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Lagoa do Taquaral recebe Festival Sabores das Águas neste fim de semana

Campinas, por Kleber Patricio

Fotos: divulgação.

Pela primeira vez em Campinas, o Festival Sabores das Águas chega ao Parque Portugal (Lagoa do Taquaral) entre os dias 2 e 4 de setembro (de sexta-feira a domingo), com muitas opções de pratos com peixe e frutos do mar. O evento tem apoio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Campinas. A entrada é gratuita, mas os organizadores sugerem a doação de um quilo de alimento. O acesso será pelos portões 5 e 7 da Lagoa do Taquaral.

Crustáceos, moluscos, pescados de mar e de água doce nacionais integram os menus de 51 operações e em muitas versões: camarão frito, ao alho e óleo e empanado ou no espeto, peixe no fogo de chão, moqueca baiana, paella, bobó, lula, acarajé e outras opções de preparações gastronômicas estarão disponíveis. “Esta foi uma demanda dos campineiros que nos lembraram de quão significativa é a relação do homem do campo, do interior, com os pescados. Eles nos cobravam muito a inclusão de preparações com peixes e frutos do mar”, diz Renata Tannuri Meneghetti, diretora executiva da Elo Eventos Produções, idealizadora do evento.

Entre as preparações que merecem destaque no Sabores das Águas edição 2022 Campinas está o acarajé. “Uma pessoa baiana fará o prato na hora, como deve ser. Também teremos uma coxinha, essa paixão nacional, preparada com uma mandioca fresquíssima e camarões. E teremos ao menos uma opção vegana e uma surf and turf (pratos que combinam proteínas do mar e da terra). Queremos que todos se sintam à vontade e tranquilos para se divertir nesta experiência culinária”, afirma Renata.

Também haverá o Festival Eu Amo Chocolate nos três dias de evento e comidinhas de praia, como churros, milho, sorvete, açaí e cerveja artesanal, completam a festa na Alameda Praiana.

O público também poderá se divertir na área kids e atrações artísticas com shows no sábado, às 20h, com a banda Volúpia, que presta homenagem aos 40 anos do Rock no Brasil e traz o repertório “Pop anos 80”. No domingo, às 12h30, será a vez de homenagear Elis Regina com uma apresentação do show “40 Anos Sem Elis Regina”, pela cantora Lucy Campos. Às 19h, também no domingo, fechando a programação, a banda Monallizza faz o tributo a Tim Maia.

Sabores das Águas é “primo” do Festival Gastronômico Itinerante Sabores da Terra, evento de divulgação da culinária de raiz, orgulhoso de ser caipira que, desde 2016, já percorreu mais de dez cidades paulistas com o objetivo de divulgar a cultura caipira.

Em 22 e 23 de outubro, o evento chega ao Memorial da América Latina, em São Paulo, pela primeira vez. Por isso, haverá uma pequena amostra de Sabores da Terra em Sabores das Águas nesta edição de Campinas. “Serão apenas três operações para matar as saudades de quem não pode degustá-las em junho deste ano, quando já estivemos em Campinas”, ratifica Renata.

Serviço:

Sabores das Águas Edição Campinas 2022

Quando: sexta (2/9), das 18h às 22h; sábado e domingo (3 e 4/9)

Horário: das 12h às 22h

Onde: Parque Portugal – Lagoa do Taquaral: Av. Dr. Heitor Penteado, 1671, Parque Taquaral, Campinas – SP. Acesso pelos portões 5 e 7.

Entrada: franca. Sugere-se a doação de 1kg de alimento não perecível para o Banco Municipal de Alimentos de Campinas.

