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MECAInhotim anuncia Alceu Valença, Majur e Clara x Sofia como novas atrações para retorno do festival em 2022

Brumadinho, por Kleber Patricio

Alceu Valença é anunciado como um dos headliners do MECAInhotim 2022. Foto: Leo Aversa.

O MECAInhotim anuncia Alceu Valença, Majur e Clara x Sofia como três novas atrações confirmadas para o seu retorno, em 2022. O cantor Caetano Veloso foi o primeiro headliner escolhido para celebrar a quinta edição do evento, marcado para os dias 12, 13 e 14 de agosto no maior museu a céu aberto do mundo, o Instituto Inhotim, em Brumadinho (MG).

Esta edição será totalmente dedicada à música brasileira e terá uma conexão especial com Caetano Veloso, que esteve na edição de 2016, quando o MECA foi um dos primeiros a apostar em um headliner brasileiro, depois de ter trazido para o Brasil pela primeira vez artistas como Charli XCX, Two Door Cinema Club e Vampire Weekend em outras edições do festival. E voltará agora, mais uma vez com Caetano, logo após seu aniversário de 80 anos, celebrado no dia 7 de agosto.

No palco, o cantor Alceu Valença mostra um abrangente panorama das diversas vertentes de sua obra. Dos sons do Brasil profundo, entre forrós, baiões, xotes, toadas e emboladas. Do sertão ao litoral, seu show inclui frevos que conquistaram as ruas. Da folia ao pop, os hits de uma das carreiras de maior sucesso na música brasileira: “Belle de Jour”, “Cavalo de Pau”, “Pelas Ruas que Andei”, “Como Dois Animais”, “Tropicana”, o hino “Anunciação”.

Majur é anunciada como uma das novas atrações do MECAInhotim 2022. Foto: Guilherme Nabha.

Já a cantora e compositora baiana Majur integra a nova geração da cena musical brasileira e faz música contemporânea que passa pelo R&B e MPB, com toques alternativos, misturando soul, manipulação tecnológica e claves de matrizes africanas. Ela aborda temas como relações afetivas e empoderamento, para falar de amor, do cotidiano e de si mesma. Em seu último álbum, “Ojunifé”, ela versa sobre o processo de entendimento de seu corpo enquanto mulher trans, por meios desses sons, que tanto inspiram a artista.

O duo mineiro Clara x Sofia carrega um pop autêntico com sonoridade charmosa e influência do pop europeu contemporâneo, do pop rock, do funk e da bossa nova. Com apresentações dançantes, coreografadas, com guitarra, Synth, Baixo, bateria forte e vocais marcantes, o repertório autoral conta com algumas versões repaginadas de verdadeiros hinos do pop como Britney Spears e Pabllo Vittar.

Mais atrações e outras novidades estão previstas para o MECAInhotim 2022 e serão reveladas em breve, como a programação diurna (talks, workshops, feira, visitas guiadas, experiências, performances etc).

Clara x Sofia são anunciadas como novas atrações do MECAInhotim 2022. Foto: Rafael Caetano.

O festival multicultural da plataforma MECA em parceria com o Instituto Inhotim explora os universos de música, arte, moda, inovação, sustentabilidade e conhecimento. Durante os três dias, a exuberância do parque botânico e as galerias de arte do Inhotim serão um destaque a mais para a programação noturna de shows e DJs e da programação diurna de talks e workshops.

Por causa da pandemia da Covid-19, as edições de 2020 e 2021 foram remarcadas. Os ingressos adquiridos nesses anos serão aceitos agora. A venda dos ingressos Passaporte para os três dias continua sendo realizada através do site e aplicativo da Ingresse.

MECAInhotim

12, 13 e 14 de agosto de 2022

Instituto Inhotim: Rua B, 20, 35460-000 Brumadinho (MG)

Passaporte (três dias) Lote promocional – Meia Entrada Social (perante a doação de um livro) ou Estudante: R$320,00 – Esgotado

Passaporte (três dias) 1º lote – Meia Entrada Social (perante a doação de um livro) ou Estudante: R$390,00 – Esgotado

Passaporte (três dias) 2º lote – Meia Entrada Social (perante a doação de um livro) ou Estudante: R$490,00 – Esgotado

Passaporte (três dias) 3º lote – Meia Entrada Social (perante a doação de um livro) ou Estudante: R$590,00 – Esgotado

Passaporte (três dias) 4º lote – Meia Entrada Social (perante a doação de um livro) ou Estudante: R$790,00

*Valores sujeitos à mudança de lote

Ingressos disponíveis via Ingresse

Mais informações no Instagram do MECA.

