Tratamento minimamente invasivo tem sido estudado há anos e foi detalhadamente abordado na revista Epilepsia, uma das principais publicações na área
São Paulo
Elza Soares (1930-2022) segue viva em suas canções e no legado eterno de sua contribuição para a cultura brasileira. Ela dizia que “um país que não reconhece seus negros em vida é um país póstumo”. Ela, que por décadas passadas foi barrada em hotéis de luxo, aos 91 anos reinou no Theatro Municipal de São Paulo cantando ao lado de um pianista negro. O registro, feito nos dias 17 e 18 de janeiro de 2022 (Elza faleceu dois dias depois), traz um álbum visual documental com linguagem cinematográfica com o patrocínio de Natura Musical.
Do material, está sendo lançado também um clipe, gravado na sala onde agora acontece a exposição “Contramemória”, parte da programação do centenário do movimento Modernista no Brasil. No vídeo inédito, a cantora dialoga – a partir de seu corpo, performance, músicas, vestes e adereços – com a própria estrutura do Theatro, tensionando assim a formalidade e o estilo neoacadêmico da construção. Quem for conferir a exposição, em cartaz até 5 de junho, poderá ver o clipe de “Meu Guri” por meio de um QR Code. O clipe tem direção geral de Pedro Loureiro e direção cinematográfica de Cassius Cordeiro, sócio fundador e diretor da produtora Broders e um dos idealizadores do projeto “Elza ao vivo no Municipal”. Cordeiro, que já havia trabalhado com Elza, tem no currículo a cinebiografia musical de outros nomes da música popular brasileira, como Alcione, João Donato, Gilberto Gil, Toquinho, Caetano Veloso e Milton Nascimento.
O lançamento oficial do single digital de “Meu Guri” se dará no dia 22 de abril e, do clipe, no dia 25 pela Deck/Natura Musical. A música, de Chico Buarque e cantada por Elza, abre o álbum e DVD “Elza ao Vivo no Municipal”, que será lançado no dia 13 de maio. Elza é acompanhada do pianista Fábio Leandro e canta com a propriedade de quem perdeu um filho para a fome, como ela mesma dizia, os versos:
“Quando seu moço nasceu meu rebento não era o momento dele rebentar
Já foi nascendo com cara de fome, eu não tinha nem nome pra lhe dar
Como fui levando não sei lhe explicar, fui assim levando ele a me levar
E na sua meninice ele um dia me disse que chegava lá
Olha aí
Olha aí
Olha aí ai o meu guri olha aí”.
O registro “Elza ao vivo no Municipal” foi selecionado pelo programa Natura Musical por meio de Edital, ao lado de nomes como Linn da Quebrada, Bia Ferreira, Juçara Marçal, Kunumi MC e Rico Dalasam. Ao longo de 16 anos, Natura Musical já ofereceu recursos para mais de 140 projetos no âmbito nacional, como Lia de Itamaracá, Mariana Aydar e Jards Macalé. “Este projeto, assim como os demais selecionados pelo edital Natura Musical, tem a potência de gerar impacto positivo no ecossistema onde está inserido. Isso se traduz em ações de inclusão, sustentabilidade, apoio à diversidade e educação. São pilares fundamentais para as mudanças que desejamos vivenciar no mundo”, afirma Fernanda Paiva, head of Global Cultural Branding.
Ficha Técnica do clipe “Meu Guri”
Direção: Cassius Cordeiro
Direção-geral: Pedro Loureiro
Direção de produção: Dani Godoy e Débora Ribeiro de Lima
Direção musical: Rafael Ramos.
Sobre “Contramemória”
A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, anuncia uma ação histórica no Theatro Municipal. O espaço, que foi palco da Semana de Arte Moderna há 100 anos, promove, pela primeira vez desde 1922, uma exposição de grande porte: “Contramemória”, com curadoria de Jaime Lauriano, Lilia Moritz Schwarcz e Pedro Meira Monteiro. A abertura acontece dia 18 de abril, com visitas guiadas pelos curadores, e o acesso é gratuito.
O intuito da exposição é reler e traduzir criticamente a Semana de 22 e o seu ambiente cultural e político. Para isso, serão expostas tanto obras contemporâneas quanto as do Acervo Modernista do Centro Cultural São Paulo (CCSP). O choque produzido entre essas duas vertentes desnuda os silêncios e as ambiguidades presentes na hoje canônica Semana de Arte Moderna, agora revista por novos olhares, histórias e protagonismos, muito mais plurais. As ideias e visões de uma maioria masculina, branca e abastada do passado, em contraste com artistas negros, indígenas, trans, mulheres e de várias gerações.
