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Os históricos problemas de acesso à água na Amazônia

Amazônia, por Kleber Patricio

Foto: Agência Brasil/TV Brasil.

O Novo Marco Legal do Saneamento foi aprovado em 2020 visando à universalização dos serviços de água e esgoto – um dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU –, mas esta ainda é uma realidade distante no Norte do Brasil. Dois anos após a aprovação, pouco mudou em muitas cidades do interior da Amazônia, como é o caso de Tefé, no Amazonas.

Tefé se localiza no coração da Amazônia. Seu acesso ocorre apenas por barco ou avião – não havendo estradas que a liguem a outras cidades – e exerce uma liderança como lugar mais estruturado do Médio Solimões, com uma estimativa populacional de 59 mil habitantes. Mas apesar de toda sua influência no território, as infraestruturas não acompanharam o seu crescimento, principalmente em relação ao saneamento e o tratamento de água.

Apesar de possuir mais de 300 anos, a cidade segue com problemas de saneamento não muito diferentes dos que foram reportados pelos naturalistas alemães Spix e Martius e o inglês Henry Bates durante suas expedições científicas, que buscavam estudar a sociobiodiversidade dessa região no início do século XIX.

Em 1718, Tefé era um pequeno povoado constituído por casas de taipas, ruas de grama e praia arenosa. E por mais de 200 anos, toda a população captava suas águas diretamente do lago que margeia a cidade e dos igarapés ao entorno. Até a primeira metade do século XX, a água do lago era consumida sem nenhum tipo de tratamento, contribuindo para a proliferação de doenças, como as varíolas e a cólera. Somente em 1954 foi instalada a primeira estrutura hidráulica para abastecimento de água domiciliar em Tefé, abrangendo apenas 15% da população. Com o crescimento populacional, que se intensificou a partir da década de 1960, a cidade seguiu sem uma oferta que suportasse essa nova demanda. Mesmo após a abertura dos poços, em 1980, esse sistema se mostrou insuficiente, realidade que seguiu até a década de 2000.

Em 2022, apesar das melhorias de acesso e infraestrutura, Tefé – como tantas outras cidades no interior da Amazônia – ainda enfrenta problemas de acesso à água limpa e tratada, gerando uma explotação de água clandestina por parte da população, que busca uma solução por meio da perfuração de seus próprios poços para fonte de água.

Se em 1800 a contaminação das águas do lago ocasionava doenças na população de Tefé, mais de dois séculos depois são os poços de abastecimento fora do padrão de potabilidade que afetam os moradores do município, devido à contaminação por Escherichia coli.

Com a oferta das águas sem tratamento, recai sobre o Sistema Único de Saúde (SUS) a responsabilidade da distribuição para toda população dos pequenos frascos de hipoclorito de sódio (“cloro”) – a forma de tratamento mais comumente utilizada na região –, além de tratar dos casos de infecção derivados da não utilização destes.

No ano em que comemoramos o Bicentenário da Independência do Brasil, a realidade vivenciada pela população amazônica em relação ao acesso a infraestrutura e políticas públicas voltadas para o tratamento de água e esgoto contrasta com o propósito estipulado pelo Novo Marco Legal de Saneamento. Se o direito de acesso à água tratada e limpa por todo o cidadão é lei, cabe ao poder público disponibilizar os instrumentos necessários para sua efetuação. No entanto, na Amazônia Central, atualmente essa realidade é tão distante quanto a dois séculos atrás.

Sobre os autores:

Milena Pinho Barbosa é natural de Tefé (AM), acadêmica de História na UEA (Universidade Estadual do Amazonas) e bolsista PIBIC (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Cientifica) do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) no Grupo de Pesquisa em Inovação, Desenvolvimento e Adaptação de Tecnologias Sustentáveis (GPIDATS) do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM).

Leonardo Capeleto de Andrade é pós-doutorando no Instituto de Geociências (IGc) da Universidade de São Paulo (USP) na área de águas subterrâneas e Pesquisador Associado do GPIDATS/IDSM na área de Tratamento de Água para comunidades ribeirinhas amazônicas.

