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Arte132 encerra temporada de 2022 com abertura de “Arte Devocional no século XIX”

São Paulo, por Kleber Patricio

“Nossa Senhora da Conceição” | óleo sobre zinco, 34 x 23 cm, Alto Peru (Bolívia) – Século XIX.

De 26 de novembro a 23 de dezembro de 2022, a Arte132 Galeria exibe a sua última exposição do ano: “Arte Devocional no século XIX: Pintura sobre metal e Paulistinhas”. A mostra ilustra o culto à religiosidade por meio de dois peculiares contextos artísticos: no primeiro eixo, são apresentadas esculturas em pequenos formatos de santos diversos, denominadas “Paulistinhas”. Estas pequenas estatuetas foram confeccionadas manualmente, por diferentes artesãos, sob o manuseio do barro queimado em uma base oca, e eram realizadas exclusivamente no estado de São Paulo. As aludidas peças, que perduraram por mais de 100 anos, serão expostas na galeria ao lado de pequenas pinturas sacras, realizadas no Alto Peru (atual Bolívia) por mestres de diferentes localidades ao longo do século XIX, que configura o segundo eixo e contexto da exposição.

A imaginária paulista no séc. XIX

As imagens dos paulistinhas aludem aos santos que habitam o imaginário cristão católico. Marcelo de Medeiros, curador da mostra, explica que “os paulistinhas supriram a demanda vinda com o aumento da população, trazendo a possibilidade do povo ter um santinho de sua devoção dentro de casa; uma arte religiosa que se distinguia principalmente por ser acessível, bem como as pinturas sacras bolivianas, que não se encontravam nas igrejas – eram destinadas ao ambiente doméstico”.

Em geral, estes santinhos eram feitos em esculturas de pequeno porte – entre 10 e 20 cm de altura – e, apesar da forte influência do imaginário lusitano, eram singulares por conta da simplicidade dos traços e da estrutura de barro. Havia maior liberdade formal da composição, que geralmente apresentava forte senso estético e poético. As imagens mais executadas pelos artistas e artesãos – conhecidos à época como “santeiros” – foram as de Nossa Senhora da Conceição, Jesus Cristo, Santo Antônio, São José, São Sebastião, Nossa Senhora das Dores, Sant’Ana, São Pedro e Santa Gertrudes.

Neste primeiro eixo, trata-se de arte que faz parte da história de São Paulo, sem paralelos nacionais no período.

Da evangelização à devoção: arte sobre metal no séc. XIX

Com a conquista do Peru pelos espanhóis em 1532, imediatamente se fez necessária a manufatura de bens religiosos tanto para o culto a que atendiam os europeus quanto para evangelização dos indígenas. Para tanto, vieram a esta nova terra executores dos mais variados ofícios, com evidente destaque para os pintores, que, na maioria das vezes, eram oriundos de Espanha, Itália, Flandres e outras localidades.

Estes mestres vieram com a incumbência de ilustrar, nas mais variadas técnicas pictóricas e materiais, os desígnios evangelizadores da Igreja Católica que, associada aos reis de Espanha, tinham por meta converter o gentio, salvando as almas dos colonizados para benefício da Santa Madre Igreja e dos reis católicos.

A pintura inicia-se no século XVI, mantém-se austera no século XVII e ganha identidade própria no século XVIII, ao receber atributos indígenas mesclados aos padrões europeus.

Tal panorama começa a mudar radicalmente a partir das primeiras décadas do século XIX, em grande medida devido aos ares vindos das revoluções norte-americana e francesa. As guerras de independência dos países hispano-americanos, aliadas ao aumento populacional daquela região, intensificam ainda mais a busca por bens religiosos. Surgem assim, já em meados do século XIX, as condições ideais para a produção de uma pintura religiosa de cunho popular, centrada em parte do Alto Peru, hoje Bolívia.

Neste momento, não mais evangelizadoras e sim devocionais, essas pinturinhas, em sua maioria executadas em folha de zinco, são alegres em seu colorido, ingênuas em sua fartura, divertidas em suas inscrições e diretas na sua mensagem. São especiais pela maneira tão peculiar de tratar os temas, que em sua maioria eram relativamente simples, como variações das Virgens do Carmo, Rosário, Guadalupe, Patrocínio de Tarata, Socavon e dos santos Santo Antônio, Santa Bárbara, São Francisco, variações de Jesus Cristo e assim por diante.

