Cientistas rebatem argumentos sobre custos de publicação e dificuldades de infraestrutura; entre pontos para tornar a ciência mais aberta estão mudanças na política de avaliação e estímulo ao compartilhamento de dados
Brasil
O curso “Ópera Comentada”, do maestro Ricardo Rocha, será realizado no Centro Cultural Baukurs, em Botafogo, no Rio de Janeiro, com o objetivo não apenas de iniciar leigos no instigante reino dessa manifestação artística plural para a formação de novas plateias, mas também trazer informações históricas, estéticas e estilísticas de cada obra aos conhecedores do gênero, assim como apresentar biografias de cada compositor e a análise detalhada de seu libreto. Organizado em três blocos independentes, o conteúdo sempre é apresentado com a análise, a explicação e o contexto histórico em que foi escrita a obra.
As aulas iniciaram em 2022 com o módulo ‘Ópera Italiana’, origem do gênero em si, e suas principais expressões, como a Trágica (drama), a Cômica (‘buffa ’) e a Verista (‘ realista ’). Em 2023, será a vez da Ópera Francesa e Alemã. O Bloco II, relativo à Ópera Francesa, acontecerá entre 20 de janeiro e 10 de fevereiro, encerrando com o terceiro e último bloco em março, destacando a Ópera Alemã.
Origem e definição
A Ópera é um gênero artístico exclusivo e extraordinário produzido pela civilização ocidental capaz de reunir teatro, literatura, cenografia, dança e outras manifestações em perfeita simbiose com a música que representa os afetos da poesia e da palavra por meio do canto, numa relação funcional de mútuo proveito, como organismos que interagem harmônica e produtivamente entre si.
Quem não a conhece pergunta se este gênero é teatro musicado ou música encenada. A resposta é simples: pela origem do nome, Ópera é uma palavra italiana que significa ‘obra’, que por sua vez vem do latim ‘opus’, cujo plural é… ‘opera’. Assim, Ópera é arte plural na qual a música é uma protagonista que até se sustenta sozinha em concerto, mas que, não fosse o suporte de outras artes, não passaria de um oratório ou uma cantata profana com narração cantada.
Maestro Ricardo Rocha
Ricardo Rocha é atualmente um dos regentes mais renomados do Brasil. Pós-graduado pela Escola Superior de Música da Universidade de Karlsruhe como Kapellmeister (Maestro de ópera e concertos sinfônicos), o mais alto título em Regência em países de língua alemã, é também mestre em Regência pela Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Na Alemanha, ao longo de 11 anos, criou o ciclo “Brasilianische Musik im Konzert” para a difusão da música de concerto brasileira, à frente de orquestras como a Sinfônica de Bamberg, as Filarmônicas da Turíngia e de Südwestfallen e a Sinfônica de Baden-Baden.
No Brasil, Rocha foi regente titular da Orquestra Sinfônica da Universidade Federal de Mato Grosso (1992-94) e da Orquestra Sinfônica e Coro Estável da Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais (1994-96), onde também foi professor de Regência. Como convidado, regeu grandes orquestras brasileiras como a OSB, OSTMSP, OSMG, OPES, OSN-UFF, OSBJ e a OJB – Orquestra Jovem do Brasil, com a qual executou a Nona Sinfonia de Beethoven pelos 20 anos da Queda do Muro de Berlim.
É autor dos livros “Regência, uma arte complexa” (2004) e o atlas “As Nove Sinfonias de Beethoven – uma Análise Estrutural” (2013).
Em meio à pandemia do Covid 19 foi contemplado por diferentes editais musicais, como Itaú Cultural e Lei Aldir Blanc, Secretaria Estadual de Cultura RJ, através da qual publicou três vídeos com reflexões sobre Cultura, Arte e Música.
Rocha é também Comendador pelo Poder Judiciário (Ordem São José Operário do Mérito Judiciário do Trabalho, TRT da 23ª. Região) desde 1994.
Ópera Francesa – Títulos abordados
CARMEM, Georges BIZET (20/1 – 23/1)
DON QUICHOTTE, Jules MASSENET (27/1-30/2)
A DANAÇÃO DE FAUSTO, Hector BERLIOZ (3/2 – 6/2)
L’ENFANT ET LES SORTILÈGES, Maurice RAVEL (10/2).
