A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) gera um impacto social e econômico significativo nas regiões onde está instalada por meio de empregos qualificados e receita. Em 2019, o impacto total da universidade na região de Campinas foi de R$13,8 bilhões em termos de Produto Interno Bruto (PIB). Essa foi a conclusão de estudo realizado pela Coordenadoria Geral da Universidade (CGU) em parceria com os institutos de economia e de química da universidade. O relatório foi apresentado na quarta (24).
Os dados evidenciaram que os desdobramentos socioeconômicos associados apenas às despesas da Unicamp com servidores, investimentos e compras de bens e serviços e ao consumo dos alunos geraram um impacto de R$6,4 bilhões – o equivalente a 9,8% de todo o PIB de Campinas em 2019.
As atividades da universidade resultaram na criação de 100 mil vagas de emprego geradas, de forma direta e indireta, pela instituição em 2019. O número leva em conta o impacto das 717 empresas-filhas da Unicamp atualmente ativas no mercado. Criadas por egressos, ex-alunos e ex-docentes da universidade, essas empresas geraram mais de 30 mil empregos diretos e R$8 bilhões em receita em 2019. “Um dos grandes achados do estudo foi evidenciar a importância da universidade na geração de emprego e renda. É toda uma cadeia de renda/consumo e produção que se espraia pela sociedade e vai promovendo o desenvolvimento”, aponta Teresa Dib Zambon Atvars, uma das coordenadoras do estudo.
Matriz-insumo | O estudo estimou o impacto socioeconômico da atividade da Unicamp por meio da análise da chamada matriz insumo-produto, que identifica as conexões de uma atividade sobre os demais setores da economia. A partir da descrição da origem e do destino da produção de cada área, esse instrumento permite conhecer os fluxos de bens e serviços produzidos a partir de determinado setor da economia e medir, assim, os impactos das mudanças na economia. “No caso da universidade, os professores, funcionários e suas famílias, assim como os alunos, adquirem bens e serviços: compram comida no mercado, alugam imóveis, buscam entretenimento etc. Isso leva a uma série de atividades em uma cadeia produtiva, pois outros setores econômicos são acionados – desde a produção do insumo até seu transporte e comércio. E esse complexo processo acaba gerando mais emprego e mais renda”, explica Mariano Laplane, economista da Unicamp e um dos autores do estudo.
A pesquisa também avaliou o “efeito-diploma” na região, ou seja, ao aumento das oportunidades de emprego e dos rendimentos de trabalhadores com ensino superior completo. “Os dados mostram claramente que os profissionais que possuem graduação têm uma renda maior do que aqueles que possuem apenas o ensino médio. E essa renda aumenta ainda mais com uma pós-graduação. Então o estudo também mostra que a universidade, entre muitas outras contribuições, colabora também para melhorar a renda e, consequentemente, a qualidade de vida”, diz Atvars.
(Fonte: Agência Bori)