Operações Gastronômicas Sabores das Águas

Acarajé | Barca de camarão com salada de batata | Bobó de camarão | Camarão e torresmo na telha | Camarão empanado | Camarão alho e óleo | Camarão de praia (porção com batata e anel de cebola) | Ceviche | Coxinha de camarão e salmão e + sabores | Espeto de camarão empanado | Isca de peixe | Lula empanada | Massas artesanais recheadas com camarão e + sabores | Moqueca Baiana com pirão arroz e farofa de milho | Pastel de camarão, bacalhau e + sabores | Paella | Penne com camarão no catupiry | Tempurá | Salmão defumado em posta com alcaparras

Surf and Turf (combinam proteínas do mar e da terra): Hambúrguer artesanal na parrilla com camarão

Sabores da Terra

Costela fogo de chão | Torresmo de rolo | Linguiça artesanal caipira | Paella Caipira | Hambúrguer Artesanal

Alameda Praiana

Açaí | Chopp Artesanal | Caipirinha | Crepes | Espetinhos | Frango Crocante (balde – pedaços e tirinhas) | Milho no prato e outras delícias | Sorvete colorido de antigamente | Sucos naturais

Festival “Eu Amo Chocolate”

Ilha com cascata de chocolate servindo espetos de frutas com chocolate e fondue | Crepe doce recheado | Churros com Nutella e muitas outras variações de chocolate | Churros espanhóis com calda de chocolate e chuvete | Tachada de brigadeiro | Doces do Gaúcho com bombas, trufas e brigadeiros | olo de Chaminé com cobertura de chocolate e recheio de Nutella | Pipoca caramelizada de chocolate | Waffle de Chocolate | Bubble waffles | Waffles Belga | Donuts

Alameda dos Produtores

Calusne Farms | Mió do Queijo | Cachaça Fazendão | Joias em Prata Riviara | Tábuas e móveis de madeira – A Madeireira | Facas

Programação cultural

Sexta (2/9)

20h – Legião Urbana Cover

Sábado (3/9)

12h30 – Roda de Samba com Tubarão Samba Black

15h30 – Gincana das Águas com disputa de prêmio

16h – Fabinho Azevedo MPB

19h30 às 20h30 – Participação especial do Robô de Led Megatron

20h – Volúpia – Rock 80’S – 40 anos do Rock no Brasil

Domingo (4/9)

12h30 – Elis 40 anos – um tributo ao furacão Elis Regina

15h30 – Gincana das Águas com disputa de prêmio

16h – Música de Boteco

19h – Mega show – Tributo a Tim Maia com a banda Monallizza

Área Infantil | Uma ampla área infantil repleta de atrações, incluindo infláveis temáticos, mini-escalada, tira ao alvo, jumping e circuito de minicarro.

Apoio: Prefeitura Municipal de Campinas por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo / Coca-Cola / Prato Fino / campinas.com.br / Lógica Digital

Realização: Elo Produções.

(Fonte: Secretaria de Comunicação | Prefeitura de Campinas)

Atriz Lucélia Santos completa 50 anos de carreira e lança biografia

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: divulgação.

Dona de uma carreira nas artes incontestável, Lucélia Santos soube usar da fama em prol de seus valores e não somente para enriquecer ou para benefício próprio. Em sua biografia “Lucélia Santos: Coragem para Lutar” conhecemos histórias e temos acesso a depoimentos que narram a trajetória de uma mulher que fez de seu personagem mais icônico, uma escrava, o trampolim para que sua voz, imagem e ações convergissem em uma luta – travada até hoje – contra discursos de ódio e em defesa das minorias.

A obra que chega às livrarias pela editora Telha foi escrita pelo jornalista Eduardo Meirelles e narra a trajetória, que mescla os momentos de fama da atriz talentosa com a mulher de fibra, dona de si e que colocou a carreira em cheque para lutar em prol de seus ideais. A atriz esteve no front de diversos movimentos e batalhas políticas nos últimos 40 anos, desde as movimentações em defesa da Anistia aos presos políticos, as Diretas Já, o processo de surgimento da figura Luiz Inácio Lula da Silva, a fundação do Partido dos Trabalhadores e do Partido Verde, este último do qual teve protagonismo central em sua construção no período de redemocratização.