Serviço:
Ópera Francesa com o Maestro Ricardo Rocha
Local: Baukurs Botafogo, Rua Goethe, 15
Aulas: Sextas e segundas, de 20/1 a 10/2
Horário: 19h às 21h
Investimento total do curso: R$560,00 – bolsas especiais: R$230,00 aos primeiros quatro profissionais e estudantes de música
Mais informações: Secretaria Baukurs – (21) 99411-8480 ou pelo e-mail secretaria@baukurs.com.br.
(Fonte: Assessoria Tisato)
Em janeiro, o Theatro Municipal de São Paulo traz a seu público a oportunidade de explorar espaços e temas especiais. Exposições, visitas guiadas, concertos e uma peça de teatro imersiva proporcionam aos visitantes experiências que trazem a vivência do Complexo Theatro Municipal por meio de bastidores e histórias pouco conhecidas da música e das artes nacionais.
Uma dessas visões pode ser conferida na Praça das Artes. Durante todo o mês segue em cartaz a exposição “Presente! – Presenças Negras no Theatro Municipal”. A mostra busca lançar luz a uma história fragmentada da participação negra na história do Theatro por meio de mais de 280 registros, documentos e itens do acervo, como figurinos, e audiovisuais que mostram artistas – músicos, dramaturgos, dançarinos –, entre outros profissionais que fizeram e seguem fazendo a história da casa. A exposição tem entrada gratuita e segue em cartaz até o dia 29 de março, entre terça e sábado, das 10h às 18h.
Primeiro evento da Orquestra Sinfônica Municipal do ano, o Concerto de Verão, que acontece entre os dias 25, 27 e 28 de janeiro (quarta e sábado, às 17h e sexta, às 20h) traz uma homenagem a importantes compositores brasileiros, entre os quais estão Alberto Nepomuceno, Alexandre Levy, Oscar Lorenzo Fernández, Francisco Mignone e o recentemente falecido maestro Edino Krieger. A regência é do maestro Roberto Minczuk e, no violino, Guido Sant’Anna, que também executará o concerto para violino de Tchaikovsky (a apresentação “Maracatu e Burana”, que aconteceria em janeiro, conforme a divulgação da programação de 2023, foi reagendada para o final do ano). O espetáculo dura 60 minutos e os ingressos custam entre R$12 e R$64. A classificação indicativa é livre. A apresentação do dia 25 também celebra o Aniversário da cidade de São Paulo.
Mais um espetáculo que irá possibilitar um olhar novo para a edificação, “Personagens em Busca de um Autor”, trabalho do Núcleo Teatro de Imersão Tragicomédia, irá fazer uma adaptação do texto do italiano Luigi Pirandello para o público por meio de uma montagem imersiva, itinerante e interativa. Na obra, os espectadores são convidados a opinar sobre um espetáculo em construção quando o ensaio é interrompido pela chegada de três personagens cujo drama ainda não terminou de ser escrito. Ao contar tal drama, personagens, elenco e espectadores circulam por diversos ambientes do Theatro Municipal, incluindo coxias e áreas pouco visitadas pelo público comumente.
O espetáculo terá apresentações nos dias 28/1 (11h) e segue durante o mês de fevereiro, aos sábados (4/2, 11/2 e 26/2) e domingos (12 e 26/2), com sessões às 11h e 15h (exceto nos dias 28/1 e 4/2 – somente 11h). A duração do espetáculo é de 120 minutos, a classificação indicativa é de 18 anos e a lotação, 30 lugares. Os ingressos são gratuitos e as reservas podem ser feitas pelo site.
A Orquestra Experimental de Repertório também se apresenta no dia 29 de janeiro, domingo, às 11h, sua estreia em 2023. O concerto, sob a regência de Jamil Maluf e como solista o ao violino Claudio Micheletti, traz obras de Camille Saint-Säens, Rimsky-Korsakov e Tchaikovsky. Os ingressos vão de R$12 a R$32 (inteira) e o concerto dura aproximadamente 40 minutos sem intervalo.
