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Uso de gengibre pode ajudar no controle do diabetes, aponta estudo

Brasil, por Kleber Patricio

Foto: Eiliv Sonas Aceron / Unsplash.

Pesquisa realizada com pacientes que apresentam diabetes mellitus tipo 2 mostrou que o uso de gengibre reduziu suas taxas de glicemia e os níveis de colesterol, ajudando no controle da doença. Os resultados do estudo estão em artigo publicado na sexta (9) na Revista Latino-Americana de Enfermagem (RLAE). Eles fazem parte da tese de doutorado da pesquisadora Gerdane Celene Nunes Carvalho, defendida na Universidade Federal do Ceará (UFC), em 2018 e executada com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

O diabetes mellitus tipo 2 é a forma mais comum de diabetes e manifesta-se quando o organismo não consegue usar  adequadamente a insulina que produz ou não a fabrica em quantidade suficiente para controlar a taxa de glicemia no sangue. “Considerando a alta prevalência da doença no Brasil e a dificuldade das pessoas em controlarem a taxa glicêmica, temos que descobrir novas estratégias para evitar as complicações agudas e crônicas da doença. Nesse sentido, os fitoterápicos são de fácil acesso, baixo custo e podem servir como tratamento complementar”, diz Gerdane Carvalho.

Para avaliar a eficácia do gengibre (Zingiber officinale) na diminuição de biomarcadores glicêmicos e lipídicos em pacientes com diabetes mellitus tipo 2, conforme estudos internacionais sugerem, foi realizado um ensaio clínico entre dezembro de 2017 e junho de 2018 com 144 pessoas diagnosticadas com a doença que faziam acompanhamento em unidades de atenção primária à saúde, no município de Picos, no estado do Piauí.

Os participantes foram divididos em dois grupos e pareados um a um. No grupo experimental, eles tomaram duas cápsulas de gengibre em pó (1,2 g) diariamente, durante três meses. No grupo de controle, os pacientes ingeriram placebo. Todos foram orientados a manter os medicamentos para diabetes que já faziam uso. Para comporem os grupos, as pessoas foram escolhidas aleatoriamente (de modo randomizado) e nem os participantes ou os pesquisadores tinham conhecimento do grupo ao qual cada um pertencia (duplo cego). Além da resposta a um questionário socioeconômico, foram coletados dados clínicos (como pressão arterial e tempo de diagnóstico da doença) e laboratoriais (glicemia, colesterol, triglicerídeos etc.) dos pacientes antes do início e após o término da intervenção. Concluíram a pesquisa 103 pessoas, sendo 47 do grupo experimental e 56 do grupo de controle.

Na comparação intra e inter grupos, os participantes que receberam as doses de gengibre tiveram redução de 20,3 mg/dl a mais nos níveis de glicemia venosa de jejum do que aqueles que não receberam nenhum tratamento. Também houve diminuição, embora menos significativa, dos níveis de hemoglobina glicada e colesterol total. “Tais evidências sugerem que o gengibre tem potencial terapêutico no tratamento do diabetes tipo 2 e, assim, pode ser indicado como fitoterápico de ação complementar para a redução dos níveis glicêmicos e lipídicos e auxiliar no controle da doença”, afirma Carvalho.

(Fonte: Agência Bori)