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Parada de Natal é atração nos dias 10 e 17 de dezembro

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Segunda apresentação do Encantos de Natal acontece dia 11 de dezembro. Fotos: Eduardo Turati.

Em virtude das fortes chuvas do último final de semana, a primeira apresentação da Parada de Natal 2022, marcada para 3 de dezembro em Indaiatuba, foi adiada. Desta maneira, a Parada acontece nos dias 10 e 17, sempre a partir das 19h30, na marginal esquerda da Avenida Engenheiro Fábio Roberto Barnabé, próximo ao Barco. Já o Encantos de Natal foi apresentado no último domingo, dia 4, e volta ao palco montado em frente à Prefeitura de Indaiatuba no próximo dia 11, às 19h.

Com o título “Memórias: Os Sonhos e a Esperança são os Caminhos”, o espetáculo Encantos de Natal conta com mais de 600 integrantes. No repertório, 22 faixas que são executadas por músicos da Camerata Filarmônica, Orquestra Sinfônica, Corporação Musical Villa-Lobos e Coral Cidade de Indaiatuba, com participação de Sonia Di Morais, Trio Dechris e Banda Superbad, além de alunos das oficinas culturais de Taikô.

Primeira apresentação do Encantos de Natal aconteceu no último dia 4.

Em 2022, o evento encerra a celebração pelos 30 anos do cartão postal de Indaiatuba, o Parque Ecológico. Preservar a memória do lugar em que vivemos é manter a história viva, relembrando momentos através de trilhas sonoras marcantes e celebrando a magia desta época do ano. O roteiro é de Henrique Steve e a protagonista será a atriz Nina Vinagre. A direção artística é de Wellington Ayrton e Daniela Candello e a direção musical de Weber Marely e Ricardo Gazzi.

Desfile

A Parada de Natal contará com cerca de 800 integrantes, entre alunos das oficinas da Secretaria Municipal de Cultura, dos projetos da Educação, Esportes, Saúde, grupos da Funssol (Fundo Social de Solidariedade) e artistas locais. No total, o evento contará com 34 alas e cinco carros alegóricos, com destaque para a novidade: o Carro dos Presentes.

Natal Camerata

Este é o título do último concerto da Camerata Filarmônica de Indaiatuba (Acafi) na Temporada 2022. No palco, todos os projetos da Associação se reúnem: a orquestra profissional, Camerata Filarmônica Jovem, Camerata Filarmônica Aprendiz, Coros Adulto e Infanto-Juvenil e todas as turmas de Cordas Friccionadas e Encontros Musicais do Projeto Camerata Comunidade.

Dança, música e teatro se misturam no Encantos de Natal 2022.

O repertório contará com solos da soprano Thayana Roverso e mais músicos convidados para integrar a orquestra, tocando clássicos das canções de Natal, como “Noël”, “Jingle Bells” e “Noite Feliz” com arranjos personalizados. O concerto conta com direção artística e regência de Natália Larangeira.

Derico Sciotti & Orquestra de Metais Londrina

O saxofonista Derico Sciotti se une a Orquestra de Metais Londrina para um concerto especial dentro do projeto Circuito Cultural Todas as Artes para Todas as Partes, do Instituto José Gonzaga Vieira, com sede na cidade de Londrina (PR).

Fundada em 2019, a Orquestra é resultado da junção de músicos que integravam bandas marciais de colégios públicos da cidade e pessoas apaixonadas pela música instrumental, que acreditam na arte como grande mobilizadora social. A regência é do sargento José Goulart Filho, a direção artística de Kleverson Sanches e a produção executiva de Leirton Marques.

PROGRAMAÇÃO

10 e 17 de dezembro, às 19h30

Parada de Natal

Local: marginal esquerda da Avenida Engenheiro Fábio Roberto Barnabé, próximo ao Barco

11 de dezembro, às 19 horas

Encantos de Natal, com Memórias: Os Sonhos e a Esperança são os Caminhos

Local: palco em frente à Prefeitura de Indaiatuba

16 de dezembro, às 20 horas

Natal Camerata, com clássicas canções de Natal

Direção artística e regência: Natália Laranjeira

Local: palco em frente à Prefeitura de Indaiatuba

17 de dezembro, às 20 horas

Derico Sciotti & Orquestra de Metais Londrina

Local: palco em frente à Prefeitura de Indaiatuba.