Serão exibidas obras de artistas contemporâneos como Ailton Krenak, Denilson Baniwa, Daiara Tukano, O Bastardo, Adriana Varejão, Raphael Escobar, Bertone Balduino, Ana Elisa Egreja, Lídia Lisbôa, Mídia Ninja e Val Souza. Essas obras estarão lado a lado com os quadros de Anita Malfatti. Alfredo Volpi, Tarsila do Amaral, Emiliano Di Cavalcanti e Flávio de Carvalho, entre outros. “A exposição traz para o Theatro Municipal, símbolo da Semana de 22, quem ficou de fora: as mulheres, os negros, os indígenas”, afirma a secretária Aline Torres. “Estamos ressignificando o espaço, o conceito de modernismo, e introduzindo e valorizando novos protagonistas, artistas que não estariam na Semana de 22 há um século”.
“Em 1922, o Theatro Municipal abriu, pela primeira vez, suas portas para uma exposição de arte. Passados 100 anos, a mostra Contramemória ocupa novamente o edifício. Por isso o debate e fricção com obras produzidas naquele contexto é direto, bem como a releitura depois de um século”, afirma Lilia Moritz Schwarcz. “Ao lado dos trabalhos modernistas estão agora obras de artistas contemporâneos, sobretudo negros, mulheres e indígenas. O resultado é uma invasão decolonial.”
“Uma das inspirações da exposição é a releitura da Semana de Arte Moderna proposta por Emicida em AmarElo, filme em que o Theatro Municipal figura como espaço de uma memória que se irradia do centro de São Paulo a suas periferias, e de lá ao resto do país e ao mundo todo”, comenta Pedro Meira Monteiro. “’Contramemória’ pretende recuperar os caminhos de uma memória rota, de modo a recolocar, no centro, o que ficou fora dele.”
“Em ‘Contramemória’, retiramos a aura revolucionária da famigerada ‘Semana de Arte Moderna de 1922’, reposicionando, criticamente, a importância da exposição que aconteceu em São Paulo”, afirma Jaime Lauriano. “Com isso, pretendemos descentralizar os debates em torno dos modernismos brasileiros, contribuindo, assim, com os necessários tensionamentos provocados pela produção de artistas negres, indígenas e de gêneros contra hegemônicos.”
Sobre Natura Musical
Natura Musical é a plataforma de cultura da marca Natura. Desde seu lançamento, em 2005, o programa investiu cerca de R$174,5 milhões no patrocínio de mais de 518 projetos – entre trabalhos de grandes nomes da música brasileira, lançamento e consolidação de novos artistas e projetos de fomento às cenas e impacto social positivo. Os trabalhos artísticos renovam o repertório musical do País e são reconhecidos em listas e premiações nacionais e internacionais. Em 2020, o edital do Natura Musical selecionou 43 projetos em todo o Brasil e promoveu mais de 300 produtos e experiências musicais, entre lançamentos de álbuns, clipes, festivais digitais, oficinas e conferências. Em São Paulo, a Casa Natura Musical se tornou uma vitrine permanente da música brasileira, com uma programação contínua de shows, performances, bate-papos e conteúdos exclusivos.
Serviço:
“Contramemória”
Data: de 18 de abril a 5 de junho
Horário: terça-feira a sexta-feira, 11h às 17h e sábado e domingo, 10h às 15h
Local: Theatro Municipal – Salão Nobre | Praça Ramos de Azevedo s/nº | Centro
Ingressos: retirada dos ingressos gratuitos pelo site. Limite de 2 ingressos por pessoa
Gratuito.
(Fonte: Secretaria de Cultura da Cidade de São Paulo)
Dando ênfase à sua vocação para a produção artística, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) – Palácio das Artes, de Minas Gerais, amplia sua atuação como uma das principais instituições produtoras de ópera no Brasil. Para dar prosseguimento a essa feliz trajetória e à diretriz de estímulo à criação nacional de ópera e à sua difusão, a instituição anuncia a sua nonagésima (90ª) produção operística – “Aleijadinho”, com estreia em 29 de abril de 2022.