Glossário

Novo Marco Legal do Saneamento“Atualiza o marco legal do saneamento básico e altera a Lei nº 9.984/2000, para atribuir à Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) competência para editar normas de referência sobre o serviço de saneamento” (Lei nº 14.026/2020);

Médio Solimões – região central do Rio Solimões que compreende treze municípios do estado do Amazonas;

Casas de taipas – construções de “pau a pique”, com estruturas de madeira e revestidas de barro;

Igarapés – termo amazônico para pequenos cursos d’água (“riacho”);

Explotação – retirada dos recursos naturais para fins de beneficiamento, transformação e utilização;

Padrão de potabilidade – conjunto de valores permitidos para os parâmetros da qualidade da água que não ofereçam riscos à saúde humana (PORTARIA GM/MS nº 888/2021);

Escherichia Coli – bactéria encontrada no trato gastrointestinal de animais e indicadora de poluição por esgotos.

(Fonte: Agência Bori)

Mostra de Artes de Tiradentes abrigará acervo exclusivo de Tadeu Bandeira

Tiradentes, por Kleber Patricio

Fotos: divulgação.

Que Minas Gerais é sinônimo de cultura, não é nenhuma novidade. Isso se reflete na grande quantidade de museus no estado. Mas, quando se pensa em arte contemporânea, o estado não se destaca por ter poucas opções que contemplem a atual produção mineira em exposição permanente. Em novembro de 2022, com a chegada da MARTIR – Mostra de Artes de Tiradentes, um espaço totalmente dedicado à arte contemporânea mineira, esse cenário vai mudar. O local será inaugurado dia 27 de novembro, em Tiradentes-MG, apenas para convidados e, a partir do dia 1º de dezembro, será aberto ao público de 10h às 17h, de quinta à sábado.

Tiradentes, que já é conhecida pela arte e arquitetura, principalmente barroca, recebe uma coleção exclusiva de Tadeu Bandeira que valorizará ainda mais a arte contemporânea em Minas Gerais. “A cidade tem sua riqueza predominantemente no barroco, agora vai respirar um pouco mais do pós-moderno”, comenta Tadeu. A coleção é uma exposição permanente do MARTIR que poderá receber outras ao longo do tempo.

O espaço, um imóvel centenário cuidadosamente restaurado, localizado no quarteirão mais charmoso da tradicional Rua Direita, passa a abrigar um amplo acervo de obras de arte culturais, telas e exposições que apresentam diversos artistas contemporâneos. São mais de 100 obras de 1970 até os dias de hoje que possibilitarão à mostra aumentar a visibilidade da arte contemporânea mineira, bem como transformá-la em um espaço inclusivo.

Arte contemporânea é uma tendência artística que se construiu a partir do pós-modernismo, apresentando expressões e técnicas artísticas inovadoras, que incentivam a reflexão subjetiva sobre a obra.

Tadeu Bandeira é um colecionador que se apaixonou pela arte muito cedo. “Desde os tempos da faculdade eu comecei a comprar meus quadros. Depois comprava em leilões de arte. Visitando museus ao redor do mundo, percebi que os mais importantes têm seu acervo formado em grande parte por doações. Acho fundamental ter o desprendimento de proporcionar ao público uma visão de tudo que guardei ao longo dos anos”, discorre.

Por trás do MARTIR existe uma história. Ele faz parte de um Instituto que tem outras relevantes frentes de atuação. “Tiradentes é uma cidade muito acolhedora. Tenho certeza de que todos ficarão maravilhados com o MARTIR e terão a certeza de que Minas Gerais segue à frente do seu tempo, produzindo coisas cada vez mais belas e orgulhando seu povo”, expressou Alexandre Lanna Resende, que complementa: “Sou parte e ponte deste projeto e isso me deixa repleto de satisfação”, finaliza ele, que foi o responsável pelo encontro dos sócios.