O ingresso dá direito à visitação completa em Inhotim a partir das 12h30 na sexta-feira (12 de agosto), 10 horas no sábado e domingo (13 e 14 de agosto).

Sobre o MECA | O MECA é uma plataforma de cultura emergente que publica conteúdo online e offline, produz experiências para marcas, cria produtos e realiza festivais que proporcionam encontros entre os universos de música, arte, moda, inovação, educação, empreendedorismo, sustentabilidade e bem-estar no Brasil.

Sobre Inhotim

Museu de Arte Contemporânea e Jardim Botânico, o Instituto Inhotim exibe de forma permanente obras de renomados artistas brasileiros e estrangeiros, integrando arte, botânica, paisagismo, arquitetura e educação. Desde a sua abertura, em 2006, o Instituto tornou-se um dos principais destinos turísticos e culturais do Brasil, e já recebeu três milhões de visitantes.

Nos 140 hectares de visitação, o visitante encontra 23 grandes galerias – 19 permanentes e quatro temporárias – e outras 23 obras de grande escala. No campo botânico, o público tem a oportunidade conhecer espécies de todos os continentes, que integram uma coleção de cerca de 4,5 mil plantas – algumas delas raras e ameaçadas de extinção.

(Fonte: Agência Lema)

Sinfônica de Campinas se apresenta neste sábado e domingo no Teatro Castro Mendes

Campinas, por Kleber Patricio

Foto: divulgação.

A Orquestra Municipal Sinfônica de Campinas, sob a regência do maestro convidado Roberto Sion, realizará o concerto “Encontro das Águas”, neste sábado, 14, às 20h, e no domingo, 15, às 10h, no Teatro Municipal Castro Mendes. As apresentações serão em formato original e jazz sinfônico, com compositores eruditos e populares. Os ingressos já estão à venda no link https://bileto.sympla.com.br/event/73288/d/138396.

O concerto “Encontro das Águas” reúne grandes nomes da música de concerto e da canção brasileira em um programa. “Algo original ou raro, penso eu”, diz o maestro e professor Roberto Sion. O público ouvirá composições de Chico Buarque e Francis Hime, Tom Jobim, Dorival Caymmi, Heitor Villa-Lobos, Henrique Oswald, Camargo Guarnieri, Claudio Santoro, Antonio Carlos Jobim e Ronaldo Miranda. A Orquestra terá como convidados Rafael dos Santos (piano), Leandro Barsalini (bateria) e Daniel Pezim (contrabaixo).

PROGRAMA

Henrique Oswald – “Romance para Orquestra de Cordas”

Francis Hime/Chico Buarque – “Trocando em Miúdos” (Arr. Roberto Sion) | Camargo Guarnieri – “Dança Brasileira”

Heitor Villa-Lobos – “Prelúdio da Bachianas n.4” (Orquestrado por Roberto Sion)

Dorival Caymmi/Paulo Sergio Pinheiro – “Rio Amazonas” ( Arr. Roberto Sion )

Roberto Sion – “Baile das Cores”

Ronaldo Miranda – “Episódio Sinfônico”

Claudio Santoro – “Ponteio”

Dorival Caymmi – “Suíte Dos Pescadores” (Arr. Sion/Nelson Ayres)

Roberto Sion – “Fantasia sobre Frevo de Orfeu” (A. C. Jobim/Vinicius de Moraes).

Maestro Roberto Sion

Além de saxofonista, flautista e clarinetista, o maestro Roberto Sion também é reconhecido pelo seu trabalho de compositor, arranjador, maestro e professor. Ele começou a tocar piano aos 5 anos e aos 14, clarinete e saxofone. Estudou Solfejo, Harmonia, Canto Coral, Regência e Composição com Damiano Cozzella, no Conservatório Lavignac, em Santos (SP).

Aos 25 anos, Sion, formado em Psicologia, decidiu-se pela música. Ele estudou na Berklee School, em Boston, e lá estudou arranjo e improvisação e saxofone com Joseph Viola, Joe Allard, Ryo Noda, Lee Konitz. De volta ao Brasil, Sion estudou flauta com Grace Bush, Antônio Carrasqueira e Keith Underwood (USA), aprofundando seus conhecimentos com Olivier Toni, Almeida Prado, Claudio Stefani, Willy C. Oliveira e Koellreutter.

