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Voluntariado no currículo escolar contribui para a formação de cidadãos ativos e preocupados com a sociedade

Belo Horizonte, por Kleber Patricio

Estudantes do Colégio Santo Agostinho em atividades de voluntariado em lar de idosas. Foto: Divulgação.

O Dia Nacional do Voluntariado, comemorado em agosto, é crucial para reconhecer e celebrar a importância do serviço altruísta, onde indivíduos dedicam seu tempo e habilidades a causas que beneficiam o bem-estar coletivo. O Colégio Santo Agostinho, pertencente à Rede Lius Agostinianos, foi uma das primeiras instituições de ensino em Minas Gerais a incluir o voluntariado no currículo escolar, com as horas de atividades registradas no histórico dos alunos.

O Programa de Voluntariado Agostiniano ocupa um espaço estratégico na Instituição por ser um espaço de aprendizado e transformação dos estudantes. “Mais do que isso, eles vivenciam a solidariedade em sua essência, compreendendo a importância de se colocar a serviço do próximo e lutar por uma sociedade mais igualitária”, destaca Jonathan Félix, coordenador institucional de Pastoralidade da Rede Lius.

Com 846 estudantes voluntários espalhados pelas unidades de Belo Horizonte, Gutierrez, Nova Lima, Contagem e na Escola Profissionalizante Santo Agostinho (EPSA, a instituição somou, no primeiro semestre de 2024, mais de 10.140 horas de trabalho voluntário, beneficiando 22 instituições em três eixos de atuação: educação, saúde e territorialidade. “Os grupos de voluntariado da Escola atuam de forma contínua até dezembro e o engajamento dos alunos tem sido notável. A participação ativa não só promove a formação social desses estudantes, mas também amplia sua visão de mundo e desenvolve habilidades essenciais como liderança, trabalho em equipe e resolução de problemas”, pontua.

O projeto na prática

A Rede Lius busca inserir os estudantes em diferentes realidades sociais: comunidades periféricas, instituições de cuidado a crianças e idosos, projetos socioambientais, coletas solidárias e campanhas de mobilização, para, a partir daí, transformá-las. “Oferecemos uma jornada para transformar as pessoas que vão transformar o mundo. Essa diversidade de experiências nos faz entender o serviço voluntário como uma forma de educar para a participação cidadã na sociedade. Queremos que, a partir desse conhecimento sobre a realidade do entorno em que estão inseridos — considerando o país, a cidade e o bairro — eles possam ser sensibilizados para ajudar a transformar vidas”, destaca.

Os integrantes do Programa cuidam desde a preparação das ações até a avaliação do trabalho realizado. Os projetos são desenvolvidos por meio de parcerias com instituições locais idôneas nas áreas de educação, promoção humana e assistência social, a partir da missão institucional e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas. O voluntariado é oferecido para estudantes a partir do 6º ano do Ensino Fundamental.

A estudante Fernanda Lott Gonçalves, da 3ª série do Ensino Médio do Colégio Santo Agostinho – Belo Horizonte, conta que iniciou no voluntariado da Instituição aos 15 anos. “Ser voluntária é uma experiência maravilhosa na minha vida. Eu me sinto importante fazendo parte de algo maior, que pode mudar a vida de alguém e deixá-la mais feliz”, diz.

Fernanda relata que, ao planejar as ações, sempre pensa no impacto que elas terão na vida dos assistidos. “Participar do projeto me ajudou a sair da minha bolha. Conhecer pessoas novas, com diferentes realidades e vivências, também desfaz os pré-julgamentos; afinal, você passa a ver o mundo com outros olhos. Em cada ação, me sinto feliz e realizada e espero que eles se sintam assim sempre que nos encontramos. Nem sinto que estou fazendo um trabalho voluntário, mas sim que faço parte de um grupo de amigos”, destaca.

Jonathan ressalta que o registro dessas experiências no currículo escolar é fundamental, pois reconhece e valoriza o compromisso dos estudantes com a transformação social. “Na nossa instituição educacional, pioneira nessa prática, todas as horas de voluntariado são cuidadosamente registradas no histórico do estudante, atestando sua dedicação e impacto positivo na comunidade”, ressalta. Ele acrescenta que “a desigualdade social é um problema que nos afeta a todos, não é apenas um problema alheio. Conscientizar os estudantes sobre a necessidade de transformar o mundo a partir de uma nova perspectiva proporcionará a eles uma compreensão mais ampla de cidadania global e de responsabilidade coletiva.”

Marco Henrique Silva, diretor de Ação Social e Pastoralidade da Rede Lius, enfatiza que o voluntariado é uma oportunidade para que a escola promova a cidadania ativa e o compromisso com a construção de uma sociedade melhor. “É fundamental que continuemos a apoiar e integrar o voluntariado em nossos programas educacionais. Integrar o voluntariado ao currículo escolar também permite que os estudantes desenvolvam novas habilidades. Muitas vezes, essas experiências os ajudam a identificar áreas de interesse que contribuem muito para as suas escolhas futuras”, pontua.

Conheça mais sobre o Programa de Voluntariado Agostiniano no site https://bh.santoagostinho.com.br/programa/Voluntariado.

(Fonte: Com Lorraine Souza/Interface Comunicação)