desde então a atriz pensava em levar Molly-Bloom aos palcos.

A trama | Em cena, Leopold Bloom [Roberto Audio], icônico personagem da literatura mundial, retorna a sua casa após flanar por cerca de 16 horas pela cidade de Dublin, capital da Irlanda. Sua esposa, Molly Bloom [Bete Coelho], já está dormindo – ou finge estar. Ele, exausto, deita na cama com cautela para não a acordar e cai no sono. Molly, então, parte para sua odisseia mental, singrando o mar de seus pensamentos. Entre travesseiros e fluidos líquidos e gasosos, navega as águas do passado, a infância em Gibraltar, seu pai, os enamoramentos, o primeiro beijo, o filho morto; navega as águas do presente, o casamento, o adultério, a barriga que está ficando grandinha, a conjectura de talvez parar com a cerveja no jantar, a filha; e as águas fascinantes e traiçoeiras da libido, do sexo, do proibido.

Solidão a dois

A atriz e diretora Bete Coelho explica que, em “Molly-Bloom”, a Cia. BR116 decidiu não encenar apenas o célebre monólogo final, desencaixando-o do livro como um fragmento isolado. “Optamos por incluir na montagem trechos do episódio anterior, onde Leopold Bloom, finalmente sozinho depois de um dia longo e cansativo, se prepara para entrar na cama com a esposa que, ele sabe, cometeu adultério naquele dia”. Trata-se de um gesto aparentemente discreto, essa ligeira manipulação do texto que reconecta Molly e Bloom, mas com um efeito profundamente transformador. Trazer o final do capítulo anterior permite ao público conceber de maneira muito mais plena aquele mundo, aquelas pessoas e a integralidade do livro Ulysses. Bete Coelho também destaca o pensamento revolucionário da consciência e da sexualidade femininas presentes nas falas de Molly Bloom.

Para Caetano W. Galindo, que assina a tradução e a consultoria dramatúrgica de Molly-Bloom, “se a terceira parte do romance de Joyce trata da volta para casa, e nela finalmente vemos Bloom voltar ao seu ‘reino’ usurpado, mas ainda acolhedor, o que a encenação realiza ao reintegrar ao livro como um todo as famosas falas, foi uma operação da mesma natureza: ela trouxe Molly, que passou todo aquele dia 16 de junho de 1904 sem sair do seu endereço, de certa forma de volta para ‘casa’, fazendo com que sua voz de novo converse com a do marido, fazendo com que a noite apareça novamente como sequência e inversão dos valores do dia, com que a lua surja, aos poucos, na medida em que o sol desaparece”.

Ângulos diversos | Na encenação de “Molly-Bloom”, Daniela Thomas criou uma cenografia para que o público assista ao espetáculo como se lê a obra clássica de Joyce, de vários ângulos. O cenário multimídia é um convite para que a plateia esteja junto à cena, vendo pequenos detalhes da montagem. “A ideia é trazer a amplitude do livro para o palco oferecendo maneiras diferentes de olhar a mesma cena, sem induzir a uma única compreensão”, pontua Bete Coelho.

Início da programação 2023 do Teatro Unimed | “O Teatro Unimed tem se consolidado na produção artística nacional como um espaço de alta qualidade, seja por sua programação consistente e plural, seja por seus elementos técnicos e de máximo conforto para o público. Incluir na rotina atividades culturais e de lazer, juntamente com familiares e amigos, é fator diretamente ligado à promoção da saúde mental e do bem-estar”, afirma Luiz Paulo Tostes Coimbra, presidente da Unimed Nacional. “A semana do dia 25 de janeiro, data tão marcante para nós que amamos a cidade de São Paulo, tem se consolidado a cada ano como o período de início da programação do Teatro Unimed. Estamos muito orgulhosos de estrear a agenda 2023 com um espetáculo tão relevante, com profissionais altamente conceituados e aclamados pela crítica. Ao mesmo tempo, o Edifício Santos-Augusta está sempre totalmente aberto ao público que mora em São Paulo ou está de visita na cidade e que, além do Teatro Unimed, pode também usufruir da excelência do Perseu Coffee House, no térreo, e do Casimiro Ristorante dal Tatini, no quarto andar”, convida Fernando Tchalian, CEO da desenvolvedora Reud, controladora do Teatro Unimed.

Ficha Técnica

Autor: James Joyce

Tradução: Caetano W. Galindo

Direção: Daniela Thomas e Bete Coelho

Codireção: Gabriel Fernandes

Atriz: Bete Coelho

Ator: Roberto Audio.

Direção de Vídeo: Gabriel Fernandes

Consultoria Dramatúrgica: Caetano W. Galindo

Cenário: Daniela Thomas e Felipe Tassara

Produção de Cenografia: Mauro Amorim

Assistente de Direção: Lindsay Castro Lima

Desenho de Luz: Beto Bruel

Assistente de Luz: Sarah Salgado

Figurino: Bete Coelho e Daniela Thomas

Assistente de Figurino: Alice Tassara

Diretor Técnico: Rodrigo Gava

Diretor de Palco: Domingos Varela

Assistente de Palco: João Carvalho

Diretor de Cena: Murillo Carraro

Diretora de Arte: Alice Tassara

Assistente de Arte: Murillo Carraro

Camareiro: João Carvalho

Canção do Amor tocada por Caetano W. Galindo

Operador de Som: Rodrigo Gava

Operadora de Luz: Sarah Salgado

Serralheria: Mauricio Zati / Aço Studio Arquitetos

Diretor de Comunicação: Maurício Magalhães

Programação Visual: Celso Longo / CLDT

Fotos: Jennifer Glass

Assessoria Jurídica: Olivieri Associados

Dramaturgista da Cia.BR116: Marcos Renaux

Local de Ensaio: CASAVACA

Direção de Produção: Lindsay Castro Lima e Mariana Mantovani

Gerente técnico Teatro Unimed: Reynold Itiki

Assessoria jurídica Teatro Unimed: Carolina Simão

Comunicação Teatro Unimed: Dayan Machado

Assessoria de Imprensa Teatro Unimed: Fernando Sant’ Ana

Realização: Cia. BR116.

