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Economia da sociobiodiversidade: caminhos para a Amazônia

Amazônia, por Kleber Patricio

Foto: Ronaldo Rosa/Embrapa Amazônia Oriental.

Por Ricardo Abramovay, Ana Euler e Francisco de Assis Costa — A destruição das florestas tropicais resultará na perda de todos os esforços que o mundo vem fazendo para descarbonizar a economia. Só a Panamazônia armazena de 550 a 730 de gigatoneladas de gás carbônico equivalente (GTCO2e)*, uma quantidade correspondente a algo entre 12 e 15 anos das emissões globais de gases de efeito estufa. A vitória de Gustavo Petro e Francia Marques na eleição presidencial da Colômbia e a provável derrota da extrema-direita no Brasil, em outubro próximo, abrem caminho para a formação de um forte bloco geopolítico, composto por duas das maiores potências ambientais do mundo, que certamente vai atrair recursos globais para manter a floresta em pé e seus rios fluindo.

Mas é fundamental que a conservação, a regeneração e a restauração da floresta Amazônica sejam parte de um ambicioso programa que enfrente o paradoxo de uma região com enorme riqueza mas com indicadores sociais entre os mais baixos no país. Saúde, educação, saneamento, violência, destruição e ilegalidades no uso dos recursos, acesso à eletricidade e à internet, para onde quer que se olhe, os indicadores sociais da Amazônia brasileira são hoje os piores do Brasil. Interromper imediatamente o desmatamento (que é ilegal em mais de 95% dos casos), e o crime organizado a ele vinculado é condição básica para que o Brasil retorne aos fóruns internacionais como um ator respeitado.

Em adição à contribuição crucial para a luta contra a crise climática, a floresta e sua biodiversidade oferecem um vasto conjunto de produtos e serviços que hoje são sistematicamente depreciados e que vão além da provisão de produtos madeireiros. O capítulo sobre bioeconomia do Painel Científico para a Amazônia faz um apanhado desta contribuição, que pode ser resumida a quatro dimensões básicas.

A primeira está na provisão de produtos da sociobiodiversidade florestal, que incluem plantas medicinais, materiais de construção e produtos alimentícios, tanto para o mercado interno da Amazônia, como para as exportações. Pesquisadores do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da UFPA demonstram que 50,4% do PIB dessa economia vão para os mercados locais da região, 40,7% para o resto do Brasil e apenas 2,6% se orientam para o resto do mundo. Daí que, como demonstra Salo Cosloski, do projeto Amazônia 2030, a Amazônia brasileira participa com apenas 0,17% das exportações mundiais de produtos florestais tropicais. Para qualquer desses segmentos, a economia da sociobiodiversidade lida com infraestruturas ineficientes e políticas públicas que lhes são indiferentes e voltam-se a commodities como carne, soja e óleo de palma que repousam na destruição da floresta e em paisagens agrícolas de baixíssima diversificação e inclusão social. Os atores sociais ligados a estas commodities são, em geral, originários de outras regiões brasileiras e enxergam na vegetação nativa um obstáculo a ser removido para a implantação de soja e pecuária. No entanto, a pecuária que se implantou na Amazônia é de baixíssima produtividade e as áreas ocupadas com soja são cada vez mais sujeitas às consequências dos eventos climáticos extremos.

Além disso, a economia da sociobiodiversidade florestal, que já tem um papel essencial no abastecimento das cidades da Amazônia com alimentos como açaí e inúmeras outras frutas, óleos e fitoterápicos diversos, poderá vir a ser ainda mais demandada. A alimentação das populações urbanas, que representam 72% dos 28 milhões de habitantes da Amazônia brasileira, é cada vez mais dependente de produtos vindos de outras regiões do País. E não se pode deixar de mencionar os serviços tanto de gastronomia, como de turismo e espetáculos a que a valorização da sociobiodiversidade e da cultura material e espiritual dos povos da floresta pode dar lugar.

A segunda dimensão da bioeconomia, estudada igualmente no capítulo sobre bioeconomia do Painel Científico sobre a Amazônia, é a regeneração e restauração florestal. A área destruída e hoje abandonada ou ocupada por pecuária de baixíssima produtividade é gigantesca. A regeneração e restauração destes territórios têm efeitos multiplicadores sobre a renda e o emprego muito maiores que os das atividades agropecuárias. E há um imenso apetite internacional por projetos construtivos nesta área.