“Lucélia Santos: Coragem para Lutar” conta como foi fundamental a relação de Lucélia como agente de construção de acordos bilaterais com a China que, à época, acabara de sair da Revolução Cultural e abria-se para o mundo capitalista. Foi peça chave para as primeiras construções de acordos comerciais e culturais entre Brasil e China que estão vigentes até os dias atuais, sendo a China, hoje, uma das maiores parceiras do Brasil no que tange ao comércio exterior.

O uso do termo “Coragem” não deixa dúvidas que Lucélia sempre foi uma mulher de princípios e que guerreou com as armas que tinha para atingir seus objetivos. Seu ativismo foi retratado em sua luta pela preservação do meio-ambiente, da fauna, em defesa dos povos da floresta, os direitos e representatividade social das mulheres, dos LGBTQIA+, na luta contra o racismo e o trabalho escravo, contra a fome, pelo acesso à educação, saúde e qualidade de vida para todas as brasileiras e brasileiros, além de lutas na década de 1980 que ainda eram tabus na sociedade, como o surgimento do HIV no Brasil, direito das prostitutas e o aleitamento materno.

Lucélia fez do protagonismo que Isaura lhe proporcionou o combustível para, assim como a escrava perseguia na novela, ter o protagonismo na sua vida, lutar por seus ideais e atingir todos os seus sonhos. Lucélia é protagonista de suas histórias seja na ficção ou na realidade, mas principalmente na estrada de vida que escolheu para escrever seu nome.

Lucélia Santos e o escritor Eduardo Meirelles.

Sobre Lucélia Santos | Lucélia Santos é uma atriz brasileira que ganhou o mundo pelo seu desempenho como protagonista da novela “Escrava Isaura”, o produto audiovisual mais vendido pela TV Globo e de maior sucesso no mundo todo. Em 2022, Lucélia completa 50 anos de carreira. Com prefácio de José Genoíno, esta obra intrigante traz em seu corpo depoimentos de personalidades como Betina Vianny, Cristina Pereira, Carlos Minc, Zezé Weiss, Angela Mendes, Gomercindo Rodrigues, Sônia Guajajara, Luiza Erundina, Matheus Nachtergaele, Fernando Gabeira e Pedro Neschling.

Sobre a Editora Telha | Desenvolvida no Rio de Janeiro, a Editora Telha nasce no fim de 2019 e já alcança, em sua primeira publicação “Motel Brasil: uma antropologia contemporânea”, de Jérôme Souty, a marca de obra finalista do Prêmio Jabuti 2020. Interdependente (porque independente ninguém é realmente), a Telha surgiu pelo desejo de editar com maior autonomia e criar mais espaço para textos produzidos por autores fora dos grandes centros.

Serviço:

Livro “Lucélia Santos: Coragem para Lutar”

Autor: Eduardo Meirelles

Editora: Telha

Páginas: 140

Preço: R$59,00

Adquira em: https://editoratelha.com.br/product/lucelia-santos-coragem-para-lutar/.

(Fonte: Aspas & Vírgulas)

Mostra ‘Caleidoscópio’ exibe poesia em meio às formas da natureza

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: divulgação.

A natureza e suas formas orgânicas estão representadas em uma composição de cores em que o branco é o espaço para respirar e refletir. O conjunto integra a exposição “Caleidoscópio”, da artista Irene Guerriero, que será aberta no dia 3 de setembro de 2022, sábado, às 13h, na LONA Galeria, em São Paulo, com texto crítico de Sylvia Werneck. A mostra pode ser visitada de quarta-feira a sábado, das 13h às 17h, até o dia 1º de outubro.

“Caleidoscópio” é composta por trabalhos realizados pela artista nos últimos dois anos, inclusive durante o isolamento provocado pela pandemia de Covid-19. São 28 obras, sendo colagens e pinturas sobre papel, duas telas e uma escultura em metal. Irene diz que o nome foi escolhido porque a exposição traz recortes coloridos que dançam no espaço branco, como o movimento dos elementos dentro de um caleidoscópio. “A mostra tem a ver com esse passeio por um mundo imaginário, com pinceladas psicodélicas”, comenta.