(Fonte: Prefeitura de Indaiatuba)

Projeto Musicou chega a Paulínia com cursos de música gratuitos para crianças, adolescentes e adultos

Paulínia, por Kleber Patricio

Foto: divulgação.

A cidade de Paulínia (SP) recebe, a partir de dezembro, o projeto Musicou, programa de educação musical que oferece aulas gratuitas de música para crianças, jovens e adultos. No total, são 173 vagas disponíveis, divididas entre os cursos de iniciação musical, canto coral, violão e percussão. Não há exigência de conhecimento prévio de música e nem de instrumento musical.

As matrículas para as oficinas inaugurais começam no dia 9 de dezembro e os interessados, a partir de 6 anos e sem limite de idade, devem se inscrever presencialmente no núcleo Musicou Paulínia. As aulas das oficinas inaugurais acontecerão até o dia 23 de dezembro. Antes da efetivação da matrícula é possível ainda agendar uma aula experimental. As aulas são coletivas, realizadas no formato presencial, e acontecem no contra turno escolar, às segundas e quintas-feiras, das 13h30 às 16h30.

Apesar de novo na cidade de Paulínia, o Musicou já nasce com sólida experiência em música, educação e desenvolvimento social, pois trata-se de um programa criado pela Sustenidos Organização Social de Cultura, instituição sem fins lucrativos especialista na implantação e gestão de políticas públicas de cultura. A Sustenidos é responsável pelo Conservatório de Tatuí e Complexo Theatro Municipal de São Paulo. Além dos projetos especiais Som na Estrada, MOVE e os festivais Ethno Brazil e Imagine Brazil. “O objetivo da Sustenidos é levar a nossa experiência cultural, educacional e social para outros lugares fora de São Paulo, e continuar mostrando que a música é um poderoso instrumento de identidade, inclusão e transformação”, conta Alessandra Costa, diretora executiva da Sustenidos.

Além de Paulínia, outras cidades que também receberão o projeto Musicou neste ano são Quixeramobim, Quixadá, Recife e Santa Mariana. A realização do Musicou é feita de forma compartilhada. A Sustenidos entra com a expertise, os profissionais, equipamentos, materiais didáticos e atuação nas áreas administrativa e educacional. E o parceiro, poder público e privado, fica responsável pelo local (espaço e manutenção). Parceira da Sustenidos desde 2019, a Bayer acredita na transformação através da educação musical e é a patrocinadora do núcleo Musicou, inaugurado em Paulínia (SP).

Musicou – Núcleo Musicou Paulínia

Endereço: Av. Olivia Favero Piva, 671 – Alto de Pinheiros – São Paulo (SP)

Dias de horários de abertura do núcleo: 2ª a 4ª, das 13h às 17h

Dias e horários das aulas: 2ª e 4ª, 13h30 às 16h30

Patrocinador: Bayer

Parceria: Prefeitura Municipal de Paulínia.

(Fonte: Máquina Cohn & Wolfe)

Caminhos para reconstruir as políticas públicas de alimentação

Brasil, por Kleber Patricio

Foto: FreePik.

Por Rede Penssan — A Rede Penssan (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional) apresenta por meio deste ensaio pontos para uma agenda de reflexões e trabalho de interesse de todos os brasileiros que experimentam a fome, mas também para aqueles que se sensibilizam e desejam contribuir para mudar esse cenário.

Nos últimos anos, milhões de brasileiras e brasileiros passaram a conviver com a fome ou com algum grau de insegurança alimentar, como denunciaram os Inquéritos da Insegurança Alimentar da Rede Penssan. Em 2022, mais de 33 milhões se encontravam nesta situação – uma realidade vergonhosa, que expõe violações ao direito constitucional à alimentação da população brasileira. Além da privação de acesso aos alimentos, há que se considerar que situações de insegurança alimentar comprometem fortemente a alimentação adequada e saudável, sendo este um determinante para a alta morbimortalidade por doenças crônicas não transmissíveis.

Com a eleição de um novo governo, é oportuno somar esforços para superar o flagelo da fome, denunciado desde os anos 40 por Josué de Castro e tão presente 80 anos depois. Diante deste cenário político, nós, da rede Penssan, destacamos os pontos que consideramos essenciais para fazer avançar a pauta de promoção da segurança alimentar e nutricional para todos.