Mas há outras duas dimensões fundamentais em que a economia da sociobiodiversidade pode contribuir para mudar o padrão de crescimento econômico e, portanto, contribuir com o desenvolvimento sustentável da Amazônia. É necessário fazer emergir, na Amazônia, cidades capazes de enfrentar seus principais problemas de infraestrutura com base na ideia de soluções baseadas na natureza. Além da agricultura urbana e periurbana, é fundamental gerar oportunidades para uma nova geração de startups e hubs de inovação envolvendo jovens. As infraestruturas das cidades na Amazônia não podem simplesmente mimetizar os projetos vindos de regiões que lhes são ecologicamente tão distantes. Isso envolve os padrões de construção civil, a pavimentação urbana e os equipamentos para a comunicação fluvial entre municípios. A gestão conjunta das bacias hidrográficas e a mobilização social contra os projetos hidrelétricos que, se realizados, destruirão a vida dos rios, é parte decisiva destas soluções baseadas na natureza que incluem descentralização da geração de energia, ampliação da geração solar, eólica, hidrogênio verde e a biomassa.

É necessário mudar os modelos agropecuários hoje predominantes na Amazônia, aproveitando os resíduos da produção agropecuária, introduzindo diversificação produtiva onde há hoje monocultura e utilizando recursos locais pouco valorizados. A Amazônia tem uma rica tradição de policultura integrada à floresta por parte de agricultores familiares cujo potencial no aumento da produção e na resiliência do setor é imenso e subaproveitado.

Esta nova bioeconomia tem, por fim, um papel estratégico para o Brasil como um todo. Hoje a Amazônia e as demais florestas tropicais estão ausentes da fronteira científica e tecnológica da bioeconomia. Reduzir esta distância é uma oportunidade para que a ciência e a tecnologia levadas adiante por pesquisadores da Amazônia, em diálogo com os saberes dos ancestralmente lidam com o bioma e em cooperação com os do restante do País e do mundo, contribuam para mudar a qualidade do crescimento do Brasil, que, até aqui, tem se apoiado na monótona reprimarização de nossa economia e na permanente depreciação do trabalho e do conhecimento na formação da riqueza, inclusive os conhecimentos dos Povos Indígenas e comunidades locais.

* Considerando o estoque de carbono acima e abaixo do solo de ~150 a 200 Pg C (Malhi et al. 2021).

Sobre os autores

Ricardo Abramovay é professor titular da Cátedra Josué de Castro da Faculdade de Saúde Pública e do Programa de Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente da USP. É autor de “Por uma economia do conhecimento da natureza” (Ed. Elefante, 2019) e de “Infraestrutura para o desenvolvimento sustentável da Amazônia” (Ed.Elefante, 2022). É coautor líder do capítulo 30 sobre bioeconomia do Painel Científico sobre a Amazônia.

Francisco de Assis Costa é professor titular do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da UFPA. Sua pesquisa versa sobre história econômica e desenvolvimento contemporâneo da Amazônia. É autor líder do capítulo sobre a dinâmica agrária contemporânea e coautor do capítulo 30 sobre bioeconomia do Painel Científico sobre a Amazônia.

Ana Margarida Castro Euler é engenheira florestal, pesquisadora da Embrapa Amapá, atualmente pós doutoranda do Institut de Recherche pour le Développment (IRD) e do Centre International de Recherche Agronomique pour le Développement (Cirad). Sua pesquisa busca valorizar as cadeias produtivas da sociobiodiversidade associadas aos territórios de povos e comunidades tradicionais na Amazônia. É coautora do capítulo 30 sobre bioeconomia do Painel Científico sobre a Amazônia.

Este artigo faz parte de série de artigos publicados, conjuntamente, por Agência Bori e Nexo Políticas Públicas por meio de parceria com o Painel Científico para a Amazônia. Para reproduzi-lo em veículos de comunicação, é preciso informar que o texto foi originalmente publicado na Agência Bori e no Nexo Políticas Públicas.

(Fonte: Agência Bori)

Mês das Crianças reúne teatro, música e brincadeiras em Indaiatuba

Indaiatuba, por Kleber Patricio

O Parque da Criança. Foto: Eliandro Figueira.

