Notícias sobre arte, cultura, turismo, gastronomia, lazer e sustentabilidade

Inscreva seu e-mail e participe de nossa Newsletter para receber todas as novidades

Filme sobre Maria Bethânia chega aos cinemas no dia 1º de setembro

Brasil, por Kleber Patricio

Still de “Maria – Ninguém Sabe quem Sou Eu”.

São 57 anos de carreira, 76 de idade, muitos filmes, inúmeros discos e shows, uma quantidade incalculável de entrevistas – e mesmo assim, a impressão é de que conhecemos muito pouco Maria Bethânia. O jornalista e roteirista Carlos Jardim partiu desse ponto de vista para dirigir e fazer o roteiro de “Maria – Ninguém Sabe quem Sou Eu”, que chega aos cinemas no dia 1º de setembro. E quem desvenda essa personalidade única no cenário cultural brasileiro é a própria cantora: só Bethânia fala sobre Bethânia no longa, num depoimento inédito e exclusivo gravado no teatro do Hotel Copacabana Palace. Entre as falas, imagens raras garimpadas nos arquivos da TV Globo e da TV Bahia, afiliada da Globo, como ensaios do show antológico que Bethânia e Chico Buarque fizeram em 1975, e do espetáculo que a cantora e o irmão Caetano Veloso realizaram em 1978. Há ainda registros de “A hora da estrela”, de 1984, baseado na obra de Clarice Lispector.

Ao longo de 100 minutos, Bethânia fala sobre assuntos importantes na sua trajetória, como a paixão pelo palco, a força de sua presença em cena, fé e religiosidade, a ligação de amor com a mãe (“que privilégio ser filha de minha mãe, Dona Canô”) e o pai, Seu Zezinho (“Um trabalhador brasileiro, funcionário público honrado. Apaixonado por poesia!”) e o irmão Caetano Veloso (“Caetano é mestre do meu barco desde que eu nasci. Ele me ensinou a andar, a dar os passos”). A cantora fala ainda sobre a importância da literatura em seus trabalhos e sobre três escritores que admira e fazem parte de seu repertório: Fernando Pessoa, Clarice Lispector e Mia Couto. E, claro, aparece declamando textos destes três mestres.

“Maria – Ninguém Sabe quem Sou Eu” conta com a participação mais que especial da atriz Fernanda Montenegro, que narra cinco textos marcantes sobre Bethânia, ilustrados com imagens registradas por fãs-fotógrafos da cantora, que o diretor do filme garimpou nas redes sociais dos fã-clubes de Bethânia. São textos escritos por Ferreira Gullar, Nelson Motta, Fauzi Arap, Caio Fernando Abreu e Reynaldo Jardim, este último autor do livro “Bethânia guerreira guerrilha”. A cantora revela no filme que, por conta do livro e de ter feito o “Opinião”, foi presa de madrugada em casa durante a ditadura militar e levada para o DOPS (Departamento de Ordem Pública e Social), usada como polícia política dos militares.

Entre as cenas de ensaios e shows da artista, grandes sucessos de sua carreira como “Olhos nos olhos” (Chico Buarque), “É o amor” (Zezé di Camargo), “Gita” (Raul Seixas”), “Amor de índio” (Beto Guedes) e “Álibi” (Djavan).

Sinopse | O filme é um depoimento inédito e exclusivo de Maria Bethânia para o diretor e roteirista Carlos Jardim, entremeado por imagens raras de ensaios e shows da cantora ao longo de seus 57 anos de carreira. A atriz Fernanda Montenegro narra cinco textos de autores como Ferreira Gullar e Caio Fernando Abreu sobre a importância de Bethânia no cenário cultural brasileiro.

Teaser: acesse aqui.

“Maria – Ninguém Sabe Quem Sou Eu”

Brasil, 2022, 100 min.

Argumento, roteiro e direção: Carlos Jardim

Supervisão de pesquisa: Luciana Savaget

Produção: Turbilhão de Ideias

Coprodução: Globo Filmes, GloboNews, Canal Brasil, Noticiarte Produções

Distribuição: Arteplex Filmes

Sobre o diretor Carlos Jardim

Há mais de 20 anos na TV Globo, Carlos Jardim integrou o time de roteiristas da nova versão da “Escolinha do Professor Raimundo”, temporadas 2019 e 2020, exibidas na Globo e no Canal Viva. Também participou da equipe de criação do programa “Encontro com Fátima Bernardes”. Atualmente é Chefe de Redação da GloboNews. Na Globo, trabalhou no “Jornal Nacional” e no “Fantástico”. Conquistou vários prêmios importantes, como o Emmy Internacional de 2011 pela cobertura no JN da ocupação do Conjunto de Favelas do Alemão, no Rio de Janeiro. Em 2018, chegou a finalista do Emmy Internacional com a cobertura na GloboNews de uma rebelião em presídios no Rio Grande do Norte.