Teatro Unimed | O Teatro Unimed está localizado em um dos pontos centrais da cidade de São Paulo: esquina da Rua Augusta com a Alameda Santos, a apenas uma quadra da Avenida Paulista. Sua programação é dedicada a espetáculos de alta qualidade e nunca antes exibidos na cidade, como o musical “Lazarus”, de David Bowie, com o qual o teatro abriu suas portas em agosto de 2019. Durante todo o período em que esteve fechado para espetáculos presenciais, o Teatro Unimed continuou produzindo cultura e lazer, com espetáculos de grande qualidade, online e sempre gratuitos, como parte do projeto Teatro Unimed Em Casa. Muito versátil, com o que existe de mais moderno em tecnologia cênica, ideal para espetáculos de teatro, música, dança, eventos, gravações e transmissões ao vivo, o Teatro Unimed é todo revestido em madeira, com 249 lugares, palco de 100m², boca de cena com 12m de largura e fosso para orquestra. Primeiro teatro criado por Isay Weinfeld (responsável pelos projetos dos hotéis do Grupo Fasano, do residencial Jardim, em Nova York, e do Hotel InterContinental, em Viena), o Teatro Unimed ocupa o primeiro andar do sofisticado edifício projetado pelo arquiteto, o Santos Augusta, empreendimento da desenvolvedora Reud, combinação única de escritórios, café, restaurante e teatro, o que permite uma experiência completa, antes e depois de cada espetáculo. Elegante e integrado ao lobby no piso térreo, o Perseu Coffee House é a porta de entrada do Santos Augusta. Com mobiliário vintage original dos anos 50 e 60, assinado por grandes nomes do design brasileiro, como Zanine Caldas, Rino Levi e Carlo Hauner, e uma carta de cafés, comidinhas e drinks clássicos, é o lugar perfeito para encontros informais, desde um café da manhã até o happy hour. O Casimiro Ristorante, localizado no quarto andar do edifício, é uma iniciativa de um dos mais admirados e tradicionais restaurantes de São Paulo o Tatini, fruto da dedicação de três gerações de profissionais voltados para a gastronomia italiana de qualidade: Mario Tatini, Fabrizio Tatini e Thiago Tatini.

Molly-Bloom

Teatro Unimed

Ed. Santos Augusta, Al. Santos, 2159, Jardins, São Paulo (SP)

Estreia: sexta-feira, 27 de janeiro de 2022

Curta temporada: de 27 de janeiro a 26 de março de 2022 (não haverá espetáculo de 17 a 19 de fevereiro, Carnaval)

Horários: sextas e sábados, às 20h; domingos, às 18h

Valores: Inteira – R$140,00 (plateia), R$100,00 (balcão). Meia-entrada – R$70,00 (plateia) e R$50,00 (balcão).

Clientes Unimed têm 50% de desconto com apresentação da carteirinha. Descontos não cumulativos.

Horários da Bilheteria: sexta e sábado, das 12h30 às 20h30. Domingos, das 10h30 às 18h30.

Duração: 75 minutos

Classificação: 14 anos

Capacidade: 249 lugares

Gênero: Comédia dramática

Acessibilidade: Ingressos para cadeirantes e acompanhantes podem ser reservados pelo e-mail contato@teatrounimed.com.br

Recomenda-se o uso de máscara durante todo o espetáculo.

Estacionamento com manobrista: R$25,00 (primeira hora) + R$10,00 (por cada hora adicional)

Vendas pela internet: www.sympla.com.br/teatrounimed

www.teatrounimed.com.br

https://www.facebook.com/TeatroUnimed

https://www.instagram.com/teatrounimed/.

(Fonte: Teatro Unimed)

26ª Mostra de Cinema de Tiradentes abre calendário audiovisual brasileiro com a temática ‘Cinema Mutirão’

Tiradentes, por Kleber Patricio

Foto: divulgação.

A Mostra de Cinema de Tiradentes chega à 26ª edição de 20 a 28 de janeiro de 2023 maior e mais convicta do seu papel – ser plataforma de lançamento do cinema brasileiro contemporâneo e apresentar ao público a diversidade da produção brasileira, com novas representatividades,  novas abordagens, personagens, estéticas, com as permanências e mudanças e com as recepções críticas desse fazer cinematográfico, além promover intensas atividades de formação, como debates, oficinas, sessões comentadas, rodas de conversa, lançamento de livros, performances musicais, exposições, atrações artísticas.

“Depois de dois anos em formato online, retornar a Tiradentes é motivo de celebração, pois vamos levar para a praça, para a tenda, para o teatro, o cinema brasileiro atual, em um grande encontro com o público num momento de recriação do Ministério da Cultura e num cenário de grandes expectativas por um novo ciclo positivo de revitalização do setor audiovisual no País”, destaca Raquel Hallak, diretora da Universo Produção e coordenadora geral da Mostra de Cinema de Tiradentes.