Roberto Sion viajou várias vezes à Europa, com Vinícius e Toquinho, tendo participado da famosa turnê europeia com Tom Jobim, em 1978. Foi fundador, diretor artístico e maestro titular da Orquestra Jovem Tom Jobim desde sua fundação, em julho de 2001, até 2014. Ele também é compositor e colaborador da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo e doutor em Música pela Unicamp.

Daniel Ribeiro Campos | Conhecido como “Pezim”, Daniel é natural de Uberaba-MG, atualmente residente em São Paulo, é contrabaixista (acústico e elétrico) graduado pela Escola Superior de Música da Faculdade Cantareira e mestre pela Unicamp.  Atua como freelancer em vários grupos pelos quais é requisitado e foi contrabaixista da banda do cantor Alexandre Pires, integrando o projeto de MPB intitulado “DNA Musical”.

Rafael dos Santos | É pianista, compositor e arranjador, atua regularmente em shows, concertos e na produção de CDs. Foi docente do Departamento de Música da Unicamp de 1981 a 2019 e desde então atua como professor colaborador do Programa de Pós-Graduação do Instituto de Artes. Toca regularmente no Brasil e no exterior com o duo formado em 2011 com o violonista Eduardo Lobo.

Leandro Barsalini | É docente do Departamento de Música do Instituto de Artes da Unicamp, responsável pelas disciplinas Rítmica e Percussão Popular – Bateria. Orienta e desenvolve pesquisas sobre história e linguagens do instrumento bateria no Brasil. Atua artisticamente como percussionista e baterista em diferentes contextos e formações musicais, tendo se apresentando em festivais de música no Brasil, EUA e Europa.

Tocou e ministrou aulas e oficinas na Indiana University/EUA, na Universidad Nacional de Cuyo/Argentina e na Universidad Nacional del Litoral/Argentina, além de festivais percussivos sediados em diferentes estados brasileiros.

Serviço:

“Encontro das Águas” – Concerto da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas

Dias: 14 de maio (sábado), às 20h, e 15 de maio (domingo), às 10h

Local: Teatro Municipal Castro Mendes

Rua Conselheiro Gomide, 62 – Vila Industrial, Campinas (SP)

Ingressos: Os ingressos já estão à venda no link https://bileto.sympla.com.br/event/73288/d/138396

Regente convidado: Roberto Sion

Músicos convidados: Rafael dos Santos – piano | Leandro Barsalini – bateria | Daniel Pezim – contrabaixo

(Fonte: Secretaria de Comunicação | Prefeitura de Campinas)

SESI Amoreiras recebe apresentações gratuitas da peça infantil “Tatá – O Travesseiro”

Campinas, por Kleber Patricio

Foto: Christina Amaral.

“Tatá – O travesseiro” estará no palco do Teatro do SESI Campinas Amoreiras nos dias 13, 14 e 21 de maio, para levar sonhos empolgantes para toda a família. A peça infantil, da Artesanal Cia. de Teatro, será apresentada às 16h, nos sábados (14 e 21), e às 20h na sexta (13). Reservas de ingressos pelo Meu SESI, com apresentação do QR Code na entrada do Teatro.

O público irá conhecer a história de Lipe, um menino adotado, tímido e sonhador que tem como melhor amigo seu travesseiro Tatá. Eles formam uma dupla inseparável, sempre pronta para viver diversas aventuras nos sonhos mais empolgantes e divertidos. Porém, um dia, Tatá desaparece e Lipe acredita que ele foi sequestrado pelo Pirata dos Sonhos – um vilão clássico, que rouba o travesseiro das crianças, porque acredita que é neles que os sonhos residem. Tatá empreende uma jornada de resgate ao melhor amigo, tendo que vencer seus medos e angústias, aos quais apenas com sua imaginação terá de enfrentar.

Apesar do lirismo e do universo lúdico apresentado em cena, o espetáculo lida com questões profundas da infância, despertando uma identificação do público com o personagem principal.

Bate-papo com a Cia e oficinas para crianças

Na sexta (13), após a apresentação, o grupo irá realizar um bate-papo com os presentes sobre a peça e as técnicas desenvolvidas no espetáculo.

Foto: Lincoln Grosso.