Instituto Tragaluz

Os proprietários do Tragaluz Restaurante Casa, Pedro e Patrícia Navarro, fundaram o Instituto Tragaluz juntamente com Alexandre Lanna Resende, Renata Resende, Tadeu Bandeira, Joel e Jane Padula. O MARTIR é um dos braços desse Instituto. “Atuamos há mais de 20 anos em projetos sociais, como os de combate à desnutrição infantil, em diversas localidades. Almejávamos atuar com maior ênfase em Tiradentes, em frentes que temos maior vocação. Assim, nasceu o Instituto Tragaluz”, conta Pedro.

O Instituto tem uma frente ligada ao combate à fome e à desnutrição na primeira infância. “A primeira infância é o fantástico período compreendido da gestação aos seis anos de vida. Nessa fase ocorre o desenvolvimento da arquitetura cerebral e a aprendizagem de habilidades fundamentais para o sucesso de uma criança e de um cidadão responsável. Além disso, objetivamos retirar Tiradentes do Mapa da Fome do Brasil”, explica Pedro.

Inicialmente, o Instituto atua em Tiradentes, mas os planos são de expandir para outros municípios do Campo das Vertentes.  O Instituto é formado por um conselho de administração que engloba sociólogo, professor, advogados, médico e fonoaudiólogo, além de contar com um número significativo de voluntários.

Pedro reforça a importância de atuar na localidade onde está inserido: “É um exercício de cidadania. Tiradentes nos abraçou. Queremos continuar contribuindo com as pessoas e cidade que amamos”.

CasaNutri/Combate à Fome | Um centro de recuperação e educação nutricional de base comunitária criado com o objetivo de proteger as crianças da desnutrição na primeira infância. Esse distúrbio nutricional pode ocasionar consequências irreversíveis, impossibilitando que crianças desempenhem em sua totalidade as suas capacidades físicas e intelectuais. Atuam em Tiradentes com objetivo de recuperar crianças com desnutrição moderada/grave, apoiando as suas famílias. Atendimentos clínicos multiprofissionais mensais, além de visitas domiciliares semanais às crianças e famílias. Distribuem ovos caipiras como complemento nutricional às crianças desnutridas e seus familiares.

MARTIR – Mostra de Arte de Tiradentes | Espaço dedicado a exposições, arte e cultura. Tem como vocação as artes plásticas, traduzido na exposição da coleção “Tadeu Bandeira”, focada na arte mineira contemporânea a partir da década de 70.

(Fonte: Mediaroom Press)

Galeria Nara Roesler São Paulo apresenta “Not Vital, A vida é um detalhe”

São Paulo, por Kleber Patricio

“Not Vital, Self-portrait in snow storm”, 2022, tinta óleo sobre tela, 150 x 120 x 3,3 cm. Fotos: Flavio Freire.

Nara Roesler São Paulo tem o prazer de anunciar “A vida é um detalhe”, segunda individual de Not Vital na galeria, na qual o renomado artista suíço, conhecido por seu estilo de vida nômade e por construir obras site specific ao redor do mundo, apresenta sua produção recente em escultura, pintura e trabalhos sobre papel. Esta é a primeira vez que Vital apresenta obras desenvolvidas em seu estúdio no Rio de Janeiro. A mostra abre ao público no dia 26 de novembro de 2022 e segue em exibição até 21 de janeiro de 2023.

Pode-se dizer que a arte de Not Vital é feita a partir do encontro e este, por sua vez, se dá, principalmente, por meio do deslocamento. Sua própria mobilidade se configura como uma variável importante na capacidade de Vital em transformar, descontextualizar, reconfigurar e relocar fragmentos culturais e seus símbolos: Vital nasceu em 1948, em Sent, um pequeno vilarejo montanhoso no vale Engadin, na Suíça. Aos 18 anos, ele se muda para Paris, logo em seguida para Roma e, em 1976, para Nova York. Desde então, o artista tem viajado ineterruptamente para todos os cantos do mundo, trabalhando e vivendo periodicamente em Agadez, no Níger, em Lucca, na Itália, em Beijing, na China, na Patagônia, no Chile e no Rio de Janeiro, além de passar algum tempo em sua cidade-natal.