Em nove dias de programação intensa e gratuita, serão exibidos 134 filmes (38 longas, 3 médias e 93 curtas-metragens) de 19 estados (AL, AM, BA, CE,DF, ES, GO, MG, MT, PA, PB, PE, PR, RJ, RN, RR, RS, SC, SP) em 57 sessões de pré-estreias e mostras temáticas em três cinemas instalados na cidade – Cine-Praça, Cine-Tenda e Cine-Teatro. E, na plataforma do evento mostratiradentes.com.br, o público poderá assistir a 40 filmes da programação e acompanhar os debates que serão disponibilizados para acesso gratuito de qualquer lugar do mundo.

Numa iniciativa inédita, irá promover o 1º Fórum de Tiradentes – Encontros pelo Audiovisual Brasileiro, de 21 a 25 de janeiro, que reúne mais de 50 profissionais de diversos segmentos do audiovisual brasileiro para o diagnóstico dos pontos críticos da atividade e a construção de balizadores para a formulação de novas políticas públicas, tendo por atenção prioritária o fortalecimento das cadeias produtivas regionais e garantias para a diversidade de expressão.

Algumas das questões a serem debatidas durante a 26ª Mostra de Tiradentes serão como pensar em formas mais sustentáveis para a economia do audiovisual? Em qual campo o cinema brasileiro precisa lutar para que o aumento da produção nacional de filmes seja acompanhada da sua real inserção no mercado e no imaginário da população brasileira?

A abertura da Mostra acontece na noite de 20 de janeiro, a partir das 20h30, com homenagem aos cineastas mineiros radicados na Bahia Ary Rosa e Glenda Nicácio, apresentação da temática “Cinema Mutirão” e exibição, em pré-estreia, de “Mugunzá”, novo filme da dupla de realizadores. O trabalho de Rosa e Nicácio, que começou a chamar atenção no longa-metragem “Café com Canela” (2017), será pauta central do debate a ser realizado no sábado no Cine-Teatro. A temática também será tema de um bate-papo, no sábado, dia 21, com a presença do time de curadoras da Mostra: Camila Vieira, Tatiana Carvalho Costa, Lila Foster, Camila Vieira, Mariana Queen Nwabasili, Pedro Maciel Guimarães e Francis Vogner dos Reis, coordenador curatorial.

Temática | Cinema Mutirão

O conceito de “Cinema Mutirão” tem por objetivo chamar para o debate todos aqueles e aquelas que queiram colaborar para construir uma base sólida para a construção e reconstrução do audiovisual brasileiro. O cenário dramático dos últimos seis anos não impediu a resiliência de quem buscou alternativas à sobrevivência e procurou não abrir mão das suas conquistas anteriores, ainda que insuficientes ou ameaçadas. “Muitos grupos de lugares diferentes e de campos artísticos distintos (dança, música, teatro) se uniram para fazer audiovisual com os recursos dos editais emergenciais da Lei Aldir Blanc, que, no seu caráter abrangente e flexível, trouxe algumas inovações nas obras, na forma de mobilização do setor e na elaboração de uma política pública em contexto adverso”, destaca Francis Vogner dos Reis, coordenador curatorial da Mostra de Tiradentes.

O “mutirão” artístico se fez valer intensamente na quantidade de criadores de áreas diversas da cultura que, impossibilitados de suas atividades por conta especialmente da pandemia, encontraram no audiovisual – que se manteve forte em termos de consumo durante o isolamento – algumas novas formas de expressão. Naturalmente, as coletividades, mesmo às distâncias, foram fortalecidas, produzindo maneiras renovadas de fazer cinema. A dinâmica inventiva e estratégica redimensionou para os próprios profissionais familiarizados com o audiovisual algumas práticas de diálogo político e criativo mais horizontalizadas.

Três sessões vão apresentar e refletir parte desses processos, muitos com a presença de artistas de áreas diversas se enveredando pelo audiovisual como forma de expressão. A sessão de curtas reúne “Paola”, de Ziel Karapotó; “Thuë pihi kuuwi – Uma Mulher Pensando”, de Aida Harikariyoma Yanomami, Edmar Tokorino Yanomami e Roseane Yanomami; “Da Ponte Pra Cá”, de Isabela da Silva Alves; “Luta Pela Terra”, de Camilla Shinoda e Tiago de Aragão; e “Escasso”, de Encruza – Gabriela Gaia Meirelles e Clara Anastácia. Os dois médias temáticos são “Partida de Vôlei à Sombra do Vulcão”, de Clarissa Campolina e Fernanda Vianna, e “Entre a Colônia e as Estrelas”, de Lorran Dias. Por fim, o longa-metragem “Caixa Preta”, de Saskia e Bernardo Oliveira, completa o recorte.

Debates e rodas de conversa também fazem parte das discussões em torno do Cinema Mutirão, com a presença dos artistas, diretores e diretoras que estarão exibindo seus trabalhos nessas sessões.

Homenagem | Ary Rosa e Glenda Nicácio (cineastas) – Rosza Filmes

Se é para representar a temática desse ano de “Cinema Mutirão”, a dupla Glenda Nicácio e Ary Rosa, escolhidos para receberem a homenagem de 2023 na 26ª Mostra de Cinema de Tiradentes, é essencial. Mineiros de nascimento (ela é de Poços de Caldas; ele, de Pouso Alegre), radicaram-se em Cachoeira (BA) em 2010, ao irem estudar cinema no então recente curso da UFRB (Universidade Federal do Recôncavo Baiano). Fundaram a produtora Rosza Filmes e, desde então, fazem alguns dos títulos mais celebrados do cinema brasileiro contemporâneo, construindo uma vasta comunidade local de realizadores, inclusive em projetos de educação audiovisual.