É o idealizador e um dos autores de um espetáculo musical de teatro sobre Thiago Soares, o bailarino brasileiro de maior projeção no exterior, e que chegou a primeiro bailarino no Royal Ballet de Londres. “Thiago Soares – Um sonho real”, escrito por Carlos Jardim em parceria com Flavio Marinho e Angela Chaves, tem direção de João Fonseca e estreia prevista para o primeiro semestre de 2023.

Carlos Jardim também é codiretor e co-roteirista, ao lado de Felipe Sholl, do filme “Textos cruéis demais – e as respostas que não ouvi”, baseado no best-seller “Textos cruéis demais para serem lidos rapidamente”, de Igor Pires, que vendeu 470 mil exemplares e tem mais de quatro milhões de seguidores nas redes sociais. O filme – produzido por TV Zero e Raccord – tem previsão de estreia em 2023.

Este mesmo livro é a base do espetáculo de teatro “Textos cruéis demais – a peça”, idealizado e escrito por Carlos Jardim. Com direção de Gilberto Gawronski e direção musical de Liliane Secco, o espetáculo tem previsão de estreia em novembro deste ano.

(Fonte: Trombone Comunica)

SESC Pompeia recebe dramaturgia de Grace Passô para Medeia, “Mata teu Pai, ópera-balada”

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: Angelica Goudinho.

E se a história de Medeia, de Eurípedes, ganhasse novos contornos? Esse foi o ponto de partida para que a diretora, dramaturga e atriz Grace Passô subvertesse o texto clássico, ampliando as discussões sobre a condição da mulher hoje. O resultado pode ser visto no espetáculo “Mata teu Pai, ópera-balada”, que estreia no Espaço Cênico do SESC Pompeia na quarta-feira, dia 17 de agosto, às 20h30. Com direção de Inez Viana, a peça segue em temporada até sexta-feira, dia 9 de setembro, com apresentações de terça à sexta, às 20h30. Entretanto, a sessão da sexta, dia 19 de agosto, será transferida para o sábado, dia 20 de agosto, às 20h30.

O trabalho marca a estreia da cantora baiana Assucena no teatro. É ela quem interpreta a icônica Medeia, dividindo o palco com outras quatro atrizes e cantoras: Aivan, Eme Barbassa, Joana dos Santos e Warley Noua.

Dessa forma, a obra amplia as reflexões sobre o feminino e o sentimento de pertencimento, em um período fortemente marcado pelas reivindicações das minorias sociais. “Causas como preconceito, discriminação racial e de gênero, xenofobia e sexismo passaram a pautar o cotidiano. E, na peça, Medeia vivencia tudo isso, além da transfobia. Precisamos olhar para o passado para analisar e/ou criticar comportamentos sob uma nova ótica e, com isso, trazer à tona reflexões para provocar mudanças efetivas na sociedade”, defende Inez.

Um olhar expandido sobre o feminino

Na trama de “Mata teu Pai, ópera-balada”, Medeia peregrina entre os escombros de uma cidade e sente na pele a condição de imigrante e excluída. Seu caminho é atravessado por outras mulheres expatriadas de diferentes culturas e localidades – uma síria, uma cubana, uma judia e uma haitiana –, de maneira que se cria uma forte cumplicidade entre elas. Esse grupo unido passa a questionar a sociedade, com sua violência e intolerância institucionalizadas.

A encenação também envolve uma personagem paulista, que representa o conservadorismo e o capitalismo. Ela não é interpretada por nenhuma atriz e sim, por um coro.

Essa jornada se destaca por um processo de autoconhecimento. “Ao contrário do texto original, Medeia entende que Glauce, a filha de Creonte, é tão oprimida quanto ela, por isso não merece a morte. Afinal, ambas foram fundamentais para os homens da narrativa crescerem como seres humanos, e, mesmo com os seus sacrifícios, foram usadas e traídas por eles. Por isso, quem deve morrer é Ele, fazendo uma alusão direta ao patriarcado”, conta a diretora.