De acordo com a artista, “Caleidoscópio” abrange um período de amadurecimento em sua produção. “Eu já vinha trabalhando nesse tema da poesia botânica há algum tempo, mas os espaços em branco ganharam força nesse período atual. Nunca se falou e se pensou tanto em respiração como durante esse tempo. E o mundo à beira de uma crise climática irreversível”, aponta.

No conjunto da exposição, a vida flui e tudo está interligado, diz Irene. “As linhas que aparecem constantemente nos trabalhos remetem a cipós, capins ou raízes que fazem uma ligação, como artérias que permitem que a vida siga um fluxo. Cada trabalho é uma continuação do outro. A urgência de nos conectarmos com a natureza é um alerta e um alento da exposição”, afirma.

Exposição “Caleidoscópio” de Irene Guerriero

Com texto crítico de Sylvia Werneck

LONA Galeria

Rua Brigadeiro Galvão, 990 – Barra Funda – São Paulo (SP)

Abertura – 3 de setembro de 2022 – sábado, às 13h

Visitação de quarta-feira a sábado, das 13h às 17h

Encerramento em 1º de outubro de 2022, sábado

Whatsapp: (11) 99403-0023

https://www.lonagaleria.com/.

Sobre Irene Guerriero | Vive e trabalha em São Paulo. Graduada em Artes Plásticas pela FAAP (1988), mais recentemente fez cursos livres com Paulo Pasta e Hermes Artes Visuais. Participa de exposições desde 1993, em espaços como MARP (Museu de Arte de Ribeirão Preto), Museu da Diversidade Sexual, Centro Cultural São Paulo, Interações 4 para SP-Arte, ArtSampa na Oca Ibirapuera, ChACO ( Chile), Fábrica Bhering no Rio de Janeiro e Salão Nacional de Arte na Casa de Portugal em São Paulo, entre outros. Tem trabalhos no acervo do Museu da Diversidade Sexual em São Paulo e em coleções particulares na Alemanha, Argentina, Canadá, China, Croácia, El Salvador, Escócia, Estados Unidos, França, Inglaterra, Itália, Madagascar, México, Suíça, Taiwan e Ucrânia.

Sobre a LONA Galeria | A LONA Galeria abriu suas portas na Barra Funda em março de 2019, em uma parceria entre o curador Duílio Ferronato e o artista Higo Joseph. Com foco em artistas que estão iniciando a carreira e em ascensão com potencial artístico e de mercado, a galeria apresenta exposições individuais e coletivas produzidas por meio de curadores parceiros. Tem como missão a inserção de artistas emergentes no circuito e um primeiro contato com o mercado e instituições de arte, como também o incentivo a novos colecionadores.

(Fonte: Betini Comunicação)

Volacc anuncia edição 2022 do Rock in Heart

Indaiatuba, por Kleber Patricio

A Banda Unha Encravada. Fotos: divulgação.

A Volacc (Voluntários de Apoio no Combate ao Câncer) promove no próximo dia 14 de outubro, a partir das 19h30, no Salão Social do Indaiatuba Clube, a 7ª edição do Rock in Heart. A edição 2022 do evento terá como atrações as bandas Unha Encravada, Confraria d’Asdrovnia e Sync2. Haverá ainda uma exposição de motos com o motogrupo Motociclistas do Bem.  “Finalmente teremos o prazer de voltar a reunir amigos, voluntários e o público em geral para uma noite cheia de boa música”, afirma o presidente da instituição, Silvio Alexandre de Oliveira. O Rock in Heart é uma importante fonte de recursos para a Volacc, que se dedica a oferecer apoio material e psicológico a portadores de câncer e suas famílias.