Prolíficos, Glenda e Ary assinaram a direção conjunta de cinco longas-metragens em cinco anos: “Café com Canela” (2017), “Ilha” (2018), “Até o Fim” (2020), “Voltei!” (2021), “Mugunzá” (2022) e “Na Rédea Curta” (2022). Glenda ainda dirigiu um projeto solo, o média-metragem “Eu não Ando Só” (2021). Para o coordenador curatorial da Mostra de Tiradentes, Francis Vogner dos Reis, “a singularidade do trabalho de Ary Rosa e Glenda Nicácio é um esforço coletivo a somar as pequenas diferenças em um território comum que é a região de efusiva cultura negra nas cidades de Cachoeira, São Félix e Muritiba. Se o território é determinante, o cinema produzido responde a um cotidiano e a um imaginário compartilhados, de caráter comunitário, tanto no ecossistema da equipe quanto na relação mais ampla com a cidade”.

Filmes

A seleção de 134 filmes (38 longas, 3 médias e 93 curtas-metragens) de 19 estados – Alagoas (2), Amazonas (3), Bahia (11), Ceará (10), Distrito Federal (4), Espírito Santo (3), Goiás(2), Minas Gerais(29), Mato Grosso (1), Pará (2), Paraíba (3), Pernambuco (5), Paraná (2), Rio de Janeiro (21), Rio Grande do Norte (1), Roraima(2), Rio Grande do Sul (1), Santa Catarina (3), São Paulo (40) – vai apresentar a força da cinematografia brasileira contemporânea, ainda passando por situações de crise frutos do colapso do setor no governo federal já encerrado e de olho no futuro com a recriação do Ministério da Cultura e possibilidades de novas políticas aos trabalhadores do audiovisual.

A coordenação curatorial do evento é assinada pelo crítico Francis Vogner dos Reis, que divide com as pesquisadoras Lila Foster e Camila Vieira a seleção de longas-metragens. A curadoria de curtas-metragens foi feita por Camila Vieira, Tatiana Carvalho Costa, Pedro Maciel Guimarães e Mariana QueenNwabasili. Os filmes estarão distribuídos nas seguintes mostras: Aurora, Olhos Livres, Temática, Homenagem, Autorias, Foco, Panorama, Foco Minas, Praça, Formação,Debate, Jovem, Regional e Mostrinha. Para ampliar a experiência, vários títulos ou conjunto de títulos contarão com debates nos Encontros com os Filmes, no Cine-Teatro, tendo a presença de diretores, equipes de produção e críticos convidados, e rodas de conversa nas sessões no Cine-Praça.

Em sua 16ª versão, a Aurora – seção do evento dedicada a filmes independentes feitos por realizadores com até três longas-metragens no currículo e que se caracteriza por trabalhos de risco estético e narrativo representativos, em várias medidas, do que de mais vigoroso se faz na produção brasileira contemporânea – apresenta os tradicionais 7 títulos inéditos, em pré-estreia mundial, escolhidos pela curadoria de Francis Vogner dos Reis, Lila Foster e Camila Vieira.

Os filmes na Mostra Aurora 2023 são: “A Vida são Dois Dias” (RJ/CE), de Leonardo Mouramateus; “As Linhas da Minha Mão” (MG), de João Dumans; “Cervejas no Escuro” (PB), de Tiago A. Neves; “Peixe Abissal” (RJ), de Rafael Saar; “Solange” (PR), de Nathalia Tereza e Tomás von der Osten; “Vermelho Bruto” (DF), de Amanda Devulsky; e “Xamã Punk” (RJ), de João Maia Peixoto. Todos eles vão ser avaliados pelo Júri Oficial e concorrem ao Troféu Barroco e a prêmios de parceiros da Mostra. Leia detalhes sobre os filmes aqui.

Nomeada em tributo ao cineasta Carlos Reichenbach (1945-2012), a Olhos Livres é um recorte de longas-metragens que se caracteriza pela diversidade de formas e conceitos, sem regulamento prévio e muitas vezes alternando entre cineastas de carreiras consolidadas e em começo de trajetória. Trata-se de panorama amplo de algumas das proposições mais instigantes do cinema contemporâneo brasileiro. A curadoria é assinada por Francis Vogner dos Reis, Lila Foster e Camila Vieira e inclui seis títulos: “A Alegria é a Prova dos Nove”, de Helena Ignez (SP); “O Canto das Amapolas”, de Paula Gaitán (SP); “Cambaúba”, de Cris Ventura (GO), “Alegorias”, de Leonel Costa (SP); “O Cangaceiro da Moviola”, de Luís Rocha Melo (MG/RJ); e “Terruá Pará”, de Jorane Castro (PA).

Em filmes de apelo popular e relevância criativa para um diálogo imediato com o público, os títulos da Mostra Praça em 2023 trafegam entre a ficção e o documentário apresentando propostas instigantes a quem estiver pelo centro da cidade histórica. Dois títulos tratam de figuras importantes no cenário cultural brasileiro. “Lupicínio Rodrigues – Confissões de um Sofredor”, de Alfredo Manevy, celebra o legado poético do músico e investiga sua contribuição artística e o contexto histórico do compositor nascido no Rio Grande do Sul. Por sua vez, “Diálogos com Ruth de Souza”, de Juliana Vicente, repassa a carreira da atriz pioneira na inserção de pessoas negras no teatro e TV brasileiros, num mergulho profundo em quase 100 anos de vida, registrando conversas com a diretora e materiais de arquivo.