Trata-se de uma ousada estreia mundial, encenada ao ar livre, em Ouro Preto, antiga Vila Rica, onde nasceu e viveu Aleijadinho, que terá como cenário a Igreja São Francisco de Assis, onde se encontram alguns dos principais acervos de suas criações. Essa obra inédita, “Aleijadinho”, baseia-se em fatos da vida do Mestre Antônio Francisco Lisboa, reconhecido internacionalmente como referência do Barroco Mineiro, cujas obras se encontram em diferentes cidades do Estado, especialmente em Ouro Preto e Congonhas. Após a estreia, a montagem cumpre temporada no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, dias 14, 16, 18 e 20 de maio de 2022.
A ópera “Aleijadinho” foi composta por Ernani Aguiar, com libreto escrito por André Cardoso. A regência é de Silvio Viegas e a direção cênica, de Julianna Santos. A montagem conta com as participações da Orquestra Sinfônica e do Coral Lírico de Minas Gerais, da Cia. de Dança Palácio das Artes e dos Solistas convidados Johnny França/Aleijadinho; Mar Oliveira/Manuel Francisco; Guilherme Moreira/Tomás Antônio Gonzaga; Pedro Vianna/Alvarenga Peixoto; Lício Bruno/Lobo de Mesquita; Luanda Siqueira/Joana e Mauro Chantal/Vicente Ferreira.
Para Eliane Parreiras, presidente da Fundação Clóvis Salgado, com essa nova montagem, a instituição reafirma o seu papel como uma grande formadora de público no campo operístico em Minas Gerais, difundindo programas e promovendo espetáculos. “Ao apresentar a vida e obra de Aleijadinho, aborda-se não somente a história de um dos maiores ícones da mineiridade, mas um movimento artístico que tomou o caminho da criatividade e da transfiguração de símbolos e valores para uma verdadeira arte nacional. É muito importante para a Fundação Clóvis Salgado realizar essa montagem a partir da história de Aleijadinho, difundindo a cultura mineira, fomentando a produção operística nacional, estimulando novas plateias e celebrando o Ano da Mineiridade”, destaca Eliane Parreiras.
Obra inédita contemporânea
A montagem desta obra inédita tem libreto e composição criados por artistas contemporâneos. Para a escrita do libreto, houve uma intensa pesquisa histórica para a construção da narrativa. Todos os personagens da ópera são reais e a cronologia é bem amarrada com os acontecimentos da época. O desenvolvimento dramático, no entanto, é ficcional, como o encontro de Aleijadinho com os Inconfidentes em uma taberna em Vila Rica ou com Lobo de Mesquita na Igreja do Carmo. Para fazer esse amálgama de ficção com realidade, o libretista André Cardoso usou em algumas passagens textos originais de Tomás Antônio Gonzaga e Alvarenga Peixoto, assim como o de um Lundu mineiro do século 18. Há ainda cenas baseadas em uma tese da historiadora Isolde Venturelli, da década de 1980 que, mesmo não sendo comprovada, tem uma grande carga dramática.
A história de vida de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, já foi transposta inúmeras vezes para a ficção em diferentes meios de expressão – faltava uma ópera. Convencido das possibilidades dramáticas sobre a vida do escultor, André Cardoso rascunhou os primeiros esboços em forma de roteiro em julho de 2009, quando apresentou a ideia ao maestro e compositor Ernani Aguiar, que imediatamente se entusiasmou pelo projeto. Com a proximidade dos 280 anos do artista, nascido em alguma data desconhecida entre 1737 e 1738, a ideia foi retomada e o libreto concluído em 2016, sendo repassado ao compositor. A proposta inicial seria de encenar a ópera para celebrar os 300 anos de Minas Gerais, mas, com a pandemia, foi necessário adiar. Como o enredo se conecta diretamente com as comemorações dos 200 anos da independência do Brasil, a data foi alterada para 2022.
O libretista afirma que a ligação com Minas Gerais e a admiração pelo artista foram os pontos de partida da obra. “Colocar Aleijadinho em cena, para nós, foi um caminho natural. Eu espero que o público se emocione vendo em cena o mais celebrado artista mineiro de todos os tempos. Trouxemos para o palco não só o Aleijadinho, mas também a história e a cultura do estado. Estou contando os dias para a estreia. Ter intérpretes como o maestro Silvio Viegas, os solistas por ele escolhidos, os corpos artísticos da Fundação Clóvis Salgado e a equipe criativa comandada pela diretora Juliana Santos é a garantia de que apresentaremos ao público um grande espetáculo, que será possível graças ao apoio que o projeto recebeu”, completa Cardoso.