Vital interessa-se pela diferença observada não a partir de um olhar etnográfico distanciado, mas pelo convívio estabelecido com as comunidades, pelas trocas e pelos afetos ali desenvolvidos. Seu estilo de vida nômade deu origem a diversos corpos de trabalho que vão desde esculturas a trabalhos em papel, os quais correspondem ou emergem dessa sua experiência itinerante. Deste modo, a presente exposição reúne trabalhos que têm origem em sua experiência mais recente no Brasil.

Not Vital, “Self-portrait”, 2022, óleo sobre tela, 80 x 60,7 x 3,3 cm.

Nesta individual, Vital apresenta duas esculturas feitas em pedra que derivam de suas já conhecidas ‘Casas para ver o pôr-do-sol’. Desde 2005, Vital vem construindo essas “casas”, que se originam do encontro entre a escultura e a arquitetura, ou scarch, palavra valise do vocabulário do artista que une escultura [sculpture] e arquitetura [architecture]. Exemplares das Scarchs já foram criadas em diversos modelos e escalas, construídas em diferentes materiais e instaladas em diferentes lugares do globo, tais como no Níger, no deserto do Saara, na Patagônia chilena e na Amazônia, além de uma instalação permanente no Louisiana Museum of Modern Art e está permanentemente instalada no Louisiana Museum of Modern Art, na Dinamarca. Mais recententemente, Not Vital construiu uma versão de sua ‘Casas para ver o pôr-do-sol ‘dentro da Abbazia de San Giorgio Maggiore, como parte da programação da Bienal Internacional de Arquitetura de Veneza, em 2021.

A exposição apresenta também esculturas mais antigas, trazidas da Suíça, como “Double Lotus” (2010), produzida em aço inox e que tem mais de quatro metros de altura. Como é comum em sua prática, nessas esculturas, os universos naturais e artificiais convergem na criação que tem como inspiração elementos vegetais e animais. Exemplares da série Lotus já foram expostas em diversas mostras, individuais e coletivas do artista. Em especial, durante sua primeira grande exposição no Reino Unido, no Yorkshire Sculpture Park, em 2016, na qual Vital criou uma espécie de trilha com cem esculturas da série.

Not Vital, “Three self-portraits”, 2022, óleo sobre tela, 210 x 150 x 3,3 cm.

A mostra também inclui uma série de retratos centrados no rosto, que foram desenvolvidos a partir de encontros durante sua estadia mais recente no Rio de Janeiro, assim como um conjunto de autorretratos que derivam de seu contínuo esforço em se auto representar, o que o artista define como “algo tão complicado que poderia ser um projeto de toda uma vida”. Estas imagens, no entanto, não visam ser uma representação fidedigna do retratado, mas buscam revelar o íntimo, aquilo que demanda atenção e concentração para ser visto.

Já o último grupo de trabalhos, denominados “Ice Paintings”, se desenvolve a partir do desejo de retratar a paisagem vivenciada na infância em Engadina, onde Vital cresceu em uma atmosfera de silêncio contemplativo, tão diferente da atmosfera do Rio de Janeiro, onde foram concebidos estes trabalhos. “Em minha terra, metade do ano tem quatro metros de neve e os olhos se tornam sensíveis à luz. Se eu tivesse nascido no Brasil ou na Índia, meu trabalho seria muito mais colorido”.

Na prática de Not Vital, encontramos articulados conceitos dicotômicos, como o escuro e o claro, o preto e o branco, o dia e a noite, o frio e o quente, orgânico e inorgânico, a natureza e a cultura, a escultura e a arquitetura. Sua mais recente individual é um convite para observar as dualidades não pela chave do antagonismo dicotômico, mas pela compreensão da alteridade que permite o convívio de diferenças.