Durante o mês, a programação também conta com ações do projeto De Onde Si Vê, que são ateliês itinerantes de artes e plantio de flores e ervas, que acontecem nas ruas próximas à Praça das Artes, preferencialmente para pessoas em situação de vulnerabilidade. Os ateliês, conduzidos por educadores sociais, contam com equipe técnica de psicólogo e assistente social, que oferecem oportunidade de escuta e acolhimento à população do entorno da Praça. Eles acontecem das terças e quintas, das 14h30 às 16h30.
Visitas guiadas e educativas
Quem estiver de férias ou de passagem pela cidade de São Paulo a partir do dia 11 de janeiro também poderá realizar uma das visitas guiadas, lúdicas e educativas oferecidas pela casa. Além das tradicionais visitas em português e em inglês que apresentam a história cultural e arquitetônica da casa, que podem ser agendadas com um dia de antecedência pelo site, há diferentes tipos de visitas educativas, que podem ser realizadas com as crianças também.
Esse é o caso de “Pausa para o Café”, por exemplo, na qual o Theatro se transforma em uma máquina do tempo que estimula a criatividade das crianças por meio conversas e brincadeiras. Ela acontece aos sábados, quinzenalmente, às 14h30 e tem duração de 90 minutos. A reserva de ingressos gratuitos acontece sempre no dia anterior à visita, a partir das 10h, pelo site do Theatro.
Em “Linha, Forma e Cor”, é possível realizar um passeio lúdico com as crianças e seus familiares pelos espaços do Theatro, com diversas brincadeiras e descobertas sobre os seus elementos artísticos a partir de pinturas modernistas. Os encontros acontecem aos sábados (quinzenalmente), às 14h30 e duram ao todo 90 minutos. Os ingressos são gratuitos e devem ser reservados antecipadamente no site oficial do TMSP.
Por fim, os “Encontros para Desenhar” convidam os participantes a ilustrarem de várias formas o Theatro Municipal e a Praça das Artes, experimentando diversas técnicas, a partir da observação da arquitetura e de elementos artísticos. Unindo desenho, movimento, música e caminhadas, os encontros contam com materiais básicos para realizar os trabalhos, mas também deixa livre para que os participantes tragam seus próprios instrumentos para desenho e colagem. A participação é livre para todos os públicos e acontece no último sábado do mês (28/1), às 10h, com duração de 120 minutos aproximadamente. Os ingressos devem ser reservados antecipadamente pelo site do TMSP.
Para mais informações sobre os espetáculos confira a programação completa abaixo ou acesse este link.
Serviço:
Theatro Municipal
Praça Ramos de Azevedo, s/nº – Sé – São Paulo, SP
Capacidade Sala de Espetáculos – 1530 pessoas
Praça das Artes
Avenida São João, 281 – Sé – São Paulo, SP
Capacidade Sala do Conservatório – 200 pessoas.
(Fonte: Theatro Municipal)
A Arte 132 Galeria inaugura, no dia 14 de janeiro de 2023, a exposição “Tridimensional: Entre o sagrado e o estético” – um recorte da coleção particular de Vera e Miguel Chaia, que reúne um conjunto de 46 obras. Entre telas, objetos e esculturas de 35 diferentes artistas brasileiros, a mostra apresenta desde nomes consagrados a jovens talentos do cenário artístico brasileiro. A curadoria é assinada por Miguel Chaia, Laura Rago e Gustavo Herz.
Dividida em dois pilares, o sagrado e o estético, ‘Tridimensional’ mescla de forma não linear os temas centrais – supõe-se que cada artista ou obra se aproxima ora mais ora menos do sagrado ou do estético; em algumas obras, o sagrado pode ser mais explícito e, em outras, menos.
O conceito de sagrado é aqui entendido no seu significado amplo de religioso, venerável, ritualístico, mítico, alquímico e metafísico — centrado nas questões do corpo e da sociabilidade, e aparece representado por cinco elementos: sangue, vinho, água, fogo e alimento. O estético é compreendido como a linguagem que, no desenvolvimento histórico da arte, em um processo autônomo e profano, opera revoluções nas formas de expressão, rompendo claramente vínculos com áreas externas à própria arte. O tridimensional aparece em restrito relacionado à forma das telas, objetos e esculturas – todas as obras apresentam três dimensões e/ou perspectivas de relevo.