Na composição, o maestro Ernani Aguiar dialoga com a música da época, com as intervenções que realizou em uma obra de Lobo de Mesquita ao criar uma linha de canto para Aleijadinho. O maestro resgatou também o estilo das serenatas mineiras, como no dueto de Joana e Manuel Francisco, no primeiro ato, e no Prelúdio e no Interlúdio do terceiro ato. “Fomos inspirados pelo próprio Aleijadinho, patrono das artes brasileiras e meu conterrâneo. Compus a música desse libreto, que é dedicado à pátria mineira, movido pela obra-prima desse mestre. E, para mim, obra-prima é aquela que você não se cansa de admirar, seja na literatura, na música, nas artes plásticas. Cada vez que você entra em uma igreja em Ouro Preto, você descobre algo novo”, comenta o compositor Ernani Aguiar.
Já o diretor musical e regente, Silvio Viegas, destaca que uma das questões que chamou sua atenção no libreto é que, apesar de estar todo embasado em livros e pesquisas, não se perdeu a liberdade poética, fundamental para uma ópera. “A música do Maestro Ernani Aguiar é moderna e histórica ao mesmo tempo. Tem todo o arroubo de suas composições, mas ao mesmo tempo faz referências à escrita daquela época, fazendo citações de dança, como o Lundu, da música Colonial Mineira de Lobo de Mesquita e da Seresta Mineira. Uma ópera que tem tudo, romance, drama, dor, alegrias, sofrimentos e que faz tudo isso tendo como personagem central nosso amado Aleijadinho”, ressalta.
Silvio Viegas também aponta para o importante fato de ser uma obra inédita em que o compositor e libretista estão vivos, o que permite conversar com o compositor para entender quais eram suas intenções e desejos. “Discutir e realizar alterações é algo maravilhoso e que somente pode ser feito tendo seus criadores vivos e abertos a sugestões e observações. É construir uma parte da história dessa ópera e fazer parte de um momento cultural histórico para nosso Estado e nosso País”, comemora.
Respeito às pautas sociais
A atual gestão da Fundação Clóvis Salgado tem sustentado o compromisso de manter a equidade de gênero e diversidade em suas produções artísticas. Tanto no Cefart (Centro de Formação Artística e Tecnológica) como nas produções dos Corpos Artísticos e demais atividades do Palácio das Artes, há sempre o cuidado em refletir questões da atualidade. É o caso, por exemplo, do convite feito a Julianna Santos para assumir a direção cênica da ópera Aleijadinho, fortalecendo o reconhecimento do trabalho da artista, com experiência em mais de 80 projetos em quase 20 anos.
Nessa montagem, a diretora imprimiu o seu estilo e destaca que, para além de contar a vida de um grande artista como Aleijadinho, as entrelinhas dessa história trazem muitas características sobre ele, como sua ancestralidade, sendo filho de uma escrava com um português. “Para potencializar essa ideia de ancestralidade, teremos um vídeo curto em que a coreógrafa e bailarina de dança Afro, Júnia Bertolino, atuará como uma quase representação da ‘mãe ancestral’, que não aparece no texto, mas estamos trazendo para a encenação. Essa figura também aparece no final e leva o Aleijadinho com ela”, revela a diretora.
O caminho de penitência do artista e a revolução em sua própria obra, deixando um legado, uma arte reconhecida mundialmente, também foram pontos de relevância para a direção cênica. “A expectativa é de que consigamos construir, junto com os artistas, essa história que é uma grande emoção para Ouro Preto e um orgulho para todos os brasileiros, não só os mineiros. A obra de Aleijadinho é um símbolo mundial, com toda sua beleza e especificidades. Pensando nas doenças que ele teve, me soa quase como uma arte penitente, redentora, ele passava pelo sofrimento que estava vivendo. Suas obras são muito teatrais e dramáticas, expressivas e emotivas. Quando entramos em contato com elas, sentimos. Tentamos expandir para o palco essa grandiosidade”, completa Juliana Santos.
Volumetria barroca
Edificar um evento em uma cidade tão peculiar como Ouro Preto tem sido desafiador. De acordo com Luciana Salles, diretora Cultural da FCS, a topografia, as restrições e tradições que uma cidade Patrimônio Cultural da Humanidade impõem para sua preservação se refletem nos modos de produção e na logística. “Isso nos aproximou de profissionais muito experientes e que toparam com entusiasmo enfrentar esse desafio conosco. Todos têm plena consciência da importância dessa montagem e da responsabilidade que é homenagear um artista como o mestre Aleijadinho. O respeito ao seu legado pautou todo o pensamento que antecede a montagem, tal como a proposta cenográfica que, diferente de tentar reproduzir alguma de suas obras, o que seria impossível sem soar como um arremedo, optou pelas projeções mapeadas e que revelam detalhes do olhar desse artista magnífico”, destaca Luciana Salles.