A Secretaria Municipal de Cultura de Indaiatuba promove de 1º a 12 de outubro o Dia de Brincar, uma programação inteiramente voltada para o Mês das Crianças – destaque para o evento que leva o nome do projeto e celebra também os cinco anos de atividades do Parque da Criança.

“A Secretaria Municipal de Cultura, em parceria com outras pastas, preparou uma série de atrações como teatro, mágica, música e muitas brincadeiras para que as famílias de Indaiatuba possam celebrar juntas o Mês das Crianças”, destaca o prefeito Nilson Gaspar.

“Preparamos uma programação especial junto com as companhias de teatro locais e com apoio do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Juntos pela Cultura e Amigos da Arte, que estão enviando o espetáculo ‘Cavaco e sua Pulga Adestrada’, do grupo Caranava Tapioca, dentro do projeto CircuitoSP”, revela a secretária municipal de Cultura, Tânia Castanho.

“Cavaco e sua Pulga Adestrada”. Foto: Marilia Chalegre.

“Cavaco e sua Pulga Adestrada” foi criado para ser apresentado ao público de todas as idades, inspirado nos antigos grupos de saltimbancos e teatro mambembe. O processo de criação ocorreu em grande parte de forma prática com ensaios abertos em parques e praças da cidade do Recife, sob a supervisão de Helder Vasconcelos, que assina a direção e realizou a preparação corporal.

Misturando o jogo cênico com números de magia e ilusionismo, o espetáculo conta com trilha sonora de Adriana Milet, figurino de Luciano Pontes e cenografia de Anderson Machado.

Dia de Brincar

O Centro de Artes e Esportes Unificado (CEU) do Jardim São Conrado recebe no dia 8 a Tarde para as Crianças, com brinquedos, pipoca, algodão doce, apresentação de circos e dos alunos de danças urbanas da Secretaria Municipal de Cultura, além de gincana organizada por professores da Secretaria Municipal de Esportes.

A Família Burg. Foto: Dalton Yatabe.

No dia 12, uma programação especial será montada no Parque da Criança, que comemora cinco anos, com direito a Biblioteca Itinerante, personagens que as crianças adoram e recreadores, que comandarão muitas atividades e brincadeiras ao longo da programação, que acontece das 9h às 13h. O evento conta com apoio das secretarias de Esportes, Educação, Obras e Vias Públicas, Serviços Urbanos e Meio Ambiente, Saúde e do SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgotos).

A programação é inteiramente gratuita, mas para os espetáculos teatrais que acontecem no Centro Cultura Hermenegildo Pinto (Piano) e no Centro de Artes e Esportes Unificado (CEU) do Jardim São Conrado, os ingressos estarão disponíveis para retirada uma hora antes do início da atração, respeitando o limite de capacidade dos espaços.

PROGRAMAÇÃO

4 de outubro (terça-feira)

Grupo de Teatro Enrolados, com “Duende Dudu em Uma Aventura Especial”

19h30 – Piano

Em uma cidadezinha interiorana, duende Dudu e o jovem Joãozinho descobrem que o meio ambiente está chateado com a humanidade. Como se não fosse o bastante, eles enfrentam uma bruxa malvada que tenta pôr fim na população. Para salvar a cidade e toda sua história, Joãozinho e Dudu fazem planos mágicos, com um ingrediente pra lá de especial: o amor.

Júnior Grotto assina direção, roteiro, cenário, figurinos, composição das músicas e a operação de som e luz. O elenco conta com Danielle Caroline, Renan Farias, Leticia Ribeiro e Giovani Rebonato.

5 de outubro (quarta-feira)

Trupe Cênica Brasil, com “O Mundo de Clara”

19h30 – Piano

Peça infantil conta a história de Clara, uma garotinha filha de um empresário cuja empresa está poluindo um rio. Com ajuda de seus amigos duendes, Belinsk e Zelinsk e a Fada Azul, Clara vai tentar convencer seu pai da importância de se preservar a natureza. O espetáculo tem duração de 60 minutos e mistura realidade e fantasia para fazer com que o público reflita a respeito de valores e atitudes na formação das crianças.

