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Manaus realiza em setembro o maior festival de artes integradas da Amazônia

Manaus, por Kleber Patricio

Foto: Nathalie Brasil.

Manaus convida turistas de todo o Brasil para curtir quatro dias de muita música, teatro, artes plásticas, moda e gastronomia no #SouManaus Passo a Paço, festival montado no centro histórico da cidade, às margens do Rio Negro, de 3 a 6 de setembro deste ano.

O evento é uma opção para quem quiser passar o fim de semana na cidade e esticar até o feriado de 7 de setembro para conhecer seus atrativos. Para tornar o evento atraente para todos os públicos, a cidade aposta no tripé Sustentabilidade, Diversidade e Gastronomia.

Djonga, Jota Quest, Joelma, Duda Beat, Lia Sophia, a banda internacional Double You, o chef Rodrigo Oliveira e o musical ‘A Hora da Estrela’ serão algumas das atrações que sobem aos palcos do Festival #SouManaus para receber um público de até 400 mil pessoas no centro da capital da Amazônia.

O centro histórico da cidade foi o local escolhido e terá três portais, todos construídos com materiais recicláveis (como pallets e papelão), que levarão os turistas aos palcos. A cenografia mistura as cores da Amazônia e os conceitos de manter a floresta de pé, proteger os rios e preservar as espécies ameaçadas de extinção. Além disso, boas práticas como o uso de plástico biodegradável e o objetivo de neutralizar a emissão de gases poluentes foram compromissos assumidos pelo município como organizador do evento.

“Nós estamos construindo um evento com responsabilidade. Esse é um evento realizado em um cenário riquíssimo: no berço de constituição de nossa cidade, onde ela surgiu, em meio aos prédios históricos e pertinho do Rio Negro. Será uma experiência única para quem vem à cidade, que oferece ainda outros atrativos para o turista durante o dia e noite”, comenta o prefeito David Almeida.

Atrações

“O #SouManaus tem um line-up artístico rico, com referências que englobam o regional e o internacional, uma base que nos permite conversar com o mundo. Exemplo disso é que teremos manifestações artísticas acontecendo em dois palcos simultaneamente: o Tucupi e o Caboquinho. Já na área interna do Porto de Manaus, vamos homenagear a cultura urbana, com apresentações de mais de 150 artistas do hip hop, 100 artistas do teatro e palhaçaria e mais de 60 artistas locais dos mais variados gêneros musicais”, afirma o presidente da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), Alonso Oliveira.

Para celebrar a diversidade, ele explica que os artistas que sobem aos palcos vão do brega ao pop internacional, passando pelo gospel e pela música infantil. E para fazer um barulho ainda maior, o evento contará com um desfile de moda com 11 estilistas indígenas: o Manaus Fashion Day, para 300 convidados especiais.

Turismo e gastronomia

Com a retomada do setor de turismo em todo o país, a Prefeitura de Manaus busca soluções inteligentes para promover a cidade, a curto e longo prazo, e atrair ainda mais turistas, gerando assim consumo e renda.

A diretora de Turismo da pasta, Oreni Braga, conta que o #SouManaus está em sua sétima edição, mas em 2022 vem com uma nova proposta: inaugurar a participação da cidade na rota do turismo nacional de eventos. “Hotéis, restaurantes, agências de viagem e receptivos têm uma grande expectativa para o mês de setembro. O festival será a nossa virada de chave para nos prepararmos para as grandes feiras nacionais e internacionais de turismo de 2023”, compartilha.

O destaque da gastronomia vai para a aula show com Rodrigo Oliveira, chef dos restaurantes Mocotó, em São Paulo (SP), e do Caboco, em Los Angeles (EUA), competidor do programa da Netflix ‘Iron Chef’. A aula será aberta a chefs profissionais e cozinheiros e cozinheiras de feiras e mercados – mais uma mostra da valorização da diversidade no evento.