O primeiro ponto se refere a compreender os processos históricos geradores da fome e insegurança alimentar no Brasil. É importante destacar que o cenário atual não é apenas consequência da pandemia, mas sim, reflete o tratamento político secundário dado às questões sociais no país consoante ao modelo de desenvolvimento que se fez hegemônico. O aumento da prevalência da insegurança alimentar no Brasil é um problema nacional; no entanto, se mostra mais sensível nas regiões norte e nordeste – e nos domicílios rurais, como denunciam os Inquéritos da rede. Além disso, existe um recorte de gênero e raça: mulheres da cor/raça preta ou parda são mais vulneráveis a situações mais severas de privação da alimentação.

O cenário de fome e insegurança alimentar generalizada resulta de forma direta do desmonte do Estado brasileiro, a partir de 2016, com a desarticulação de arranjos institucionais, de políticas públicas e de programas sociais fundamentais para redução da fome. É urgente retomar e fortalecer estruturas como o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan), o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), o Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA) e o Programa de Transferência de Renda conhecido como Bolsa Família. Além disso, é preciso recriar o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) e reajustar o orçamento necessário ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), dentre outros.

Além de fortalecer esses e outros mecanismos estruturantes para a superação das crises sistêmicas e redução da pobreza e fome no Brasil, é preciso investir em pesquisa para conhecer nossa realidade. O combate à fome exige produção, sistematização e disseminação de dados, censos, inquéritos, que orientem a ação pública e os movimentos sociais. Além do fomento científico, devem ser fortalecidas instituições como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que gera informações riquíssimas sobre as nossas diversidades regionais, étnicas, raciais e de gênero – nossa diversidade de ocupação do território brasileiro.

Diante do que vivemos nos últimos anos, temos um enorme déficit democrático a ser superado – na ausência de uma prioridade governamental e de espaço de participação efetivo da sociedade civil no governo, milhões de brasileiros tiveram seu direito à alimentação negado. Agora, um novo governo traz esperanças e desafios. Nós, como Rede Penssan, continuamos atentos e abertos ao diálogo com aqueles que desejam reduzir efetivamente o cenário da fome no país.

Sobre a Rede Penssan | A Rede Penssan (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional) tem como missão promover e fortalecer a pesquisa e a produção do conhecimento na área da soberania e segurança alimentar e nutricional em relação com as ações de ensino, extensão, gestão, controle e participação social, com vistas a contribuir com a realização do direito humano à alimentação adequada e saudável.

(Fonte: Agência Bori)

Bailarinos da Cia. de Dança de Campinas e do Projeto Dança e Cidadania apresentam “O Quebra-nozes” no Teatro Castro Mendes

Campinas, por Kleber Patricio

Fotos: Isabela Senatore.

Para ajudar entrar no clima de encantamento do Natal, os bailarinos da Cia. de Dança de Campinas e do Projeto Dança e Cidadania de Campinas apresentam o emocionante conto natalino “O Quebra-Nozes”, nos dias 10, às 20h e 11, às 18h, no Teatro Castro Mendes, em Campinas. Os ingressos já estão disponíveis no site do Teatro Castro Mendes ao preço de R$20 inteira e R$10 meia-entrada. As apresentações contam com a presença de um intérprete de libras para que pessoas com deficiência auditiva possam acompanhar todos os detalhes do espetáculo.

De acordo com Lúcia Teixeira, idealizadora da Cia. de Dança de Campinas e do Projeto Dança e Cidadania, a apresentação promete emocionar o público. “Com o retorno das aulas e eventos presenciais neste ano, nossos bailarinos e professores trabalharam duro e evoluíram muito. Eles não medem esforços para encantar o público. Há vários alunos que farão sua primeira apresentação em teatro, por isso, aguardamos a todos, ansiosos, para mais uma noite inesquecível”, destaca Lúcia.

O projeto Dança e Cidadania nasceu em Campinas há 22 anos e conta com recursos da Lei Rouanet. Atualmente leva crianças da periferia de Campinas, Mogi Guaçu, Cosmópolis e Itajubá para brilhar nos palcos do Brasil e do mundo com o balé clássico e moderno. No espetáculo “O Quebra-Nozes”, mais de 170 crianças e jovens que participam do projeto dividem o palco com bailarinos profissionais para apresentar o conto natalino que é um clássico de fim de ano aos admiradores da arte da dança.