No campo da ficção, o Cine-Praça exibe “A Filha do Palhaço”, de Pedro Diógenes, que narra a história de Joana, adolescente de 14 anos que vai passar o fim de semana com o pai, o humorista Renato. Ele se apresenta em shows de churrascarias, bares e casas noturnas de Fortaleza travestido da personagem Silvanelly. Distantes, pai e filha terão que conviver durante uma semana num contexto transformador de suas vidas. A outra ficção é “Toda essa Água”, novo trabalho de Rodrigo de Oliveira, que já esteve na Mostra por diversas vezes com filmes como “Teobaldo Morto, Romeu Exilado” e “Eclipse Solar”.

Na mostra Autorias, “Canção ao Longe”, da diretora mineira Clarissa Campolina, trabalha a partir de roteiro seu em parceria com Caetano Gotardo e Sara Pinheiro. A ficção acompanha a busca de Jimena por sua identidade e seu lugar no mundo. A jovem deseja mudar-se da casa que compartilha com a mãe e a avó e romper relações com o pai, com quem mantém uma troca de cartas à distância. Nesse movimento, Jimena lida com sua origem, seu corpo, suas escolhas e se depara com o silêncio das relações familiares.

O outro filme da seção Autorias é “Amazônia, a Nova Minamata?”, dirigido pelo veterano Jorge Bodanzky. O documentário denuncia o envenenamento de povos indígenas Munduruku a partir das investigações da líder Alessandra Korap e de integrantes da Fiocruz. Entre ameaças de garimpeiros interessados em abafar o assunto, o nebuloso envolvimento do governo brasileiro e a relação da história com um rumoroso caso similar ocorrido no Japão nos anos 1950, o longa-metragem forma uma teia de questões para desvendar o que de fato ameaça a vida dos Mundukuru.

Vencedor do prêmio de melhor filme no Festival de Brasília de 2022, o documentário “A Invenção do Outro”, dirigido por Bruno Jorge, estará na Sessão Debate e acompanha a expedição humanitária na Amazônia em busca da etnia isolada dos Korubos. A ação foi promovida pelo indigenista Bruno Pereira, assassinado em junho de 2022 junto com o jornalista britânico Dom Phillips  durante viagem pelo Vale do Javari, num dos casos de maior repercussão mundial no noticiário recente brasileiro. O filme será seguido de um bate-papo com o realizador e convidados para discutir seus desdobramentos, produção e impacto, tanto em termos estéticos como políticos e narrativos.

Nos curtas-metragens, serão exibidos 93 curtas-metragens de 19 estados brasileiros em diferentes seções que abarcam a pluralidade da produção audiovisual brasileira num de seus formatos mais inventivos. Os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro têm a maior quantidade de trabalhos na seleção, respectivamente 30, 18 e 12. Há também filmes de Alagoas (2), Amazonas (1), Bahia (7), Ceará (8), Distrito Federal (1), Espírito Santo (3), Mato Grosso (1), Pará (1), Paraíba (2), Paraná (1), Pernambuco (4), Rio Grande do Norte (1), Rio Grande do Sul (1), Roraima (1) e Santa Catarina (2).

Seminário | Debates | Encontros | Rodas de Conversa

O 26º Seminário do Cinema Brasileiro reafirma a tradição de ser um dos ambientes mais intensos de debates e discussões sobre o cinema no país. Somam-se a ele encontros no Cine-Lounge e no Cine-Praça, em bate-papos e rodas de conversa que ampliam a experiência cinematográfica do público.  Mais de 150 profissionais (críticos, realizadores, produtores, atores, acadêmicos, pesquisadores e jornalistas) em 40 encontros e debates, incluindo debates conceituais, a série Encontros com os Filmes, diálogos do audiovisual, rodas de conversa e bate-papos no Cine-Praça.

Fórum de Tiradentes – Encontros Pelo Audiovisual Brasileiro

A 26ª Mostra de Cinema Tiradentes tem entre sua maior novidade a realização do Fórum de Tiradentes – Encontros pelo Audiovisual Brasileiro, em cinco dias presenciais, de 21 a 25 de janeiro. Mais uma vez, a Mostra Tiradentes abre espaço para reunir pessoas de diversos segmentos do audiovisual brasileiro para o diagnóstico dos pontos críticos da atividade, fortemente afetada pela pandemia e pelo descaso do governo federal nos últimos cinco anos.

Sob a coordenação de Raquel Hallak, diretora da Universo Produção e coordenadora geral da Mostra Tiradentes, Mário Borgneth, cineasta, produtor e ex-secretário do Audiovisual , Alfredo Manevy, cineasta, produtor, professor e ex-secretário executivo do Ministério da Cultura, conta ainda com a participação de mais de 50 profissionais que atuam em cinco grupos de trabalho – os GTs do Fórum de Tiradentes, coordenados por GT Formação (Adriana Fresquet), GT Produção (Cíntia Bittar), GT Distribuição (Lia Bahia), GT Exibição/Difusão (Pedro Butcher) e GT Preservação (Hernani Heffner).

Conexão Brasil CineMundi

O Brasil CineMundi – International Coprodution Meeting é o evento de mercado do cinema brasileiro que acontece em edições anuais e consecutivas desde 2010, em Belo Horizonte (MG). Consolidado como ambiente de mercado e plataforma de rede de contatos e negócios, o evento faz a conexão entre a produção brasileira e a indústria audiovisual, com ações de cooperação e intercâmbio e encontros de negócios.