Encontrados principalmente em feiras populares de Potosí, Sucre, Cochabamba e La Paz, estes testemunhos artísticos que ocupavam as vivendas encantavam e encantam até hoje por sua graça, espontaneidade e perseverança da fé.

Sobre a Arte132 Galeria | A Arte132 acredita que a arte de um país e de um período não é constituída apenas por alguns nomes definidos pelo mercado, mas por todos os artistas que desenvolveram um entendimento do mundo e do homem em determinado momento, artistas estes que abriram e alargaram os caminhos da arte brasileira. Dessa forma, expõe e dá suporte a mostras com o compromisso de apresentar arte relevante e de qualidade ao maior número de pessoas possível, colecionadores ou não. A casa (concebida pelo arquiteto Fernando Malheiros de Miranda, em 1972), para além de uma galeria de arte, é um lugar de encontros, diálogos e descobertas.

Serviço:

Arte Devocional: Pintura sobre metal e Paulistinhas

Curador: Marcelo de Medeiros

Local: Arte132 Galeria – Av. Juriti, 132, Moema, São Paulo – SP

Evento de abertura: 26 de novembro, das 11h às 17h

Período expositivo: 26 de novembro a 23 de dezembro de 2022

Horários de visitação: segunda a sexta, das 14h às 19h. Sábados, das 11h às 17h

Entrada gratuita

https://arte132.com.br.

(Fonte: A4&Holofote comunicação)

Exposição “Botar Fé”, da 8ª edição do Bolsa Pampulha, apresenta resultado de pesquisa do Programa de Residência do Museu de Arte da Pampulha

Belo Horizonte, por Kleber Patricio

Fotos: divulgação.

A Prefeitura de Belo Horizonte, em parceria com o Viaduto das Artes, apresenta o resultado do processo de pesquisa dos artistas contemplados na 8ª edição do Bolsa Pampulha com a exposição “Botar Fé”. Durante seis meses, o programa do Museu de Arte da Pampulha (MAP) recebeu 16 artistas e coletivos – seis a mais que as edições anteriores – com atuação nas áreas de artes visuais, design, arquitetura e arte-educação. Sob a curadoria de Amanda Carneiro e Raphael Fonseca e orientação dos artistas visuais Brígida Campbell, Marcel Diogo, Laura Belém e do cineasta Gabriel Martins, os bolsistas desenvolveram e aprofundaram seus trabalhos e pesquisas artísticas.

Ao longo das residências, a expressão “botar fé” foi sendo verbalizada pelos artistas enquanto manifestação de crença e esperança. A constância do uso da gíria foi tal que o termo acabou batizando a exposição. De acordo com o curador Raphael Fonseca, ser artista visual consiste em um ato de ter fé naquilo que você faz, é uma espécie de tiro no escuro. “Seja em Belo Horizonte, seja em outros lugares do Brasil ou do mundo, é constante a fé no ofício e uma entrega ao fazer, cujos ecos não se controlam”, pontua.

A exposição é resultado desse trabalho de criação, experimentação e imersão. Com cerca de 100 obras, a mostra será realizada em dois locais simultaneamente: no Museu de Artes e Ofícios (MAO), localizado na Zona Cultural Praça da Estação, a inauguração da exposição será dia 25 de novembro (sexta-feira), às 19h. No Viaduto das Artes, localizado no Barreiro, a abertura será dia 26 de novembro (sábado), às 11h. Algumas obras da exposição também estarão no Jardim do MAP e em outros espaços da cidade.

A Secretária Municipal de Cultura, Eliane Parreiras, celebra a 8ª edição do Bolsa Pampulha: “Esse edital é resultado de políticas públicas de acesso, formação e democratização voltadas às Artes Visuais, mas principalmente de fomento à pesquisa, experimentação e inovação no setor, que, a cada ano, aprimoram-se e efetivam-se na construção desse Programa reconhecido nacional e internacionalmente. O momento é de celebração, pois o Bolsa Pampulha chega à oitava edição mantendo sua importância, relevância e excelência”.