O Rock in Heart 2022 teve seu lançamento na noite de 30 de agosto em um evento na Saltoral Gastronomia que reuniu imprensa, patrocinadores e voluntários da instituição.

A venda de ingressos, camisetas e kits se iniciarão no dia 5 de setembro, sendo os valores os seguintes:

– Ingresso: R$45

– Camiseta: R$40

– Kit com ingresso + camiseta: R$75

O local de venda é a sede da Volacc (Av. João Ambiel, 1170 – Res. Duas Marias – Indaiatuba/SP). Também haverá venda online, mas apenas para os ingressos, que poderão ser adquiridos no site www.quero2ingressos.com.br.

A Banda Confraria D’Asdrovnia.

Os patrocinadores desta edição do evento são Asperjato, Corpus Saneamento, EXSA Urbanismo, Festiva Eventos, GTA, Jardins do Eder, Mais Brasil Esportes, Nextronic Energia Solar, Nobrecce Imóveis e Saltoral Gastronomia, e, os apoiadores, Chopp do Alemão, Indaiatuba Clube, JG Webcom, Prefeitura de Indaiatuba  e Ronaldo Ambiel (VJ).

Sobre a Volacc

A Volacc – Voluntários de Apoio no Combate ao Câncer é uma organização sem fins lucrativos cujo trabalho essencial é oferecer apoio assistencial às famílias com pessoas portadoras de câncer e patologias hematológicas em todas as fases da doença de forma totalmente gratuita.

A instituição presta serviços de convivência e fortalecimento de vínculos, oferecendo atendimento social por meio do acolhimento e grupos de convivência. Com a equipe técnica, auxilia os assistidos e suas famílias no tratamento necessário para o bem estar físico, psicológico e social.

Serviço:
Rock in Heart 2022

Data: 14 de outubro – 19h30

Local: Indaiatuba Clube – Rua Oswaldo Cruz, 40 – V. Rossignatti – Indaiatuba/SP

Vendas: Volacc – Av. João Ambiel, 1170 – Res. Duas Marias – Indaiatuba/SP

Valores: Ingresso: R$45 | Camiseta: R$40 | Kit com ingresso + camiseta: R$75

Mais informações: (19) 3875-4544.

(Fonte: Volacc)

USP e Fundação Perseu Abramo lançam plataforma com testemunhos sobre a pandemia

São Paulo, por Kleber Patricio

Imagem: divulgação.

No final dia 26 de agosto foi lançada a plataforma Periferias na Pandemia. A iniciativa, liderada pelo Centro de Estudos em Conflito e Paz (CCP), ligado ao NUPRI (Núcleo de Relações Internacionais da USP) e pelo projeto Reconexão Periferias, da Fundação Perseu Abramo, visa à criação de um memorial que retrate as dificuldades e a luta diária e resiliente de sujeitos e sujeitas periférica(o)s depois de março de 2020. A construção da plataforma contou com o apoio financeiro do Center for Human Rights and Humanitarian Studies (CHRHS), Watson Institute, Brown University.

A plataforma digital pode ser acessada por meio do link periferiasnapandemia.fpabramo.org.br – trata-se de um espaço a ser alimentado pelo(a)s usuário(a)s, com testemunhos que podem ser registrados em formato de texto, áudio, vídeo e/ou foto. Observe-se que antes de submeter um testemunho, usuário(a)s preenchem um formulário e assinam um termo de consentimento. Há ainda a possibilidade de submissão de testemunhos anônimos. A etapa seguinte compreende uma revisão qualificada do conteúdo quanto às questões éticas para disponibilização de material ao público. Após sua análise, o testemunho, integral e sem edições, passa a fazer parte de um grande repositório de dados qualitativos que pode ser acessado por qualquer pessoa interessada, com possibilidade de filtragem de informações por estado.