Serviço:

Not Vital – “A vida é um detalhe”

De 26 de novembro de 2022 a 21 de janeiro de 2023

Galeria Nara Roesler São Paulo

Av. Europa, 655 – Jardim Europa – São Paulo – SP

Tel.: 55 (11) 2039-5454

info@nararoesler.art

Seg a sex | 10h–19h

Sáb | 11h–15h.

(Fonte: Pool de Comunicação)

Moacyr Luz lança álbum “A Música do Músico” dia 23 de novembro na Sala Baden Powell

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Foto: divulgação.

Graças a sua alma boêmia, Moacyr Luz conhece o Rio de Janeiro como poucos. Frequentador de botequins, das casas, becos e vielas, desde seus personagens mais ilustres aos estabelecimentos anônimos, mas não menos importantes para a vida pulsante da cidade, Moa lançou no último dia 28, o álbum inédito “A Música do Músico”. Dia 23 de novembro será realizado um show de lançamento na Sala Municipal Baden Powell. Antes do show haverá um bate-papo com Moacyr Luz contando sobre o processo de criação das músicas e as parcerias.

Para compor o álbum, Moacyr Luz convidou 11 parceiros instrumentistas e compositores, moradores ou nascidos na cidade do Rio de Janeiro – aqui lê-se todos amigos –, pois segundo ele, “havia a necessidade de se ter intimidade”. Todos os envolvidos são amigos de estrada, de alguma parceria anterior ou de uma admiração muito grande. E, principalmente, têm algum vínculo com a cidade maravilhosa. Como Moa não é de poucos amigos, ele reuniu grandes nomes da música brasileira para cantar sobre o Rio de Janeiro. São eles: Carlinhos 7 Cordas, Ricardo Silveira, Cristóvão Bastos, que pela primeira vez mostra a sua voz em uma canção, Alaan Monteiro, Bebê Krammer, Hamilton de Holanda, Zé Paulo Becker, Rogerio Caetano, Paulo Malaguti Pauleira, Carlos Malta e Guinga.

“Eu acho que este disco é uma demonstração do amor que eu tenho pela música em si. A devoção e a minha entrega a um trabalho tem uma sintonia, modestamente falando, um pouco elevada, sem preocupação com modismos”, define o cantor. Completando 45 anos de carreira em 2022, ele fez parcerias que atravessam várias gerações, com poetas já consagrados, como Paulo César Pinheiro e Aldir Blanc, e com novos talentos, como Alaan Monteiro, Bebê Kramer e Hamilton de Holanda.

Para Hamilton de Holanda, parceiro em outras melodias, é sempre uma alegria compor com o Moa, mas essa música traz uma história particular: “Em ‘São dois irmãos’, ele conseguiu captar um detalhe que faz parte da minha vida pessoal. Eu toco com o meu irmão, Fernando César, desde pequeno, e tem um momento na letra que cita sutilmente a música ‘Flor Amorosa’ (de Joaquim Callado e Catulo da Paixão Cearense), um resgate de nós dois tocando choro. Moacyr sabe encontrar as palavras certas para as melodias”.

Capa do álbum “A Música do Músico”.

Já a parceria com Carlos Malta para o álbum surgiu de uma forma bem carioca, um encontro inesperado em um restaurante da cidade, que além da faixa “Índia Flor”, rendeu uma arte do instrumentista. “Era pra ser uma tarde comum, dessas que você sai pra almoçar com a cônjuge, mas o Moa adentrou o recinto e se sentou ao nosso lado. Durante a conversa, perguntou se eu tinha uma melodia ‘letrável’, eu disse prontamente que tinha e já comecei a sonhar em ser parceiro musical do Moa… que lindo! Ao chegar em casa, enviei a composição, um samba canção com melodia progressiva e modulante. Não tardou a chegar a letra, a lenda de ‘Índia Flor’, uma fábula fantástica. Minha emoção foi tamanha que me inspirou a desenhar o personagem Índia Flor. É arte virando arte: uma música letrável, uma letra desenhável”, conta Carlos Malta.