Para o artista plástico Donald Judd, a tridimensionalidade não está próxima de ser uma esfera tão sedimentada quanto a pintura, mas a força das três dimensões, “simula e aumenta o objeto real, para equipará-lo a uma forma emocional. A metade, ou mais, dos melhores novos trabalhos que se têm produzido nos últimos anos não tem sido nem pintura nem escultura. Frequentemente, eles têm se relacionado, de maneira próxima ou distante, a uma ou a outra. Os trabalhos são variados e, dentre eles, muito do que não é nem pintura nem escultura também é variado”, explica Judd. Para ele, esses novos trabalhos tridimensionais não constituem um movimento, escola ou estilo, mas, sim, um avanço da linguagem a partir das especificidades e potencialidades dos suportes e materiais.
Sobre o processo curatorial
Três questões nortearam as reflexões abordadas pelo conjunto de obras expostas: Será possível perceber na arte contemporânea vestígios do sagrado? O que pode haver em comum entre a arte e o sagrado? E, ainda, a arte contemporânea, ao ganhar autonomia, fortalecendo seu significado estritamente estético, abandona o mítico, a religiosidade e a religião na busca da revolução da linguagem?
Entre os destaques da exposição, aparecem Artur Lescher, Carmela Gross, José Resende, José Leonilson, Leda Catunda, Marcelo Cidade e Tunga. A exposição traz à tona a discussão do que é arte e suas conjugações e interlocuções entre o sagrado e o estético dentro de uma mesma obra. O resultado é uma mostra site specific, que surge a partir da proposta curatorial na qual concepção, temática e suporte contemplam a vocação e as particularidades da galeria Arte132, e que desdobra-se em um belo jardim de esculturas.
Para o curador e colecionador Miguel Chaia, a arte e o tridimensional são conceitos polissêmicos: abrem-se para múltiplas formulações ou definições. “A arte está aberta a qualquer pesquisa que assuma a perspectiva da política ou da filosofia, da religião, da economia, da semiótica e da estética. E, com frequência, essas perspectivas estão interligadas, uma vez que a arte é relacional enquanto produto da práxis humana, atravessada pelas múltiplas esferas da sociedade”, explica ele.
A história da coleção de Vera e Miguel Chaia se confunde com a própria história da arte contemporânea brasileira. O casal começou a colecionar há 45 anos e, durante esse período, reuniu um acervo ímpar. Eles se conheceram em 1969, quando cursavam a faculdade de ciências sociais da PUC-SP, e logo descobriram o amor em comum pelas artes, passando a visitar, juntos, exposições. Começaram adquirindo gravuras e nunca mais pararam – assim surgia uma das mais importantes coleções de arte contemporânea brasileira. “Tridimensional – Entre o sagrado e o estético” será uma oportunidade para que os espectadores conheçam um recorte desse acervo.
Sobre os curadores:
Miguel Chaia (São Paulo, 1947) é graduado em Ciências Sociais pela PUC-SP, mestrado e doutorado em Sociologia pela USP. É professor da Pós-graduação em Ciências Sociais da Faculdade de Ciências Sociais e do Curso “Arte: História, Crítica e Curadoria”, da PUC-SP, e coordenador e pesquisador do Núcleo de Estudos em Arte, Mídia e Política (Neamp).
Laura Rago (São Paulo, 1984) é curadora independente e jornalista de arte graduada em história e pós-graduada em Jornalismo Cultural e em Arte: Crítica e Curadoria, ambos os cursos realizados na PUC-SP. Pesquisadora na área de Arte e Política, História das Exposições, Arte e Tecnologia e Arte Pública.
Gustavo Herz (São Paulo, 1998) é graduado em Arte: História, Crítica e Curadoria pela PUC-SP. Ator e curador. Pesquisador na área de religiosidade. Promove eventos culturais independentes.
