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Museu Afro Brasil celebra 20 anos com três exposições que homenageiam a cultura e a resistência afro-brasileira

São Paulo, por Kleber Patricio

Uma História do Poder na África. Banco Mbombo – Artista Luba não identificado – República Democrática do Congo. Fotos: Museu Afro Brasil.

No dia 23 de outubro de 2004, Emanoel Araujo (1940–2022) inaugurava o Museu Afro Brasil, um momento essencial para a valorização das contribuições africanas e afro-diaspóricas para a formação do país. Desde então, o museu tornou-se um espaço de memória, resistência e criação, voltado para o reconhecimento das lutas, conquistas e legados do povo negro.

Em comemoração ao seu 20º aniversário, o Museu inaugurou no dia 23 de outubro de 2024 três exposições que dialogam com diferentes facetas da arte, história, e cultura afro-brasileira: ‘Uma História do Poder na África’, ‘Popular, Populares’ e ‘Pensar e Repensar, Fazer e Refazer’. As mostras estarão abertas para visitação de terça a domingo das 10h às 17h e trazem obras que integram o espaço do Museu e refletem sobre o passado e o futuro da instituição.

As produções expostas reproduzem os desafios que o povo negro enfrenta e reimaginam a trajetória de luta da população preta no Brasil, reconhecendo a pavimentação desse caminho ao longo dos séculos e seu impacto na sociedade brasileira.

Uma História do Poder na África – Um olhar profundo sobre a centralidade africana

Uma Historia do Poder na Africa. Cachimbo – Artista Bamum e Bamileke.

O Ministério da Cultura apresenta Uma História do Poder na África, inspirada nas ideias de Cheikh Anta Diop. Uma História do Poder na África destaca a relevância da África na formação das civilizações mundiais, reconhecendo o Egito antigo como parte integrante do continente africano. As obras expostas exploram a intersecção entre passado e presente, com destaque para relíquias egípcias que reforçam a importância cultural e histórica do Egito para a África subsaariana.

Dois nomes contemporâneos ganham destaque: a angolana Damara Inglês e a guineense Gisela Casimiro, artistas com obras especialmente comissionadas para essa exposição. Ambas trazem perspectivas atuais que dialogam com o conceito de poder e ancestralidade africana, contribuindo para uma releitura crítica da arte africana em suas diversas manifestações.

Entre os artefatos e obras mais marcantes, estão o Trono do Reino Daomé, o Banco Luba e a Cabeça de bronze de Yoba, além de peças raras da antiga civilização egípcia. As conexões culturais entre o Egito e o resto da África, tão defendidas por Diop, são evidenciadas ao longo da mostra, que se divide em cinco núcleos temáticos.

Popular, Populares – A pluralidade do ‘popular’ nas artes 

Popular, Populares – Sem título – Artista Ciça – Cícera Fonseca da Silva.

A exposição Popular, Populares chegou em um momento oportuno, coincidindo com as comemorações dos 20 anos do Museu Afro Brasil. Ela enxerga questionamentos sobre o que é definido como ‘popular’ nas artes, desafiando as categorizações que rotulam muitas vezes esses artistas como ‘ingênuos’ ou com pouca formação acadêmica. A mostra apresenta obras de mestres como Cândido Santos Xavier, Luiz Antônio da Silva, Ciça – Cícera Fonseca da Silva, M. L. C. – Maria de Lurdes Cândido, Jadir João Egidio, M. C. M. – Maria Cândido Monteiro, Mestre Noza, Manuel Graciano Cardoso, Mestre Vitalino (e família), Véio e Dedé.

A pluralidade da arte popular é explorada em várias dimensões, desde as peças multicoloridas e antropo-zoomorfas até o minimalismo das formas. As obras são expostas em diálogo, permitindo ao visitante uma experiência imersiva. A viagem começa com os barcos de Exu de Cândido Santos Xavier, atravessa as memórias e retratos esculpidos da ‘Família quilombola’ de Mauro Firmino e se encerra no realismo fantástico de sereias e seres míticos brasileiros com esculturas de Resêndio e Manuel Graciano Cardoso.

