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Relevância da inclusão é lembrada por meio de datas comemorativas em dezembro

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: Divulgação.

Uma pessoa com deficiência (PCD) tem o direito de ser ouvida e valorizada na sociedade, pois enfrenta barreiras diárias que vão desde a dificuldade de locomoção até a falta de acesso a oportunidades de trabalho e lazer. No Brasil, aproximadamente 18,6 milhões de pessoas de dois anos ou mais de idade (ou 8,9% da população desse grupo etário), vivem com algum tipo de deficiência, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esses números reforçam a urgência de debater e promover a inclusão e garantir que todos os cidadãos tenham as mesmas oportunidades de participação e desenvolvimento.

Neste mês de dezembro, a palestrante e especialista em temas de inclusão e diversidade Natalie Schonwald frisa três datas que levam à uma reflexão para promover uma consciência maior e respeitosa na comunidade e que ajudam na convivência equitativa entre pessoas com e sem deficiência. São elas: Dia Internacional da Pessoa com Deficiência (3), Dia Nacional da Acessibilidade (5) e o Dia da Criança com Deficiência (9).

“Todas as datas têm sua relevância, pois, para serem incluídas na sociedade, essas pessoas precisam ter suas características individuais consideradas para que sejam incluídas em todos os ambientes. Com mobilizações de políticas públicas devidamente implementadas e colocadas em prática e com acolhimento, as barreiras são mais fácies de serem quebradas em prol desses indivíduos”, explica Natalie, que também é psicopedagoga.

Segundo Natalie, há inúmeras maneiras de apoiar e promover a inclusão no dia a dia, e essa pauta deve estar sempre em evidência. “Para que o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência ganhe cada vez mais visibilidade, é essencial demonstrar que a participação dessas pessoas na sociedade deve ser uma realidade constante e não em um evento pontual. O reconhecimento e a celebração do momento devem servir como um ponto de partida para a verdadeira participação de todos na sociedade. Se a participação desse público for limitada a uma data comemorativa, em vez de se tornar parte integrante do cotidiano, o que ocorre é uma forma de exclusão disfarçada”, reforça.

Com a aproximação do dia 3 de dezembro, ações que envolvam o mundo corporativo, escolar e esportivo, como o acesso a esportes adaptados, programas de educação inclusiva em atividades práticas que trabalham com todos os envolvidos, preparando-os para receber com naturalidade e respeito, enaltecem a data. “Essas iniciativas tendem a sensibilizar e garantir que a inclusão de pessoas com deficiência se torne uma prática cotidiana, transformando-se em um verdadeiro compromisso com a acessibilidade e equidade”, pontua a profissional.

O Dia Nacional da Acessibilidade é lembrado por Natalie para sensibilizar a sociedade sobre a necessidade da eliminação de barreiras físicas e sociais em diversos locais para garantir condições para as pessoas com deficiência ocupar qualquer lugar que desejar. A construção de um espaço público inclusivo precisa, no mínimo, atender a acessibilidade estrutural, como elevadores, rampas de acesso, plataforma elevatória, banheiros adaptados, audioguia, comunicação em libras e audiodescrição (em caso de um evento) e sistema de sonorização de emergência, entre outros.

Diversas questões ajudam na construção de uma maior autonomia de pessoas com deficiência, está aí a relevância desta data para focar no assunto. “Os espaços urbanos públicos acessíveis são aqueles que, arquitetonicamente, permitem que esses cidadãos possam ter acesso de forma autônoma, enquanto os ambientes inclusivos são aqueles que respeitam a diversidade e atenda, da melhor forma possível, às diversas necessidades e amplie a participação de todos”, explica Natalie.

De acordo com Natalie, o Dia da Criança com Deficiência merece um olhar diferenciado para que haja uma inclusão de sucesso. A família é o primeiro ambiente de socialização da criança, por isso o papel dos pais é fundamental na constituição de seus filhos em todos os aspectos. Mas, a comunidade como um todo também é responsável pela inclusão dos pequenos. Dentro de todo esse aspecto de conscientização, a palestrante explica: “É importante garantir que essas crianças tenham acesso à uma educação inclusiva, oportunidades de desenvolvimento e o suporte necessário para crescer em um ambiente que respeite suas necessidades e potencialidades desde cedo, para aumentar sua autonomia, autoestima e plena participação na sociedade”, finaliza.

Natalie Schonwald 

Natalie é psicóloga, pedagoga, palestrante de inclusão e diversidade. É pós-graduanda em Psicopedagogia pelo Instituto Singularidades (SP) e autora dos livros ‘Na Cidade da Matemática’ e ‘Na Cidade da Matemática – Bairro das Centenas’. Natalie completa seu trabalho escrevendo artigos e realiza atividades em escolas que envolvem assuntos como o de combate ao bullying e diversidade, este último, também é um tema que a psicóloga aborda em suas palestras em empresas.

A profissional também é voluntária da Associação dos AVCistas do Brasil – uma organização comunitária de acolhimento às vítimas de AVC e seus familiares – e da Comunidade Educadores Reinventores. Como atleta, participou do mundial de adestramento paraequestre em 2003, pratica esporte desde seus 9 anos e também é embaixadora da equipe feminina de surfe adaptado.

Após um AVC com 8 meses, enfrentou um caminho de superação. Sua história é marcada não apenas pela adversidade, mas pela resiliência e conquistas que a transformou em fonte de inspiração, destacando a importância da inclusão e da diversidade em todas as suas formas.

(Com Elenice Cóstola/Way Comunicações)