Um a cada 100 mil idosos do estado de São Paulo tiveram reação adversa notificada após aplicação de vacinas previstas para a faixa etária entre 2015 e 2017. Dentre os 207 registros de reação adversa – num universo de 15 milhões de pessoas imunizadas –, somente 3% foram relacionados a eventos graves e mais de 89% foram de reações leves, como dor no local da aplicação da vacina. Os dados foram levantados por estudo publicado na revista Cadernos de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Católica de Brasília (UCB).
Com base na plataforma de notificações de eventos adversos do Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (PNI), os pesquisadores analisaram dados de intercorrências médicas desagradáveis registradas após a aplicação de vacinas da Caderneta de Vacinação do Idoso, disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde, em mais de 15 milhões de pessoas acima de 60 anos imunizadas entre 2015 e 2017 no estado de São Paulo. “De mais de 15 milhões de pessoas idosas imunizadas em todo o estado de São Paulo, apenas 207 tiveram uma reação grave. Esse número é muito pequeno”, aponta Beatriz Aparecida Ozello Gutierrez, uma das autoras do estudo. Para a pesquisadora, o levantamento pode aumentar a confiança e adesão de idosos à vacinação ao mostrar que os eventos adversos são raros.
Segundo ela, “o mito do evento adverso causado pelas vacinas é uma dos principais fatores que levam os idosos a não se vacinarem”. Em 2020, a baixa adesão à vacinação contra a gripe fez o Ministério da Saúde prorrogar a campanha de imunização em um mês. Com a vacina da Covid-19, que entrou no calendário vacinal este ano, as taxas de adesão desse público prioritário também estão aquém do esperado. Até o início de abril, mais de 26 mil idosos de 80 a 90 anos não tinham retornado para tomar a segunda dose da vacina contra Covid-19 na cidade de São Paulo de mais de 170 mil que tinham recebido a primeira dose, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde. “Isso demonstra uma falta de comunicação sobre a segurança da vacina e a necessidade da segunda dose”, comenta Gutierrez.
A pesquisadora finaliza explicando que os serviços de saúde devem fazer um acompanhamento adequado desse público-prioritário para os motivos do não comparecimento aos postos de vacinação.
(Fonte: Agência Bori)