Atividade física ajuda no combate ao coronavírus, mas o estresse prejudica. Além da prevenção recomendada pelas autoridades de saúde, como uso de máscaras, distanciamento social e higienização constante das mãos, é fundamental estar atento ao corpo e à mente para ter uma vida mais saudável. Com recordes diários de contaminação e mortes, o Brasil é hoje o epicentro da epidemia de coronavírus no mundo, superando os Estados Unidos no número de mortes diárias. Em meio à pandemia descontrolada, um estudo realizado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) apontou que a irisina, um hormônio liberado pelos músculos durante a realização de exercícios físicos, pode ter efeito terapêutico em casos de Covid-19. “Isso reforça a necessidade de nos cuidarmos. A atividade física libera irisina e aumenta a imunidade, dificultando que o coronavírus entre na célula de gordura”, explica o mestre em anatomia humana e doutor em neuroanatomia Mario Sabha.
O educador físico e personal trainer Wagner Felix não só concorda, como acrescenta que a prática regular de atividade física pode ajudar até quem pegou a Covid-19. “Uma pessoa contaminada, que tem como hábito a prática de exercício, tende a possuir um sistema imunológico mais resistente e fortalecido, o que pode colaborar para que a doença não se agrave”, explica.
Mas a quantidade de gente que tem o hábito de praticar atividade física no país não ajuda: “Menos de 10% da população brasileira”, afirma Wagner. “É como você entrar em um campo de batalha com ou sem escudo. Se você faz atividades físicas regularmente, ao menos três vezes por semana e se alimenta corretamente, consumindo vitaminas C e D, a tendência é de que o seu sistema imunológico crie um ‘escudo’ contra as infecções. Quando não há essa prática, você estará menos protegido para a batalha”, compara o educador físico.
Além da atividade física, é preciso não se esquecer da parte emocional e procurar viver longe do estresse. Ele origina uma substância que, na contramão da irisina e, em dose elevada, pode fazer mal à saúde: o cortisol, conhecido como ‘hormônio do estresse’. “Deprime o nosso sistema imunológico e nos deixa vulneráveis a infecções. Em excesso, ele pode inclusive gerar comorbidades que se tornam riscos altos em caso de contaminação pelo coronavírus: a hipertensão e o diabetes”, alerta Mario Sabha.
Sabha diz que é preciso dosar o consumo de notícias que possam causar nervosismo em excesso, fazendo mal à saúde. “É importante saber o que está acontecendo em sua cidade, estado e país, mas tome o cuidado de não se deixar levar pelo pânico que, eventualmente, determinados assuntos podem provocar”, alerta. O doutor em neuroanatomia acrescenta que, em casos mais severos de crises emocionais, é preciso buscar tratamento. “Questões psicoemocionais também podem ser tratadas por meio de terapias metafísicas e neurolinguísticas, além da psicoterapia; o importante é escolher uma abordagem com a qual a pessoa tenha uma identificação”, finaliza.