Roteiro e direção são de André Chiarioni, que também integra o elenco ao lado de Janaina Chiarioni, Willian Lourenção e João Chiarioni. Mariana Magalhães e Gaby Souza são contrarregras, Gabriel Chiarioni é responsável por som e iluminação e a coordenação geral é de Conceição Chiarioni.

6 de outubro (quinta-feira)

Grupo Diversão e Magia, com “O Menino que Cuidava do Mundo”

19h30 – Piano

Em um reino mágico não tão distante, uma rainha recebe informações de que uma cidade do interior conhecida como Indaiatuba está sob ameaça de uma vilã. Então ela manda duas fadas à cidade sem magia para ajudarem um menino que vive preocupado com o meio ambiente, Joca, que mora com a mãe e está sempre pensando em preservar o meio ambiente e toda sua cidade. Será que juntos eles poderão salvar a cidade das maldades da vilã?

O elenco conta com Bruna Sampaio, Maria Eduarda, Giovanna Ragazini, Leticia de Siqueira, Victor Basilio e Giovanna Quitzau. Direção, roteiro, cenário, figurinos e operação de som e luz são de Mauricio Rezitano.

7 de outubro (sexta-feira)

Acredite… é Mágica!

19h30 – Piano

Espetáculo reúne diversos mágicos e ilusionistas de Indaiatuba, como Lucas Bras, Sidney Bedin e Fernando Souza, com Tainara Furlan de Souza e Ana Vitória Furlan como assistentes de palco e coreógrafas.

8 de outubro (sábado)

Tarde para as Crianças

14h às 18h – CEU São Conrado

8 de outubro (sábado)

Grupo Indaiatrupe, com “O Quarto de Brinquedo”

14h – CEU São Conrado

Fabinho é um palhaço carismático que está constantemente viajando pelo mundo com a ajuda de seu narizinho de palhaço mágico, que lhe permite teletransportar-se rapidamente de um local para o outro.

No entanto, por ser muito atrapalhado, certo dia Fabinho acaba se teletransportando acidentalmente para um universo paralelo, um enorme quarto de brinquedo, onde se torna prisioneiro. Desesperado, nosso protagonista entra numa incrível aventura em busca de seu nariz encantado, encontrando pelo caminho brinquedos que possuem vida própria.

9 de outubro (domingo)

Caravana Tapioca, com “Cavaco e sua Pulga Adestrada”

10h – Concha Acústica do Parque Ecológico

Transportando o público para o universo clássico e imaginário do circo de pulgas, o espetáculo apresenta Maria, a pulga adestrada que chega de paraquedas, canta, faz música com panelas, cospe fogo e doma uma fera, entre outras habilidades nunca antes vistas. Cavaco, o excêntrico domador, faz a costura dos números com música ao vivo, malabarismo, magia e comicidade.

Ao melhor estilo brincante do artista popular, é estabelecido um jogo de interação e improvisação com a plateia, que participa do espetáculo até o final, esperando a incrível pulga ser lançada do canhão para o espaço sideral.

10 de outubro (segunda-feira)

Grupo de Teatro Fântaso, com “Utopia S.A.”

19h30 – Piano

Dentro de cada cabeça pensante, existe a Utopia S.A, empresa especializada na imaginação das crianças. Três atendentes recebem ligações com pensamentos e transformam cada pedido em realidade. Quando a cabeça começa a pensar, o alarme começa a tocar. Mas ultimamente as ligações estão se acabando e a criatividade quase não existe. Certa manhã, eles recebem um alerta diferente e têm que realizar um pensamento muito diferente e pra lá de especial.

Tiago Marcon e Márcio Guimarães assinam texto, direção, iluminação, cenografia, sonoplastia, maquiagem, figurino, músicas e composições. As coreografias são de Natália Pinezzi, o operador de som é Bruno Brito e a operação de luz são de Bruno Blanco e Vitória Santos.

11 de outubro (terça-feira)

Cia. Teatral Matéria Prima, com “Menina Alice em Defesa do Meio Ambiente”

19h30 – Piano

Conheça a Menina Alice, uma garotinha protetora do meio ambiente, e seu amigo Caramelo, um cãozinho muito esperto e fiel, mas também um pouco atrapalhado. A aventura começa quando ela se prepara para cuidar do seu jardim e descobre que ele está todo destruído. Muito triste, mas sem desaminar, ela e seu amigo Caramelo começam a procurar explicações para o que teria acontecido. Resolvem chamar o Professor, um personagem muito inteligente e agitado, que adora ensinar sobre o meio ambiente e sobre como ajudar a preservar a natureza. Assim eles descobrem o Sr. Sujeira, uma representação de todas as pessoas que não respeitam a natureza. Juntos, eles irão aprender uma importante lição.