Outra importante mudança introduzida por Grace Passô está relacionada às filhas da trágica personagem grega. Na montagem, as meninas não são representadas por nenhum objeto, atriz ou boneca, quem cumpre esse papel é o público. “Os espectadores da Medeia assistem ao espetáculo com a expectativa de vê-la ‘matando’ as crianças, porque é nesse momento que acontece a catarse. Mas, desta vez, o impacto do ato será muito maior, pois as pessoas verão o trabalho sabendo que irão ‘morrer’ em algum momento”, acrescenta.

Uma ópera-balada

A peça é um desdobramento de “Mata teu Pai”, espetáculo que estreou em 2017 com Debora Lamm no papel principal. Desta vez, a música ganhou muita importância, tornando-se quase uma protagonista.

A obra se transformou em uma ópera-balada, gênero que se originou no início do século 18 e mescla melodias em estilo popular (pré-existente ou recém-composta) com diálogo falado.

Assim, parte do texto de Grace se tornará um libreto criado pelo compositor Vidal Assis.  Ele compôs 11 movimentos, executados ao vivo pelo musicista Barulhista junto às atrizes e cantoras.

Sinopse | Grace Passô concebeu uma livre adaptação do mito da feiticeira grega, Medeia, subvertendo-o e criando um debate sobre a condição da mulher na atualidade. Na trama, a personagem-título, interpretada por Assucena, vive em meio aos escombros de uma cidade por onde peregrina e encontra outras mulheres de diferentes nacionalidades – síria, cubana, judia, haitiana e paulista – e vê a si mesma na condição de imigrante e excluída. Nessa jornada, ela percorre um caminho interior, onde decide que quem tem que morrer é Ele, fazendo uma alusão direta ao patriarcado.

Ficha Técnica

Dramaturgia: Grace Passô

Direção: Inez Viana

Composições originais: Vidal Assis

Direção Musical e músico convidado: Barulhista

Performance Medeia: Assucena

Participação Especial: Aivan

As Vizinhas: Eme Barbassa, Joana dos Santos e Warley Noua

Interlocução Artística: Fabiano Dadado de Freitas

Iluminação: Sarah Salgado

Cenário: Ailton Barros

Figurino: Kleber Montanheiro

Programação Visual: Andre Senna

Assessoria de Imprensa: Marcia Marques, Canal Aberto

Direção de Produção: Bem Medeiros

Produção Executiva: Marco Chavarri

Realização: Eu + Ela Produções Artísticas Me.

Serviço:

Mata teu pai, ópera-balada

De 17 de agosto a 9 de setembro*

De terça à sexta, às 20h30 | Exceto a sessão da sexta, dia 19/08, que será transferida para o sábado, dia 20/8

* sessão com tradução em libras no dia 8 de setembro.

Sesc Pompeia – Rua Clélia, 93 – Pompeia – São Paulo/SP

Duração: 60 minutos | Classificação: 14 anos | Capacidade: 60 lugares

Ingressos: R$5 (credencial plena/trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes), R$15 (pessoas com +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino) e R$30 (inteira).

Vendas de ingressos pelo portal do SESC SP (sescsp.org.br), a partir do dia 9/8, às 12h e nas bilheterias das unidades do SESC São Paulo e pela Central de Relacionamento Digital (centralrelacionamento.sescsp.org.br), a partir de 10/8, às 17h.

O local não dispõe de estacionamento.

Protocolos de segurança

O uso da máscara, cobrindo boca e nariz é recomendado. Se você apresentar os sintomas relacionados à Covid-19, procure o serviço de saúde e permaneça em isolamento social.

Para informações sobre outras programações, acesse o portal sescsp.org.br/pompeia.

Acompanhe nas redes:

instagram.com/sescpompeia

facebook.com/sescpompeia

twitter.com/sescpompeia.

(Fonte: Assessoria de Imprensa SESC Pompeia)

Um legado de 12 mil anos: saberes críticos das populações indígenas amazônicas para o bem viver

Amazônia, por Kleber Patricio

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil.

Por Eduardo Góes Neves, Simone Athayde e André Baniwa — Nos últimos 40 anos, estima-se que cerca de um quinto da Amazônia brasileira foi perdido para o desmatamento incontrolado, em um processo violento que gerou perdas irreparáveis nos ecossistemas que a compõem, bem como impactos dramáticos nos territórios e modos de vida de povos indígenas e comunidades locais. Tal destruição gerou pouca riqueza: do total impactado, menos de 20% tem uso eficiente e produtivo e 80% estão cobertos por pastagens degradadas ou de baixa produtividade e áreas abandonadas.