Programação

Ao todo, o festival #SouManaus terá palcos com mais de 300 apresentações simultâneas nos dias 3, 4, 5 e 6 de setembro, a partir das 17h. No dia 3, sábado, Djonga, Duda Beat e Jão comandam os palcos, além de Bárbara Eugênia e Lia Sophia & Pinduca.

No domingo, dia 4, o #Sou Manaus recebe a atração internacional Double You, Jota Quest, Tasha & Tracie e Odair José. No dia 5, segunda-feira, é a vez de Diogo Nogueira, Joelma, Scalene e Felipe Araújo.

Na terça-feira, 6, o evento será exclusivo para o público infanto-juvenil e cristão, com atrações como Bita, padre Antônio Maria, Tony Allysson, Bruna Karla, André Valadão, Art’Trio e Leandro Borges.

A Orquestra Filarmônica do Amazonas e o musical ‘A Hora da Estrela’, inspirado no romance de Clarice Lispector, também estão na programação. O público poderá aproveitar, ainda, feiras gastronômicas, de artesanato, economia criativa e o espaço Manaus Fashion Day.

A programação em todos os palcos vai até às 23h40. Os intervalos serão comandados por DJs locais. A programação completa pode ser acessada pelo site.

(Fonte: Prefeitura de Manaus)

Grupo Anankê encena adaptação de “Romeu e Julieta”

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Grupo Anankê apresenta espetáculo dia 19, no Piano
Crédito da foto: Gabriel Kitzmann.

O Grupo de Teatro Anankê estreia no dia 19 de agosto, às 19h30, a peça “Romeu e Julieta”. Com texto de Wagner Cintra e direção de Marli Lopes, o espetáculo, inspirado na obra de William Shakespeare, acontece no Centro Cultural Hermenegildo Pinto – ‘Piano’, em Indaiatuba (SP). Com entrada gratuita, a apresentação integra a 7ª Mostra de Artes Cênicas promovida pela Prefeitura de Indaiatuba, por meio da Secretaria Municipal de Cultura.

Uma das histórias mais famosas da dramaturgia, ‘Romeu e Julieta’ relata a paixão de Romeu Montecchio e Julieta Capuleto, que são impedidos de viver este amor por conta da rivalidade entre suas famílias, o que os leva a viver um intenso amor proibido. A peça do Grupo Anankê é inspirada na obra; porém, é uma criação autônoma feita a partir da narrativa do autor. “No palco, a história de amor de Romeu e Julieta será contada mais ou menos como aconteceu. Trata-se da homenagem a todos aqueles que amam e têm no amor a sua existência. É uma homenagem à esperança e à superação. Vão se os amantes e fica o amor, porque um instante é muito pouco para sonhar”, destaca Chicó Ferreira, um dos atores da peça.

O espetáculo tem entrada gratuita, mas a retirada de ingresso precisa ser realizada com uma hora de antecedência. O Centro Cultural Hermenegildo Pinto – ‘Piano’ fica na Avenida Engenheiro Fábio Roberto Barnabé, 5924 – Jardim Morada do Sol, Indaiatuba (SP).

Covid | Vale lembrar que de acordo com o Decreto nº 66.575, de 17 de março de 2022, do Governo do Estado de São Paulo, é facultativo o uso de máscara em ambientes fechados como o teatro onde será realizado o espetáculo.

Serviço:

“Romeu e Julieta”

Data: 19/8 | Horário: 19h30

Local: Centro Cultural Hermenegildo Pinto, ‘Piano’ – Avenida Engenheiro Fábio Roberto Barnabé, 5924 – Jardim Morada do Sol, Indaiatuba I Como chegar

Entrada gratuita – acesso se dará por ordem de chegada

Classificação indicativa: Livre.