O questionamento sobre o que é ‘popular’ atravessa toda a exposição, com o museu desafiando visões estereotipadas sobre o lugar dessas produções na história da arte brasileira. A arte popular, sempre plural, revela a resistência e a sobrevivência cotidiana de seus criadores.

Pensar e Repensar, Fazer e Refazer – Reflexões sobre o legado do Museu, uma linha do tempo da resistência

Pensar e repensar, fazer e refazer – Emanoel Araujo como preto velho, 2023 – Gustavo Nazareno.

Ao longo de duas décadas, o Museu Afro Brasil abrigou e promoveu exposições que celebram a história e a cultura afro-brasileira, e também desafiam narrativas que limitam o papel dos negros no Brasil e no mundo. Exposições como Brasileiro, Brasileiros (2004), Benin está vivo ainda lá (2007) e Isso é coisa de preto – 130 anos da abolição da escravidão: arte, história e memória (2018) mostram o esforço do museu em se posicionar como um espaço de luta coletiva.

Homenagens a figuras negras emblemáticas

Em paralelo à exposição, o Museu Afro Brasil prestará homenagens a figuras históricas que representam a luta e a conquista de espaço para a população negra no Brasil, como Ruth de Souza, atriz pioneira e primeira mulher negra a protagonizar uma peça no teatro brasileiro, que dá nome ao teatro do museu, e Carolina Maria de Jesus, escritora e catadora de papéis cujo nome batiza a biblioteca da instituição. Essas personalidades são exemplos de resistência e simbolizam a transformação social pela qual o museu trabalha desde sua fundação.

O legado de Emanoel Araujo

Emanoel Araujo, que dirigiu o Museu Afro Brasil até 2022, foi um incansável defensor da cultura negra e da pluralidade de narrativas afro-brasileiras. Ele desafiou a visão limitada da história propondo um museu em constante transformação, onde o passado e o presente se entrelaçam para recontar a história da diáspora negra de forma ampla e complexa. O conceito de ‘pensar e repensar’ orienta a nova exposição e reflete a visão de que o museu é um espaço que promove o dinamismo, sempre aberto a todos.

Sobre o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo

O Museu Afro Brasil Emanoel Araujo é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo administrada pela Associação Museu Afro Brasil – Organização Social de Cultura. Inaugurado em 2004, a partir da coleção particular do seu fundador, Emanoel Araujo (1940–2022), o museu é um espaço de história, memória e arte. Localizado no Pavilhão Padre Manoel da Nóbrega, dentro do mais famoso parque de São Paulo, o Parque Ibirapuera, o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo conserva, em cerca de 12 mil m², um acervo museológico com mais de 8 mil obras apresentando diversos aspectos dos universos culturais africanos e afro-brasileiro e abordando temas como religiosidade, arte e história a partir das contribuições da população negra para a construção da sociedade brasileira e da cultura nacional. O museu exibe parte deste acervo na exposição de longa duração e realiza exposições temporárias.

Serviço:

Exposições: Uma História do Poder na África e Popular, Populares

Endereço do Museu: Parque Ibirapuera, Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, portão 10, São Paulo–SP (acesso via transporte público ou veículo de aplicativo)

Ingresso: gratuito

Estacionamento (Parque Ibirapuera)

Horário: 10h às 17h

A exposição Uma História do Poder na África é um projeto viabilizado pelo Ministério da Cultura por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura

Informações adicionais: Neste dia o museu terá gratuidade para visitação das 10h às 17h. Para mais detalhes sobre o evento e os artistas participantes, acesse as redes sociais do Museu Afro Brasil ou entre em contato pelo site oficial.

Acessos para automóveis: Portões 3 e 7.

(Com Ghabriella Costermani/Si Comunicação)

Guia reúne informações sobre as plantas do Parque Cientec da USP

São Paulo, por Kleber Patricio

Capa do guia.

A Edusp (Editora da Universidade de São Paulo) publicou um guia para as espécies vegetais que crescem no Parque Cientec (Parque de Ciência e Tecnologia da USP), localizado na cidade de São Paulo. Trata-se de ‘Plantas Notáveis do Parque Cientec’, obra organizada por Juliana Hanna Leite El Ottra, doutora em ciências – botânica pela USP. O livro aborda categorias como plantas invasoras e bioindicadoras, descreve os aspectos morfológicos e ecológicos de cada espécie listada e ressalta quais são utilizadas pelo ser humano e para que finalidade, como por exemplo as Pancs (plantas alimentícias não convencionais).

