A arte e a cultura impactam positivamente as populações, principalmente em momentos difíceis. É com esse objetivo que atua o Viva Perifa, projeto cultural incentivado pela Leroy Merlin Brasil, produzido pela Yabá Consultoria e coproduzido pela Aflora Cultural, com o propósito de contribuir para a ressignificação de escolas no Rio Grande do Sul, após as enchentes e tragédias vividas pela população gaúcha, em 2024.
O projeto une arte urbana e sensibilidade, levando emoção e escuta ativa às comunidades atingidas pelas águas, permitindo que toda a população sonhe com um futuro diferente. A iniciativa valoriza artistas locais, gera trabalho e renda para comerciantes e tem conexão direta com sustentabilidade, promovendo impacto social e cultural.
O projeto cria galerias de arte a céu aberto, levando a arte urbana para as comunidades. A primeira etapa do Viva Perifa já contemplou as escolas Cândido Xavier, Castro Alves e Rui Barbosa, estas com artes já finalizadas, em São Leopoldo. Foram mais de 600 m² de muros grafitados. O trabalho foi realizado por um coletivo de mulheres muralistas e gerou emoção às crianças, pais, professores e comunidade escolar. Em breve, o Projeto Viva Perifa chegará às escolas da cidade de Porto Alegre.
Além da arte urbana, o projeto realiza oficinas temáticas nas escolas, gera oportunidade de trabalho e renda para os artistas e outros profissionais e é uma iniciativa que vai impactar diretamente mais de 10 mil pessoas entre 2024 e 2025, explica Andrea Moreira, CEO da Yabá Consultoria e idealizadora do Projeto Viva Perifa. “É uma iniciativa sensível que registra as memórias da comunidade antes da tragédia e estimula sonhos e desejos para o futuro da comunidade. A arte urbana como expressão cultural foi escolhida para ser a base de conexão do projeto com as escolas públicas que, junto com artistas locais – que também foram impactados pelas chuvas – criam o desenho integrando a comunidade no processo de restauração”, explica Andrea.
O projeto, que é viabilizado por meio da Leroy Merlin via Lei Federal de Incentivo à Cultura, também prevê a realização de oficinas culturais e exposição, além da participação como voluntário dos colaboradores da empresa.
As escolas
Na periferia, a Escola Cândido Xavier, que foi inundada pelas águas, escolheu como tema para a grafitagem ancestralidade, diversidade e superação. Liderada pela muralista Marília Drago, a equipe retratou o Baobá, símbolo da ancestralidade e da árvore da vida, destacando a resistência ao fogo e capacidade de armazenar água. “A arte no muro da escola ressignifica a simbologia da água, transformando-a em pássaro como símbolo de força e esperança. No centro, um aluno que perdeu a vida ao brincar no rio está representado sentado nas raízes de um Baobá com um arco-íris saindo de seu livro, simbolizando diversidade e trazendo cor e vida aos outros alunos”, explica Marília. Ela ainda destaca que as cores inspiram a comunidade escolar, trazendo energia e renovação.
Já o muro gigante da Escola Castro Alves recebeu artes de três muralistas: Lisiane Fangueiros, Marilia Drago e Mariana Tauchen, que contaram uma história de superação, inclusão social e respeito à diversidade e Meio Ambiente. “O mural inicia com a representação de uma mulher negra simbolizando as raízes ancestrais da comunidade e a conexão com a natureza. O livro representa a educação como meio de transmitir esse conhecimento, enquanto as PANCs (plantas alimentícias não convencionais) destacam a biodiversidade e a resistência aos padrões de consumo hegemônicos”, explica a artista Lisiane Fangueiro.
No mural da escola, o João-de-Barro e o Araçá simbolizam a fauna e flora do Rio Grande do Sul, trazendo à tona a questão da moradia após a perda de casas na comunidade. A ave representa a memória desse evento doloroso, ressignificando a tragédia sem apagá-la. Já a parte final do mural retrata a noite e o sonho de novas possibilidades, com a mariposa simbolizando transformação e esperança.
Na Escola Rui Barbosa, o tema escolhido foi Educação Ambiental. A arte produzida representa o pássaro Quero-Quero, símbolo de resistência, e folhagens que representam a fauna e flora e destacam a importância do respeito ao meio ambiente. Já a menina com elementos escolares traz a importância da educação para formação de consciência cidadã e desenvolvimento da sociedade. Outras escolas de São Leopoldo serão beneficiadas com oficinas de grafitagem, desenho e outras linguagens artísticas. Além disso, escolas de Porto Alegre serão grafitadas ao longo de 2025.
O projeto Viva Perifa nasce com o objetivo de impactar as comunidades periféricas, fortalecendo a sensibilidade da comunidade com a arte e os artistas, contribuindo inclusive para a formação de novos profissionais nesta área. “Ao integrar o plano de apoio ao Rio Grande do Sul, o Viva Perifa mantém um olhar atencioso para a população oferecendo trabalhos que, de fato, estão impactando a vida das pessoas”, finaliza Andrea Moreira.
Serviço:
Escolas beneficiadas em São Leopoldo
Escola Cândido Xavier – R. Dos Hibiscos, 2-150 – Santos Dumont, São Leopoldo – RS
Escola Castro Alves- Rua Soldado – R. Henrique Lopes, 196 – Vicentina, São Leopoldo – RS
Escola Rui Barbosa – Av. João Alberto, 135 – Vicentina, São Leopoldo – RS.
(Com Fernanda Ribeiro/Digitaltrix)