A intenção do projeto é a de que moradores e moradoras de periferias acessem a plataforma e contribuam de forma voluntária com seus testemunhos. A ideia central é construir um espaço para que os sujeitos e sujeitas periférica(o)s sejam produtora(e)s de conhecimento e possam, por si mesmos, contar suas histórias de maneira livre e sem cortes.

Com tempo, este projeto produzirá um memorial sobre a pandemia na vida das periferias brasileiras e servirá como fonte de informação a pesquisadora(e)s, jornalistas, estudantes, gestora(e)s ou pessoas leigas que simplesmente queiram se informar sobre as diferentes maneiras como as periferias enfrentaram e ainda enfrentam a pandemia. Note-se que este projeto compreende o termo ‘periferia’ de forma ampla, abrangendo não apenas locais, mas também grupos sociais economicamente vulneráveis e que estão distantes e/ou excluídos dos centros decisórios e de poder – ou seja, estamos falando de moradores de periferias urbanas e também de comunidades quilombolas, ribeirinhas, indígenas, rurais, organizações de trabalhadores informais, coletivos de mulheres negras, artistas de rua etc.

Num primeiro momento, o site funcionará em português apenas, mas a versão em inglês está em desenvolvimento e a intenção da equipe é captar recursos para a tradução dos testemunhos para o inglês e o espanhol, de modo que o conteúdo possa estar acessível ao público não lusófono, sobretudo pesquisadora(e)s e jornalistas que vêm acompanhando os desdobramentos da pandemia em nível global.

O projeto partiu da iniciativa de quatro pesquisadoras do Centro de Estudos em Conflito e Paz (CCP/NUPRI-USP) – Ana Maura Tomesani, Camila Braga, Joana Ricarte e Roberta Holanda Maschietto – que buscavam voluntariamente levantar as demandas periféricas durante o período e entender de que forma as comunidades se organizaram para o enfrentamento da pandemia. A parceria com a Fundação Perseu Abramo possibilitou às pesquisadoras o acesso à base de mais de 800 organizações e movimentos mapeados pelo projeto Reconexão Periferias e que estão em diálogo com a fundação em todo o país. Os primeiros trabalhos desta parceria já estão publicados na plataforma, que também possui um blog voltado à divulgação de outros trabalhos científicos sobre a pandemia de Covid-19 e as periferias no Brasil. Autores e autoras podem entrar em contato pelo e-mail periferiasnapandemia@gmail.com para terem seus artigos, relatórios de pesquisa ou livros veiculados no blog. O site também disponibiliza uma clipagem de notícias internacionais sobre a pandemia de Covid no Brasil.

As pesquisadoras acreditam que a plataforma digital Periferias na Pandemia poderá constituir uma enorme contribuição não apenas para a ciência e para o desenvolvimento de políticas públicas, mas também para a não invisibilização do sofrimento de populações já castigadas pela ausência crônica de serviços públicos básicos em seus territórios e comunidades. Já para Paulo Ramos, coordenador do Reconexão Periferias, “o memorial é uma forma de evitar traumas. Todo sofrimento calado, abafado, sobre o qual não se fala ou, quando se fala, não se escuta, vira um trauma. Um trauma social. É preciso que se fale sobre este período. É preciso que as periferias falem e sejam ouvidas não apenas sobre o sofrimento vivido, mas também sobre as formas como se recompuseram e enfrentaram este cenário dramático”.

O projeto prevê ainda a organização de um evento nacional sobre Covid-19 e periferias para início de 2023, e outro evento internacional sobre a pandemia de Covid-19 nas periferias globais para final de 2023, que deve ocorrer em Coimbra, Portugal, além da organização de um livro com a seleção de testemunhos do projeto.

Acesse a plataforma, conheça o trabalho e contribua com seu testemunho. As pesquisadoras entendem que construir a memória coletiva deste momento é o primeiro passo para prevenir sua repetição e mitigar o sofrimento humano causado em sua decorrência.

Site da Plataforma: https://periferiasnapandemia.fpabramo.org.br/.

(Fonte: Ana Maura Tomesani)