Pelo segundo ano consecutivo, durante a Mostra de Tiradentes, a Universo Produção realiza a Conexão Brasil CineMundi, edição itinerante do programa com a apresentação de longas brasileiros na fase Work In Progress (WIP) – Corte Final. A curadoria de Pedro Butcher e Lila Foster selecionou sete filmes em finalização para sessões fechadas a uma plateia de profissionais da indústria audiovisual internacional e nacional. Um total de 16 festivais internacionais terão representantes na Mostra, vindos de 11 países: Alemanha, Argentina, Áustria, Brasil, Canadá, Chile, Espanha, França, México, Portugal e Suíça.

O debate “Estratégias de Festivais Internacionais e a Visão de Programadores sobre o Cinema Brasileiro” vai reunir parte dos convidados relatar experiências, estratégias de seleção e programação de festivais internacionais, ações de cooperação e intercâmbio e seus olhares sobre a produção do país. Participam Fabienne Moris (FIDMarseille, França), Paola Buontempo (Festival Internacional de Mar del Plata, Argentina), Pamela Bienzóbas (Festival de Locarno, Suíça), Roger Koza (Viennale, Filmfest Hamburgo, DocBSAS e FICIC, Argentina/Áustria/Alemanha), Vanja Milena Munjin Paiva (FICValdivia e IndieLisboa, Chile/Portugal) e Walter Tielpemann (Málaga WIP e FIDBA, Argentina/Espanha).

Programa de Formação | Oficinas

A Mostra de Tiradentes tem também o compromisso de investir em novos talentos e promove o Programa de Formação com a oferta de oficinas audiovisuais para o público jovem e adulto, visando à capacitação técnica para o mercado de cinema em diversas frentes possíveis de trabalho. Desde sua primeira edição, em 1998, já foram certificados aproximadamente 7.000 alunos, em quase 300 oficinas ministradas.

Em 2023, acontecem 12 modalidades de atividades formativas – nove oficinas,  um laboratório de longa documentário e três masterclasses  e 445 vagas que oferecem capacitação técnica e oportunidades para a nova geração de atores e realizadores, para públicos adulto e jovem e interesses diversos. As inscrições são gratuitas e seguem até o dia 10 de janeiro pelo site mostratiradentes.com.br. As opções desse ano são: “O som em cena”, “Monólogos para cinema”, “Elaboração e financiamento de projetos audiovisuais”, “Atuação e cinema”, “O desenho criativo de produção na realização audiovisual”, “Cinema, artes plásticas e coletividade”, “Iniciação audiovisual”, “Interpretação e jogos teatrais” e“Imersão DocBrasil”.

Também estão no Programa de Formação Audiovisual três masterclasses: “O Conceito Gonçalves, a Direção de Arte e a Arte Preta”, com Alda Gonçalves, gerente de arte nos Estúdios Globo e filha do ator Milton Gonçalves; “Em Busca de um Personagem”, com a premiada autora Rosane Svartman; e Estrutura para Séries, com o roteirista Pedro Riguetti.

Mostrinha e Mostra Jovem

A animação “A Ilha dos Ilús”, de Paulo GC Miranda, explora o imaginário de um lugar onde ficam os animais antes de virem ao mundo. Nesse local, todos os bichos surgem na forma de um “ilú” e depois vão para a Casa de Entrega para embarcarem à vida terrestre na forma de algum bichinho. Outra animação da Mostrinha é “Chef Jack”, do mineiro Guilherme Fiúza Zenha e dublagem de Danton Mello. Na história, o cozinheiro aventureiro Jack e seu fiel escudeiro Leonard participam da Convergência de Sabores, a maior competição de chefs do mundo. A dupla atravessa as Ilhas Culinárias cumprindo várias etapas para chegar à competição final.

Arte | Performance, Exposições, Lançamento de Livros

Arte por toda a parte – as ruas tricentenárias de Tiradentes serão embaladas por cores, música, artes cênicas, sons e imagens durante a 26ª Mostra de Cinema de Tiradentes. Serão duas performances audiovisuais, quatro performances musicais, três exposições temáticas, cinco lançamentos de livros, dois teatros de rua, um cortejo musical, um cortejo da arte, cinco shows musicais fazendo a conexão do cinema com as outras artes, expressões artísticas da cultura brasileira.

O que você vai ver na programação online

A programação online do evento acontece na plataforma oficial – mostratiradentes.com.br e pode ser acessada gratuitamente de onde você estiver. O sinal estará aberto para o mundo, com programação gratuita de filmes, cinejornais com notícias do evento e informações diversas.

Estarão disponíveis online 40 filmes da Mostra Homenagem a Ary Rosa e Glenda Nicácio, os títulos da Mostra Temática Cinema Mutirão e os curtas-metragens da seção Panorama, além dos debates temáticos, abertura e encerramento.

Acompanhe o programa Cinema Sem Fronteiras 2023 | Participe da Campanha #EufaçoaMostra:

Na Web: mostratiradentes.com.br

No Instagram: @universoproducao

No Youtube: Universo Produção

No Twitter: @universoprod

No Facebook: mostratiradentes / universoproducao

No LinkedIn: universo-produção.

Serviço:

26ª Mostra de Cinema de Tiradentes | 20 a 28 de janeiro de 2023 | programação gratuita

Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais e Instituto Cultural Vale apresentam

Lei Federal de Incentivo à Cultura

Lei Estadual de Incentivo à Cultura

Patrocínio Master: Instituto Cultural Vale

Patrocínio: CBMM, Itaú, CSN, Cedro Mineração, Cimento Nacional, CEMIG/Governo de MG

Parceria Cultural: Fecomércio MG SESC Senac, Instituto Universo Cultural, Casa da Mostra

Apoio: Prefeitura de Tiradentes, Embaixada da França no Brasil, Nova Era Silicon, Conecta, Rede Minas, Rádio Inconfidência, Canal Brasil, Mistika, Cinecolor, The End, DOT, Naymovie, O2 Play, CTAV, Festival de Málaga/MAFF/Malaga WIP

Realização: Universo Produção, Cultura e Turismo/Governo de Minas Gerais, Ministério da Cultura/Governo Federal/ União e Reconstrução.