No cenário de Renato Theobaldo é possível encontrar o barroco na volumetria, com imagens das obras de Aleijadinho projetadas, muitas vezes em detalhes, trazendo o relevo que ele construiu, o barroco brasileiro. Isso traz um caráter ilustrativo, mas também emotivo da grandiosidade de sua obra. “Trouxemos o conceito de velas de projeção, que tiram a forma tradicional de telas, normalmente retangulares, criando uma dinâmica de movimentação de cena que remete às encenações de rua. Essa foi a chave formal para o projeto e como eu tinha em mente que seria um espetáculo para acontecer também no Palácio das Artes, não foi uma adaptação ao teatro fechado, mas uma criação simultânea para estes dois espaços. O projeto é, em sua essência, a conversa entre estes dois espaços”, revela Renato Theobaldo.
Já para Ney Bofante, responsável pela iluminação do espetáculo, a ideia para a estreia em Ouro Preto foi minimizar as influências que a apresentação ao ar livre sofre, como clima, vento e iluminação pública. Tudo foi pensado para que o público se concentre na história sendo contada, com menos detalhes e mais foco no âmbito geral, tentando aproveitar o que seria algo contrário para a encenação, como recurso. “Já a montagem no Palácio das Artes conta com toda a estrutura de uma casa de espetáculos. A iluminação entra para somar e ajudar a contar a história, selecionando, climatizando e esculpindo as belíssimas imagens oferecidas pela Cenografia e Projeção, além dos figurinos e da encenação”, finaliza Bofante.
O figurino de Marcelo Marques retrata as diferenças sociais da época, presentes na indumentária de uma elite abastada e de uma classe trabalhadora carente.
Sinopse | Vila Rica, capital de Minas Gerais, entre 1789 e 1814, momento da deflagração da Inconfidência Mineira. A ópera coloca em cena personagens que fazem parte da história do povo mineiro e que sonharam com a liberdade por meio do movimento precursor de nossa independência, artistas fundamentais para a construção da nacionalidade brasileira. A trama percorre o adoecimento do artista, a rejeição do seu filho e termina com sua morte. Estruturado em três atos, o libreto baseia-se em fatos e cronologia reais da vida de Aleijadinho para estruturar a narrativa dramática. Nela estão presentes personagens não só da vida pessoal do escultor, como seu filho Manuel, sua nora Joana e seus escravos Firmino, Maurício e Januário, como também personalidades da vida política e cultural das Minas Gerais do século XVIII e XIX, como os poetas Thomás Antônio Gonzaga e Alvarenga Peixoto, o compositor Lobo de Mesquita e Vicente Ferreira, contratante da Irmandade do Bom Jesus de Matosinhos. Os temas centrais da ópera, mais que uma sequência de fatos da vida do Aleijadinho, são a desilusão, a perda, o abandono e a solidão. Ao longo das cenas, tais sentimentos se acentuam no protagonista. Primeiro se dá́ a perda de seus amigos Inconfidentes, depois do colega músico Lobo de Mesquita, de um de seus escravos, Maurício, que morre durante o trabalho em Congonhas e Justino, que o abandona sem deixar vestígios. Por fim o próprio filho, restando-lhe, no final da vida, apenas a nora Joana.
FICHA TÉCNICA
Aleijadinho
O mestre do barroco mineiro em ópera inédita
Compositor / Ernani Aguiar
Libretista /André Cardoso
Direção musical e Regência / Sílvio Viegas
Concepção e direção cênica / Julianna Santos
Orquestra Sinfônica de Minas Gerais
Coral Lírico de Minas Gerais
Companhia de Dança Palácio das Artes
Cenografia / Renato Theobaldo
Figurinos / Marcelo Marques
Iluminação / Ney Bonfante
Coreografia / Júnia Bertolino
Criação Artística – Arte e Vídeo / Angélica Carvalho
Solistas
Johnny França (barítono) / Aleijadinho
Mar Oliveira (ternor) / Manuel Francisco
Guilherme Moreira (tenor) / Tomás Antônio Gonzaga
Pedro Vianna (barítono) / Alvarenga Peixoto
Lício Bruno (barítono) / Lobo de Mesquita
Luanda Siqueira (soprano) / Joana
Mauro Chantal (baixo) / Vicente Ferreira.