Luciana Féres, presidente da Fundação Municipal de Cultura, ressalta a efetividade da política pública desenvolvida pelo Bolsa Pampulha. “Receber esses 16 artistas e coletivos da cidade e Região Metropolitana para uma imersão durante a residência de seis meses do Bolsa Pampulha e, agora, ver o resultado desse processo de pesquisa, é uma grande alegria. É a materialização e a consolidação de uma política pública de fomento a partir de um programa que, historicamente, vem impactando o cenário das artes visuais”.

A diversidade estampada nos perfis dos artistas

O grupo de artistas reunido nesta 8ª edição do Bolsa Pampulha reflete os temas e preocupações de uma geração, conforme explica Amanda Carneiro, uma das curadoras do Programa de Residências: “É uma edição que sublinha tópicos contemporâneos e apresenta as maneiras como os artistas materializam suas questões em trabalhos de arte. Também é um grupo que pensa muito sobre o trânsito, seja pelo deslocamento na cidade, seja numa perspectiva mais subjetiva”, completa Amanda.

A reflexão sobre esses deslocamentos e os tensionamentos sobre o espaço público, especialmente abraçando as bordas da cidade, fundamentam a decisão de realizar a exposição “Botar Fé” em dois endereços, envolvendo desde a centralidade representada no Museu de Artes e Ofícios (MAO), situado em plena Praça da Estação, no centro da capital mineira, à ocupação do Viaduto das Artes, espaço de convergência cultural situado no Barreiro, região periférica de Belo Horizonte que funcionou como ateliê nessa 8ª edição do Bolsa Pampulha, enquanto o Museu de Arte da Pampulha segue em processo de restauro. Isso reforça que o MAP, mesmo com seu edifício sede fechado, continua com atividades intensas.

Além desses dois locais-sede, a exposição reforça a ocupação amplificada da cidade ao expor dois trabalhos em outros endereços. “O bom cabrito não berra” é o nome da instalação do artista Froiid, a ser conferida nos jardins do Museu de Arte da Pampulha (MAP). Por sua vez, o artista Comum apresenta a obra “Sopa de Letras” na curva do viaduto Moçambique (Avenida Antônio Carlos, bairro Lagoinha), na curva do Ponteio Lar Shopping (bairro Santa Lúcia) e no muro em frente ao Viaduto das Artes.

A diversidade de vivências dos artistas selecionados se traduz na amplitude dos trabalhos e suportes apresentados. As criações propostas utilizam-se de mobiliários, instalações, objetos, fotografias, pinturas de retratos, pinturas de imaginação, paisagens, colagens e trabalhos escultóricos, entre outros.

A identidade periférica é ingrediente presente em quase a totalidade das criações, também marcadas por reflexões que surgem a partir de consciências não brancas. Nesse sentido, a realização de encontros públicos com importantes nomes do cenário cultural, ao longo das residências, trouxe camada complementar de conhecimentos e partilhas. Participaram desses bate-papos artistas e pesquisadores como a professora Leda Maria Martins, o fotógrafo Eustáquio Neves, a curadora Julieta Gonzalez (Inhotim), o curador Rony Maltz (revista Zum), a advogada Juliana Sá (MASP), a produtora executiva Ana Helena Curti, a artista Efe Godoy e o coletivo Serigrafistas Queer (ARG).

As marcas desta edição

Descentralizar o fomento às artes visuais é uma das propostas dessa edição do Bolsa Pampulha. Para alcançar esse objetivo, o programa apresentou novidades durante as residências. Instalar o ateliê coletivo fora do Museu de Arte da Pampulha (MAP) foi indicativo dessa intenção. Por isso, o Viaduto das Artes, situado no Barreiro, recebeu as residências ao longo de seis meses.

Não ter mais limitação de idade máxima possibilitou ao Bolsa Pampulha a inclusão de artistas de trajetórias igualmente distintas, além de complementares. Para o curador Raphael Fonseca, o resultado consiste em um lugar de cruzamento geracional. “Agrupamos um misto de pessoas que vão de percursos recentes a gente com mais experiência”, contextualiza.

O Programa de Residência Artística passou a contemplar dezesseis bolsistas – seis a mais que edições anteriores –, com propostas nos campos do design, arquitetura e arte-educação, além das artes visuais, visando ampliação de suas transversalidades.