Outras informações que o guia reúne são os períodos de floração e frutificação, as origens e as localidades das plantas, apontando em que partes do Parque foram confirmadas ocorrências de cada uma. As espécies são descritas junto de fotos para ilustrar suas características visuais mais marcantes, como folhas, flores, frutos, vinhas e caules.

Para auxiliar os leitores, no final de Plantas Notáveis do Parque Cientec há um mapa do Parque e um glossário explicando os termos mais importantes usados para descrever as plantas ao longo do livro.

Sobre o Parque Cientec

Criado em 2002, o Parque Cientec (Parque de Ciência e Tecnologia da USP) faz parte da unidade de conservação PEFI (Parque Estadual das Fontes do Ipiranga), que também inclui outras áreas em seu entorno, como o Jardim Botânico, o Instituto de Botânica e o Jardim Zoológico. Dentro dela, há uma zona permanentemente protegida, a Reserva Biológica.

A unidade de conservação é protegida por lei desde a publicação do Decreto nº 52.281, de 12 de agosto de 1969. Antes dele, a área florestada hoje conhecida como PEFI era chamada de Parque do Estado. Planos para conservá-la existiam desde 1893, com o objetivo de preservar as 24 nascentes da região, que abastecem o riacho do Ipiranga e dois aquíferos.

Entre os principais objetivos do Parque Cientec, estão o apoio a atividades científicas e a divulgação didática da tecnologia e da ciência para a população, com destaque para jovens e crianças.

(Com Bruno Passos Cotrim/Ex-Libris Comunicação Integrada)

Eva Lieblich tem parte de seu legado exibido na J. B. Goldenberg Escritório de Arte

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: Divulgação.

O J. B. Goldenberg Escritório de Arte inaugura a exposição A Poesia Visual de Eva Lieblich’, uma homenagem à artista que desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento da arte moderna no Brasil. Composta por 25 obras selecionadas por seus filhos, Beatriz e João Gabriel, a exposição destaca a produção da artista com a técnica do batik, que ela introduziu no país, e como sua obra conecta influências europeias com a realidade brasileira, principalmente na representação da natureza, flora e fauna. O vernissage é em 7 de novembro, permanecendo em exibição até 30 de novembro.

A curadoria da mostra é assinada por Jairo Goldenberg, e o texto crítico foi elaborado por Roberto Bertani, que observa: “A produção de Eva Lieblich reflete uma fusão entre as duas culturas que marcaram sua vida, a europeia e a brasileira. Essa simbiose se revela em sua escolha de temas e no uso da técnica do batik, que trouxe para o Brasil e transformou em uma ferramenta única para retratar a exuberância tropical.” A exposição se concentra em um recorte específico de sua carreira, com foco nos panneaux que utilizam essa técnica, a qual Eva dominou após estudar em Viena e Paris na década de 1950.

A obra de Eva Lieblich pode ser entendida como um espelho de sua experiência europeia, adaptada ao ambiente cultural brasileiro. Sua arte traduz a confluência de duas culturas, utilizando elementos visuais e técnicas tradicionais europeias, ao mesmo tempo que incorpora cores, formas e temas profundamente conectados ao Brasil. O batik, técnica central em sua produção, permitiu-lhe explorar e retratar a natureza e temas brasileiros de maneira única, como evidencia Bertani em seu texto: “A escolha do batik, que exige precisão e paciência, permitiu a Eva traduzir a intensidade das paisagens e elementos naturais do Brasil em obras de rara beleza poética.”