O que o motivou a fazer este projeto foi o desejo de aproximar o público do músico e compositor popular, mostrando que a música instrumental não é ‘fria’, nem mecânica ou intelectualizada demais. Dá a possibilidade de o grande público conhecer a música diretamente das mãos e instrumentos dos compositores e músicos que alimentam a cena brasileira. “Sempre me identifiquei com instrumentistas, sejam brasileiros ou estrangeiros. Eles fazem do som a sua palavra e, às vezes, com um lirismo de alta compreensão. Ao mesmo tempo, percebi que o instrumentista não é encarado como um músico popular – ficou definido que música instrumental é música erudita, difícil. Foi então que eu pensei na ideia de popularizar esse trabalho. Trazendo uma expressão que o povo pudesse cantar, que pudessem ouvir uma outra visão desta música”, explica Moa.

Faixas como “O Barato do Lugar”, que abre o disco, “Dobrando a Carioca”, “Ladeira de Santa” e “Peladeiros” falam sobre o dia-a-dia e as paixões de quem vive a cidade, como a praia de Copacabana, as ladeiras de Santa Teresa, o carnaval e o futebol. Para desenvolver o projeto, que levou cinco anos para ficar pronto, Moa contou com uma diversidade de convidados e suas experiências que compõem um mosaico rico e único para a cidade do Rio de Janeiro. O público terá oportunidade de entender a cidade mediante outras vozes, acordes, tonalidades e cores. O álbum foi pensado para moradores da cidade do Rio de Janeiro, adultos e idosos de todas as classes e moradores de todas as regiões da cidade, amantes do samba, da MPB e da boa música.

O lançamento será realizado em dois momentos. No dia 28 de outubro o disco ficou disponível nas principais plataformas digitais. Já no dia 23 de novembro, haverá um show de estreia a preços populares na Sala Baden Powell, em Copacabana, bairro do Rio de Janeiro. O projeto é realizado e patrocinado pela Prefeitura e Secretaria Municipal de Cultura da Cidade do Rio de Janeiro.

Ficha Técnica

CD “A Música do Músico – Moacyr Luz e convidados”

Lançamento físico: 23 de Novembro

Show na Sala Baden Powell às 20h. Ingressos a R$10

Bate-papo com Moacyr Luz às 19h.

Faixas:

1 – O Barato do Lugar (Bebê Kramer e Moacyr Luz)

2 – Peladeiros (Rogério Caetano e Moacyr Luz)

3 – O Elefante (Ricardo Silveira E Moacyr Luz)

4 – Dobrando a Carioca (Guinga e Moacyr Luz)

5 – Aplauso Final (Alaan Monteiro E Moacyr Luz)

6 – Ladeira de Santa (Carlinhos 7 Cordas e Moacyr Luz)

7 – Índia Flor (Carlos Malta e Moacyr Luz)

8 – Taberna e Purpurina (Zé Paulo Becker e Moacyr Luz)

9 – O Tom da Despedida (Paulo Malaguti Pauleira e Moacyr Luz)

10 – Sagitário (Cristóvão Bastos e Moacyr Luz)

11 – São Dois Irmãos (Hamilton de Holanda e Moacyr Luz).

Formação musical (banda base):

Itamar Assiére – piano

Zé Luiz Maia – baixo

Luiz Augusto Guimarães – percussões

Junior de Oliveira – percussões

Idealização, Curadoria e Direção artística: Moacyr Luz

Direção musical: Carlinhos 7 Cordas

Direção Geral e de Produção: Cola Comigo que tu Samba

Produção executiva e Coordenação geral: Jacqueline Marttins

Coordenação de projeto: Maury Cattermol

Id. visual, diagramação e distribuição: Ritmiza Produções

Fotos: Marluci Martins

Assessoria de imprensa: Lupa Comunicação

Realização e Patrocínio: Prefeitura e Secretaria Municipal de Cultura da Cidade do Rio de Janeiro.