“O Quebra-Nozes”, balé criado pelo compositor Piotr Ilitch Tchaikovsky, se passa durante o Natal em que o casal Stahlbaum oferece aos amigos e familiares uma inesquecível festa. Os filhos Clara e Fritz ficam ansiosos para ganhar presentes, até que o padrinho da menina Herr Drosselmeyer a presenteia com um Quebra-Nozes, que a deixa encantada. Assim começa a história, quando Clara vai dormir e sonha que o Quebra-Nozes encantado adquire vida própria durante a noite, se transformando em um lindo príncipe. Eles passam por muitas aventuras e depois ele a leva para o seu Reino, onde são recebidos por vários convidados.

O espetáculo tem a produção do Ballet Harmonia com a direção geral de Lucia Teixeira. Dentre os patrocinadores, estão a Mahle, Bosch, Stoller, Matera e Bispharma. O projeto conta com apoio da Prefeitura Municipal de Campinas, por meio da Secretaria de Cultura, do CPTI e da Casa Santana.

Projeto Dança e Cidadania

O Projeto Dança e Cidadania, por meio da Lei Rouanet, há 22 anos leva crianças da periferia de Campinas, Mogi Guaçu, Cosmópolis e Itajubá para brilhar nos palcos do Brasil e do mundo com o balé clássico e moderno. Esta apresentação será uma oportunidade para alguns bailarinos estarem no palco pela primeira vez, um momento muito aguardado pelos alunos e suas famílias.

Mais de 5 mil crianças e adolescentes já passaram pelo Dança e Cidadania, tendo professores com formação de alto nível, sendo que alguns ex-alunos hoje são solistas em companhias da Europa e Estados Unidos.

O projeto atende 300 crianças e jovens de cerca de 40 bairros periféricos com aulas nas localidades onde as crianças e jovens moram, em salas adaptadas de escolas públicas ou de ONGs e na academia Ballet Harmonia.

Os participantes recebem gratuitamente todo o material necessário para as aulas, ensaios e apresentações. São duas aulas de uma hora e meia cada, por semana. Para alunos mais adiantados, são mais aulas por semana. Além das aulas de ballet, todos recebem noções de higiene pessoal, boas maneiras, organização, disciplina, comportamento em grupo e responsabilidade.

Desde seu início muitos espetáculos já foram montados; entre eles, “O Pica-Pau Amarelo”, “A Fantástica Fábrica de Chocolate”, “A COR-DAR”, “Pedro e o Lobo”, “Carnaval dos Animais”, “La Fille Mal Gardée”, “Giselle”, “A Fantástica Fábrica de Natal’, “Um Natal Mágico”, “Coppélia”, “Carmina Burana” e outros.

Serviço:

Espetáculo “O Quebra-nozes”

Onde: Teatro do Castro Mendes

Rua Conselheiro Gomide, 62 – Vila Industrial (Campinas)

Quando: 10 de 11 de dezembro

Horário: sábado, às 20h e domingo, às 18h

Ingressos: https://teatrocastromendes.com.br/evento/o_quebra_nozes_projeto_danca_e_cidadania_teatro_municipal_jose_de_castro_mendes_47807

Acessibilidade: presença de um intérprete de libras

Preço: R$20 inteira e R$10 meia-entrada para: professores e funcionários do quadro escolar, estudantes, pessoas acima de 60 anos, pessoas com deficiência e seu acompanhante (1).

(Fonte: Boas Histórias Comunicação)

Encontro Latino-Americano de Dança, Performance e Ativismo apresenta sua 9ª edição

São Paulo, por Kleber Patricio

“El Cuidador”, com Natty Fuster. Foto: divulgação.

Em sua 9ª edição, o Dança à Deriva – Encontro Latino-Americano de Dança, Performance e Ativismo se reconhece como um espaço de aproximação e troca entre artistas do continente. Serão dez dias de apresentações, conversas, laboratórios e performances em que os cerca de 40 participantes de nove países – Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, México, Paraguai, Peru e Venezuela – mostram a pesquisa e o resultado das “ideias, inquietações, modos de ser, viver e fazer neste continente tão diverso e adverso”, como coloca a coordenadora e idealizadora do projeto, Solange Borelli, da Radar Cultural Gestão e Projetos. A realização do evento é da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo ao lado da própria Radar Cultural.