Serviço:
Aleijadinho em Ouro Preto
Data: 29 de abril de 2022 – Estreia mundial
Horário: 20h
Local: Igreja de São Francisco de Assis. Largo de Coimbra – Centro – Ouro Preto – Minas Gerais
Acesso gratuito
Informações para o público: (31) 3236-7401
Ano da Mineiridade
A ópera integra a programação do Ano da Mineiridade, da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult), projeto criado para celebrar os elementos que compõem a assinatura mineira, com suas tradições, costumes e histórias. O Ano da Mineiridade será marcado por inúmeras iniciativas que celebram a diversidade da produção artística no estado, aproximando municípios e promovendo uma maior transversalidade entre os setores da cultura e do turismo e de todos os profissionais envolvidos nesses segmentos.
Segundo o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, o Ano da Mineiridade é uma ação que celebra todas as características de Minas Gerais. “A ópera ‘Aleijadinho’ vem ao encontro do nosso desejo de celebrar Minas Gerais. Ela condensa uma série de elementos que compõem a nossa rica diversidade artística e cultural. Por meio dessa montagem, vamos celebrar quem somos, celebrar nossas cidades, nossa arte e a nossa intensa e rica cultura, além de dar visibilidade à história desse grande artista negro, Antônio Francisco Lisboa, o maior representante do Barroco mineiro, reconhecido em todo o mundo, patrimônio da Humanidade Unesco”, comemora Leônidas Oliveira.
Para o Instituto Cultural Vale, a vida de Aleijadinho e toda a sua produção artística precisam ser, sempre, lembradas, compartilhadas e experimentadas por todas as gerações. “E o Instituto, que fomenta as múltiplas manifestações artísticas brasileiras, tem a imensa alegria de ser também parte dessa celebração do maior artista do Barroco mineiro, e, por meio dele, de celebrar também as Minas Gerais”, afirma Hugo Barreto, diretor presidente do Instituto Cultural Vale.
A ópera “Aleijadinho” é realizada pelo Ministério do Turismo, Governo de Minas Gerais / Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, pela Fundação Clóvis Salgado, e correalizada pela APPA – Arte e Cultura. Tem como apresentadores do Programa o Instituto Unimed-BH¹ e o Instituto Cultural Vale, como patrocinadores Cemig, ArcelorMittal, Instituto Cultural Vale, AngloGold Ashanti, Usiminas e CSN por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Conta com o apoio da Prefeitura de Ouro Preto, Faop, Sesc em Minas, Revista Concerto, Instituto Usiminas e Instituto Hermes Pardini.
O patrocínio do Instituto Unimed-BH é viabilizado pelo incentivo de mais de 5,2 mil médicos cooperados e colaboradores.
A Fundação Clóvis Salgado é integrante do Circuito Liberdade, complexo cultural sob gestão da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult) que reúne diversos espaços com as mais variadas formas de manifestação de arte e de cultura em transversalidade com o Turismo.
Fundação Clóvis Salgado | Com a missão de fomentar a criação, formação, produção e difusão da arte e da cultura no Estado, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) é vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult). Artes visuais, cinema, dança, música erudita e popular, ópera e teatro, constituem o campo onde se desenvolvem as inúmeras atividades oferecidas aos visitantes do Palácio das Artes, CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais – e Serraria Souza Pinto, espaços geridos pela FCS. A Instituição é responsável também pela gestão dos corpos artísticos – Cia. de Dança Palácio das Artes, Coral Lírico de Minas Gerais e Orquestra Sinfônica de Minas Gerais –, do Cine Humberto Mauro, das Galerias de Artes e do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart). Em 2020, quando celebrou 50 anos, a FCS ampliou sua atuação em plataformas virtuais, disponibilizando sua programação para público amplo e variado, por meio do projeto #PalácioEmSuaCompanhia. O conjunto dessas atividades fortalece seu caráter público, sendo um espaço de todos e para todos.
(Fonte: Conteúdo Comunicação)
A maior estação de esqui da América do Sul, Valle Nevado Ski Resort, no Chile, está lubrificando as engrenagens de seus teleféricos para receber os brasileiros depois de dois anos com suas fronteiras fechadas devido à pandemia. A cerca de 60 dias para sua abertura oficial, prevista para o dia 17 de junho, em pleno feriado de Corpus Christi, o resort já tem mais de 11 mil diárias vendidas para brasileiros para a temporada 2022.
Além das promoções em datas específicas que podem ser consultadas no site https://vallenevado.com/es/promocoes-de-hoteis/, o Valle Nevado retomou sua parceria com a MasterCard e oferece até 40% de desconto em hospedagens para quem comprar com cartões da bandeira, além de benefícios exclusivos na compra de ingressos para suas pistas e teleféricos.