O elenco conta com Jeniffer Mendes, Pedro Mathias, Dartagnan Bertelli e Gerê Canova, que também é autor do espetáculo. O figurino é de Zenaide Baroni, o cenário de Marcelo Rosa, a coreografia de Jeniffer Mendes, a concepção de luz, trilha sonora e sonoplastia de Gerê Canova e a maquiagem é do grupo. As músicas são de Gerê Canova, interpretadas por Maria Clara, com arranjos de Gerson Lima, da Pal G Studio.

12 de outubro (quarta-feira)

Dia de Brincar

9h às 13h – Parque da Criança

12 de outubro (quarta-feira)

Grupo Exórdio, com “A Jornada das Cores”

16h – Piano

Augusto sempre viveu muito feliz no vilarejo das cores, onde tudo era cheio de cores e encantos, mas em um dia muito estranho ele percebeu que tudo tinha ficado preto e branco e triste. Augusto agora precisa embarcar em uma grande aventura para descobrir um jeito de salvar o vilarejo das cores e restabelecer o equilíbrio perdido.

O elenco conta com Cristina Simionato (Cor Azul), Eduarda Godoy (Cor Branca), Larissa Lopes (Cor Vermelha), Nara Oliveira (Cor Amarela), Rose Kramer (Cor Preta) e Afonso Torres (Augusto), que também assina a direção, dramaturgia e trilha sonora. O figurino é de Zenaide Baroni, maquiagem de Larissa Lopes, cenário de Lucas Tadeu, som de Paollo Torres e iluminação de André Lupércio.

Endereços:

CEU do Jardim São Conrado: Rua Jordalino Pietrobom, 1.300

Centro Cultural Hermenegildo Pinto (Piano): Av. Eng. Fabio Roberto Barnabé, 5.924 – Jardim Morada do Sol

Parque da Criança: Av. Eng. Fábio Roberto Barnabé, 3.379 – Jardim do Vale 2.

(Fonte: Prefeitura de Indaiatuba)

Doze bandas garantem vaga na final da 20ª edição do Festival de Rock de Indaiatuba

Indaiatuba, por Kleber Patricio

A banda Pavilhão 9, que se apresentou na primeira eliminatória. Foto: Fábio Alexandre.

Após três dias de muita música, os jurados da 20ª edição do Festival de Rock de Indaiatuba selecionaram 12 bandas para a final da competição, que acontece dia 9 de outubro, a partir das 15 horas, em palco montado em frente à Prefeitura de Indaiatuba, com shows da banda Insone, vencedora do Festival de Rock em 2021, e da Plebe Rude.

Estão classificadas para a final do 20º Festival de Rock de Indaiatuba as bandas 60Hertz (Indaiatuba), All my Pain (Indaiatuba), Aslam (Indaiatuba), Banda DVS (Indaiatuba), Black Mapache (Indaiatuba), Doma (Guarulhos), Gambia Rock (Indaiatuba), Giovanna Moraes (São Paulo), Hunger (Indaiatuba), Incêndio (Indaiatuba), Radioativa (Rio de Janeiro) e Triunfo (Indaiatuba).

Marcello Pompeu, Tadeu Pattola e Ivan Busic acompanham as bandas concorrente. Foto: Rafael Ré.

O corpo de jurados contou com Marcello Pompeu, Tadeu Pattola e Ivan Busic (saiba mais abaixo), que avaliaram os seguintes quesitos: interpretação (expressão musical, afinação, dicção e presença de palco), composição (estrutura poética e contexto da obra) e desempenho musical (criatividade, arranjo, técnica e entrosamento), que receberam notas de zero a dez.

A banda com a nota mais elevada no critério composição será vencedora do prêmio da categoria, mas o resultado será divulgado apenas na final. Esta nota será mantida para todas as bandas e somada aos demais critérios, interpretação e desempenho musical, que serão zerados e novamente julgados.