Sobre a Arte132 Galeria | A Arte132 acredita que a arte de um país e de um período não é constituída apenas por alguns nomes definidos pelo mercado, mas por todos os artistas que desenvolveram um entendimento do mundo e do homem em determinado momento; artistas estes que abriram e alargaram os caminhos da arte brasileira. Dessa forma, expõe e dá suporte a mostras com o compromisso de apresentar arte relevante e de qualidade ao maior número de pessoas possível, colecionadores ou não. A casa (concebida pelo arquiteto Fernando Malheiros de Miranda, em 1972), para além de uma galeria de arte, é um lugar de encontros, diálogos e descobertas.
Serviço:
Exposição “Tridimensional: Entre o sagrado e o estético”
Curadores: Miguel Chaia, Laura Rago e Gustavo Herz
Local: Arte132 Galeria – Av. Juriti, 132, Moema, São Paulo – SP
Evento de abertura: 14 de janeiro de 2023, sábado, das 11h às 17h
Período expositivo: 14 de janeiro a 11 de março de 2023
Evento de encerramento: Recital de piano, em 11 de março, sábado, às 11h30
Horários de visitação: segunda a sexta, das 14h às 19h; sábados, das 11h às 17h
Entrada gratuita
(Fonte: A4&Holofote comunicação)
Como um bom romancista, José Lins do Rego expressa seus sentimentos de diversas formas ao reproduzir suas próprias memórias em livros. Seja por meio dos fragmentos da sua vida que são impressos na jornada de Carlinhos, protagonista de três livros do Ciclo da cana-de-açúcar, ou até mesmo na forma em que ele aborda o movimento do cangaço em “Pedra Bonita” e “Cangaceiros”, ambos lançados pela Global Editora em 2022.
Em “Meus verdes anos”, o autor continua com o contexto social e político ainda muito presente, mas contando um pouco das suas experiências na infância: a forma como chegou ao engenho do avô, como observava a relação do senhor do engenho com seus empregados e a forma como se sentia solitário na vida, abandonado por todos ao seu redor. Ao mesmo tempo, contextualiza o espaço ao seu redor mostrando situações como a disparidade de poder, a fome, febres e outros problemas do engenho – tudo isso sem perder a qualidade ingênua e doce do olhar de uma criança.
Assim como nas demais obras do autor, o lançamento da Global Editora conta com ilustrações de Mauricio Negro para a capa. A obra, publicada pela primeira vez em 1956, um ano antes de seu falecimento, é uma calorosa recordação dos momentos vividos durante sua trajetória, que foram essenciais para o desenvolvimento de suas narrativas sobre infância, amadurecimento e uma época que não volta mais. Zé Lins é reconhecido como um dos maiores escritores da literatura brasileira pela sua capacidade de envolver o leitor com sinceridade e sensibilidade ao retratar suas raízes.
Ficha Técnica:
Título: Meus verdes anos
Autor: José Lins do Rego
Apresentação: Iranilson Buriti de Oliveira
Páginas: 224
Preço de capa: R$49,00
ISBN: 978-65-5612-343-1
Formato: 14 X 21 cm.
Sobre José Lins do Rego | José Lins do Rego nasceu em três de junho de 1901, em Pilar, na Paraíba, e faleceu em 12 de setembro de 1957, na cidade do Rio de Janeiro. Publicou em 1932 seu primeiro livro, “Menino de engenho”, romance que foi seu passaporte de entrada para a história do moderno romance brasileiro. Viveu grande parte de sua vida no Recife e no Rio de Janeiro. O dia a dia e os costumes dessas cidades servem como panos de fundo para as suas obras. Em 1943, publicou “Fogo Morto”, livro considerado a sua obra-prima. Além de romancista, o escritor paraibano foi também contista, cronista, tradutor e jornalista, contribuiu ao longo de sua vida para vários periódicos brasileiros. Teve livros traduzidos para o inglês, francês, espanhol, alemão e italiano, dentre outras línguas. Em 1956, ano anterior ao de seu falecimento, tornou-se membro da Academia Brasileira de Letras.
(Fonte: Jô Ribes Comunicação)
O ano vai terminando e 2023 se aproxima. Com a chegada do Ano Novo, muitas pessoas estabelecem planos, objetivos e metas para serem executados ou alcançados nos próximos meses. O desejo de se envolver em projetos voluntários e atividades cujos benefícios se direcionam ao outro também é uma tendência que chega com o novo ano.
A pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, divulgada em agosto de 2022, mês do voluntariado, indicou que o Brasil contava, em 2021, com 57 milhões de voluntários ativos. Segundo o levantamento, ainda, o tempo dedicado para ajudar vem aumentando. Enquanto em 2011, a quantidade média de dedicação por pessoa era de cinco horas mensais, em 2021 essa média cresceu para 18 horas/mês. O índice é três vezes maior do que há uma década. De acordo com a análise, 56% da população adulta diz fazer ou já ter feito alguma atividade voluntária na vida. Em 2011, esse número representava apenas 25% da população e, em 2001, 18%.
Outro estudo, este feito pela Atados, uma plataforma que conecta pessoas e organizações para atividades voluntárias, revelou que o número de brasileiros interessados em se tornar voluntário em 2021 cresceu 31% em relação a 2020. O fato foi percebido pela própria organização, que notou um aumento de 15% nas inscrições para atividades voluntárias em 2021 em relação ao ano anterior. A expectativa é de que os resultados cresçam ainda mais em 2022 e se mantenham ascendentes nos próximos anos.
Embaixadores da Chama
O projeto Embaixadores da Chama, por exemplo, realizado desde 2020 pelo Instituto GABRIEL para incentivar a doação de órgãos, busca voluntários interessados em receber capacitações para falar com o entorno de pessoas com as quais se relacionam sobre a importância da doação de órgãos e tecidos.
O programa atende 12 estados do Brasil e intenciona, em breve, contar com representantes em todas as regiões do país. “São pessoas comuns falando a pessoas comuns também, com uma linguagem acessível e correta, sobre a importância da prática da doação de órgãos”, explica Maria Inês Carvalho, presidente do Instituto GABRIEL.
Inês conta que o projeto surgiu por iniciativa do marido dela, Valdir Carvalho, que teve a ideia de criar uma “pirâmide do bem”, na qual cada pessoa que fosse capacitada a falar sobre doação de órgãos trouxesse mais duas pessoas para construir uma base sólida dessa pirâmide. “Com o falecimento do Valdir, em 2019, coloquei esse projeto como prioridade no Instituto e, em 2020, ele foi ganhador do prêmio Movimento Bem Maior”, recorda. O Movimento é uma organização social apartidária sem fins lucrativos, que tem como objetivo fortalecer o ecossistema filantrópico do Brasil. “Com isso, recebemos financiamento para construção de uma plataforma virtual para programa de estímulo à capacitação dos voluntários”.
Ela ainda explica que o curso ofertado às pessoas interessadas é totalmente gratuito e contempla os principais pontos do processo de doação e transplante de órgãos no Brasil. “São 12 aulas e 12 missões que o aluno precisa cumprir para receber a certificação de ‘Embaixador da Chama’. O programa é totalmente on-line, mas oferece monitoramento constante da equipe do projeto para ajudar nas dúvidas que surgem ao longo do processo”, conta.
O Instituto já está na quarta turma e, com as três primeiras, capacitou até hoje 59 pessoas em 12 estados brasileiros, que já impactaram mais de 83 mil com as informações apreendidas no curso. “Em 2023, temos a meta de formar mais três turmas de 30 alunos, o que impactaria milhares de novas pessoas. Também estamos programando um upgrade para as turmas já formadas, além de ampliar o programa já existente”, diz Maria Inês.
Como se inscrever | As pessoas interessadas podem fazer uma pré-inscrição neste link (https://gabriel.org.br/embaixadoresdachama/login – via QR Code) e aguardar a chamada do Instituto GABRIEL. Atualmente, existe uma fila de espera. “Na medida em que formos conseguindo mais aporte financeiro para custear a ampliação do programa no Brasil, ampliaremos as turmas e, com isso, vamos capacitando mais e mais pessoas para o tema”, destaca a presidente do Instituto.
Embaixadores
Vane Lopes é uma das embaixadoras já certificadas. Ela conhece o Instituto GABRIEL desde 2011, por conta de uma doença renal crônica que teve. “Hoje, transplantada, pude participar da turma 3 do programa. É um excelente programa, com vídeos bem didáticos feitos com linguagem simples e de fácil entendimento. As atividades são divertidas e causam um grande impacto do ponto de vista informativo”, diz. Para Vane, que também atua como coordenadora de projetos de comunicação do Instituto GABRIEL, falar sobre doação de órgãos vai além de suas tarefas profissionais. “Não é apenas meu trabalho, mas um propósito de vida”.
