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Novo supercomputador de R$200 milhões vai aprimorar previsão climática do INPE

Brasília, por Kleber Patricio

Luara Baggi. Foto: Ascom/MCTI.

Os investimentos na aquisição de um supercomputador para o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e a ampliação dos municípios monitorados pelo Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden) foram destacados pela ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, durante o seminário sobre emergência climática realizado na última quinta-feira (28), em Brasília.

O MCTI está investindo R$200 milhões em recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) para atualizar as capacidades de infraestrutura do INPE para previsão de tempo e clima, principalmente sobre eventos extremos.

O Cemaden, também unidade vinculada ao MCTI, está trabalhando para expandir o sistema de monitoramento para alcançar 1.837 municípios brasileiros. O plano de expansão foi incluído no Novo PAC para receber R$50 milhões em investimentos. “A importância dessas iniciativas está na preservação do maior número de vidas durante os eventos climáticos extremos e na mitigação dos prejuízos, mas também pela relevância no planejamento estratégico de setores importantes para o Brasil, como energia, agricultura e recursos hídricos”, explicou a ministra Luciana Santos.

Ela destacou ainda que os impactos dos eventos extremos ocasionados pela mudança do clima exigem do governo federal ações propositivas e de orientação para que os municípios possam ter condições mínimas de ação. “É preciso ter uma agenda comum e somar esforços para enfrentar problemas complexos que estamos atravessando, não só no Brasil como no mundo”, afirmou.

Luciana Santos também reiterou o papel do MCTI e do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia em prover dados técnico-científicos para subsidiar a tomada de decisão, bem como a transversalidade da agenda. “Quero reiterar o compromisso do MCTI, especialmente por meio das unidades vinculadas, de prover informações científicas baseadas na melhor ciência disponível para contribuir com as discussões transversais, temáticas e setoriais da agenda climática”, afirmou a ministra.

O evento, organizado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) com o apoio do MCTI, reuniu na quinta (28) e sexta-feira (29) representantes de mais de 45 instituições para debater a estratégia nacional do Plano Clima – Adaptação.

A oficina sobre emergência climática foi a segunda realizada. A primeira ocorreu no início de setembro e abordou o tema de justiça climática. O cronograma também prevê a realização de um seminário sobre a ciência para adaptação à mudança do clima.

Eventos extremos

Na abertura do evento, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que as comunidades vulneráveis são as mais atingidas e que “o Brasil é, definitivamente, um país vulnerável”. A ministra relembrou os desastres ocorridos recentemente no sul da Bahia, em Petrópolis (RJ), em São Sebastião (SP), as enchentes no Rio Grande do Sul e a seca extrema no Amazonas. “Os eventos extremos, que antes batiam à nossa porta, agora arrebentam nossas portas e se instalam da pior forma possível”, afirmou Marina.

Segundo a ministra, o seminário ousa ao debater ações preventivas para reduzir os “efeitos deletérios” dos eventos extremos e defendeu que, além da agenda de mitigação e de adaptação à mudança do clima, é necessário avançar para transformar o modelo de desenvolvimento. “Se não transformarmos os nossos modelos econômicos, sociais, culturais e nossas ações civilizatórias, não conseguiremos dar conta dos desafios postos”, disse.

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