Os curadores Raphael Fonseca e Amanda Carneiro.

Por ter sido uma edição realizada durante a pandemia da Covid-19, o 8º Bolsa Pampulha inovou ao criar um recorte territorial no intuito de ratificar o compromisso das políticas públicas junto à comunidade local. Dessa forma, todas as propostas artísticas contempladas são de proponentes residentes em Belo Horizonte ou em alguma das outras 34 cidades da Região Metropolitana da capital.

Os artistas participantes

Artes Sapas é um grupo criado em Sabará que possui um ateliê de serigrafia, costura e artes gráficas e visa amplificar a produção lesbitrans, tendo o humor como ferramenta utilizada na fabulação de perspectivas dissidentes, representado por Letícia Bezamat e Nádia Fonseca.

ciber_org é natural de Nova Lima. Estudou Artes Visuais na Escola de Belas Artes da UFMG. A construção da identidade no século 21 mediada pelas mídias sociais é o que move seu processo investigativo.

Comum começou a dialogar com o espaço urbano por meio de lambe-lambes com temática punk. Em seguida, passou a realizar trabalhos com stencil e grafite. Suas criações tentam incidir politicamente sobre o território. Natural de Belo Horizonte, possui formação em Artes Gráficas pela Escola de Belas Artes da UFMG.

Cozinha Comum é um coletivo formado por Jon Olier, Julia Bernardes, Laís Velloso e Silvia Herval. Nascido no Espaço Comum Luiz Estrela, em BH, o grupo busca confluir elementos estéticos, políticos e afetivos a partir da comida em diálogo com a escrita, o desenho, a instalação, a performance e a arte-educação.

Dalila Coelho dedica-se a fazer registros de estéticas das periferias da capital mineira, cidade onde nasceu. Usa a fotografia analógica como principal ferramenta. Seus trabalhos mais recentes pesquisam o amor na contemporaneidade junto a experimentações textuais e audiovisuais. Em 2020, recebeu o 1º Prêmio Décio Noviello de Fotografia e publicou, em 2021, o fotolivro “Beleza”.

Froiid nasceu em BH. É mestre e graduado em Artes Visuais pela UEMG. Artista multidisciplinar e curador, foi membro e fundador de coletivos relacionados à cidade, ocupação urbana e território. Suas criações tensionam as relações entre arte, jogo, malandragem e periferia, criando instalações, pinturas e jogos em diversos suportes.

Hortência Abreu graduou-se em gravura na Escola de Belas Artes da UFMG e é doutora em artes pela mesma instituição. Seus estudos se concentram na relação entre imagens da arte, história e memória. Uma pesquisa envolvendo a produção artística e documental da Guerra contra o Paraguai foi seu trabalho mais recente. É natural de Belo Horizonte.

Ing Lee é artista coreana-brasileira, nascida em BH. Bacharel em Artes Visuais pela UFMG, sua carreira se concentra em suportes impressos, narrativas gráficas e desdobramentos. Também desenvolve trabalhos em escultura, com especial enfoque em cerâmica coreana. Integra o Mitchossó, coletivo da diáspora coreana da Casa do Povo, em São Paulo (SP).

Ítalo Almeida nasceu em São Paulo, vive em BH e assina também como cmg_ngm_pod. É artista visual com trabalhos em fotografia, cinema e instalação. Utiliza como campo de pesquisa os locais de aglomeração popular para cartografar sua localização no mundo.

Joseane Jorge nasceu em Conceição do Mato Dentro (MG). Formou-se em Arquitetura e Urbanismo pela UFMG. Vive entre Belo Horizonte e a Serra da Moeda. Mantém interesse no potencial de interação da arte e do compartilhamento da comida como ferramenta para trocas sociais e diálogos com o território e a paisagem.

Luana Vitra cresceu em Contagem (MG). Artista plástica formada pela Escola Guignard da UEMG, é também dançarina e performer. O contato com ferro e fuligem faz parte de suas experiências. A compreensão do próprio corpo como armadilha é uma de suas defesas, além da lida com a materialidade e espacialidade que seu trabalho evoca.

Lucas Emanuel tem passagens pelo grafite e pintura. Natural de BH, o artista mantém diálogo com a rua como espaço produtivo de imagens ou acontecimentos, tendo interesse especial pela figura humana e pela relação com objetos. As noções de ruína e fragmento, bem como a tensão entre memória e ficcionalização, são fundamentais para suas criações.