Ficha Técnica

Texto: Wagner Cintra (inspirado na obra homônima de William Shakespeare) l Direção: Marli Lopes l Orientação Artística: Lucas Gonzaga l Preparação Vocal/Musical: Olivia Gênesi l Elenco: André Almeida l Gisele Campos l Flávio Cardoso l Marli Lopes l Chicó Ferreira l Leonardo Kayan l Gabriel Kitzmann l Técnica: Concepção Cenário: Chicó Ferreira l Concepção Figurino: Lucas Gonzaga l Operação de Sonoplastia e Luz: Clélio Santos.

O Grupo de Teatro Anankê foi fundado em 2014 e conta atualmente com oito integrantes profissionais e premiados ao longo da carreira, que atuam desde a década de 1990, individualmente, e que já encenaram diversos espetáculos com o grupo, além de participarem de festivais como Virada Cultural Paulista, Mapa Cultural Paulista, Campanha de Popularização do Teatro em Campinas e Circuito Cultural Paulista, entre outros. Além disso, recebeu orientação do Projeto Ademar Guerra nos anos de 2017 e 2018 e 2021 e participou do Projeto Incubadora, realizado pelo Grupo Os Geraldos de Campinas. O Anankê se apresentou em 28 cidades, dois estados e possui sua sede em Indaiatuba, onde os integrantes ensaiam e criam novos projetos.

(Fonte: Ateliê da Notícia)

Estudo busca “impressões digitais” do Zika brasileiro no cérebro

Brasil, por Kleber Patricio

Foto: Marcos Santos/Jornal da USP.

Um estudo publicado na revista americana Molecular Neurobiology sugere que as infecções pela linhagem brasileira do Zika vírus podem afetar a comunicação, o crescimento e até mesmo a sobrevivência de células cerebrais. As análises encontraram alterações moleculares causadas pelo vírus que sugerem uma relação com distúrbios neurológicos, falhas no neurodesenvolvimento e malformações do sistema nervoso. O trabalho é fruto de uma parceria entre o Laboratório de Neuroproteômica da Universidade Estadual de Campinas (LNP-Unicamp) com o Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ICB-UFRJ) e o Instituto D’Or de Pesquisa e Educação (IDOR).

Para alcançar esses resultados, o estudo envolveu dois tipos de ensaio. “Verificamos o impacto das infecções em um modelo bidimensional, onde as células só se dividem e permanecem em um estágio inicial, e em um modelo tridimensional, que simula conexões do sistema nervoso repleto de sinais e estímulos para as células jovens se transformarem em neurônios, por exemplo”, explica Juliana Minardi Nascimento, uma das autoras responsáveis pelo artigo. A bióloga destaca que a análise em dois modelos é importante para esclarecer aspectos relevantes da infecção em momentos diferentes da vida celular. “A ideia do estudo surgiu exatamente destas perguntas: como as células que estão apenas proliferando serão afetadas? O processo é diferente quando elas recebem um gatilho para se diferenciar e formar o sistema nervoso?”, diz Nascimento.

Cada modelo foi dividido em grupos e infectado com uma de três linhagens virais: o vírus causador da Dengue e duas variedades do Zika – a cepa africana e a brasileira. Após um período de exposição aos vírus, as células infectadas passaram por um processo para separar as proteínas presentes em cada amostra e verificar se a presença desses organismos foi capaz de desencadear mudanças na atividade e na composição celular. “Buscamos identificar mudanças proteicas que sempre ocorrem quando há uma certa infecção nesses tipos celulares, o que chamamos de fingerprinting, ou impressão digital”, explica Nascimento.

Segundo Daniel Martins-de-Souza, coordenador do LNP e do estudo, o grande diferencial deste trabalho consiste na análise do efeito que a linhagem brasileira do Zika vírus pode desencadear no desenvolvimento do sistema nervoso central. “A comparação desses três vírus nos mostrou que o impacto do Zika brasileiro nas células neurais é tão diferente dos daquele causado pela linhagem africana que o perfil das células infectadas com a Dengue ficou mais parecido com aquelas expostas ao Zika africano do que com as que foram infectadas com o Zika brasileiro”, explica o pesquisador.