“Todas as bandas foram bem legais, por isso escolhemos 12 finalistas, ao invés das dez inicialmente previstas”, comenta o presidente do júri, Tadeu Pattola. “Analisamos criteriosamente todas as bandas e podemos dizer que as 12 finalistas estão um pouco mais prontas e as demais vão chegar lá também, basta seguir firme”, completou Ivan Busic.

Tadeu Pattola e Ivan Busic no anúncio das 12 bandas finalistas. Foto: Rafael Ré.

O 20º Festival de Rock de Indaiatuba é uma realização do Governo do Estado de São Paulo e da Prefeitura Municipal de Indaiatuba, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, com correalização de Juntos pela Cultura e Amigos da Arte.

A final acontece dia 9 de outubro com apresentações das bandas finalistas e shows da Insone, vencedora do festival em 2021, e da Plebe Rude. O vencedor leva o prêmio de R$ 6.600, enquanto o segundo colocado garante R$4.950 e o terceiro, R$3.850. Melhor intérprete e melhor composição ganham, cada um, R$2.200.

(Fonte: Prefeitura de Indaiatuba)

Curta-metragem produzido em Campinas será lançado no dia 5

Campinas, por Kleber Patricio

Still do filme. (Divulgação)

O filme “Cru”, gravado e produzido em Campinas pela Lokomotiv Studio, estreia na quarta-feira, dia 5 de outubro, no Cineplex do Shopping Prado Boulevard. O curta-metragem explora a temática da solidão e da mistura de sentimentos e utiliza recursos de efeitos especiais de última geração.

O curta começou a ser produzido em 2013 e agora, em 2022, pode ser conferido pelo público em primeira mão. A sessão de lançamento está marcada para 20h da quarta-feira, com entrada gratuita, e os interessados devem comparecer ao local às 19h30. Em seguida à exibição haverá um pós-sessão no Boteco Formol, com a presença dos produtores do curta.

A produção tem a direção de Diego Ruiz de Aquino, premiado como diretor, roteirista e montador nos festivais Gramado Cine Vídeo, MisCon International Short Film Festival, entre outros, e vencedor por duas vezes do Prêmio Profissionais do Ano. A direção musical é desenvolvida por Nelson Pinton e colabora perfeitamente para criar o clima proposto pelo diretor.

Segundo Aquino, a ideia do curta experimental artístico surgiu do autorretrato do pintor austríaco Egon Schiele, feito em 1910. O artista é um dos grandes nomes do movimento expressionista, do início do século XX, e tem sua obra marcada pelo sentimento de angústia e por tensões, temas presentes no enredo de “Cru”. O personagem do filme leva o nome do pintor e tenta expressar o que sente sem nenhum tipo de roupagem, da forma mais transparente e crua possível, daí o nome da produção.

Na trama, o protagonista Egon (Gabriel Bodstein), esgotado pelo que tem vivido, não deseja mais nada, a não ser um bife… cru. Porém, ao conhecer uma Mulher Desdenhosa (Carolina Holly), ele volta a sentir uma mistura de sentimentos: raiva e amor, que entram em conflito. Juntos, o casal vai desvendar as camadas mais sutis da realidade, tentando se livrar dos incômodos. Será que o envolvimento e o conhecimento, intenso e momentâneo, irão contribuir para que eles encontrem, dentro de si, algo além da solidão?

“‘Cru’ é um filme sobre as camadas sociais, emocionais e culturais que nos cobrem, e a busca de um personagem que quer se aprofundar no que há de mais íntimo e natural em si mesmo. O filme ‘Cru’ é sobre as perguntas que vivemos fazendo e sobre as respostas que não encontramos”, afirma o diretor Diego Ruiz de Aquino.

Trajetória de prêmios

Diego Ruiz de Aquino já realizou filmes de curta e média metragens premiados em festivais nacionais e internacionais; entre eles, ‘Noir’, ‘Creepy Walking’ e ‘Mamãe, quero ser Vedete’. Também foi premiado pela direção de videoclipes e foi duas vezes vencedor do prêmio Profissionais do Ano. Hoje atua no CTAv (Câmara Temática do Audiovisual de Campinas) e no ICine (Fórum de Cinema do Interior Paulista), executando ações para o avanço do setor audiovisual.