Uma hora antes das apresentações dos dias 13, 14 e 21 de maio, a equipe do Educativo do Projeto Galeria, do Teatro do SESI Amoreiras, fará uma oficina gratuita para crianças a partir de 5 anos com o tema “Inventando personagens”. Os ingressos são limitados e devem ser reservados no Meu SESI a partir de 9/5, às 12h.

Sobre a Artesanal Cia. de Teatro | Com uma linguagem inovadora e contemporânea, a Artesanal Cia. de Teatro acumula, desde sua criação em 1995, diversas indicações e prêmios relevantes, com amplo reconhecimento por parte do público, imprensa e crítica. O grupo investe na pesquisa de uma linguagem narrativa, que se fundamenta na convergência de diversas técnicas, como o teatro de bonecos, sombra, máscaras, canto, cinema e videografismos, sempre colocando o ator no centro da encenação e estimulando o diálogo proporcionado entre essas técnicas e a cena no palco.

Sobre o Viagem Teatral | O programa realizado pelo setor de Artes Cênicas do SESI-SP apresenta um panorama da produção cênica brasileira contemporânea, proporcionando variadas experiências estéticas, para o fomento da diversidade cultural e o estímulo à formação de novas plateias.

Serviço:

“Tatá – O Travesseiro”

Local: SESI Amoreiras – Avenida das Amoreiras, 450 – Pq Itália, Campinas/SP

Data e horário: 14 e 21 de maio, às 16h; 13 de maio, às 20h. Oficina “Inventando personagens”, para crianças, 1 hora antes das apresentações.

Capacidade do teatro: 361 lugares

Duração: 55 minutos

Classificação indicativa: Livre

Gênero: Bonecos

Categoria: Infantil

Informações: WhatsApp (19) 99642-1499

Entrada gratuita – Reservas antecipadas pelo Meu SESI a partir de 9/5, às 12h, para o primeiro fim de semana, e a partir de 16/5, às 12h, para a apresentação do dia 21.  O ingresso tem validade até 15 minutos antes da apresentação. Os ingressos remanescentes serão distribuídos 10 minutos antes do início do espetáculo.

(Fonte: Comunicação | SESI Campinas)

Projeto auxilia pessoa com deficiência a envelhecer com autonomia e qualidade de vida

Campinas, por Kleber Patricio

Lisabeth Aleoni Arruda, que participou do projeto-piloto, é mãe de Claudio Aleoni Arruda, de 37 anos, que tem Síndrome de Down. Foto: divulgação.

Quem cuidará do meu filho com deficiência no futuro? Esta é uma preocupação compartilhada por muitos pais e mães e foi a partir dela que nasceu o projeto Asas, um método que se propõe a criar, fortalecer e ampliar a rede de apoio para pessoas com deficiência, visando que elas possam envelhecer com maior autonomia e qualidade de vida. “Se, em uma família, só a mãe é responsável pelo cuidado do filho com deficiência, o que vai acontecer quando ela não estiver mais aqui? Se o filho não tiver uma rede de apoio, se ele não tiver amigos, se não fizer parte de mais nenhum grupo, com quem poderá contar?”, questiona Viviane Machado, líder do Programa Mobilização pela Autonomia da FEAC. A metodologia do projeto Asas foi desenvolvida no Canadá há mais de 20 anos pelo Plan Institute e é aplicada em diversos países. Em 2020, a ASID Brasil – Ação Social para Igualdade das Diferenças foi responsável por trazê-la ao Brasil, por meio de um projeto-piloto realizado via plataforma on-line, com 105 famílias de São Paulo (SP) e Curitiba (PR).

Agora, chegou a hora de trabalhar em rede e multiplicar impactos: a partir de maio de 2022, a ASID Brasil vai capacitar dez Organizações da Sociedade Civil (OSC) de Campinas, parceiras da FEAC, que atuam com a inclusão da pessoa com deficiência. O objetivo é repassar a metodologia Asas e auxiliar essas organizações a aplicá-la aos seus beneficiados.

Plano de vida e rede de apoio

“A assistência social, as escolas ou organizações sociais trabalham no ‘agora’ da pessoa com deficiência, mas pensam muito pouco no futuro”, avalia Pedro Ivo Toscano, líder de Novos Negócios da ASID Brasil. Em uma das atividades do projeto, por exemplo, o familiar é convidado a escrever uma “carta para o futuro”, expressando como gostaria que as pessoas tratem seu familiar com deficiência, quando ele não puder estar presente.