Esses números são ainda mais dramáticos quando se comparam as perdas dos últimos anos com a longa história de ocupação indígena e ribeirinha da Amazônia. Se as últimas décadas foram de destruição, os milênios de história indígena que antecederam a chegada dos europeus foram caracterizados pela transformação da natureza em um rico patrimônio biocultural. Esta transformação ocorreu com baixíssimo impacto sobre a floresta. De 1990 a 2020, enquanto as áreas privadas perderam 20,6% da vegetação nativa, territórios indígenas mantiveram 99% de sua floresta em pé, tornando-se uma barreira eficaz contra o desmatamento na Amazônia.

A Amazônia tem sido ocupada pelos ancestrais dos povos indígenas há pelo menos 12 mil anos. As evidências vêm da Bolívia, Brasil e Colômbia. Desde o início, essa história é marcada por manifestações singulares como, por exemplo, alguns dos mais antigos registros artísticos conhecidos nas Américas, preservados nas paredes de grutas na região de Cerro Azul, rio Guaviare, na Colômbia, e em Monte Alegre, no Pará. Do mesmo modo, esses primeiros habitantes se engajaram em práticas de cultivo e seleção de plantas que são consumidas até hoje, tais como a Castanha do Brasil. De fato, a Amazônia é reconhecida internacionalmente como um importante centro antigo e independente de geração de agrobiodiversidade em todo o planeta. Plantas como a mandioca e o cacau, para citar apenas dois exemplos, estão hoje dispersas pelo mundo, mas foram cultivadas inicialmente no oeste da Amazônia.

Tão intensa é a relação que os povos da floresta estabeleceram com as plantas ao longo de milênios de ocupação e manejo dos ecossistemas Amazônicos, que a própria composição atual das florestas foi modificada. Até o momento, 10 mil espécies de árvores na Amazônia foram descritas pelos cientistas, mas apenas 227 dessas espécies correspondem a quase metade de todas as árvores (Ter Steege et al. 2013). Conhecidas como “hiperdominantes”, tais espécies incluem plantas de grande importância econômica e simbólica como o açaí, paxiúba, seringueira, cacau etc. Evidências arqueológicas mostram que algumas dessas árvores são cultivadas e manejadas há milhares de anos, o que permite que se afirme que tais práticas históricas, repetidas ao longo de gerações, contribuíram para criar o padrão de hiperdominância contemporâneo (Levis et al. 2017). Desse modo, é impossível na Amazônia separar-se o patrimônio natural do patrimônio cultural.

A grande Amazônia – entendida aqui como a bacia Amazônica, as Guianas e a bacia do alto rio Orinoco – e os ecossistemas que a compõem são um patrimônio biocultural único, que resulta da interação dos povos da floresta com meio ambiente ao longo do tempo profundo, anterior à invasão e colonização por povos europeus. Hoje, este patrimônio é, em parte, resguardado dentro de áreas protegidas, terras indígenas, territórios quilombolas e outros territórios especialmente protegidos, embora haja restrições a sua ocupação em alguns tipos de unidade de conservação, como parques nacionais e reservas biológicas. Por esta razão, não deve existir uma contradição entre o estabelecimento de terras protegidas e a presença de populações tradicionais – indígenas, quilombolas, beiradeiras – nesses locais. Ao contrário, é a própria presença desses povos que pode assegurar a reprodução dos ambientes que se quer proteger.

Existem outras evidências de transformação da natureza pelos povos indígenas no passado. As terras pretas, que têm sua origem associada ao manejo de restos orgânicos por povos indígenas do passado, são solos muito férteis e bastante produtivos. Presentes em diferentes partes da Amazônia, começaram a se formar há cerca de 5.500 anos e se tornaram disseminados a partir de cerca de 2.000 anos. Terras pretas são hoje um recurso econômico importante, que cobre de 1 a 3% da Amazônia, as quais são utilizadas para o cultivo por diferentes populações humanas da Amazônia.

A arqueologia mostra também que os povos do passado viveram às vezes em aldeias tão grandes que poderiam ser chamadas de cidades. Esses locais estão associados à abertura de estradas pelas áreas de mata em extensões ainda não totalmente conhecidas. Os dados obtidos até o momento, no alto Xingu e no Acre no Brasil, mostram que ao longo dessas estradas ocorreu um processo de cultivo da floresta no qual algumas espécies de árvores, como bambus, foram substituídas por outras, como palmeiras. Trata-se, uma vez mais, de práticas de construir a vida na floresta diametralmente opostas às que se instalam no presente, quando a imensa biodiversidade das florestas é substituída pelo desmatamento, reduzindo a rica biodiversidade Amazônica a um número pequeno de espécies de plantas e animais não nativos.