A infecção por Zika vírus se mostrou capaz de alterar a produção de proteínas importantes para a formação, a sobrevivência e a comunicação das células infectadas desde o começo de seu desenvolvimento, o que, quando projetado em um sistema vivo, mostra potencial para prejudicar seriamente a formação do sistema nervoso. “No modelo bidimensional, vimos que as células infectadas pelo Zika entendem que algo vai dar errado, param o ciclo celular e não proliferam mais”, explica a pesquisadora. “Além disso, a reparação de danos ao DNA, a reserva de energia e o posicionamento das células no cérebro também são prejudicadas. Em conjunto, essas mudanças mostram que o Zika vírus pode impedir que as células neurais imaturas proliferem e pode até levá-las a morte”, continua.

O texto destaca que essas modificações podem ser decisivas principalmente para o desenvolvimento fetal, já que, ao infectar uma pessoa grávida, o Zika tem a capacidade de atravessar as proteções do útero e atingir o feto em crescimento – e essa característica está ligada principalmente à linhagem brasileira do vírus. “Se, ao ser infectado, o cérebro fetal não consegue se desenvolver e as células neurais não proliferam e diferenciam corretamente, isso pode levar a malformações no sistema nervoso da criança”, explica Juliana Nascimento. A autora conta ainda que outras doenças neurológicas, como a síndrome de Guillain-Barré, também podem ser desencadeadas como consequência dessas infecções, uma vez que são relacionadas a variações semelhantes nas células neurais.

Segundo Daniel Martins-de-Souza, esses resultados preliminares têm potencial para favorecer a compreensão, a prevenção e o tratamento dessas doenças. “A longo prazo, as proteínas e vias que estamos descrevendo pela primeira vez podem passar a ser alvos para medicamentos ou até modulações que pudessem vir a prevenir a microcefalia e outras malformações neurológicas em mães infectadas por Zika”, diz. “Estamos levantando muitas hipóteses, mas precisamos fazer vários estudos para comprovar essas hipóteses. A gente já sabe bastante sobre a morfologia macroscópica do cérebro microcefálico, mas a gente ainda sabe pouco sobre essa infecção com a linhagem do Zika vírus brasileiro e como ela pode levar à microcefalia”, finaliza o pesquisador.

(Fonte: Agência Bori)

Alterações climáticas e exploração da Amazônia impactam conhecimento meteorológico popular em quilombo no Pará

Ourém, Pará, por Kleber Patricio

Foto: Cayambe/Wikimedia Commons.

A escalada de exploração predatória vem impactando a construção e as características da meteorologia de povos e comunidades tradicionais da Amazônia. É o que aponta estudo publicado no Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi Ciências Humanas na segunda (15). A pesquisa baseia-se em entrevistas e observação participante com a população agricultora e pescadora do quilombo Mocambo, em Ourém, no estado do Pará, a fim de avaliar sua percepção sobre variabilidade e mudanças climáticas no local.

Além da indústria de mineração de seixo, o intenso fluxo de caminhões e carretas para o escoamento da produção tem gerado uma reação em cascata: a destruição de nascentes, a contaminação de igarapés e o assoreamento do rio Guamá impactam o modo de vida no território quilombola. Esses são também lugares de memória, de convívio entre humanos e não humanos, como insetos e vegetais, cujo comportamento pode inclusive se relacionar a determinado padrão atmosférico, sendo uma referência para as observações meteorológicas.

A meteorologia popular é uma expressão da conexão dos povos de Ourém (PA) com a natureza. Ela também expressa, além de crenças religiosas, conhecimentos baseados em aspectos meteorológicos, fotometeorológicos, astronômicos, hidrológicos e pedológicos. Segundo a pesquisadora Lene da Silva Andrade, especialista em Gestão em Sistemas Agroextrativistas para Territórios de Uso Comum na Amazônia (GESAM) da Universidade Federal do Pará (UFPA), mestranda no Programa de Pós-Graduação em Diversidade Sociocultural (PPGDS) do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e uma das autoras do estudo, esses conhecimentos, apoiados no convívio e na acurada observação do meio ecológico e atmosférico, garantiram e garantem a manutenção das diversas formas de vida e das atividades produtivas da comunidade.