Ao todo, serão vinte espetáculos e intervenções artísticas apresentados no Centro de Referência de Dança (CRD), no Centro Cultural Olido, em espaços urbanos e espaços independentes entre os dias 8 e 17 de dezembro de 2022. Estão previstos três laboratórios de investigação criativa com o artista, curador, professor e pesquisador da cena liminar entre Performance, Teatro e Dança Marcos Bulhões e com dois destaques internacionais do evento: Fèlix Oropeza, diretor da Compañia Agente Libre, da Venezuela, e Marco Ignácio Orellana, diretor da Compañia Amateur, do Chile. A programação conta também com espaços para conversas, ação chamada ‘Ponto de Fuga’, em que artistas e público estabelecem diálogos sobre os mais diversos temas da contemporaneidade, além do 2º Entramadas – Encontro de Artistas Gestores da América Latina, atividade híbrida (presencial e virtual).

Felix Oropeza. Foto: divulgação.

No dia 8 de dezembro, o Núcleo Improvisação em Contato e a banda Macaco Fantasma com o show “Seas Tu” dão boas-vindas aos grupos, artistas e público. O trabalho de Eduardo Fukushima “Como superar o grande cansaço?” abre as apresentações no dia 9, às 19h, no CRD e o encerramento com o Grupo Batakerê, dirigido por Mestre Pedro Peu – uma festa sonora que celebra o corpo, a dança, a música e a latinidade de todos nós.

Nesta edição, apresentam-se os seguintes coletivos internacionais: Agente Libre, dirigido por Felix Oropeza, da Venezuela; Leila Loforte, da Argentina; Elenco Alas Abiertas, dirigida por Sergio Nuñez, do Paraguai; Compañia Amateur, dirigido por Marco Orellana, que também dança ao lado da artista La Merce, e Danza a Pie, do Chile; Natti Fuster, do Paraguai; Alejandra Rivera, do México, e Organización Tremenda Espacio Cultural, do Peru. Do Brasil, participam Coletiva Profanas, Coletivo Nuvem e Coletivo Menos1 Invisível, atuantes na cidade de São Paulo, e Calé Miranda, do Rio de Janeiro.

A primeira edição do evento aconteceu em 2012 com o nome de Mostra de Dança e já idealizada e coordenada por Solange Borelli, uma das mais atuantes curadoras e gestoras de projetos culturais, há mais de vinte anos representando diversos coletivos artísticos da cidade de São Paulo. “Dança à Deriva nasceu da ideia de reunir artistas latino-americanos com o intuito de nos conhecermos e nos reconhecermos, dançarmos, falarmos de nós, de nossas produções. Ao longo das edições, percebemos que não era apenas uma mostra e sim um encontro de artistas das artes performativas”, revela Solange.

“Poemas Atlânticos” com Menos1 Invisível. Foto: divulgação.

Parte desse entendimento se deve ao envolvimento dos participantes. Para a coordenadora, a essência do Dança à Deriva é a imersão dos encontros que seguem pela “manhã, tarde, noite e, por algumas vezes, nas madrugadas também”, coloca. “Nesses dias, convivemos intensamente desenvolvendo experiências artísticas, pedagógicas e apreciativas, ativando diálogos e partilhando nossos fazeres. O encontro é aberto ao público, que também participa dessas experiências e passa a conhecer outras realidades dos países vizinhos, que pouco ou nada sabemos”, completa.

A curadoria parte de uma convocatória aberta em que os interessados apresentam suas propostas e também de convites feitos pela direção do encontro que, ao longo do ano, viaja e observa o movimento artístico cultural da América Latina. “Costumo questionar as curadorias, os jogos de poder e subalternidades. Ambiente onde se proliferam e se legitimam discursos que instituem verdades sobre modos de ser, pensar, fazer e até de existir, deixando à margem outros possíveis modos de existência e concepções. Há uma potencialidade crítica e política quando se faz escolhas”, diz Solange Borelli.

Por isso, a dança apresentada no Dança à Deriva traz experiência corpórea e sensorial em que se organizam ideias de insurgências. “É a deriva pensada enquanto desgoverno da embarcação levada pelo vento, que rompe com a racionalidade das representações e dos limites fronteiriços”, completa.

“Como superar o cansaço”, com Eduardo Fukushima. Foto: Rogerio Ortiz.

Com tal modo de ver e fazer dança, o Dança à Deriva despertou interesse nos meios acadêmicos e hoje é objeto de estudo e investigação na EACH-USP, no Programa de Mudança Social e Participação Política.