Os sofisticados sistemas de conhecimento dos povos indígenas (bem como de outras populações locais, como comunidades quilombolas, ribeirinhas e beiradeiras) e os dados emergentes da arqueologia e dos sistemas de informações geográficas nos ensinam que a vida na Amazônia deve estar ligada à produção da diversidade e ao manejo da abundância, lições fundamentais para que esse riquíssimo patrimônio biocultural não seja irremediavelmente perdido.

Sobre os autores

Eduardo Góes Neves é arqueólogo, professor do MAE (Museu de Arqueologia e Etnologia) da USP (Universidade de São Paulo). Sua pesquisa procura mostrar como a Amazônia é um patrimônio biocultural resultante pelo manejo exercido pelos povos da floresta ao longo dos tempos. Eduardo é autor do capítulo 8 do Relatório de Avaliação da Amazônia 2021, produzido pelo Painel Científico para a Amazônia.

Simone Athayde é antropóloga ambiental, professora do Departamento de Estudos Socioculturais e Globais, e do Kimberly Green Centro de Estudos Latinoamericanos e Caribenhos da FIU (Universidade Internacional da Flórida). Sua pesquisa busca entender as interações entre diversidade biológica e cultural na Amazônia e suas implicações para a justiça e governança socioambiental. Autora do capítulo 10 do Relatório de Avaliação da Amazônia 2021, produzido pelo Painel Científico para a Amazônia.

André Baniwa é professor, escritor (Livro Bem-Viver e Viver Bem do povo Baniwa no noroeste da Amazônia Brasileira/2019 e 25 anos de Gestão de Associativismo da OIBI para o bem-viver Baniwa e Koripako/2018), empreendedor social (Educação: Escola Baniwa Pamáali, Economia Baniwa – Arte Baniwa, Pimenta Baniwa, e Patrimônio Cultural), ativista indígena brasileiro, uma liderança do povo Baniwa desde 1992, Vice-Presidente da OIBI (Organização Indígena da Bacia do Içana), estudante em fase de conclusão do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental/Centro Universitário Internacional Uninter. Autor do capítulo 32 do Relatório de Avaliação da Amazônia 2021, produzido pelo Painel Científico para a Amazônia.

(Fonte: Agência Bori – texto foi originalmente publicado no Nexo Políticas Públicas e na Agência Bori)

Castelo dos Vinhais realiza festa com banquete medieval

Vinhedo, por Kleber Patricio

Fotos: divulgação.

Com storytelling envolvente, o Castelo dos Vinhais, em Vinhedo (SP),será palco de uma festa temática para se transportar no tempo: uma festa medieval como nos tempos antigos, com música e banquete para os convidados do Rei e da Rainha. A Noite Medieval será nesta sexta-feira, 12 de agosto, a partir das 20h30, com programação diversa com bandas e muita música folk, cerveja com receita medieval, danças medievais, bebidas à vontade e banquete com ingredientes rústicos. Tudo para entrar no clima medieval, com festão no sistema all inclusive. Para se divertir e ir até fantasiado.

Em um reino distante, em meios aos vinhais de uma pacata cidade do interior, existe ali um castelo, grande, imponente, com um lindo jardim, cercado de perfumadas lavandas, com um bosque cheio de lendas e histórias. Tudo é guardado por seus portões de ferro fundido, muros de pedras rochosas e suas mais altas torres. Neste vilarejo, seus habitantes são pessoas simples, trabalhadores, que vivem felizes no povoado e pela beleza da natureza generosa que envolve a região.

O reino conhecido por Castelo dos Vinhais é muito famoso na região pela sua estrutura, suas festividades e um salão principal com lustres de cristais e vitrais que relatam histórias de seus cavaleiros da era medieval. Tudo rodeado por um lago que circunda a propriedade, que recebe em algumas noites grandes festas, banquetes fartos, música boa e diversão.

A proposta da Noite Medieval é que as pessoas entrem no clima e venham fantasiados da sua criatividade, com sua melhor roupa medieval. Cavaleiros e personagens medievais darão boas vindas aos convidados, que serão recebidos na entrada; assim como o Rei e a Rainha esperarão no Castelo a chegada de seus convidados. Um show de pirofagia dará início à festa.