Além de fomentar reflexões sobre o futuro, o Asas promove a criação de um plano de vida individual para a pessoa com deficiência, visando estimular o seu “voo”. Para isso, é fundamental trabalhar para o fortalecimento de uma rede de apoio com que a pessoa possa contar na ausência de seus pais. “Nossos filhos vão ter que passar pela perda de familiares, mais cedo ou mais tarde. Para nós, falar sobre isso nunca foi um problema, mas durante o projeto eu vi que, em muitas famílias, esse assunto nunca veio à tona”, relata Lisabeth Aleoni Arruda, que participou do projeto-piloto. Ela é mãe de Claudio Aleoni Arruda, 37 anos, que tem síndrome de Down.

Ao todo, são 20 horas de oficina, onde a pessoa com deficiência e um familiar participam. O projeto é voltado para qualquer deficiência, mas 90% dos participantes do projeto-piloto eram pessoas com deficiência intelectual.

Isolamento da pessoa com deficiência

No Brasil, apenas 7% das sete milhões de pessoas com deficiência aptas para o mercado de trabalho estão empregadas, segundo dados de 2018 da Relação Anual de Informações Sociais (Rais). “Na nossa sociedade, tudo tende a fazer com que a pessoa com deficiência não esteja preparada para o envelhecimento: com frequência, elas são excluídas da escola e do mercado de trabalho, por exemplo, o que cria muitas barreiras para a rotina social”, afirma Pedro, da ASID Brasil.

O projeto Asas busca mudar esse cenário, estimulando a pessoa com deficiência a ir além do núcleo familiar, formando novas conexões. “A rede de apoio é importante para qualquer pessoa, independentemente de ter ou não deficiência. Para a pessoa com deficiência, ela triplica o peso, porque são pessoas que, apesar de terem autonomia em vários setores, precisam de apoios”, avalia Lisabeth.

No caso do seu filho Claudio, ela o auxilia na locomoção pela cidade, levando-o até os locais, contratando um motorista ou chamando um carro pelo aplicativo. Há dois anos, eles vivem em Piracicaba (SP), cidade da família de Lisabeth. Antes, moravam em São Paulo. Em uma das atividades do Asas, os participantes realizam um mapeamento da rede de apoio, identificando possíveis parentes ou amigos para fortalecer laços. A família, então, entra em contato com essas pessoas para checar se há reciprocidade.

Durante essa atividade, Lisabeth descobriu que seu filho Claudio gostaria de morar com uma prima quando os pais não estiverem mais aqui. “Na conversa que tivemos, ela se mostrou totalmente aberta. Em relação à rede de apoio, eu posso ficar tranquila. Claudio é uma pessoa com tanto empoderamento de sua vida, que não vai ser um peso para ninguém.”

Futuros possíveis

Rosângela Biano, assistente social e facilitadora do projeto-piloto, conta que, com o passar dos encontros, o projeto despertou novas possibilidades de futuro, acalmando o “susto inicial” dos pais ao pensar na problemática levantada. “Se amanhã eu não estiver aqui, o que posso já preparar hoje para meu filho? Eu vejo que esse é o maior impacto do projeto: os familiares enxergarem que existe uma saída”, diz.

Aos poucos, a possibilidade de uma vida mais autônoma começa a ganhar forma. “É maravilhoso quando percebemos que, apesar daquela limitação, a pessoa com deficiência pode vivenciar experiências como qualquer outra”, analisa Rosângela. O projeto-piloto atingiu as expectativas: segundo a avaliação, 65% das famílias concluíram o plano de ação familiar durante as oficinas. As demais iniciaram o processo durante os encontros.

Sobre a Fundação FEAC | A Fundação FEAC é uma organização independente que atua em Campinas (SP) com o objetivo de contribuir para criação de uma sociedade mais justa,

sustentável e com igualdade de oportunidades. Para isso, investe em ações de educação, assistência social e promoção humana com foco nas regiões e nas populações mais vulneráveis, especialmente crianças e jovens, e no impulsionamento de organizações da sociedade civil, empresas e pessoas para as causas sociais.

Sobre a ASID Brasil | A ASID é uma organização social voltada à construção de uma sociedade inclusiva por meio de projetos de responsabilidade social, como voluntariado, inclusão no mercado de trabalho e desenvolvimento de gestão de organizações parceiras. Com mais de dez anos de atividades, tem mais de 100 mil pessoas impactadas e mais de 7 mil voluntários. A ASID também possui reconhecimento a partir de prêmios nacionais e internacionais, como o Melhores ONGs Época e o United People Global. Mais informações em https://asidbrasil.org.br/.