Artistas e coletivos

Um dos destaques da programação, o venezuelano Fèlix Oropeza, já presente em outras edições, traz o trabalho “La canción de la verdad sencilla”, em que fala de uma dança transformada em parábola do espírito humano, com suas virtudes e miséria.

O Chile apresenta três trabalhos nesta edição: “Bruta”, da Compañia Amateur, dirigida por Marco Orellana – também artista destaque em 2022 –, leva o corpo ao limite físico e emocional para que se concretize uma transformação sem gênero. Marco Orellana retorna ao palco em uma estreia nesta edição do Dança à Deriva: “Ano-Malas, la oscuridad baila”, duo com a artista La Merce, peça que deseja fluir nas contradições, fugir à ordem normal das coisas, sair da submissão e traçar um plano para descongelar as fixações identitárias. Ainda representando o Chile, “Antifas; Sueños de Agua”, o mais recente trabalho do Coletivo Danza a Pie, que usa o espaço público como motor para suas criações.

“Esther”, com o Coletivo Alas Abiertas. Foto: divulgação.

Do Paraguai, o espetáculo “Esther”, dirigido por Sergio Nuñez, traz sete bailarinos para a cena, com e sem deficiência visual, e apostam na escuta como ponto fundamental para seguirmos. Do mesmo país, Natti Fuster apresenta o solo “El Cuidador”, pequeno trabalho em dança-teatro com canções à capela em que procura transportar o público para um espaço e tempo indefinidos.

Leila Loforte, da Argentina, traz “Pulsiones Salvajes”, um solo inspirado na morte do cisne de Michel Fokine em um tempo pós-pandemia e tecnológico. Em parceria com a brasileira Luciana Hoppe, Leila também apresenta “Es Uma”, criada a partir da relação entre as duas artistas durante a pandemia e que questiona os corpos individualizados e alienados.

Em “Mucho ruido y…”, a artista Alejandra Rivera, do México, trata de um tema caro aos nossos dias: a indiferença diante da banalização da notícia. Também com abordagem política, “Lugares Otros”, com direção de Urpi Castro Chávez, coloca quatro mulheres em cena para questionar os arquétipos femininos a partir de suas memórias.

“Orí”, com Calé Miranda. Foto: Marco Netto.

De São Paulo, três grupos apresentam suas pesquisas: a Coletiva Profanas, durante seis horas, faz a performance “Ritu.1/Penetra!”, um manifesto pelo direito de fazer o que desejar com o corpo sem medo da ação do próximo; o Coletivo Nuvem apresenta “Nós”, em que a investigação coreográfica reflete as possibilidades e complexidades de permanecer no coletivo, com movimentações que se desdobram em um princípio único: permanecer de mãos dadas; e o Coletivo Menos1 Invisível apresenta “Poemas Atlânticos”, tendo a água como fio condutor e inspirada no pensamento do ensaísta, filósofo e poeta negro martinicano Édouard Glissant e no quadro “Navio Negreiro” (1840), do pintor pré-impressionista Willian Turner. Do Rio de Janeiro, Calé Miranda traz “Orí”, que significa “cabeça” em yorubá e é designada para identificar os Orixás protetores do iniciado no Candomblé (religião afro-brasileira).

Um dos destacados artistas da cena contemporânea brasileira atual, Eduardo Fukushima faz a abertura com “Como superar o grande cansaço?”, um trabalho em que desenvolve a questão em linguagem corporal: a dança é a própria pergunta como vontade de potência e geradora de movimento. Dirigido por Pedro Peu, na intervenção “Transbordando nos Quintais”, a música percussiva – como em outros trabalhos do grupo Batakarê – é guia nesse convite à celebração, unindo dança, brincadeiras afro-brasileiras e canto em uma grande roda, em que o público também pode participar.

Serviço:

Dança à Deriva – 9º Encontro Latino-Americano de Dança, Performance e Ativismo

De 8 a 17 de dezembro de 2022

Entrada gratuita, retirar ingressos com uma hora de antecedência

Centro de Referência da Dança – Galeria Formosa Baixos do Viaduto do Chá s/n, Praça Ramos de Azevedo – Centro Histórico de São Paulo, São Paulo – SP

Centro Cultural Olido – Av. São João, 473 – Centro Histórico de São Paulo, São Paulo – SP

https://www.facebook.com/dancaaderiva | www.dancaaderiva.com.br.

(Fonte: Canal Aberto Assessoria de Imprensa)