A Banda Taberna Folk se apresenta no palco principal, seguida da Banda Rebels And Sinners, além de apresentações de danças e brincadeiras medievais que estarão sendo realizadas durante o evento. Alguns painéis instagramáveis trarão mais elementos para a diversão da noite.

Nas festas medievais, um dos desejos era poder participar do banquete real. Os banquetes eram formas de fazer alianças, tomar decisões e firmar acordos. Representavam uma forma de os senhores e vassalos estreitarem os laços de união, envolver a comunidade e disseminar algum alinhamento, fortalecer o pertencimento e amizade. Havia também as trocas de presentes entre anfitriões e convidados. Após os discursos, debates e comunicados oficiais do reino, davam início às danças, músicas e apresentações para divertir e entreter os convidados.

Nem só de guerras, religiões e trabalho viviam os homens medievais. O lazer era um componente cotidiano que servia para aliviar os conflitos e tensões, tudo regado a muitas cervejas artesanais. Tanto nobres quanto camponeses que frequentavam as tabernas tinham estes momentos de descontração.

No valor do ingresso já estão incluídos todos os itens do cardápio, buffet, bebidas e a programação completa da noite. O bar do evento oferece cerveja com receita artesanal do Castelo, da marca Belladorf, hidromel, vinho, drinks medievais (caipirinha de hidromel, a poção do feitiço, a poção do guerreiro e o drink do rei Arthur, tudo para entrar na brincadeira) além de chás, sucos e água. Cardápio de entradinhas e jantar ao estilo banquete medieval também incrementam a experiência. O cardápio pode ser conferido em detalhes no link do evento: https://castelodosvinhais.com.br/noite-medieval/.

Algumas informações importantes: as mesas são por ordem de chegada em formato de banquete. Os carros podem utilizar o estacionamento interno pelo custo de R$20,00 (compra e reserva feita pelo Sympla). Não há recebimento de pagamento no dia do evento. Tudo é reservado com antecedência através do Sympla e para entrar é exigida a apresentação do voucher de reserva.

Serviço:

Noite Medieval do Castelo Dos Vinhais com banquete

Data: 12/8 das 20h30 às 1h30

Endereço: Rua Arnaldo Roque Brisque, 301, Altos do Morumbi, Vinhedo – SP

Reservas pelo sympla: https://www.sympla.com.br/evento/noite-medieval-banquete-dos-reis-e-rainhas/1655370

Valor do ingresso: Convite Individual, adulto R$350,00 (+ R$35,00 taxa)

Criança de 6 a 10 anos, paga meia, R$175,00 (+ R$17,50 taxa)

Estacionamento: R$20,00 (+ R$2,50 taxa)

Criança até 5 anos não paga

Contato da organização do evento: WhatsApp (19) 9.9732-6002.

(Fonte: Confraria da Informação)

Projeto Sonâncias recebe o saxofonista Felipe Salles

Campinas, por Kleber Patricio

Foto: Jeff Schneider.

Saxofonista, arranjador, professor e band leader brasileiro radicado nos Estados Unidos, Felipe Salles é o convidado mais do que especial da terceira edição do projeto Sonâncias, que acontece em 13 de agosto (sábado), às 20 horas, na Sala Bebeto von Buettner da Chorus Escola de Música, em Campinas (SP). Ele se apresenta ao lado do guitarrista Fernando Baeta e do pianista Guilherme Ribeiro, idealizadores do Sonâncias, com um repertório dedicado à música de Minas Gerais com composições de Milton Nascimento, Lô Borges, Toninho Horta e Beto Guedes. Os ingressos estão à venda ao valor antecipado de R$40,00 – no dia o preço será R$50,00.

Natural de São Paulo, Felipe Salles é professor livre docente do Departamento de Jazz da Universidade de Massachusetts Amherst, nos Estados Unidos, onde leciona desde 2010. Porém, desde 1995 atua no cenário musical norte-americano, tendo trabalhado e gravado com importantes nomes da música internacional, como o trompetista Randy Brecker, os saxofonistas David Liebman e Jerry Bergonzi, os guitarristas Lionel Loueke e Chico Pinheiro, o pianista Jovino Santos Neto, a cantora Luciana Souza e a dupla Bob Moses, entre outros.

Ao longo de uma bem-sucedida carreira, recebeu importantes prêmios, tais como South Arts Jazz Road Creative Residency Grant Fellowship (2021), Guggenheim Foundation Fellowship in Composition (2018), NALAC Fund for the Arts Grant (2015), French American Jazz Exchange Grant (2009-2010) e CMA New Works (2005-2006).