Nascida em Stuttgart, Alemanha, em 1925 Eva Lieblich imigrou para a América do Sul em 1938, fugindo da perseguição nazista. No Brasil, começou sua formação artística aos 15 anos, estudando desenho com Antônio Gonçalves Gomide e pintura com Aldo Bonadei, ambos integrantes do influente Grupo Santa Helena, que ajudou a moldar sua abordagem à arte moderna. Lieblich foi também membro do Grupo dos 19 Pintores, que realizou uma histórica exposição na Galeria Prestes Maia, em 1947, em São Paulo. Além de suas importantes participações em exposições no Brasil, como a Bienal de Artes Plásticas de Salvador em 1966, Eva também levou sua arte ao exterior, destacando-se em uma exposição individual na Galeria Schaller, em Stuttgart, em 1963. Como afirma Bertani,A capacidade de Eva de transitar entre o contexto europeu e o brasileiro, utilizando técnicas europeias com um olhar voltado à riqueza natural e cultural do Brasil, foi o que lhe garantiu uma posição de destaque na arte contemporânea“.

A iniciativa de resgatar a obra de Eva Lieblich é fruto do empenho de seus filhos em reunir e organizar um recorte de acervo com cerca de 45 obras, das quais 25 foram selecionadas para esta exposição. A Poesia Visual de Eva Lieblich oferece uma oportunidade única de redescobrir o trabalho de uma artista que, ao longo de sua carreira, contribuiu de forma significativa para o cenário artístico brasileiro, conectando diferentes culturas e estilos.

Serviço: 

Exposição A poesia visual de Eva Lieblich

Curadoria: Jairo Goldenberg

Texto crítico: Roberto Bertani

Coordenação Geral: Cult Arte e Comunicação

Abertura: 7 de novembro de 2024, quinta-feira, às 19h

Período: de 8 a 30 de novembro de 2024

Local: J. B. Goldenberg Escritório de Arte

Endereço: Rua Tinhorão, 69 – Higienópolis, São Paulo (SP)

Horários: quarta a sexta-feira, das 11h às 17h.

(Com Silvia Balady/Balady Comunicação)

CAIXA Cultural São Paulo apresenta exposição interativa ‘Viajando Com Tapetes Contadores’

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Renato Mangolin.

A CAIXA Cultural São Paulo recebe, no período de 9 de novembro a 22 de dezembro de 2024, a exposição interativa ‘Viajando com Tapetes Contadores’, um projeto inédito do grupo Os Tapetes Contadores de Histórias. Depois de temporadas em Brasília, Fortaleza e Rio de Janeiro, a exposição desembarca na capital paulista. Com 25 anos de carreira, o grupo desenvolve um projeto singular de transposição do livro para a artesania têxtil, sendo o primeiro coletivo nacional a promover exposições interativas dentro de galerias de arte. A visitação é gratuita.

As narrativas, costuradas e bordadas à mão pelo próprio grupo em coloridos bonecos, vestimentas, tapetes, caixas, painéis e livros, ganham vida na voz e interpretação dos integrantes do grupo. São obras criadas no Brasil, França e Peru e servem de cenários para histórias do mundo inteiro. Parte delas poderão ser visitadas e assistidas nas contações de histórias cuja visitação será mediada e incentiva as crianças na experiência lúdica da leitura e da descoberta.

Entre os textos interpretados estão contos de tradição europeia, africana, latino-americana e brasileira. Dos autores brasileiros que têm suas obras transpostas em cenários e personagens, estão Ana Maria Machado, Ricardo Azevedo, Graciliano Ramos e Carlos Drummond de Andrade. Após as sessões, as famílias são convidadas a manipular e a interagir com as obras. E nesta temporada na CAIXA Cultural São Paulo, a exposição ganha uma novidade: um tapete inédito a partir da história Gabi de Bigode, do autor Tino Freitas.

De outras nacionalidades, serão apresentados um poncho e um pergaminho para narrar mitos gregos, e um grande bolo de aniversário para um conto popular norte-americano, além de painéis e livros de pano do peruano Manos que Cuentan e os tapetes do projeto francês Raconte-Tapis. Ao lado de cada obra, vai estar exposto o livro correspondente.

Oficina Ateliê de Histórias | Das 10h às 13h, de 10 a 13 de dezembro, o grupo promove formação na arte de contar histórias voltada para jovens e adultos. Nela, os participantes são convidados a narrar, ler, estudar e se especializar nos recursos disponíveis para uma boa contação de histórias. Encerrando a oficina, no último dia acontece uma ação educativa ambiental com o tema reuso de materiais descartados para construção de cenografias de histórias.