Marcelo Venzon nasceu em Vitória (ES). Estudou Arquitetura e Urbanismo na UFES. Para além de seu trabalho em arte contemporânea, entende o fazer arquitetônico e escultórico como pontos de partida de sua pesquisa. No momento, investiga as memórias de Zezinho, seu tio avô, que trabalhou como vitrinista e viveu em Ribeirão Preto (SP) entre as décadas de 1970 e 1990.

Marcus Deusdedit vive em BH e é graduado em Arquitetura e Urbanismo pela UFMG. Sua prática elabora possíveis atualizações da produção do campo de arquitetura e design a partir do deslocamento estético de seus códigos. Atualmente, tem a edição de imagem e vídeo e a elaboração de instalações como linguagens de interesse.

Mateus Moreira vive em Belo Horizonte (MG). Graduado em Pintura pela Escola de Belas Artes da UFMG, sua trajetória envolve uma investigação dentro da paisagem, do retrato e da natureza morta. O artista assimila elementos do mundo para materializar imagens que confluem forças das mais diferentes origens.

Pedro Neves é natural de Imperatriz (MA). É pintor autodidata e pesquisador de manifestações culturais e saberes não institucionalizados brasileiros. Apresenta trabalhos que associam arte moderna e contemporânea brasileira, mosaicos bizantinos, arte pré-colombiana, youkais japoneses, objetos e máscaras de artes africanas.

Os curadores

Amanda Carneiro é curadora no Museu de Arte de São Paulo (MASP) e co-editora da Revista Afterall, uma publicação de arte contemporânea produzida pelo centro de pesquisa e publicação da University of the Arts, de Londres. Graduou-se e é mestre pela Universidade de São Paulo, onde atualmente realiza doutoramento em História Social. Recentemente co-organizou os catálogos e as mostras “Sonia Gomes: ainda assim me levanto”, “Abdias Nascimento: um artista panamefricano” e “Histórias brasileiras”, no MASP.

Raphael Fonseca é pesquisador da interseção entre curadoria, história da arte, crítica e educação. Curador associado de arte moderna e contemporânea latino-americana no Denver Art Museum, no Colorado (EUA). Doutor em Crítica e História da Arte pela UERJ ; mestre em História da Arte pela Unicamp; graduado e licenciado em História da Arte pela UERJ. Trabalhou como curador do MAC Niterói entre 2017 e 2020. Dentre suas exposições, destaque para “Who tells a tale adds a tail” (Denver Art Museum, EUA, 2022); “Raio-que-o-parta: ficções do moderno no Brasil” (SESC 24 de Maio, 2022); “Sweat” (Haus der Kunst, Munique, Alemanha, 2021); e “Vaivém” (Centro Cultural Banco do Brasil, 2019-2020). É curador junto a Renée Akitelek Mboya da 22ª Bienal SESC_Videobrasil, a ser realizada em 2023.

Sobre o Bolsa Pampulha

O Bolsa Pampulha é um programa de artes visuais já consolidado e se apresenta como uma das primeiras residências artísticas do Brasil. Sua origem remonta ao Salão Nacional de Arte da Prefeitura de Belo Horizonte, realizado desde 1937. A partir de 2003, passa por uma reformulação e ganha o formato atual com o objetivo de evidenciar e dialogar com as oportunidades da arte e da cultura contemporânea.

Uma das principais iniciativas do Museu de Arte da Pampulha (MAP), gerido pela Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte, esse programa reforça o museu como espaço de formação, pesquisa e experimentação nos campos da arte e da cultura junto à comunidade artística local e nacional, algo testemunhado ao longo de suas edições anteriores.

Enquanto política pública cultural, o Bolsa Pampulha confere visibilidade à trajetória de relevantes nomes das artes visuais brasileiras que passaram pelas residências do programa, como Cinthia Marcelle, Paulo Nazareth, Marilá Dardot, Desali, Janaína Wagner, Rafael RG e Marcellvs L, entre tantos outros.