“Estamos animados com a temporada 2022. Nosso Hotel Puerta del Sol é o preferido das famílias brasileiras e já está 50% vendido para esse ano”, afirma Ricardo Margulis, gerente geral do Valle Nevado Ski Resort. “Com a chegada do outono e das primeiras nevadas, veremos a partir de agora esse número subir rapidamente”, completa. As diárias no Hotel Puerta del Sol incluem meia pensão (café da manhã e jantar), ingresso de pistas e teleféricos e custam a partir de USD 120 por pessoa em apartamento duplo.
Com previsão de durar até fim de setembro, a temporada de neve no Chile promete aquecer o coração dos brasileiros que estão ávidos para esquiar ou praticar snowboard na estação de esqui mais favorável logisticamente para os fãs da neve. Isso porque o Valle Nevado Ski Resort está localizado a apenas 60km de Santiago, o que torna possível cair nas pistas ainda no mesmo dia do embarque em solo brasileiro.
Para saber as restrições atualizadas de entrada no Chile, acesse https://www.chile.travel/planviajarachile/.
Reservas:
Telefone: 0800 892 1047 | E-mail: reservas@vallenevado.com | Site: http://www.vallenevado.com/pt/ | App: iOS ou Android | Tour operadores brasileiros credenciados
Sobre o Valle Nevado Ski Resort Chile | Localizado a cerca de 60km de Santiago a partir do aeroporto, a estação possui três hotéis, Tres Puntas, Puerta del Sol e Valle Nevado, sendo três, quatro e cinco estrelas, respectivamente, além de seis restaurantes, seis bares e pubs, mais de 40 pistas para esqui ou snowboard, 16 teleféricos, lojas e apartamentos residenciais. Descubra os Andes. Viva Valle. Acompanhe: vallenevado.com/pt | Facebook | Instagram | Twitter | Vimeo.
(Fonte: B4T Comm)
O contexto atual da pandemia no mundo requer atenção. Recentemente, houve aumento de casos de Covid-19 na Europa e na Ásia mesmo em países com maior cobertura vacinal. No Brasil, a flexibilização do uso de máscaras não considera a cobertura vacinal nos diferentes grupos populacionais (em crianças, adolescentes, jovens e idosos). Portanto, não leva em conta que a imunização contra a Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos e mesmo nos adolescentes ainda não atingiu a cobertura esperada de 90% ou mais, como já efetivada em adultos acima de 18 anos.
No Estado de São Paulo, após uma redução acentuada nos índices de casos e de mortes por Covid-19, o governador João Doria anunciou, em 17 de março, a flexibilização do uso de máscaras em todos os ambientes, com exceção do transporte público e dos locais destinados à prestação de serviços de saúde. Ficam de fora desta regra os ambientes escolares fechados, que deixam de exigir a máscara dos alunos. A decisão não leva em conta o risco de crianças levarem doenças respiratórias para casa, para irmãos menores que não podem ser vacinados ou pessoas idosas.
Campinas foi a única cidade do Estado de São Paulo e do país a manter a obrigatoriedade do uso de máscaras em ambientes escolares fechados. Adotada em 18 de março, a medida foi pautada por indicadores epidemiológicos locais e pelo princípio de precaução em Saúde Pública – que toma medidas para que riscos iminentes não se tornem um real problema de saúde pública.
O município conta com um sistema de vigilância de saúde estruturado, associado a uma rede de assistência capaz de fornecer elementos e dados em tempo oportuno, que possibilitam monitoramento, análises e decisões estratégicas. Foi a partir deste sistema que se adotaram medidas mais restritivas que o Estado de São Paulo, durante os dois primeiros anos da pandemia. Inclusive, Campinas tem auxiliado outros municípios brasileiros a traçarem suas estratégias de saúde pública no enfrentamento à Covid-19.
Há vários argumentos que apontam a necessidade de enfatizar medidas de manutenção do uso de máscaras em ambientes escolares fechados. São eles: indicadores epidemiológicos de baixa cobertura vacinal em crianças de 5 a 17 anos; aumento do número de internação hospitalar infantil por Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG); aumento de atendimentos de sintomáticos respiratórios na faixa etária escolar, principalmente nos períodos de outono e inverno; e o fato de que a Covid-19, apesar de mais rara em crianças, pode ser grave e levar pessoas desta faixa etária a sequelas de longo prazo. Embora, proporcionalmente, o número de internações e óbitos por Covid-19 seja menor em números absolutos que nas demais faixas etárias, esta doença já causou mais mortes em crianças no Brasil do que todas as demais doenças que podem ser evitadas por vacinas.