O Grupo Os Tapetes Contadores de Histórias

O grupo tem uma proposta artística diferenciada e é referência internacional na arte de contar histórias e criação de cenários têxteis e como pesquisadores sobre as intersecções entre texto e têxtil. Também é o grupo de narradores que mais representou o Brasil no exterior, atuando em 16 países, onde compartilhou histórias em inglês, francês, espanhol e português.

Em 2003, realizaram a primeira exposição de seu acervo no ainda chamado Conjunto Cultural da CAIXA em Brasília e no Rio de Janeiro. Desde então, promoveram 34 exposições interativas nas unidades da CAIXA Cultural de todo país.

Em 2016, o coletivo ganhou os prêmios de Melhor Espetáculo e Melhor Cenário no Zilka Salaberry e Selo de Espetáculo Recomendado pelo Cepetin, com a peça Shtim Shlim. Em 2018, Os Tapetes Contadores receberam o Prêmio Baobá, a mais importante premiação nacional para os fortalecedores da arte narrativa. Em 2022, o grupo foi pela primeira vez para a Amazônia, realizando exposições interativas de seu acervo em comunidades indígenas e centros culturais.

Serviço:

[Artes Visuais] Exposição interativa Viajando com Tapetes Contadores

Local: CAIXA Cultural São Paulo – Praça da Sé, 111, Centro Histórico, São Paulo (SP)

Visitação: de 9 de novembro a 22 de dezembro de 2024

Horário: terça-feira a domingo, das 09h às 18h

Bilheteria: entrada franca

Informações: (21) 3980-2069

Classificação: livre para todos os públicos.

Contação de histórias: As sessões ocorrem dentro da galeria

Período: de 09 de novembro a 22 de dezembro de 2024

Dias e horário: sábados e domingos, às 15h

Bilheteria: entrada franca – ingressos disponíveis uma hora antes do início da sessão

Lotação: 45 pessoas

Duração: 45 minutos

Classificação: livre para todos os públicos

Sessões com tradução para Libras: dias 14,21 e 28 de novembro e 05 de dezembro de 2024.

Oficina Ateliê de Histórias: de 10 a 13 de dezembro

Horário: terça a sexta-feira, das 10h às 13h.

Lotação: 25 vagas

Classificação: 14 anos

Bilheteria: Gratuito (inscrições no site da CAIXA Cultural)

Durante a apresentação, a galeria fica reservada para os espectadores, sendo reaberta ao final de cada sessão

Informações: (11) 3321-4400 ou no site São Paulo | CAIXA Cultural

Acesso para pessoas com deficiência

Patrocínio: CAIXA e Governo Federal.

(Fonte: Assessoria de Imprensa da CAIXA)

Jorge Helder lança álbum em homenagem aos 80 anos de Chico Buarque

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Foto: Leo Aversa.

Para quem acompanha de perto da história da MPB, sabe que não é de agora a parceria e admiração mútua entre Jorge Helder e Chico Buarque. O baixista cearense vem acompanhando a carreira de Chico nos palcos desde a década de 90. Além disso, Helder soma com o compositor três parcerias em canções:  Bolero blues (2006), Rubato (2011) e casualmente (2017), todas presentes em Samba Doce (2020), primeiro álbum de Helder, também lançado pelo Selo Sesc. Agora o Selo Sesc lança mais um trabalho do artista, Samba e Amor, em homenagem aos 80 anos de Chico Buarque, completados em junho de 2024. Para o repertório, foram escolhidas oito ilustres canções na tentativa de representar a variedade e maestria da obra de Chico. Uma escolha difícil dado o grande número de composições do carioca que são ovacionadas por seu público, algumas até já tendo se transformado em hinos políticos.