Como compositor e arranjador, teve seus trabalhos executados por importantes artistas, orquestras e grupos dos Estados Unidos e da Europa. Entre eles, estão a Metropole Orchestra e o saxofonista Arno Bornkamp (Holanda); UMO Helsinki Jazz Orchestra, Helsinki Philharmonic Violas e Meta4 String Quartet (Finlândia); e Westchester Jazz Orchestra, Manhattan School of Music Jazz Philharmonic Orchestra, New England Conservatory Jazz Orchestra e Cayuga Chamber Orchestra (EUA).

Projeto Sonâncias – Guilherme Ribeiro e Fernando Baeta. Foto: Levi Macedo Lima.

Lançou nove álbuns elogiados pela crítica especializada. Destaque para “Departure” (2012), que recebeu quatro estrelas da revista DownBeat e fez parte da lista dos melhores álbuns do ano da publicação em 2013; “Ugandan Suite” (2014), elogiado pelo guitarrista Lionel Loueke (“Este é um dos melhores trabalhos progressivos que já ouvi há muito tempo. Que ótima mistura de música clássica, africana e jazz”, disse o músico); “Varanda” (2017), com o coletivo de jazz brasileiro The Reunion Project; e os dois CDs que gravou com sua big band, “The Felipe Salles Interconnections Ensemble”, “The Lullaby Project and Other Works for Large Jazz Ensemble” (2018) e “The New Immigrant Experience” (2020).

Felipe Salles é bacharel em música pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde se graduou em 1994; mestre em Jazz Performance pela New England Conservatory (Boston, 1997-1998) e doutor em Jazz Arts Advancement pela Manhattan School of Music (Nova York, 2005).

O projeto

O projeto Sonâncias foi lançado em 9 de abril de 2022 por iniciativa do arranjador, guitarrista e produtor musical Fernando Baeta e do pianista, acordeonista, compositor e arranjador Guilherme Ribeiro, com apoio da Chorus.  Além de marcar a retomada de uma parceria musical que marcou época no extinto bar e restaurante Estação Santa Fé entre 1999 e 2007, o Sonâncias tem como objetivo contribuir para a vida cultural de Campinas, trazendo convidados especiais e diferentes repertórios.

Na primeira edição, apresentaram-se os dois idealizadores. Já na segunda, realizada em 11 de junho, os convidados foram o cantor Mateus Sartori e o saxofonista Guto Lucena.

Chorus Gourmet

Os shows do projeto Sonâncias são divididos em duas partes de 40 minutos cada, em média. No intervalo das apresentações estará em funcionamento o espaço Chorus Gourmet, com a venda de comidinhas e bebidinhas para que o público possa confraternizar e conversar com os músicos. O cardápio é assinado pela nutricionista Luciana Benjamim e é diferente a cada edição. No dia 13 de agosto, o menu será Capeletti in brodo, vinho, suco e cerveja.

Serviço:

Sonâncias – Fernando Baeta & Guilherme Ribeiro convidam Felipe Salles

Data: 13 de agosto de 2022 (sábado)

Horário: 20 horas

Onde: Sala Bebeto von Buettner da Chorus Escola de Música (Avenida José Bonifácio, 2.304, Jardim das Paineiras, Campinas, SP)

Capacidade: 60 pessoas

Ingressos: R$40,00 (antecipado até o dia 12/6, às 18 horas) e R$50,00 (no dia – a partir das 18h30)

Reservas: WhatsApp (19) 99213-8954, com pagamento via transferência bancária (banco Itaú – Ag. 4957 – CC 00904-9) ou PIX (19 99213 8954). O comprovante deve ser enviado pelo WhatsApp ou pelo e-mail chorus@chorusmuisc.com.br com o assunto “Sonâncias – Show 13/06”

Formas de pagamento aceitas no dia do evento:

– Dinheiro

– Cartão de débito e

– PIX 19 99213 8954

Canal de Felipe Salles no YouTube: https://www.youtube.com/user/sallesjazz/featured.