Museu de Arte da Pampulha

Inaugurado em 1957, o Museu de Arte da Pampulha (MAP), desde sua fundação, exerce um relevante papel na formação, desenvolvimento e consolidação do ambiente artístico e cultural da cidade de Belo Horizonte. Seu acervo conta com importantes obras e documentos que permitem revisitar a história da arte moderna e contemporânea brasileira, com especial destaque para o seu edifício-sede.

O prédio, projetado por Oscar Niemeyer na década de 1940, é uma referência icônica para a arquitetura moderna brasileira e dos mais representativos cartões-postais de Belo Horizonte. Desde 2016, o Conjunto Moderno da Pampulha é reconhecido como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).

Viaduto das Artes

O Viaduto das Artes é uma instituição e um equipamento cultural e multidisciplinar instalado no Barreiro, região periférica de Belo Horizonte. Conta com galeria de arte, biblioteca, ateliês, jardim de esculturas, espaços formativos e expositivos. Com área aproximada de 1.000 m², o local já recebeu eventos em vários formatos como exposições, shows, oficinas e espetáculos teatrais, entre outros.

O espaço mantém diálogo cotidiano com a comunidade ao redor, e trabalha em prol do impacto cultural, educacional e social naquele território. A região, que engloba mais de 300 mil habitantes, exibe um cenário de tensões sociais e econômicas comuns à periferia de qualquer grande cidade brasileira. O equipamento cultural cumpre um raro papel de aproximação e transformação junto a essa vizinhança.

Serviço:

8ª edição – Bolsa Pampulha – Exposição “Botar Fé”

Museu de Artes e Ofícios

Praça Rui Barbosa, 600, Centro, Belo Horizonte, Minas Gerais, (31) 3248-8600

Abertura: 25 de novembro, às 19h

Período: 25 de novembro a 4 de fevereiro

11h às 16h (sábado até 17h; fecha domingo e segunda)

Viaduto das Artes

Avenida Olinto Meireles, 45, Barreiro, Belo Horizonte, Minas Gerais, (31) 98802-5140

Abertura: 26 de novembro, às 11h

26 de novembro a 5 de fevereiro

10h às 17h (fecha sábado e domingo)

Entrada gratuita

Informações complementares em pbh.gov.br/bolsapampulha.

(Fonte: Viaduto das Artes)

Coletivo Atravessadas, de Campinas, estreia temporada de “Draga” no Complexo Cultural Funarte

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: Nina Pires.

De 3 a 11 de dezembro de 2022 (sexta-feira e sábados), às 19h, domingos às 18h, o Coletivo Atravessadas apresenta o espetáculo “Draga” no Complexo Cultural Funarte, que fica na Alameda Nothmann, 1058 – Campos Elíseos, próximo aos metrôs Santa Cecília e Marechal Deodoro, em São Paulo. Os ingressos custam R$30,00, com meia entrada por R$15,00, e podem ser adquiridos no link do Sympla e na bilheteria da Funarte uma hora antes do espetáculo.

“Draga” é um espetáculo de dança contemporânea que nasce das entranhas. Uma dança que acontece na boca, no tubo digestório, no trânsito entre o visceral e o estético, e no devoramento de Lygia Clark, Hélio Oiticica, Lygia Pape, Gal Costa, Jards Macalé. A criação de “Draga” parte de práticas corporais de sensibilização e improviso, que despertam os corpos das artistas para uma dança que é um convite aos encontros estranhos e extraordinários entre o dentro e o fora, o individual e o comum.

Concebido em 2019 pelo Coletivo Atravessadas sob orientação de Ana Terra, o espetáculo surge do desejo de experimentar possíveis relações entre movimento, corpo e visualidade, mergulhando no universo poético e político dos artistas neoconcretistas Lygia Clark, Lygia Pape e Hélio Oiticica, propositores de uma forte expansão poética da visualidade em diálogo com o corpo.

O processo de criação se deu em um momento político caótico no Brasil. Em meio a este cenário, o coletivo foi atravessado por uma memória de arte e resistência do Brasil dos anos 60, o que também trouxe força e coragem de enfrentamento para nutrir o seu fazer artístico. A circulação do espetáculo foi interrompida em razão da pandemia da Covid-19, e sua retomada é motivada pela contínua reverberação e atualidade dos diálogos e das questões políticas que permeiam o trabalho.