Segundo Helder, o nome do álbum, Samba e Amor, também nome da canção homônima que o compõe, é devido a “anos tocando samba e compartilhando amizade com o Chico”. Para além da homenagem à obra de Chico, Samba e Amor é também um álbum que celebra a gentileza, parceria e amizade, uma vez que é fruto de um trabalho coletivo com outros importantes nomes da música brasileira. No rol de artistas estão os cantores e compositores Vanessa Moreno e Filó Machado, o guitarrista Chico Pinheiro, o pianista Helio Alves, o baterista e percussionista Vitor Cabral, Rafael Mota, também na percussão e Iury Batista no contrabaixo.

Helder prezou pela liberdade criativa dos músicos para se somarem à criatividade e versatilidade musical já conhecidas do baixista. “Além da afinidade musical, admiro o trabalho de todos. Chico Pinheiro e Helio Alves gravaram no meu disco anterior. Já fiz alguns shows de Edu Lobo com Vanessa Moreno, cantando Chico Buarque. Sempre tive vontade de trabalhar com Filó Machado desde a década de 80, quando eu ainda morava em Brasília e admirava o seu trabalho. Vitor Cabral conheci recentemente e me encantei pela sua musicalidade, ouvindo-o tocar com a saudosa Gal Costa”, comenta Helder. O baixista também destaca a participação de Iury Batista em Dois Irmãos como forma de demonstrar a amizade e admiração que tem pelo jovem músico conterrâneo, que conhece desde que era adolescente.

Abrindo o álbum, em versão totalmente instrumental, As Vitrines, do álbum Almanaque, composta em 1981. A canção foi tema de abertura de Sétimo Sentido, novela Global de Jane Clair, de 82, demonstrando assim a popularidade e abrangência atingida pela obra de Chico nos lares brasileiros, para além da parcela afeita à MPB. Em Samba e Amor, a voz de Chico no conhecido refrão é traduzida principalmente pela guitarra de Pinheiro.

O que será?, composta em 76 para o filme Dona Flor e Seus Dois Maridos, destaca-se pelas parcerias. Nela unem-se ao baixo-elétrico de Helder as vozes de Moreno e Machado, a guitarra de Pinheiro, o piano de Alves e a bateria de Vitor Cabral. O mesmo acontece na versão de Helder de Morro Dois Irmãos, composta originalmente em 89, e de Brejo da Cruz, canção que completa 40 anos em 2024.

Basta um Dia, também de 76, ganha a voz de Vanessa Moreno, enquanto Ela Desatinou, de 68, surge na voz de Filó Machado.

Em Deus lhe Pague, de 71, também em versão instrumental em Samba e Amor, a agilidade do piano de Alves e o dedilhado da guitarra de Pinheiro ganham destaque.

O álbum fecha com a canção homônima, Samba e Amor, de 1970. “Todas essas canções toquei em diferentes turnês com Chico e gravá-las me remeteu a esses tempos felizes com a banda. A única exceção é Basta um Dia, que tenho uma profunda admiração. Escolhi essas músicas porque tanto letra quanto melodia são do Chico e quis ressaltar que, além de um grande letrista é, um grande melodista”, completa o baixista.

FICHA TÉCNICA

Gravado no estúdio Arsis em janeiro/2024
Técnico gravação, mixagem e masterização: Adonias Jr.
Assistentes: Letícia Patané e Cleber Freitas do Nascimento
Produção executiva: Alexandre Segundo e Memeca Moschkovich
Filmagem: Alexandre Segundo
Assistentes filmagem: Tarsilla Alves e Iaiá Campos
Projeto gráfico e capa: Alexandre Amaral

Jorge Helder – arranjos, contrabaixo acústico e elétrico
Chico Pinheiro – guitarra
Hélio Alves – piano acústico e teclados
Vitor Cabral – bateria e percussão
Rafael Mota – percussão na faixa ‘Ela desatinou’
Iury Batista – 2° contrabaixo na faixa ‘Morro dois irmãos’

Vozes: Vanessa Moreno e Filó Machado

FAIXAS

1 – As Vitrines
2 – O que será?
3 – Morro Dois Irmãos
4 – Basta um Dia
5 – Ela Desatinou
6 – Deus lhe Pague
7 – Brejo da Cruz
8 – Samba e Amor

