Um estudo feito pelo Senai para apoiar a indústria da moda a estipular o padrão das etiquetas, mostrou que a mulher brasileira tem em média 97 centímetros de busto, 85 de cintura e 102 de quadril – o que corresponde a uma numeração 44 e um corpo cheio de curvas. O mercado da moda está de olho nesse perfil, tanto que as grandes marcas já apostam em modelos que representem essa realidade para suas campanhas de marketing. Centenas de perfis de influenciadoras digitais com esse padrão também já povoam as redes sociais, onde elas mostram que é completamente possível ter autoestima, se vestir bem e ser linda independente da numeração da roupa.
Longe de ser uma apologia à obesidade, a indústria e a mídia tem se adaptado a esse mercado plus size, que está em ascensão, conforme aponta a Associação Brasileira do Vestuário, que mostrou crescimento de 8% e uma movimentação financeira de R$7 bilhões, em 2018. “Até bem pouco tempo, as marcas trabalhavam do 36 ao 42 e o plus size iniciava a partir do 44, mas grandes marcas estão trazendo sua grade para até o GG”, detalha a consultora de estilo e imagem Alessandra Leão.
Segundo ela, as mulheres estão mudando de comportamento e se aceitando mais e isso impactou na forma como a indústria da moda oferece seus produtos. “Tivemos que nos adequar a esse público, que ficou mais exigente. Elas querem se sentir seguras, bonitas e não aceitam qualquer roupa, independente do preço”, explica Alessandra, que comanda, ao lado das irmãs e da mãe, a loja Neuza Leão, instalada no Shopping Estação Goiânia. A marca tem fabricação própria e investe em coleções exclusivas para moda maior, além dos tamanhos padrão.
Ela explica que confeccionar peças plus size não se resume em apenas aumentar alguns centímetros nos tamanhos, mas respeitar os contornos que o corpo maior tem. “A modelagem é um pouco diferente, pois na graduação das numerações menores fazemos a aplicação de um tamanho para outro de maneira padronizada. Quando vamos trabalhar o mesmo modelo 36 para o 46 e 48, adequamos pequenos detalhes, como comprimento, cavas e largura das costas”.
Nas calças, as proporções do quadril e bumbum também são ajustadas, assim como o gancho. “Se a cliente veste uma peça que não tem um bom caimento, não importa a estampa, o tecido, o preço. Ela precisa se sentir à vontade; só assim ela vai transmitir a sensação de segurança e de estar bem vestida, um sentimento que todas as mulheres almejam, independente do tamanho da cintura”, destaca.
Dos modelos que mais saem, Alessandra destaca as blusas de tecidos mais leves com manguinhas e dá uma dica de ouro: “Antes de sair comprando, tente entender os objetivos das suas compras. Lembre-se de que é muito importante, pois a roupa tem que se encaixar no corpo. Não compre por impulso só porque a peça está barata e atente-se ao seu estilo”.
(Fonte: Agência Press Voice)