O diretor, que atua profissionalmente há mais de 20 anos, também recebeu prêmios como diretor, roteirista e montador em diversos festivais: Gramado Cine Vídeo, Goiânia Mostra Curtas, Festival Guaçuano de Cinema, MisCon International Short Film Festival e FestClipe por filmes de ficção, documentários e videoclipes musicais, sendo laureado também em festivais de publicidade regionais e nacionais.

Serviço:

Curta-metragem “Cru”

Quarta, 5/10 – 20h

Cineplex Parque Prado – Av. Washington Luiz, 2480 – Campinas (SP)

Entrada gratuita.

(Fonte: Prefeitura de Campinas)

A importância econômica do gelo na Amazônia

Amazônia, por Kleber Patricio

Foto: Bruno Kelly/via Ascom Mamirauá.

Por Leonardo Capeleto de Andrade — “Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o coronel Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde remota em que seu pai o levou para conhecer o gelo”. Com este que pareceria “o maior diamante do mundo”, começa “Cem Anos de Solidão”, do colombiano Gabriel García Márquez. Neste dia, José Arcádio Buendía pagou para si e seus filhos terem a prodigiosa experiência de tocar no gelo. Para Buendía, aquele era um grande invento que no futuro próximo poderia ser facilmente fabricado em escala com um material tão cotidiano como a água. Mas não foi apenas na tropical Macondo que o gelo foi exaltado.

Em “Fitzcarraldo”, filme de 1982 do alemão Werner Herzog, o personagem Brian Fitzgerald possui uma fábrica de gelo em Iquitos, na Amazônia peruana. “Imagine quantas possibilidades o gelo possui”, afirma o Fitzcarraldo. As crianças adoravam o gelo, mas para o estrangeiro, as pessoas não viam seu potencial – mas imaginava que no futuro este seria encontrado em qualquer navio e armazém.

Décadas se passaram desde o lançamento destas obras ficcionais; porém, o gelo segue sendo uma realidade fantástica em meio à floresta Amazônica. Em meio ao calor tropical, o gelo possui uma importância que vai muito além de gelar a tão brasileira caipirinha.

No interior do Amazonas, o gelo também é o responsável pelo mantenimento do transporte de peixes para as cidades – uma importante atividade econômica em toda Amazônia. Toneladas de gelo são fabricadas diariamente em cidades e carregadas pelos rios para esta logística. Uma atividade repetitiva e diária, visto que o gelo rapidamente derrete no calor tropical amazônico. O gelo é, acima de tudo, uma peça central na economia pesqueira.

Fazer gelo na década de 2020 é algo muito simples e exige poucos ingredientes: basicamente água e energia. Ao redor do mundo as pessoas fabricam gelo em geladeiras e refrigeradores comuns, sem sair de casa. As pedrinhas de água sólida são utilizadas para os mais diversos fins – inclusive gelar bebidas em dias quentes. Apesar deste potencial, o gelo ainda não é encontrado em qualquer barco ou armazém amazônico.

A Amazônia cobre cerca de metade da área do Brasil. Milhões de pessoas vivem dentro desta região. E parte destas em áreas rurais, a quilômetros de distância das grandes cidades. Em toda Amazônia a água é abundante durante todo o ano e certamente não é por falta de água que o gelo ainda é incomum nestas áreas. Mas a energia ainda é uma realidade limitada em muitas residências amazônicas.

Com distâncias amazônicas, a única fonte de energia em muitas comunidades ribeirinhas é a partir de geradores a diesel ou gasolina. Uma energia limitada a poucas horas por dia e com também limitada capacidade de força. Uma capacidade que limita a produção de gelo. Desta forma, o gelo precisa ser comprado em fábricas de gelo de cidades próximas e transportado de barco pelos rios.

Mais de cem anos talvez se passaram desde o encontro dos Buendía com o gelo em Macondo. Atualmente o gelo pode ser fabricado até com o auxílio de energia solar na Amazônia. Mas o encanto de tocar o gelo ainda é presente em muitas comunidades ribeirinhas. Do transporte do gigante Pirarucu até a oficial caipirinha no copo de um turista, o gelo segue como um importante personagem da Amazônia.

Leonardo Capeleto de Andrade é pesquisador associado do Grupo de Pesquisa em Inovação, Desenvolvimento e Adaptação de Tecnologias Sustentáveis (GPIDATS) do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM).

(Fonte: Agência Bori)