(Fonte: DePropósito Comunicação de Causas)

Cultivo de eucalipto protege matas e contribui para preservação da biodiversidade em florestas

Piracicaba, por Kleber Patricio

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil.

O cultivo de árvores ao redor de fragmentos florestais pode ajudar a preservá-los e a retardar os efeitos nocivos do efeito de borda (alteração de estrutura/composição/quantidade da espécie), indica um estudo publicado na quarta (11) na “Revista do Instituto Florestal” da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, da Universidade de São Paulo (ESALQ/USP) e do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Os pesquisadores compararam efeitos de plantações de eucalipto, pastagem e cana-de-açúcar que circundavam áreas de fragmentos de floresta semidecidual no município de Piracicaba, no interior de São Paulo. Regiões próximas ao eucalipto apresentaram maior biodiversidade, indicando maior nível de proteção fornecido pelas árvores.

O estudo foi realizado em dezoito fragmentos da floresta estacional semidecidual de diferentes tamanhos em Piracicaba (SP), utilizando amostragem de campo e imagens de satélite. Foi comparado o nível de degradação desses remanescentes florestais circundados por plantações de eucalipto, pastagem e cana-de-açúcar, que dominam a paisagem do interior paulista. Estas largas plantações em monocultura se assemelham a oceanos, onde estariam inseridas as ilhas de mata remanescente. As espécies na periferia destas regiões sofrem com o chamado efeito de borda: antes cercadas por outras, em um contínuo com uma estrutura florestal, agora estão expostas a diferentes condições de sol, vento e umidade, levando a uma alteração dos padrões e das relações ecológicas do ecossistema. O trabalho aponta que cultivos no entorno desses fragmentos, quando bem planejados, podem retardar tais mudanças e mesmo ajudar a preservá-los. Os autores identificaram que fragmentos circundados por eucalipto apresentaram uma redução do efeito de borda, o que resultou na maior diversidade de espécies encontradas.

A proposta foi verificar os efeitos do entorno em regiões florestais restantes após o desmatamento, comparando plantações de eucalipto, de pastagem e de cana-de-açúcar. “A ideia é que se você fizer um cinturão protetor ao redor do fragmento florestal em que haja interesse econômico, como de eucalipto, nós podemos estabelecer condições parecidas com a da floresta, diminuindo o efeito de borda. Em vez de plantações como a de soja irem até a beirada da floresta, você teria uma área que ameniza esta transição – o eucalipto é a borda agora”, afirma Ciro Abbud Righi, coautor do estudo e professor na ESALQ/USP.

A presença de árvores pode formar barreiras que ajudam a preservar integridade e proteger contra o efeito de borda, mantendo a estabilidade do ambiente e a biodiversidade. Righi explica: “A estrutura da floresta tem uma função. Quando você restabelece a estrutura, mesmo que seja com plantas exóticas como o eucalipto, você começa a restabelecer processos: ciclagem de nutrientes, barrar vento, barrar energia solar e facilitar o deslocamento de animais. É o ambiente que determina os seres que ali habitarão”. Assim, as árvores, dado seu porte e longa permanência, possuem papel crucial na preservação dos remanescentes e da biodiversidade, que agora se encontra separada em diversos pequenos fragmentos.

A autora principal do estudo, a gestora ambiental Mariane Martins Rodrigues, ressalta que são necessários mais estudos, já que a amostragem analisada foi específica à região analisada, mas que há indicativos claros de que, trabalhando o entorno, é possível preservar a floresta: “A melhora mais significativa foi da diversidade de espécies nos fragmentos próximos ao eucalipto, o que se deve à proteção que parece imitar a estrutura de uma floresta. Mas é necessário avançar nos estudos de sistemas florestais em larga escala, que poderiam modificar toda a relação do entorno com os remanescentes”. Assim, estes pedaços de biodiversidade poderiam ser unidos, permitindo o trânsito de insetos e outros animais responsáveis pela polinização e dispersão de sementes. “É possível pensar as áreas agrícolas de produção como fator de preservação – o que estende o potencial de intervenção com efeitos potencialmente benéficos”, concluem os autores.
(Fonte: Agência Bori)