A realização de “Draga” foi viabilizada pela 9ª edição do edital Programa Aluno-Artista SAE Unicamp (2019) e o espetáculo já foi apresentado na 33ª edição do festival Inverno Cultural da Universidade Federal de São João Del-Rei (2022), Mostra off MITsp – Teatro de Contêiner Mungunzá (2020) e Paviartes – Unicamp (2019), entre outros.

“Depois de três anos da sua estreia, voltamos a dançar ‘Draga’ com fervor e esperança. Dedicamos esta temporada à Gal Costa, nossa musa inspiradora, voz e figura que atravessou toda a criação deste trabalho”, comenta o Coletivo Atravessadas.

Esta temporada é realizada de maneira independente pelo Coletivo Atravessadas, com apoio cultural da Funarte e do Centro de Referência da Dança (CRDSP).

Sobre o Coletivo Atravessadas

Criado em 2018, durante o curso de Dança da Unicamp, o Coletivo Atravessadas é formado por Ana Mi, Camila Almeida, Henrique Hokamura, Maria Reisewitz, Taiana Ferraz e Victor Isidro.

Suas principais criações são: “Montagem” (2021), “Draga” (2019) e “Resistências” (2018) e o coletivo já foi  premiado pelos editais ProAc Expresso LAB do Estado de São Paulo (2020), Trajetória Cultural da Lei Aldir Blanc de Campinas (2020) e Programa Aluno-Artista SAE Unicamp (2019 e 2018), além de ter circulado por festivais, mostras e espaços emblemáticos da dança contemporânea, como o 33º Inverno Cultural UFSJ (São João Del Rei 2022), 32º Inverno Cultural UFSJ (Online 2021), off MITsp (São Paulo 2020), Pra Começo de Conversa SESC Campinas (Campinas 2018), I NEAP Festival Unirio (Rio de Janeiro 2018), Festival do Instituto de Artes – FEIA19 Unicamp (Campinas 2018) e 3º Curta Dança BH (Belo Horizonte 2018), entre outros.

Mais informações: www.facebook.com/coletivoatravessadas e www.instagram.com/atravessadas.coletivo.

Ficha Técnica:

Concepção, criação e produção – Ana Mi, Camila Almeida, Henrique Hokamura, Maria Reisewitz, Taiana Ferraz e Victor Isidro | Interpretação – Ana Mi, Camila Almeida, Maria Reisewitz, Taiana Ferraz e Victor Isidro| Orientação – Profa. Dra. Ana Terra | Assistência de orientação – Laís Rosa | Colaboração artística – Juliana Semeghini e Laila Padovan | Provocação artística: Arianne Vitale (figurino) e Júlio Dojcsar (cenografia) | Assessoria de Imprensa: Luciana Gandelini | Trilha sonora: Nathanael Martins | Concepção de iluminação: Victor Isidro |Operação de luz: Julia Lacerda| Concepção e criação de figurino: Coletivo Atravessadas.

Serviço:

“Draga”, com Coletivo Atravessadas

Sinopse: “Draga” é um espetáculo de dança contemporânea que nasce das entranhas. A dança acontece na boca, no tubo digestório, no trânsito entre o visceral e o estético, no devoramento de Lygia Clark, Hélio Oiticica, Lygia Pape, Gal Costa, Jards Macalé. “Draga” é corpo que pulsa, irrompe, e berra pela liberdade ao estranho.

Duração: 40 minutos

Temporada: 3 a 11 de dezembro de 2022

Horários: sexta-feira e sábados, às 19h, domingos às 18h

Onde: Complexo Cultural Funarte, Sala Renée Gumiel – Endereço: Alameda Nothmann, 1058 – Campos Elíseos; próximo aos metrôs Santa Cecília e Marechal Deodoro, São Paulo – SP

Ingressos: R$15 meia / R$30 inteira pelo Sympla: https://www.sympla.com.br/evento/draga/1790218 e na bilheteria da Funarte, uma hora antes do espetáculo.

Classificação etária: livre

Acessibilidade: acessível para pessoas com mobilidade reduzida.

(Fonte: Assessoria de Imprensa Luciana Gandelini)

“O Brasil sempre foi racista”, afirma escritor Jeferson Tenório em entrevista exclusiva à Agenda Bonifácio

São Paulo, por Kleber Patricio

“O Avesso da Pele” apresenta a história de um jovem negro que teve o pai assassinado em uma abordagem policial. Foto: divulgação.