(Fonte: Universo Produção)

Água de chuva não pode ser direcionada para rede de esgoto

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Imagens: DCS/SAAE.

O maior problema enfrentado pelo Serviço Autônomo de Água e Esgotos (SAAE) nos períodos de fortes chuvas são as ligações irregulares entre a rede de drenagem pluvial (água de chuva) e a rede de coleta de esgotos das casas, prédios, estabelecimentos comerciais ou industriais. Como no Brasil é comum que as chuvas produzam um grande volume de água instantâneo, essas ligações indevidas colaboram também com inundações.

Outro agravante apontando pela autarquia é o lixo descartado nas ruas, que causa o entupimento dos bueiros e em dias de chuva a água transborda para as vias públicas. Assim, o SAAE destaca a Campanha de Conscientização “Rede de Esgotos Não é Lixeira”. A ação é retomada constantemente para atentar a população sobre a importância de jogar lixo nas lixeiras e não nas redes de esgotos.

As tubulações de coleta de esgotos são dimensionadas para receber água residual de ralos de pias, chuveiros e vasos sanitários e não água de chuva, que deve ser escoada por outra tubulação. Quando a água de chuva é direcionada à rede de esgoto, eleva o volume de água na tubulação causando muitos danos ao meio ambiente com o retorno do esgoto sem tratamento nas ruas e imóveis, e ao sistema de coleta e tratamento de esgoto, com o rompimento de tubulações devido à sobrecarga, rompimento de equipamentos, perda de eficiência do sistema de coleta e o tratamento na Estação de Tratamento de Esgotos Mario Araldo Candello (ETE MAC) fica prejudicado, pois o esgoto chega muito diluído.

Já as galerias de água pluvial são projetadas para escoar um volume muito maior de água. Elas coletam a água das sarjetas e a conduz diretamente aos rios, lagos e córregos, uma vez que essa água não necessita passar por tratamento antes de retornar ao meio ambiente. A Secretaria Municipal de Obras Públicas é responsável pelo escoamento dessas águas, enquanto as redes de esgotos são de responsabilidade do SAAE.

O superintendente do SAAE, Eng. Pedro Claudio Salla, alerta sobre a importância da população interligar corretamente suas tubulações para evitar os problemas que vem acontecendo nas estações elevatórias de esgotos e em todo sistema devido às chuvas de dezembro e janeiro.  Ele explica que quando essa separação não é respeitada, a própria população é a maior prejudicada, pois deixa de ter um sistema operando com eficiência.

O SAAE alerta a população que verifiquem em seus imóveis se as ligações estão corretas e façam as devidas correções para evitar problemas futuros.

(Fonte: SAAE Indaiatuba)

Novo estudo investiga capacidade de cientistas encontrarem fenômeno raro de lentes gravitacionais em mapeamento digital do céu

Brasil, por Kleber Patricio

Exemplo de lente gravitacional de uma galáxia distante (esquerda) sendo deformada por um aglomerado de galáxias no meio do caminho até nós na Terra (direita).

Especialistas são capazes de identificar fenômenos raros em imagens produzidas por telescópios — e a performance desses especialistas independe da experiência, confiança ou posição acadêmica. É o que mostra um artigo internacional publicado no repositório ArXiv nesta quarta (11), com a participação do Brasil.

O trabalho investigou a capacidade humana de identificar as chamadas “lentes gravitacionais”, fenômenos raros causados pela deformação da luz proveniente de galáxias distantes ao passar por galáxias massivas – ou aglomerados de galáxias – no meio do caminho até o telescópio. Sua identificação requer a análise cuidadosa de milhares de imagens de galáxias e aglomerados de galáxias.

O desafio usou quase 1,5 mil imagens simuladas e reais do Dark Energy Survey (DES, em inglês, Levantamento da Energia Escura). Trata-se de uma colaboração internacional, com participação do Brasil, que mapeou cerca de um quarto do Hemisfério Sul a partir do telescópio Blanco, de 4 metros, no Chile, usando uma câmera de 570 Megapixels. Suas imagens profundas e de alta definição permitem mapear a distribuição de matéria no universo com grande precisão.

A observação de lentes gravitacionais por telescópios terrestres como Blanco é desafiadora. Isso porque suas imagens são afetadas pela atmosfera, que absorve e espalha a luz vinda de fontes astronômicas. O estudo, no entanto, revelou que é possível encontrar lentes gravitacionais com confiança a partir de um pequeno time diverso para realizar as classificações.

Isso é importante porque tem sido cada vez mais difícil para um ser humano analisar bilhões de imagens de forma eficiente com o aumento das observações do Universo com grandes mapeamentos digitais do céu, como o DES. Cabe aos humanos treinar algoritmos de Inteligência Artificial para identificar fenômenos astronômicos em imagens e validar as identificações feitas pelas máquinas.

O estudo foi liderado pela astrofísica Karina Rojas, que realiza estágio de pós-doutorado na Universidade de Portsmouth (Reino Unido). Ela é especialista no uso de inteligência artificial para encontrar novas lentes gravitacionais fortes. Além dela, um time internacional de mais de 50 cientistas dos EUA, Suíça, Espanha, Itália, Suécia, México, Alemanha, Austrália, França e Brasil participaram do desafio de encontrar sinais de lentes gravitacionais fortes nas imagens.