SAIBA MAIS

Sobre Guilherme Ribeiro | Pianista, acordeonista, compositor e arranjador, Guilherme Ribeiro é natural de Santos (SP). Mestre em Performance Musical pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e bacharel em Música Popular pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), atuou ao lado de importantes nomes da música, tais como Paulo Moura, Raul de Souza, Maurício Einhorn, Gabriel Grossi, Jamil Maluf (Orquestra Experimental de Repertório), Isaac Karabtchevsky (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp), Fabiana Cozza, Dominguinhos, João Donato, Mariana Aydar, Céu, Luiz Tatit, O Teatro Mágico, Zizi Possi, Virgínia Rosa e Titãs. Tocou em festivais internacionais como Montreal Jazz Festival, no Canadá; North Sea Jazz Festival, na Holanda; JVC Jazz Festival, na França; Sfinks, na Bélgica; Coachella, nos EUA; e National Arts Festival Makhanda e South Africa Association for Jazz Education, na África do Sul. Possui sete discos de carreira: “Calmaria” (2010), “Que se Deseja Rever” (2012), “A Deep Surface” (2013, lançado na Europa), “Tempo” (2015), “Facing South” (2019, lançado na África do Sul) e “NUUU!” (2019, com o trio Marés, lançado na Europa). É professor de piano, acordeom, contraponto e prática de bandas na Faculdade Souza Lima e na Emesp Tom Jobim, ambas em São Paulo. Desde 2012 ensina acordeom e música brasileira no Arcevia Jazz Feast, na Itália. Em 2020, por meio de uma bolsa Fulbright, atuou como professor visitante na Jacobs School of Music da Universidade de Indiana, nos EUA. Em janeiro de 2022 atuou como arranjador e professor do 1º Festival de Verão de Campos do Jordão. É diretor artístico da Orquestra Anelo, big band de jazz do Instituto Anelo, projeto social localizado na cidade de Campinas, atuando como regente e arranjador.

Sobre Fernando Baeta | Fernando Baeta é natural de Viçosa (MG). Iniciou os estudos musicais aos 9 anos, no Conservatório Musical de sua cidade natal, onde aprendeu violão erudito. Aos 11 anos, ganhou sua primeira guitarra. Após experiência em diversas bandas de rock and roll, em 1994 mudou-se para Belo Horizonte com o objetivo de se preparar para o vestibular do Curso de Música Popular da Unicamp. Desde 1999 atua como guitarrista profissional, arranjador e produtor musical em Campinas e região. Em 2015, ingressou como bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), desenvolvendo caixas acústicas para pessoas com deficiência auditiva severa, além de uma pesquisa sobre a audição musical por surdos. Atuou por 15 anos na banda Ungambikkula e hoje tem um projeto de construir um estúdio para produção musical voltada para a saúde emocional e psíquica do ser humano.

Sobre a Chorus | A Chorus Escola de Música foi fundada em 1993 e tornou-se referência na cidade de Campinas pela seriedade no ensino musical, pela qualificação de seus professores e pela variedade de oportunidades oferecidas aos alunos para motivá-los. Oferece cursos de musicalização infantil, teclado, piano, violão individual e em grupo, guitarra, cavaquinho, contrabaixo, canto, saxofone, trombone, clarinete, flautas doce e transversal, acordeom, violino, bateria e percussão popular, prática de banda, harmonia, pré-vestibular e cursos especiais para a Idade Legal. Para que os alunos tenham oportunidade de mostrar seu desenvolvimento e ganhar intimidade com o palco, a Chorus promove atividades diversas, desde pequenas apresentações em sua sala de eventos, a Sala Bebeto von Buettner, até shows em espaços externos e auditórios. É filiada ao CAEM – Central de Apoio às Escolas de Música do Brasil. Sua diretora e fundadora, Rosa Maria, é formada em Piano pelo Conservatório Musical Campinas e Licenciatura e Educação Musical pela Universidade Federal de São Carlos. Fez especialização em órgão de pedaleira completa com a professora Daise Aguiar, além de ter estudado estruturação, grafia, elementos musicais e harmonia com o maestro Cláudio Stephan. Iniciou os estudos de piano popular com Hilton Valente e, em 1988, ingressou no CLAM, a escola do Zimbo Trio, onde estudou com Nelson Panically. Mesmo após a criação da Chorus, Rosa deu prosseguimento aos estudos de piano, tendo como professores importantes nomes do cenário musical de Campinas, como Bebeto Von Buettner (1947-2014), Albano Sales, Rafael dos Santos e Marco Ferrari (1953-2015). Em 1995, desenvolveu, junto com a professora Suzel Mega de Oliveira, o Método para Teclado “Musik” que, atualmente, é adotado por várias escolas no Brasil. Divide seu tempo entre aulas, direção da escola, apresentações e monitoria do Sopro Novo Yamaha, programa para formação de professores de flauta doce.

(Fonte: Lalá Ruiz Assessoria de Imprensa)