Sobre Jorge Helder 

Com mais de 40 anos de carreira, Jorge Helder é presença constante em álbuns e shows de grandes nomes da música brasileira. Cearense e radicado no Rio de Janeiro desde 1986, já gravou em mais de 350 discos de artistas como Sandra de Sá, Emílio Santiago, Cássia Eller, Rosa Passos, Leila Pinheiro, Maria Bethânia, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gal Costa, Marcos Valle, João Bosco, Ivan Lins, Adriana Calcanhoto, Edu Lobo, Guinga, João Donato, Nana Caymmi, Dori Caymmi, Danilo Caymmi, Joyce Moreno, Francis Hime, Leny Andrade, Miúcha, Zélia Duncan, Zeca Pagodinho, Martinho da Vila, Roberta Sá, Moacyr Luz, Alexandre Pires, Ivete Sangalo, Angela Maria, Ney Matogrosso, Bebel Gilberto, Rita Lee, Jards Macalé, Roberto Menescal, Carlos Lyra, João Donato, Elza Soares, Roberto Carlos, Elba Ramalho, Fernanda Abreu, Fausto Nilo, Luiz Melodia, Henri Salvador, Omara Portuondo, Stefano Bollani, Lisa Ono e tantos outros. Além disso, gravou com Tom Jobim e Dorival Caymmi no DVD Meu Caro Amigo e também já atuou como produtor musical em diversos projetos.

Em 2020, lançou o seu primeiro álbum, Samba Doce, que contou com a participação de mais de 40 músicos. Completamente autoral, tem parcerias com Aldir Blanc, Chico Buarque e Rosa Passos. Chico e Rosa também dão voz às canções, além de Dori Caymmi, Renato Braz e do grupo Boca Livre. Dois anos depois, lançou o álbum Caroá pela Biscoito Fino. Também autoral, foi gravado pelo quinteto formado por Chico Pinheiro (guitarra), Helio Alves (piano), Tutty Moreno (bateria) e Marcelo Costa (percussão), além do próprio Helder (contrabaixo). O projeto também traz as participações especiais de Sérgio Santos, Mônica Salmaso, Zé Nogueira e Zé Renato.

Sobre o Selo Sesc
Desde 2004 o Selo Sesc traz a público obras que revelam a diversidade e a amplitude da produção artística brasileira, tanto em obras contemporâneas quanto naquelas que repercutem a memória cultural, estabelecendo diálogos entre a inovação e o histórico. Em catálogo, constam álbuns em formatos físico e digital que vão de registros folclóricos às realizações atuais da música de concerto, passando pelas vertentes da música popular e projetos especiais. Entre as obras audiovisuais em DVD, destacam-se a convergência de linguagens e a abordagem de diferentes aspectos da música, da literatura, da dança e das artes visuais. Os títulos estão disponíveis nas principais plataformas de áudio, Sesc Digital e Lojas Sesc. Saiba mais em: sescsp.org.br/selosesc

Sobre o Sesc São Paulo
Com 77 anos de atuação, o Sesc – Serviço Social do Comércio conta com uma rede de 42 unidades operacionais com atendimento presencial e 4 unidades operacionais com atendimento não presencial no estado de São Paulo e desenvolve ações com o objetivo de promover bem-estar e qualidade de vida aos trabalhadores do comércio, serviços, turismo e para toda a sociedade. Mantido pelos empresários do setor, o Sesc é uma entidade privada que atua nas dimensões físico-esportiva, meio ambiente, saúde, odontologia, turismo social, artes, alimentação e segurança alimentar, inclusão, diversidade e cidadania. As iniciativas da instituição partem das perspectivas cultural e educativa voltadas para todas as faixas etárias, com o objetivo de contribuir para experiências mais duradouras e significativas. São atendidas nas unidades do estado de São Paulo cerca de 30 milhões de pessoas por ano. Hoje, aproximadamente 50 organizações nacionais e internacionais do campo das artes, esportes, cultura, saúde, meio ambiente, turismo, serviço social e direitos humanos contam com representantes do Sesc São Paulo em suas instâncias consultivas e deliberativas. Mais informações em sescsp.org.br. Selo Sesc nas redes: Instagram | YouTube.

(Com Sofia Calabria/ Assessoria de imprensa Selo Sesc)