“Em muitas atividades produtivas, como no caso da agricultura ou pesca de subsistência, extremamente dependentes do tempo e clima, esse ‘tempo ambiental’ (e observado) pauta muitas das atividades realizadas no decorrer da preparação da terra, plantio e colheita da mandioca, por exemplo”, afirma. Andrade também pontua que as comunidades locais são integradas por pessoas pretas, procedentes da diáspora africana, trazidas para Amazônia para o trabalho forçado, sobretudo para o duro trabalho agrícola, e tiveram que conhecer e se adaptar ao tempo e clima amazônico talvez bastante distinto de suas terras natais.

De acordo com Andrade, compreender outras formas de interpretação da dinâmica dos fenômenos atmosféricos, oriundos de pessoas pretas, cuja existência e saberes são frequentemente desconsiderados, é um passo importante para a valorização dessas comunidades. As questões climáticas, que têm um vínculo direto com os impactos ambientais antrópicos, estão no centro dos debates internacionais. Neste sentido, a diversidade de conhecimentos, sejam sistemáticos ou oriundos da tradição dos povos locais, pode representar um importante papel no gerenciamento dos efeitos do tempo e do clima, bem como na mitigação e adaptação a impactos provocados por variações e mudanças atmosféricas.

O estudo também apresenta como a meteorologia popular pode ainda inspirar e nutrir a busca por novas pesquisas. O conhecimento local é uma boa ferramenta e fonte de estudos, com grande importância também no monitoramento climático da Amazônia. No entanto, ainda há poucos dados observacionais procedentes de estações meteorológicas que abastecem a modelagem do tempo e clima na região. “Essas ausências de dados influenciam nos resultados de análises e predições desses modelos atmosféricos matemáticos. O conhecimento empírico local, mais do que validar resultados de modelos, é uma forma de análise e previsão do tempo e clima. Talvez ele necessite da devida valorização e conhecimento nos meios de pesquisa e acadêmicos para assumir o devido protagonismo, inclusive em debates que pautam essa temática”, aponta a pesquisadora.

(Fonte: Agência Bori)

Galeria Mario Cohen apresenta “Naturalis”, exposição da artista visual Elaine Pessoa

São Paulo, por Kleber Patricio

“Los Cerros”, 2019, Elaine Pessoa. Foto: divulgação.

A Galeria Mario Cohen apresenta, de 23 de agosto a 30 de setembro, a exposição “Naturalis”, da artista visual Elaine Pessoa. Com trabalhos expostos em acervos de diversos países, como Japão, EUA, França, Itália e Romênia, Elaine tem sido apontada como um dos novos talentos da fotografia nacional. A artista já coleciona quatro prêmios, com destaque para o Prêmio Miolo, em 2015, de melhor publicação fotográfica com o livro “Tempo Arenoso” – trabalho que faz parte do acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo e estará na próxima edição da Arca SP-Arte, em final de agosto.

Com curadoria de Mario Cohen e da própria artista, a exposição traz, pela primeira vez, as Séries Naturalis, Arabutã e Tacomaré juntas. Elas baseiam-se no trabalho de pesquisa do território brasileiro pelos primeiros exploradores e seus registros em desenhos, em especial dos naturalistas alemães Martius e Spix, dialogando com fundos de fotografia. O trabalho faz uma reflexão do colonialismo no Brasil e suas ondas exploratórias, do Pau-brasil (Arabutã) à cana-de-açúcar (Tacomaré).

Elaine Pessoa, “Naturalis III”, 2019.

Uma das 20 obras que estarão na mostra, “Naturalis I”, esteve na SP-Arte da edição de maio deste ano e foi selecionada pelos curadores Gabriel Perez-Barreiro (Preview.art) e Adrian Locke (The Royal Academy) numa apresentação para a Delfina Foundation e Galeria Gasworks, ambas de Londres. Outras 12 serão expostas pela primeira vez. A mostra reúne ainda 22 trabalhos de duas outras séries de Elaine Pessoa, “Los Cerros” e “Nimbus”.

