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Furacão Milton: como a tecnologia ajudou a salvar vidas

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Imkara Visual/Unsplash.

Por Alexandre PierroPerdas financeiras podem ser recuperadas, vidas não. Todos nos assustamos com a agressividade do Furacão Milton, que atingiu a Flórida na última quinta-feira (10) na categoria 5. Mas, mesmo diante de seus danos devastadores ao estado, fato é que, se compararmos com outros desastres que já atingiram a região, como o famoso Furacão Katrina, a letalidade deste recente foi significativamente menor – muito disso graças ao avanço da tecnologia e inovação nos últimos anos que foi empregada perante uma análise preventiva à população.

Tendo ganhado força rapidamente e surpreendido muitos cientistas e pesquisadores, o fenômeno se formou no Golfo do México e se intensificou devido às altas temperaturas das águas na região, apresentando ventos de até 250 km/h. Seu perigo era tanto que a própria governadora do estado pediu que a população evacuasse o local, apelando com o discurso de que “aqueles que ficassem nas áreas de maior risco, iriam morrer”.

Seus estragos à infraestrutura local foram inevitáveis, com perdas econômicas projetadas em torno de US$60 bilhões por analistas locais. Porém, por outro lado, temos que ressaltar que as mortes causadas por este fenômeno foram significativamente menores em comparação com outros. Pouco mais de 15 mortes foram oficialmente confirmadas até a última sexta (11), algo que foi fortemente auxiliado através da tecnologia.

Comparativamente, o Furacão Katrina, que destruiu a região metropolitana de Nova Orleans, chegou a causar mais de mil mortes à época. O que, então, mudou de lá para cá para termos uma grande diferença nestes termos? A digitalização do mercado global. Os avanços tecnológicos presenciados nos últimos anos puderem ser positivamente empregados nesse sentido, investindo recursos que trouxessem análises preditivas que estimassem a data e horário que esses fenômenos chegariam ao local, assim como sua provável gravidade e agressividade.

Como exemplo disso, segundo a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos, um drone foi inserido no olho do Furacão Milton e conseguiu reportar rajadas de vento de até 122 km/h a uma distância de menos de 80 km de seu centro. Ele foi enviado com o objetivo de entender melhor o papel da influência dos oceanos nos furacões, o que contribuiu até mesmo para identificar o grau que estaria ao tocar o chão na Flórida.

Em paralelo, muito foi explorado através da IA nessa prevenção, utilizando essa ferramenta para monitoramento do avanço dos furacões a fim de traçar sua possível rota, velocidade, gravidade, dia e hora em que atingiria determinada região. Neste caso do Milton, estas informações permitiram que as autoridades locais notificassem a população que se encontraria nas áreas de maior risco para que evacuassem o local a tempo, salvando a maior quantidade possível de vidas.

A inovação tecnológica desenvolvida ao longo dos anos contribuiu para melhores modelos matemáticos, sistema de computação e medições que tragam dados mais precisos quanto estes impactos, de forma que seja possível se preparar, ao máximo, para se proteger contra estes fenômenos inerentes à natureza.

Assim, mesmo diante de tamanhos desastres que o Furacão Milton inevitavelmente gerou ao estado, a tecnologia se fez uma forte aliada às vidas locais. Os danos sentidos certamente servirão de aprendizado para melhorias contínuas, de forma que possam ser desenvolvidas cada vez mais soluções robustas que contribuam para uma maior assertividade nesta previsão e, consequentemente, prevenção contra prejuízos que nenhum dinheiro conseguirá reverter.

Alexandre Pierro é mestrando em gestão e engenharia da inovação, bacharel em engenharia mecânica, física nuclear e especialista de gestão da PALAS, consultoria pioneira na ISO de inovação na América Latina.

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(Fonte: Com Nathalia Bellintani/InformaMidia)