O período de outono e inverno intensifica a preocupação com crianças, já que doenças respiratórias se tornam recorrentes com a diminuição da umidade relativa do ar e a utilização de ambientes menos ventilados. Além das complicações respiratórias comuns, principalmente nos menores de 2 anos, as crianças em idade escolar também podem ser vetores da doença para os menores ao ficarem mais expostas a vírus respiratórios nos ambientes coletivos.
Como ambientes de frequência obrigatória, com permanência prolongada e grande número de indivíduos presentes, as escolas precisam evitar se tornarem espaços de transmissão da Covid-19 e de outras doenças respiratórias mais prevalentes nesta época do ano. O uso de máscaras como princípio de precaução é o caminho para manter as atividades escolares presenciais sem abdicar da proteção da saúde coletiva.
Sobre os autores:
Dra. Andrea P. B. Von Zuben é epidemiologista e diretora do Departamento de Vigilância em Saúde de Campinas.
Dr. Lair Zambon é professor titular de Pneumologia FCM/Unicamp e secretário de Saúde de Campinas.
Daiane Cristina Pereira Morato é coordenadora de Vigilância de Agravos e Doenças do Departamento de Vigilância em Saúde de Campinas.
(Fonte: Agência Bori)
O que aconteceria se uma pessoa normal ganhasse superpoderes? É a partir desta reflexão que o cineasta brasileiro Marcus Alqueres, da O2, lança na internet o seu novo projeto autoral, o curta-metragem “The Great Kineeso”. O curta-metragem estreou dia 18 de abril no Vimeo e no canal do Youtube do diretor. Assista aqui ao curta “The Great Kineeso” estrelado por Giovanni de Lorenzi. Filmado pouco antes da pandemia no interior de São Paulo, próximo ao município de Tietê, o filme, de dois minutos e trinta e oito segundos de duração, mostra a história de um super-herói realista.
Alqueres, que também é diretor de publicidade na O2, assinou a direção do longa-metragem norte-americano “Snowblind”, além da produção, direção e edição do curta-metragem “The Flying Man”, com mais de vinte milhões de visualizações e cujos direitos foram adquiridos na época pela Sony/Columbia Pictures. Também trabalhou nos efeitos visuais de longas como “300”, “Planeta dos Macacos: A Origem”, “As Aventuras de TinTin”, de Steven Spielberg e na série “Mandalorian”.
“The Great Kineeso” aborda a temática de super poderes nas mãos de alguém que não está necessariamente preparado para isso. “A ideia já nasceu querendo ser um longa. Escrevi um curta de dezessete páginas, mas, devido aos limites orçamentários, acabei filmando apenas duas páginas. Basicamente a primeira cena do filme, que já é o suficiente para apresentar o conceito deste novo personagem. Para o protagonista, tive o prazer de trabalhar com o Giovanni de Lorenzi. Fisicamente, é exatamente como eu tinha visualizado o personagem, além de ser um excelente ator”, afirma Alqueres.
Conhecido por ser um diretor que trabalha bem em narrativas publicitárias com “storytelling” proeminente, completadas por uma linguagem visual diferenciada, ao comparar um ambiente de produção publicitária com o de cinema, Marcus Alqueres acredita que as estruturas de set e os processos são bem parecidos. Mas, o que realmente muda é que, no primeiro caso, toda a produção existe para vender um produto, enquanto no cinema a motivação principal é contar uma história.
“Na publicidade, normalmente conseguimos ter uma boa estrutura de produção, que nos permite conhecer vários profissionais talentosos, novas ferramentas e aumentar a experiência em grandes sets de filmagem. A produção de cinema, por sua vez, devido ao foco extremo na história, na narrativa e nos personagens, acaba dando novas perspectivas e ideias para quando você volta a dirigir produções publicitárias. Gosto também de dar um passo pro lado e trabalhar em minhas produções com orçamento mais reduzido, onde tenho de fazer tudo, como no “The Great Kineeso”. Ter os pés nesses universos oferece novas perspectivas e ideias para qualquer produção no audiovisual”, finaliza o diretor.
O2 Filmes | No mercado desde 1991, a O2 trabalha com as principais agências brasileiras e presta serviços de produção para o mercado internacional, além de produzir conteúdo reconhecido e premiado em todo o mundo.
(Fonte: Agência Lema)