No Brasil participaram o astrofísico Ricardo Ogando, do Observatório Nacional (Rio de Janeiro), dois estudantes de mestrado orientados por ele, Filipe Silva e Gabriel Calçada, e a cientista-cidadã Micaele Gomes, que na época do desafio cursava o Ensino Médio em São José dos Campos (interior de SP). “O convite para me juntar a um time com conhecimentos e experiências diversas para realizar a identificação de lentes gravitacionais me chamou a atenção devido ao desafio fascinante de identificarmos esses fenômenos de forma eficiente com o apoio das imagens do DES”, diz Micaele. “Participar do estudo publicado foi uma experiência incrível de contribuição para o conhecimento científico no mundo e de entender ainda mais sobre esses fenômenos que também são o objeto de estudo da minha pesquisa orientada pelo Ricardo Ogando no Observatório Nacional”.

“O trabalho mostra que nossos olhos ainda desempenham um papel importante em verificar a qualidade dessas classificações feitas pelos computadores, além de proporcionar um ponto de vista diferente das classificações”, conclui Ogando.

(Fonte: Agência Bori)

Caixa comemora 162º aniversário com exposição “Mulheres que mudaram 200 anos”

Brasil, por Kleber Patricio

Imagem de divulgação. Da esquerda para a direita: Maria Leopoldina, Maria Felipa, Nísia Floresta e Maria Quitéria.

A Caixa comemora 162 anos nesta quinta-feira (12) e, para celebrar a data, todas as unidades da Caixa Cultural – Brasília, Curitiba, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo – recebem a exposição “Mulheres que Mudaram 200 anos”. Com visitação gratuita, a exposição estará aberta ao público a partir de 12 de janeiro em todas as unidades, com exceção da Caixa Cultural Brasília, que abrirá a exposição no dia 13.

“Mulheres que Mudaram 200 anos” é uma exposição histórico-biográfica sobre mulheres que tiveram participação relevante durante o processo de independência do Brasil e nos anos de sustentação do movimento. Com pesquisa historiográfica de Mary del Priore e direção curatorial de Marina Bortoluzzi, a exposição apresenta obras de arte de artistas visuais mulheres. Toda a equipe de produção da exposição é integralmente formada por mulheres.

As experiências vividas por Maria Leopoldina, Maria Felipa, Maria Quitéria e Nísia Floresta demonstram a importância das mulheres para o desenvolvimento do Brasil como nação. Destacando o legado delas, a Caixa Cultural propõe, por meio da exposição, a valorização e a divulgação da arte e da cultura brasileira, além de trazer diferentes olhares sobre ser mulher.

Em cada unidade da Caixa Cultural serão apresentadas visões diferentes das personagens, ilustradas em pinturas, desenhos, esculturas, fotografias, vídeos, instalações e bandeiras, através do olhar de artistas como Janaína Vieira, Dani Rampe, Aline Motta, Moara Tupinambá, Keila Sankofa, Salissa Rosa, Maré de Matos e Mônica Ventura, dentre outras.

Mulheres homenageadas:

Maria Felipa fez história por sua grande coragem. Mulher negra, pescadora, capoeirista, marisqueira, ficou conhecida pelo episódio em que liderou um grupo de 40 pessoas que incendiou navios portugueses na luta pela independência do Brasil e da Bahia.

Maria Leopoldina, arquiduquesa da Áustria, imperatriz consorte do Brasil e rainha consorte de Portugal e Algarves, foi a primeira mulher a estar no poder do Brasil e quem assinou o decreto de separação entre Brasil e Portugal.

Maria Quitéria foi uma heroína de guerra brasileira na luta contra as tropas portuguesas na Independência. Em 1822, Quitéria fugiu da casa de seu pai, escondeu sua identidade, travestiu-se de homem e se tornou Soldado Medeiros, sobrenome de seu cunhado, de quem também levou o uniforme ao se alistar. No exército, ascendeu em muitos cargos, foi homenageada, condecorada e abriu precedentes para a presença feminina nas forças armadas. Com a derrota das tropas portuguesas, foi promovida a Cadete do Exército Pacificador e recebeu o título de “Cavalheiro da Ordem Imperial do Cruzeiro” do imperador D. Pedro I.

Nísia Floresta, considerada a precursora do feminismo no Brasil, foi uma escritora, intelectual e revolucionária que transcendeu os limites impostos da sua época e lutou, através da literatura e da educação, pela emancipação da independência das mulheres. Publicou o primeiro livro feminista do país, em 1832, aos 22 anos de idade, “Direitos das mulheres e injustiça dos homens”, que reivindicava igualdade de direitos e de educação para suas contemporâneas.

Além dessas mulheres, a exposição resgata a memória de Hipólita Jacinta de Teixeira de Melo, Bárbara Alencar, Urânia Vanério, Joana Angélica, Caretas do Mingau, Ana Lins, Mariana Crioula, Maria Joaquina de Almeida e Maria Josephine Matilde Duroche. Mais informações podem ser consultadas no site da Caixa Cultural.

Serviço:

Exposição “Mulheres que Mudaram 200 anos”

Caixa Cultural Curitiba, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo

Data: de 12 de janeiro a 16 de abril de 2023

Entrada franca

Classificação: livre

Acesso para pessoas com deficiência

Caixa Cultural Brasília (DF)

Data: de 13 de janeiro a 16 de abril de 2023

Entrada franca

Classificação: livre

Acesso para pessoas com deficiência.

(Fonte: Assessoria de Imprensa da CAIXA)