Na semana em que se celebrava o Dia da Consciência Negra, 20/11, a Agenda Bonifácio apresentou uma entrevista exclusiva com o escritor e professor Jeferson Tenório, autor do livro “O Avesso da Pele”, vencedor do Prêmio Jabuti.  Na conversa, Tenório destaca a importância da cultura antirracista como forma de combate ao racismo. “O Brasil sempre foi racista e sempre teve muita violência, talvez até mais do que hoje. O que está acontecendo é que está sendo filmado, denunciado. Então a gente tem essa sensação de que aumentou. Acho que não. Tem uma reação muito grande a essas práticas racistas e também esse movimento de denúncia, punição e educação. É um momento muito importante”. Na entrevista, Jeferson também destaca a Lei de Cotas, que está oficialmente em vigor há dez anos – ele foi um dos primeiros cotistas da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) –, do momento da literatura negra no mercado editorial e o que representa, de fato, o Dia da Consciência Negra.

Prêmio Jabuti

“O Avesso da Pele” apresenta um jovem negro que, depois de ter o pai – um professor de literatura – assassinado em uma abordagem policial, refaz os caminhos paternos para resgatar o passado da família. É um texto angustiante e forte, mas extremamente necessário para um país em que estas situações, infelizmente, ainda ocorrem. “É um livro que vai traçando essa radiografia, digamos assim, das questões raciais, educacionais e afetivas da população negra”.

A íntegra da entrevista está disponível no site da Agenda Bonifácio, plataforma que conta também com uma linha do tempo, curiosidades, eventos no de todo território nacional que celebram os 200 anos da Independência do Brasil, além de outras conversas com especialistas e personalidades que ajudaram a contar a história do Brasil.

Sobre a Agenda Bonifácio

A Agenda Bonifácio é uma plataforma online de programação cultural e conteúdos inéditos ligados ao Bicentenário da Independência do Brasil, criada em maio de 2022 pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo e gerida pela Organização Social Amigos da Arte. O nome faz referência a José Bonifácio de Andrada e Silva, um dos personagens mais importantes da Independência, com atuação nos campos da arte, da ciência e da política. Viva e colaborativa, a Agenda Bonifácio possibilita a divulgação de eventos em âmbito nacional relacionados ao tema. Para compartilhar informações e divulgar seu evento, basta acessar o formulário ou escrever para contato@agendabonifacio.com.br.

Acompanhe:

Site: https://agendabonifacio.com.br/

Instagram: @agendabonifacio

Facebook: agendabonifacio200

Twitter: @agendabonifacio.

(Fonte: Pridea Comunicação)

Projeto Horta Solidária faz balanço das últimas colheitas

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Fotos: divulgação.

O Centro de Referência em Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável (Cresans) divulgou na última segunda-feira (21) o relatório referente às colheitas de hortaliças livres de agrotóxicos de agosto a novembro destinada às organizações da sociedade civil (OSC) por meio do Projeto Horta Solidária.

No total, foram doados 622 pés de alface, 49 pacotes de cebolinha, 20 pacotes de salsinha, 60 berinjelas, 10 pacotes de manjericão, 444 pés de rúcula, 320 beterrabas, 65 pacotes de couve, 40 pés de almeirão e 240 rabanetes, que foram destinados ao Lar dos Velhos, Ciaspe, Cecal, ABID e Casa da Fraternidade.

O Projeto Horta Solidária tem por objetivo a melhoria do padrão alimentar das famílias em situação de vulnerabilidade social. Parte da produção vai para as organizações da sociedade civil, regularmente inscritas nos conselhos pertinentes, para a utilização no Projeto de Educação Alimentar e para o aumento da oferta de alimentos livres de agrotóxicos em Indaiatuba.

A Secretaria Municipal de Assistência Social informa que as pessoas interessadas em desenvolver trabalhos voluntários no Projeto Horta Solidária, podem entrar em contato: Cresans – Rua José Zerbini, 427 – Jardim Regente – Indaiatuba (SP). Fones: 3834-4129 / 3834-4104.

(Fonte: Prefeitura de Indaiatuba)