As obras serão comercializadas em tiragens de 4 ou 5 unidades, por valores a partir de R$8.000,00. Artista em ascensão no mercado, o momento marca ainda a primeira indicação de Elaine Pessoa ao Prêmio Pipa 2022, mais importante prêmio brasileiro das artes visuais e o convite para participar de uma residência em Lisboa, no Hangar Centro de Investigação Artística.

Sobre a exposição

“Naturalis”, que dá nome à exposição, é também a série fotográfica que teve como ponto de partida um diálogo entre a fotografia produzida em estúdios e os desenhos científicos de paisagens feitos por antigos viajantes. Para a artista, a junção destas duas matérias visuais constitui em grande medida a memória visual conhecida de uma paisagem brasileira fantástica dos séculos XVIII e XIX. Assim, a intenção é recriar criticamente imagens de uma paisagem que habitou o chamado pré-fotográfico. As obras recebem tratamento em impressões reluzentes de papéis com uma cromia em ouro ou prata.

“Nimbus 59”, Elaine Pessoa, 2015.

Mais duas séries compõem a mostra, “Arabutã” e “Tacomaré”, em que a artista, a partir de descrições desenhadas pelos naturalistas, concentra-se na questão de como a Mata Atlântica foi devastada, primeiro pela extração desmedida do pau-brasil (Arabutã), o primeiro ouro brasileiro, e depois pela plantação de cana-de-açúcar (Tacomaré), o chamado segundo ouro do Brasil.

Já as séries “Nimbus” e “Los Cerros”, também presentes na exposição, são trabalhos fotográficos de observação da paisagem na Serra da Bocaina e da região de Huichaira, em Jujuy, Argentina, respectivamente. Esta última, desenvolvida durante uma residência que a artista participou no Museo em los Cerros.

Sobre a artista Elaine Pessoa | Artista Visual representada pela Galeria Mario Cohen, vive e trabalha em São Paulo. Pós-Graduada em Fotografia pela FAAP/SP. Sua produção mais recente é dedicada à pesquisa de um hibridismo entre linguagens visuais, aplicada ao imaginário da paisagem. Fotolivros publicados: “Tempo Arenoso” (2015); “Nimbus” (2016); “Paysages” (2017); “100 # fim” (2019) e “Los Cerros” (2020). Prêmios: Artist of the Month, Art from Heart, Londres (junho 2021); Prêmio Miolo de Melhor Publicação Fotográfica com “Tempo Arenoso” (2015); Prêmio Aquisição no Salão de Artes Visuais de Vinhedo (2013); e Menção Especial na 5ª Bienal Nacional de Gravura Olho Latino (2011). Indicada ao Prêmio Pipa 2022.

Sobre a Galeria Mario Cohen | A Galeria, aberta em 2000, no Rio de Janeiro, foi a primeira da América Latina a dedicar um espaço exclusivamente para valorização da fotografia como expressão artística, instalando-se em São Paulo em 2015. Em sua vida profissional, Mario Cohen usou a arte e a cultura como forma de agregar valor, sendo responsável, além da Coleção Pirelli/MASP, pela criação do Museu da Língua Portuguesa, do Auditório Ibirapuera com sua escola de música, do Prêmio Tim para Música Brasileira e do Tim Festival, entre outros.

Serviço:

Exposição Naturalis

Abertura: 23 de agosto das 19h às 22h

Período: de 24 de agosto a 30 de setembro de 2022

Local: Galeria Mario Cohen – Rua Joaquim Antunes, 177 cj 12, Pinheiros, São Paulo (SP)

Funcionamento: terça a sexta, das 11h às 19h; aos sábados das 11h às 17h

Entrada gratuita

(Fonte: Suporte Comunicação)