A pedagoga Suelen Freire também é embaixadora e conheceu o Instituto Gabriel e o programa de voluntariado, quando recebeu um transplante duplo (de pâncreas e rim) e se viu impulsionada a contribuir com a disseminação de informações sobre o assunto. “Felizmente, eu fiquei pouco tempo em fila à espera dos órgãos e não dominava o assunto o suficiente para responder todas as dúvidas que chegavam até mim. Então, surgiu a oportunidade para participar da primeira turma de embaixadores e me inscrevi. A experiência foi uma das melhores formações que fiz na vida. O curso me direcionou para que eu pudesse usar o meu potencial em prol do ativismo”.
Suelen é professora e a habilidade que revela em escrever textos e se comunicar a levou ao trabalho como editora voluntária da ONG Sou Doador. “Hoje, escrevo e edito textos para as publicações do blog e redes sociais, além de tirar dúvidas e direcionar pessoas em fila ou recém-transplantadas que me procuram”, conta. Suelen também criou uma marca de camisetas e outros produtos com a temática da doação aliada ao humor: a Doação Estampada. Este ano, a marca patrocinou o Salão de Humor Sobre Doação de Órgãos, promovido pelo Instituto GABRIEL.
A embaixadora conclui dizendo que a maior expectativa que ela mantém em relação ao Embaixadores da Chama é que ele chegue a todas as pessoas que, assim como ela, entendem e vivem a importância da doação de órgãos. “Sem a informação necessária, a família do Dô, que é como eu chamo meu doador falecido, poderia ter se recusado a doar e eu não estaria aqui para contar essa história. Eu precisei de apenas um ‘sim’ para que minha vida fosse salva, e esse ‘sim’ modificou a visão sobre doação de absolutamente todas as pessoas que me conhecem. Imagine um país todo munido de informações corretas e com pessoas dispostas a doar?”, complementa Suelen.
Hoje, mais de 50 mil pessoas ainda estão na fila e esperam por um transplante de órgão no Brasil. A desinformação ainda é a principal responsável para este cenário, já que 43% das famílias se recusam a doar os órgãos de seus entes falecidos. “A doação é um ato de solidariedade que salva vidas, portanto, não há transplantes se não houver doador. A principal missão do Instituto GABRIEL é sensibilizar mais pessoas para isso”, conclui Inês, presidente do Instituto GABRIEL.
Sobre o Instituto GABRIEL
O Instituto GABRIEL é uma organização social sem fins lucrativos. Seu nome é uma homenagem a Gabrielle de Azevedo Carvalho, que nasceu com anencefalia (ausência de cérebro), no dia 24 de maio de 1998. Gabrielle foi o segundo bebê do casal Maria Inês Toledo de Azevedo Carvalho e Valdir de Carvalho a apresentar a má formação congênita. Dez anos antes, eles já haviam perdido outra filha em decorrência do mesmo problema.
Maria Inês e Valdir optaram por manter a gestação de Gabrielle até o final para, após o nascimento do bebê e seu inevitável falecimento, efetuar a doação de seus órgãos na tentativa de ajudar crianças que aguardavam por um transplante. Entretanto, a doação não pôde acontecer em virtude de uma omissão na lei brasileira em vigor naquela época, que não previa a doação de órgãos de bebês portadores de anencefalia.
O Instituto GABRIEL iniciou, então, um trabalho para que a normatização das doações acontecesse. Isto só se concretizou parcialmente em 02 de março de 2007, com a portaria do Ministério da Saúde, mas que ainda não atende por completo às necessidades desse tipo de doação.
No decorrer dos anos, o Instituto GABRIEL se especializou em desenvolver projetos para o incentivo à doação de órgãos e tecidos, como, também, de prevenção das malformações congênitas e das principais causas de doenças que levam ao transplante. Mais informações: www.gabriel.org.br.
(Fonte: DePropósito Comunicação de Causas)