(Fonte: Lupa Comunicação)

Premiado fotógrafo Mario Baptista e Fernando Mello Brum inauguram exposição na galeria samba

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

“Stop”, Mario Baptista, 2019-22.

No último sábado, 19 de novembro, foram inauguradas as exposições inéditas “Mario Baptista Street”, do premiado fotógrafo paulistano Mario Baptista, que fará sua primeira exposição no Rio, e “Primavera em Júpiter”, do artista carioca Fernando Mello Brum, na galeria samba arte contemporânea, em São Conrado.  Em comum, as exposições trazem formas diferentes de retratar a paisagem, em obras com cores fortes e vibrantes.

“Apesar de um ser pintura e o outro fotografia, a paisagem é um tema comum na pesquisa dos dois artistas. São olhares diferentes, formas diferentes de se retratar a paisagem. Fernando tem o olhar para o micro, Mario para o macro”, afirma Cali Cohen, sócia da galeria samba arte contemporânea.

Fernando Mello Brum apresenta 40 trabalhos inéditos, sendo 20 pinturas em óleo sobre tela e 20 desenhos, alguns em pastel oleoso e outros em nanquim. As obras são fruto da observação do artista sobre o cotidiano e marcam uma nova fase de maturidade pictórica em seu trabalho, com cores fortes, marcantes e vibrantes, que trazem o embate entre a paisagem real e fragmentada.

Fernando Mello Brum – “Mar”, 2022 óleo sobre tela – 53 x 43cm.

“Pego ideias, coisas que interessam ao meu olhar, sempre voltado para a paisagem e para os pequenos detalhes, que muitas vezes passam despercebidos ao olhar dos outros”, conta Fernando Mello Brum, que em suas obras amplia detalhes do que vê a sua volta, dando a elas, através de um olhar particular, um novo sentido.

As obras se aproximam mais do universo lúdico e infantil, o que se deve à convivência com o sobrinho de três anos, exaltando além das cores, as características físicas da tinta, como peso e maleabilidade, que o artista explora sobrepondo, raspando, misturando, criando volumes e deixando marcas de pinceladas aparentes, nos dando a sensação de movimento.

Já Mario Baptista apresenta 13 fotografias inéditas, produzidas entre 2018 e 2022, que retratam detalhes captados pelo olhar atento do fotógrafo em grandes metrópoles pelo mundo em imagens que quase parecem pinturas, com cores fortes e vibrantes. Para conseguir o efeito desejado, o artista usa a técnica de longa exposição e trabalha com contrastes. A exposição integra a 15ª edição do FotoRio.

Fernando Mello Brum – óleo sobre tela – 53 x 43cm.

As fotografias da exposição apresentam momentos efêmeros e detalhes que não escaparam ao clique do fotógrafo. “Para fotografar, procuro ir a lugares de grande concentração de cores, geometria, grafite, luzes, néon, coisas que chamam atenção. Eu costumo dizer que eu não tiro fotos, são elas que me tiram”, afirma Mário Baptista, que apesar de fotografar desde os 13 anos, somente há três resolveu se dedicar exclusivamente à fotografia. Autodidata, já coleciona diversos prêmios em seu currículo, como o PX3 – Prix de la Photographie Paris.

Feitas em São Paulo, Oxford, Paris e Los Angeles, as imagens são um retrato das grandes metrópoles. “O lugar geográfico é mero acaso do destino. Todos esses lugares estão dentro de mim. O meu olhar naturalmente busca referências que conversam”, conta Mário Baptista.

Serviço:

Fernando Mello Brum – Primavera em Júpiter / Mario Baptista Street

Exposição: até 11 de dezembro de 2022

samba arte contemporânea

Shopping Fashion Mall – São Conrado – Rio de Janeiro (RJ)

Estrada da Gávea 899 – 2º piso – loja 231 – Rio de Janeiro (RJ)

De segunda a sábado, das 10h às 20h; domingos e feriados, das 14h às 20h

(21) 3082-0337

Entrada franca

www.sambaartecontemporanea.com.

(Fonte: Midiarte Comunicação)